Alvo Potter e o Jardim Maravilhoso escrita por Yomika


Capítulo 22
Até o dedinho do pé




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Alvo Potter abriu os olhos às dez horas da manhã do primeiro sábado em Hogwarts.
Mas não fora apenas ele que dormira até mais tarde. Patrichio ainda estava derrotado na cama à esquerda. Nelson nem se fala. Tinha o braço estirado para fora da cortina da cama, em um sono tão profundo que Alvo poderia achar que estava morto e gritar por ajuda. Mas estava sonolento demais para salvar vidas...

Ficou sentado na cama, observando um Grindylow a nadar preguiçosamente e bater no vidro da janela, arreganhando os dentes para Alvo. Demorou apenas alguns minutos para o menino dar-se conta que não deveria estar ali. Tinha marcado de se encontrar com Rosa às nove da manhã na Biblioteca para pesquisar sobre os Luduans e Nefilantes. Estava atrasadíssimo.

Saltou da cama e arrumou-se em tempo recorde. Estava tão apressado que esquecera-se da capa preta do uniforme de Hogwarts. Quando desceu para o salão comunal, encontrou Deborah, Lorcan e outros garotos mais velhos que Alvo não conhecia. Todos estavam com as vestes de jogadores da Sonserina e rodeavam a única menina que estava sentada em uma poltrona negra, rasgando um embrulho comprido.

— Não acredito... Uma Raiden! — assoviou um garoto de cabelo loiro e um tanto grande, arregalando os olhos profundamente azuis. Deborah mostrou a vassoura para todos — É o olho da cara... Sua mãe deve gostar muito de você...

—E qual ser pensante não gosta de mim, Desmond? — riu-se a menina, jogando os lisos cabelos negros, fazendo charme. Todos os garotos concordaram. — Ela supera a Firebolt em muitos aspectos, além disso, combina com a luva prateada que a minha mãe Integra me deu...

— Tiago e a maioria dos Grifiotários não vão nem um pouco com a sua cara, Waldorf — brincou um outro menino, este era alto, grande, forte e tinha o cabelo curtinho. Usava um brinco prateado de um lado da orelha.

— Eu falei 'ser pensante'. Eles têm raiva por que sou linda e talentosa. Aliás, soube que o Potter está querendo ser apanhador. Eu quase começo a sentir pena dele....

— Falando em Potter... — um menino alto e magro, com os dentes proeminentes e o cabelo ruivo apontou para Alvo que observava tudo de longe. — o irmão do traste ali, ó...

— Não impliquem com ele. — ralhou Lorcan — E aí, Al, tudo bem? Estamos indo fazer os testes para as vagas do time de Quadribol. Quer dar uma olhada?

— Tá louco, Scamander? — exclamou um garoto de cabelos castanhos, baixinho, mas forte, como que entroncado — ele vai ver nossas técnicas e falar tudo pro time da Grifinória!

— Claro que não! — Lorcan defendeu o garoto, sem nem dar chance dele abrir a boca — O Alvo é um dos nossos agora. É um legítimo Sonserino. Não é mesmo, Alvo? Fala pra eles!

Alvo engoliu a seco e gaguejou:

— Si-sim, claro... Sonserino até o dedinho do pé... Mas, não posso ver a seleção, obrigado... Er... Preciso ir, hã, para a biblioteca. Mas... Posso acompanhar vocês até o grande salão?

A verdade é que Alvo ainda não tinha decorado o labirinto que era as masmorras. Mas a senha tinha decorado ontem à noite, assim que chegou da aula. "Poder é Poder", o que fazia muito sentido, se você fosse pensar nisso.

Alvo acompanhou os aspirantes às vagas do time da Sonserina. Eles riam, xingavam os Grifinórios, falavam de jogadas do ano passado, xingavam os Grifinórios, elogiavam a vassoura Raiden, ofendiam um pouco mais os jogadores da casa do leão... Mas Alvo estava alheio à tudo isso. Seu pensamento estava distante.

O garoto não podia negar que se sentia um tanto mais leve depois de reatar com as primas Domi e Rosa. Tiago também estava aparentemente falando normal com ele... As coisas estavam começando a se ajeitar. Apesar disso, ainda se sentia deslocado. Não se sentia um Sonserino nem mesmo na ponta do dedinho do pé.

Os jogadores deixaram o menino no salão principal. "Até mais Potter, mande os meus pêsames para o seu irmão!" despediu-se Desmond com um acenar irônico. Alvo perguntou em particular para Lorcan como chegar na Biblioteca. Recebeu uma explicação até satisfatória: "Vai no segundo andar pela grande escadaria e segue o corredor de feitiços. Sobe três andares e no fim do corredor você está lá".

O salão estava lotado de alunos. Alvo comeu rapidamente e dirigiu-se à biblioteca. Já eram dez e meia quando ele chegou, após ter pego dois corredores errados e ser ajudado por uns terceiranistas da Corvinal que estavam indo para a biblioteca.

Rosa estava no mesmo lugar de ontem, mergulhada em um livro enorme intitulado "Magia trouxa: o poder da eletricidade e do magnetismo".

— Você demorou, hein?

—Tive Astrologia ontem de madrugada e acabei dormindo demais, desculpe...

— Tudo bem. Não tem muito o que procurar. Alguém fez o favor de emprestar todos os livros que tratavam de animais mágicos estrangeiros...

— Sério? Quem faria isso?

— Sei lá. Vai ver alguns alunos estão estudando justamente isso... Vou mandar uma carta para a minha mãe, pedir para ela conseguir um livro do Newt Scamander chamado "Minhas aventuras no Oriente".

— E esse livro que você está lendo?

— Ah, isso é só para passar o tempo antes de você chegar...

Passar o tempo?

Sim. É Estudo dos Trouxas, que teremos só no terceiro ano.

Dominique chegou no instante em que Alvo iria oferecer passatempos melhores para a prima.

— Sabia que iria te encontrar aqui, Rose. O Al é uma novidade. E aí, o que estão fazendo?

— Lendo sobre Esconjuro. Dever de Defesa contra as artes das trevas para Segunda.

— Hoje vamos ter duas aulas, não é?

— Hã? Mas hoje é sábado — impressionou-se Alvo.

— Ah sim — lembrou-se Rosa — uma aula de Voo e outra de Artes Bruxas. Mas é só a tarde... Inclusive vamos assistir as duas com a Sonserina, Al. Você pode ficar com a gente até lá...

— A não ser que ele queira ficar com os amiguinhos famosos da Sonserina — ironizou Dominique.

— Para com isso... — emburrou-se o garoto — Não tenho amigos lá.

— E você acha isso legal? — ralhou Rosa — Tem que se enturmar!

— Se enturmar com aquelas cobrinhas? Al tá muito bem com a gente — riu-se Dominique.

Neste momento, Juliana passou ao lado deles, soltando um bufar de indignação. Ela sentou-se e uma mesa próxima a uma estante, lançou um olhar feio para Alvo e perdeu-se na leitura.

— Quem é essazinha? — Dominique quis saber.

— Juliana Licaster — meramente disse Alvo — prima e melhor amiga do Nelson Derwent. Eles são sobrinhos da Integra Waldorf.

— Então... — começou Rosa.

— Sim, são primos da Isobel — completou Alvo — assim, em teoria, já que ela é adotada.

— Não é isso que eu ia dizer, Al — Rosa deixou claro — quer dizer que eles devem saber muito sobre a inimiga do seu pai. Você poderia se aproximar deles e buscar informações.

— Está pedindo pra eu bancar o falso? — perguntou um Alvo ofendido.

— Vamos pôr da seguinte maneira: você utilizará a amizades dele para obter dividendos — disse a prima, cautelosa.

— É a mesma coisa!

— Rosa, calma lá. Isso não é forçar a barra do Alvo? Ficar amiguinhos desses garotos...

— Se ele quiser ajudar o pai...

— Não, ela está certa — Alvo suspirou. — A Rosie, digo. Vou tentar falar um pouco com o Nelson. Ele tem sido meio simpático comigo...

— Mas não seja tão simpático — disse Domi. — vai que você se contamina pelo jeitinho dele. Olha isso! Parece um retardado... — a menina apontou.

Nelson e Mathew tinham acabado de chegar na biblioteca. Nelson andava todo emblemático, com um sorriso metido na boca. Eles se sentaram junto a Juliana e ambos começaram a conversar baixinho. Nelson olhou para Alvo apertando os olhinhos pretos. Quando notou que o menino estava olhando para ele, mandou um olá e deu um sorrisinho metódico.

— Não prometo nada, mas vou tentar.

Os garotos revisaram através dos apontamentos de Rosa. Como Alvo gostava mais de defesa contra as artes das trevas, Rosa perguntou tudo menos sobre esse assunto. O menino percebeu assim que deveria estudar muito.

— Mas Rosa... Nelson e os garotos disseram no trem que eu deveria ensinar para ele DCAT. Não acha que devo me concentrar mais nessa matéria?

— Não. Você tem que aprender tudo. Mas se quiser estudar só DCAT, O.K. Não vou obrigar você a nada. Então vamos lá... O que é um bruxedo?

— Hmm. Lembro do Vogelweide falando que era um tipo de azaração, só que não se usa palavras mágicas...

— É por aí — confirmou Rosa — A gente usa a nossa má intenção em forma de energia negativa.

Ai meu deus — suspirou Domi — quanto tempo falta para o almoço?

— Bem, já são onze e meia. Meio dia a gente vai pro Grande Salão...

AINDA BEM! — gritou a menina, comemorando.

"Shhhhhh" fez Juliana. Domi mandou um gesto feio com os dedos. Juliana ficou boquiaberta de indignação.

Para, Domi! — disse Rosa, fazendo a menina recolher os dedos. — lembra que eles são amigos do Al.

Ravus, Vogelweide, agora os Licaster e Derwent... Alvo ficou pensando em quanto problema iria se envolver até conseguir informações suficientes para ajudar o pai...

Depois do almoço todos os garotos da Sonserina e Grifinória seguiram seus respectivos monitores. Alvo andava com as primas e isso trazia muitos comentários negativos a seu respeito. Pareciam não aceitar o fato de um Sonserino andar no meio dos Grifinórios, bem como os Grifinórios olhavam torto para Alvo. Isso já estava começando a incomodar, apesar de Domi dizer "Desencana".

Para ela era fácil de falar. Domi não se preocupava com praticamente nada. Além disso, Dominique não se privava a rir das piadas que Lionel fazia sobre os Sonserinos, mesmo estando Alvo ao lado. Talvez ela tenha se esquecido de um detalhe: o primo era um deles.

Os garotos entraram no segundo bloco de prédio do castelo de Hogwarts. Eles passaram por todo o bloco. Chegaram até o corredor dos tapetes persas, com vasos vazios e o chão sujo de terra. Desceram as escadarias do antro retangular que tinham quadros de plantas, com a enorme pintura da menina pastora que fez uma reverência para Al quando ele passou por ela.

Os Sonserinos e os Grifinórios atravessaram uma porta rústica e atravessaram o campo até as estufas. E foram mais, encontrando um muro alto. O arco de pedra que atravessaram revelou um campo bem maior com grama batida.

O campo de treino era um local muito aberto rodeado por muros. Delimitados por eles, muitas ruínas se distribuíam mais distante do centro do campo. Os monitores levaram os alunos até próximo a um paredão com uma bandeira de um pomo pintado.

O professor ainda não tinha chegado. Os alunos aproveitaram esse intervalo para conversar.

Lionel gabava-se por ter jogado muito quadribol nas férias.

— Garen, meu irmão mais velho, sempre falou que eu sempre fui um ótimo goleiro. Não há o que me derrube da vassoura.

Rosa também conversava entusiasmada. Apesar de nunca ter sido uma boa voadora, achava interessante e imprescindível o ato do voo para todo e qualquer bruxo. Dominique, que era mais versada em coisas radicais, parecia simplesmente feliz pela perspectiva de poder atravessar o castelo a voo. O garoto estava muito confortável ali com as primas, mas na hora que o professou chegou, achou por bem voltar para a sua verdadeira turma: os Sonserinos.

Alvo o conhecia. Era o namorado da professora Aileen, que vira nas arquibancadas .Ele deveria ter vinte e cinco anos, tinha o cabelo moreno caprichosamente bagunçado (assim como Tiago) e uma barba do estilo mal feita delimitando um sorriso canalha. Ele tinha uma camisa de manga comprida vermelha e uma calça branca. Carregava de baixo dos dois braços um monte de vassouras, jogando elas no chão quando estava próximo dos alunos. Tirou também do bolso de trás da calça duas bandeiras, uma vermelha e uma verde.

— E aí, manos e maninhas? — disse o professor, colocando as mãos na cintura — sou Rodrick Ruffeil e vou levar vocês às alturas — e sorriu, canalha.

Dedâmia soltou um gritinho incontido. Rosa não gritou, mas ficou igualmente vermelha.

— Não acredito! — sussurrou Rosa para o primo. — Eu já vi esse cara antes. Em um pôster do papai. Ele é jogador dos Chudles Cannons! Ruffeil, camisa sete!

Alvo confirmou. Era verdade. Acabara de notar que ele já tinha visto a cara dele em um pôster no quarto de Tiago.

"Hoje eu me sinto inspirado. Quero ver sangue e tragédia, hahaha... O.K, é brincadeira... Apenas se separem por Grifinória e Sonserina e vejam a mágica rolar, hahahaha... Estou brincando, mas se separem mesmo. Tudo bem, às vassouras. Cada um pega a sua e coloca no chão, do lado direito. Deem uma distância de pelo menos cinco passadas. Não quero que ninguém bata com o cabo da vassoura na cara do coleguinha... Pelo menos não no solo."

Foi uma correria. Todos queriam pegar as melhores vassouras. As Moontrimmer e as Nimbus 2000 que o professor disponibilizou de sua coleção acabaram num instante. No fim, Alvo acabou tendo que ficar com justamente aquela que Tiago tinha dito para o irmão evitar: uma Cleansweep 8 deveras lenta. E para piorar, infelizmente, ficou ao lado de Escórpio Malfoy. Que lhe disse:

— Acho melhor você se esforçar dessa vez, Alvo...

Alvo ficou irritado, mas internamente começou a imaginar já suas peripécias trágicas no ar. Ele sempre foi péssimo com vassouras desde o incidente que teve com os primos, há muitos anos atrás, o qual caiu da vassoura e adquiriu o trauma de não querer passar de trinta por hora, ganhando o apelido de "Senhor prudente".

Isobel estava do outro lado, próxima à Tabatha e Dorian. A menina parecia estar muito deslocada e olhava desconfiada para sua vassoura.

— Hmmm — avaliou o professor enquanto andava, coçando a barbicha do queixo. Depois bateu uma palma revigorante — Tudo certo. As vassouras não são nenhuma 'Raiden', mas dão pro gasto. São de minha coleção milhardária... Vão ser o suficiente para o aprendizado. Agora... Vocês vão levantar a mão direita e gritar "SUBA". Mas façam com vontade.

Alvo obedeceu. Olhou um pouco desconfiado para a vassoura e gritou "SUBA!'.

A vassoura deu uma mexidinha preguiçosa.

Por outro lado, a de Escórpio voou prontamente até sua mão e o menino a agarrou, lançando um sorriso enigmático para Alvo. A vassoura de Nelson e de Mathew também obedeceram bem ao comando, porém as de Patrichio e Rosa estavam um tanto receosas. A de Domi obedeceu até demais. Voou pelos ares e perdeu-se no céu. Mas depois de uns segundos veio zipando e pousou perto da menina, que deu os ombros sem entender a reação exagerada da vassoura.

— As vezes acontece, quando elas querem dar um showzinho... — disse o professor. Ele esperou que todos conseguissem fazer suas vassouras subissem (a de Alvo obedeceu na terceira chamada) e só depois continuou a falar — Agora vou mostrar como montar. Me imitem.

Rodrick passou a vassoura pelo meio das pernas e flexionou-se com as costas retas para frente, deixando os joelhos arqueados.

"Ceeerto, manos! Olha, vassouras sentem o medo de quem as monta. Então, é melhor vocês alimentarem pensamentos seguros enquanto tiverem à centenas de metros do chão, hahahaha. Não, é sério. É por isso que muitas vassouras não subiram. Elas sentem suas inseguranças e acabam preferindo ficar no chão mesmo do que voar com um maricas. Sem ofensas. Certo. Agora vamos sair do chão um pouquinho. Vocês vão dar um pequeno impulso com os pés e elas vão entender que vocês querem voar. Apoiem os pés do escorão e segurem firmemente no cabo com as duas mãos separadas. E lembrem-se: vocês querem voar. Por favor, não quero que aconteça nenhum acidente. Fiquem só uns três metros do chão, é sério"

Alvo já tinha sua vassoura entre as pernas e encontrava-se levemente inclinado para frente. Ele deu um impulso. A vassoura tremeu um pouquinho, mas não saiu do chão. Ele tentou de novo, dessa vez ela vibrou mais. O garoto olhou para Escórpio, que já estava no ar, com os braços cruzados, bem como Nelson e Mathew. Isobel, lá no fundo, até ela, voava segurando muito firmemente o cabo, parecendo ainda desconfiada com a lealdade da vassoura.

Alvo deu um impulso mais forte, decidindo-se não se deixar vencer. A vassoura entendeu o recado. Talvez exageradamente bem.

Alvo subiu aos ares e ultrapassou dez metros muito rápido. Quando deu por si, estava à uns trinta metros do chão. O menino ofegava e tremia. Só não gritou por que tinha perdido a voz. Alvo nunca mais tinha voado desde quando tinha caído da vassoura na corrida dos primos. Agora estava ali, dezenas de metros do chão!

As pessoas lá de baixo gritavam alguma coisa. O menino segurou firmemente no cabo e manteve o pé grudado no estribo. Eu não vou cair. Era o que estava muito claro em sua mente.

O professor Ruffeil logo ganhou os ares e rapidamente pôs-se ao lado do garoto.

— Alvo Potter, não é? Olha Al, você consegue ficar firme na vassoura? Fica calmo...

O menino confirmava tudo o que o homem falava com um aceno nervoso.

— Certo — continuou Rodrick. — Presta atenção. Mantenha sua mente limpa, só pensa em quanto é legal voar. Você tá livre, nada te prende. Pensa no que eu to dizendo. Você e a vassoura são um único ente. Fecha os olhos.

Alvo obedeceu, tentando com todas as forças pensar no que o professor estava dizendo.

De repente sentiu uma brisa bater em seu rosto. Era tão bom... E pensou em como estava livre, ali, longe de todos, inalcançável. Alvo abriu os olhos lentamente... Tinha um olhar decidido.

— Certo. Agora você vai inclinar a vassoura para baixo, só um pouquinho. E vai ganhando velocidade, até pousar. Acha que pode fazer isso? (Alvo fez que sim) Certo, Al, eu acredito em você. Tem sangue Potter nas veias. Sua mãe é uma artilheira de responsa. Agora vamos!

Alvo inclinou com as mãos o cabo da vassoura para baixo. Desta vez a vassoura o obedeceu de primeira. Foi descendo levemente, ganhando proximidade do solo... Até que, quando eles estavam bem próximos, o professor disse:

— Agora você tira um pé de cada vez do estribo e apoia os dois juntos no chão.... Certo.

Alvo pousou com maravilhoso sucesso.

O professou puxou uma salva de palmas, a maioria dos Sonserinos o acompanhou. Nelson se pôs ao lado do garoto e deu dois tapinhas no ombro do menino.

— Mandou bem, Al! A gente pensava que você ia cair lá de cima, mas...

— Para com isso, Derwent! — exclamou Endy.

E Nelson fez um gesto brincalhão, bagunçando os cabelos de Alvo (mais para dissipar o constrangimento), voltando em seguida para o seu lugar.

— O.K, galera! O Al aqui teve momentos nervosos no ar, mas quem nunca teve? Se recuperou bem. E até antecipou a lição de como pousar, que eu já ia mostrar para vocês. Bem... Certo. Voem até uns poucos metros, sério, por favor, poucos metros. O Al pode ficar no chão. Ele já sabe pousar.

As crianças foram ao ar novamente. Enquanto o professor esperava que todas estivessem mais ou menos alinhadas, falou para Alvo, que estava meio pálido.

— Não sei se você lembra de mim. Eu estava no aniversário de casamento da sua mãe. Gina... Uma jogadora esplêndida. Tiago voa muito bem, mas falta humildade, entende? Mas quem sou eu pra falar isso. Só que o princípio de um bom montador de vassouras é entender seus limites e os limites de sua vassoura. Não tem nada de errado ter medo, basta você saber que pode chegar onde quer chegar, sem cair.

Alvo confirmou com a cabeça. Rodrick, de primeira, tinha parecido ser a pessoa mais nojenta, orgulhosa e petulante que se podia conhecer. Mas ele era muito legal. Uma ótima pessoa. Estava mais seguro de si agora. Sentia que podia voar direito, sem cair.

O Professor Ruffeil deu os comandos de como pousar da maneira correta para os demais alunos. O garoto gordinho da Grifinória, que se chamava Elliot, caiu da vassoura. A Gargalhada foi geral: Mathew foi o primeiro a soltar "Parece uma bola de praia rolando pelo barranco!". O Professor zangou-se e passou um sermão no menino, mas isso não impediu que o seu comentário causasse uma crise séria de riso nos amigos de Mathew. O professor conseguiu novamente a concentração minutos depois, e mesmo depois de um tempo Elliot ainda estava vermelho da vergonha, humilhação.. Rodrick pegou as duas bandeiras, a verde e a vermelha e mostrou para os primeiranistas.

Naquele momento, dois alunos mais velhos tinham acabado de chegar. Cada um tinha as vestes de quadribol, um da Sonserina e outro da Grifinória. Victoire, a prima mais velha de Al, estava segurando uma vassoura lustrosa. Tinha os cabelos maravilhosamente loiros amarrados em um rabo de cavalo, esbelta e bela, como a mãe Fleur, mastigava alguma coisa. Do lado dela, o rapaz que Alvo tinha conhecido hoje de manhã, o loiro de olhos claros que Deborah havia chamado de Desmond.

— Agora é sério. Peguei emprestado os dois capitães dos times de Quadribol das suas casas para me ajudarem. Quem é da Grifinória vai pra perto da belíssima senhorita Victoire Weasley. Sonserinos, com esse distinto rapaz, Desmond Padalecki.

Alvo aproximou-se do Capitão.

— Ora, ora, se não temos o famoso Potter, a nova sensação de Hogwarts! — disse um Desmond irônico. Os Sonserinos riram gostosamente. — estou ficando com ciúmes. Antigamente eu era o rei Sonserino, agora os papos não estão mais se concentrando sobre mim, mas sobre você, Potter. "Sonserino até o dedinho do pé", não é? Victoire é a sua prima, pelo que sei. Agora é a capitã da Grifinória. Claro que está lá por que o babaca do Tedd Lupin deixou o posto para a namoradinha. Seu irmão, o Potter, está querendo substituir a posição dele... A mãe de vocês era a famosa camisa Um das Harpias. Ai ai... Sua família é bem famosa no Quadribol, mas será que você também saca alguma coisa? Duvido muito...

Alvo ficou vermelhíssimo. Todos os Sonserinos olhavam para ele. Eles não sabiam o quanto garoto era tímido? Talvez Desmond tivesse feito isso de propósito.

O Professor Ruffeil logo pediu a atenção de todos.

— Quero fazer uma pequena dinâmica com vocês, para acostumar logo na marra vocês a voarem. Acho que aqui é pequeno demais para jogarmos... O que acham, Vick, Des?

— Pra aquilo que o senhor me falou, Professor, acho melhor irmos pro campo mesmo...

— Pela primeira vez, concordo com você, Weasley... — disse Desmond rindo-se.

— E está desocupado agora? — quis saber o professor.

— Positivo. Acabamos nosso treino agora a pouco — gabou-se Desmond.

— Desocupado. Ninguém vai treinar hoje à tarde lá. — confirmou Victoire, ajeitando o rabo de cavalo e dando uma piscadela com os olhos cinza-esverdeados e um sorriso pra o primo Alvo. O menino deu um olá, mas este não pôde deixar de notar que Desmond a fitou com um olhar meio abobalhado, mas logo deu-se por si e limpou a baba, fazendo a cara séria de costume.

— Yep. Então vamos lá pro campo de Quadribol.

Todos os primeiranistas vibraram, soltaram vivas e deram saltinhos.

— Vamo jogar Quadribol, professor? — perguntou um Mathew excitadíssimo.

— Não, não. Vamos fazer uma adaptação de um jogo que eu aprendi com uma namorada trouxa...

— Qual, qual? — quis saber Dedâmia, que ouvia tudo o que o professor dizia com brilhinho nos olhos.

— Pega bandeira!


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Notas finais do capítulo

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