Juntas Pelo Acaso escrita por Lary SwanMills


Capítulo 14
Operation Swan Queen.


Notas iniciais do capítulo

não vou nem falar muito aqui... Apenas que é um capítulo gigante pra compensar a demora. E relevem qualquer erro, por favor.

E obrigada pelo carinho de sempre, amo vocês.



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Emma se mexeu um pouco um cama, incomodada com a claridade que entrava pela janela. Continuou de olhos fechados na intenção de continuar dormindo, mas logo que sentiu duas mãozinhas geladas em seu rosto, acordou.


– Bom dia, pequena. - murmurou, coçando os olhos. Elsa deu um sorrisinho preguiçoso ao se aninhar em seus braços.


– Mamae Gi tá mimindo. - sussurrou no ouvido da loira. Emma levantou um pouco a cabeça para ver Regina.

A xerife se pegou sorrindo enquanto observava a morena dormir. Antes que pudesse evitar, as lembranças do beijo vieram à sua mente. Bastava fechar os olhos para sentir novamente o sabor dos lábios de Regina e a forma como seus corpos se encaixavam perfeitamente. Céus! Só podia estar louca. Constatou, balançando a cabeça de leve. Voltou a se deitar no travesseiro, tentando não pensar no quanto gostaria de acordar a prefeita com mais beijos iguais ao da noite anterior.

–-A mamãe palece mesmo uma rainha, ne?

Emma riu ao se virar para a menina.

– Quem? Eu? obrigada. - brincou, sabendo a quem ela se referia. Els deu uma risadinha e revirou os olhos. Uma versão miniatura de Regina. Emma sorriu, achando graça daquilo.

– A mamãe Gi. Você acha ela linda, mamãe Em?

Emma passou as mãos no cabelo dela e assentiu antes de olhar para Regina que ainda dormia. Ela era mesmo linda. Linda, engraçada, inteligente, sedutora... A loira suspirou ao se dar conta de que poderia ficar o dia todo pensando nas qualidades da morena.

– Merda. - A loira torceu os lábios. - To ferrada.


Elsa riu do palavreado de Emma, mesmo sem entender ao que ela se referia. A xerife riu junto, mas fez uma nota mental para depois explicar a Elsa que não devia repetir aquelas coisas. As duas pararam de rir ao ver Regina se espreguiçando.

– Bom dia. - A morena murmurou, abrindo os olhos devagar. Elsa rolou na cama e se jogou em cima dela que riu.

Na tentativa de se livrar do peso de Elsa, Regina fez cócegas na menina que gargalhava. Emma se ajeitou na cama e ficou quieta enquanto observava as duas brincando. O som da risada de Regina preenchia não só o quarto, mas também o coração de Emma, de uma forma que a loira não saberia explicar. Aliás, foi naquele momento em que percebeu que não precisava de explicação. E foi assim que aos poucos seus medos foram desaparecendo, sendo substituídos pela necessidade de ouvir a risada de Regina e de ter mais momentos como aquele.


– A mamãe Em falou q você é linda. - Elsa disse de repente, arrancando Emma de seus devaneios. A loira arregalou os olhos ao encarar Regina.


– Ela falou isso? - questionou, arqueando uma sobrancelha ao sorrir de forma provocante para a xerife. O coração de Emma acelerou.


– Não. Elsa falou isso. - argumentou, mais nervosa do que gostaria. Estudou Regina por um momento e a viu revirar os olhos. Deixar a história rolar, repetiu para si mesma. Ela podia fazer aquilo. Podia deixar Regina saber que ela achava linda. Não era uma declaração de amor, nem nada do tipo. Deu de ombros antes de sorrir sem jeito e completar:


– Eu só concordei com ela.


Emma esperou algum comentário sarcástico, mas Regina apenas sorriu de novo, um sorriso sincero e entregue.
A xerife sorriu de volta enquanto fazia uma correção mentalmente: Não estava apenas ferrada. Estava muito ferrada.

A loira sacudiu a cabeça, tentando não pensar naquilo e se virou para Regina.

– Henry ainda não acordou. Se deixar esse garoto dorme até a hora do almoço. E meus pais vão ficar nos esperando. - comentou casualmente.


Regina revirou os olhos.

– Você faz isso de propósito, tenho certeza. - murmurou, se levantando da cama. - Me lembrar que tenho que almoçar com eles. Fez isso para estragar o momento.


Emma franziu a testa e deu um sorriso contido.

– Momento? - arqueou uma sobrancelha, achando engraçada expressão da prefeita ao ver que tinha falado mais do que gostaria.


Regina pareceu desconcertada por um instante, mas logo se recompôs.

– Sim, Emma. O momento em que eu iria te lembrar que seu quarto não é aqui. Por favor, pare de rolar na minha cama, sim? Aqui não é hotel.

Emma riu do esforço que a morena pareceu fazer para se manter séria. A loira se colocou de pé e ajudou Elsa a descer da cama.

– Sim, senhora prefeita. - A xerife debochou. A rainha riu, lembrando de quando Emma a chamava assim. - Vamos acordar o Henry pra não perder a hora do almoço.

Regina assentiu e deu um beijo em Elsa a antes de a menina sair de mãos dadas com Emma.
A morena começou a arrumar a cama e sem perceber, sorriu ao olhar para o lado em que Emma dormira. Quando se deu conta, riu de seu próprio comportamento.
– Deve ser uma maldição. Logo uma Charming... - murmurou em voz baixa, voltando à arrumação. Ainda tinha que se vestir e ajudar Emma com as crianças para saírem. Aquele seria um longo dia.

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Snow e Charming já haviam feito seus pedidos à Ruby. Não se preocuparam em esperar por Emma e Regina, pois, segundo David, elas não iriam aparecer.

– Só estou dizendo que não sabemos o que aconteceu. Elas podem ter feito as pazes. - Snow argumentou pela milésima vez, sem perder as esperanças. Ela balançava o carrinho de Neal enquanto falava. David sacudiu a cabeça.

– Você viu a cara da Regina quando saiu ontem? Ela deve ter matado nossa filha. E se isso aconteceu, a culpa é sua. - acusou, ignorando a expressão ofendida da esposa. A morena então revirou os olhos. Ia abrir a boca para rebater aquele comentário ridículo, quando o barulho da porta abrindo chamou sua atenção.

Banca di neve! - Elsa exclamou ao entrar na lanchonete e correr em direção à Mary Margaret. A morena a pegou no colo e a abraçou rindo.

– Quero saber que magia você usou para enfeitiçar minha filha, Snow. Ou quanto está pagando à ela. - Regina implicou, se juntando à eles na mesa. Mary apenas riu e deu um beijo na bochecha de Elsa que agora estava sentada em seu colo.

– É o amor, Regina. - a professora respondeu, ao que Regina revirou os olhos.

– Me poupe. - murmurou, mas logo depois sorriu. Implicar com a enteada era uma necessidade. Mesmo quando estavam em paz.

– E Emma? - David perguntou ao notar que apenas Regina e Elsa haviam entrado na lanchonete.

– Está vindo. Henry quis parar na casa de uma amiga e ela esperou. - Ela franziu a testa ao ver a desconfiança estampada no rosto do príncipe. - Não joguei sua filha por um portal, se é o que quer saber.

– Ele não acha isso. - Snow garantiu, trocando um olhar zangado com o marido. Os dois haviam combinado de não falar nada que pudesse piorar a briga de Emma e Regina. Agiriam e falariam com cuidado.

A porta da lanchonete abriu novamente e Regina agradeceu mentalmente ao ver que eram Emma e Henry.

– Eu disse que ela estava bem. - a prefeita disse para David, um sorriso debochado estampando seus lábios.

– Oi, família. - Emma cumprimentou, se sentando. Alheia à tensão entre seu pai e Regina, ela deu um beijo no irmão que dormia no carrinho antes de virar-se para sua mãe. - Já comeram?

Snow negou com cabeça antes de falar.

– Só pedimos. - ela hesitou, um pouco nervosa, mas acrescentou: - Estava preocupada com vocês. Está tudo bem?

Emma e Regina trocaram um olhar cúmplice e, ainda em silêncio, voltaram a olhar Snow. O gesto não passou despercebido pela professora. Emma foi quem respondeu.

– Está. Estamos bem. - disse calmamente antes de se levantar e ir até o balcão. Regina tentou ignorar o fato de estar claramente sendo estudada por Snow. Discrição não era o forte de sua ex-rival, pensou um pouco incomoda.

– Está tão quieta, Regina. Tem certeza que está bem?

Regina suspirou. Mary era a pessoa mais irritante que ela conhecia.

– Acho que errei de lugar. Quando que o consultório do Grilo passou a servir comida? - Regina debochou, olhando ao redor. Então voltou a encarar a ex enteada e afirmou: - Estou bem, querida. Dispenso seu discurso.

Snow deu de ombros. Sabia muito bem quando adiantava ou não insistir em algo com Regina. E naquele momento não adiantaria. Voltou sua atenção à Elsa que ainda estava em seu colo, até que ouviu Emma se aproximando com Ruby, que já trazia os pedidos.

– Nossa, que rápido. - Henry comentou, vendo Ruby colocar um prato à sua frente. Emma sorriu orgulhosa.

– Vantagens de ser xerife. Ou salvadora, sei lá. - disse dando de ombros e se sentando ao lado de Regina. A prefeita esboçou um sorriso.

– Certo. Será que a super xerife poderia pegar uma cadeira para Elsa? - pediu num tom brincalhão, ao que Emma prontamente assentiu. A loira ameaçou se levantar, mas sentiu uma mão em seu braço.

– Não se preocupe, Ems. Pode deixar que eu pego. - Ruby disse com um sorriso simpático. Simpático demais, na opinião de Regina. Ems? A morena apertou os lábios e não se conteve ao olhar para Emma. - Ems?

A xerife reprimiu uma risada. Senão estivesse em público ela diria à Regina como era engraçado vê-la com ciúmes. A resposta poderia ser uma bola de fogo, mas Reina também poderia calar sua boca com um beijo. Ela preferia o beijo. Emma sorriu com o pensamento, fazendo Regina franzir a testa sem entender.

– É só um apelido. - a xerife disse, dando de ombros. Disfarçadamente, deslizou sua mão debaixo da mesa até encontrar a de Regina. A prefeita olhou para ela sem entender. Onde estava todo aquele medo que fez com a que loira saísse correndo de seu quarto? A prefeita viu Emma sorrir e sentiu que ela entrelaçou os dedos nos seus. Não pode deixar de sorrir de volta. Emma apertou de leve a mão dela, e a morena sentiu seu coração disparar de uma forma no mínimo patética. Emma fazia ela se sentir uma adolescente. E por mais que isso fosse um pouco estranho, era uma sensação maravilhosa, constatou, esboçando um sorriso.

Regina de repente se deu conta do que estavam fazendo e disfarçou ao olhar para Henry.

– Querido, não precisa comer tão depressa, sim? - repreendeu, porém seu tom era gentil. Ruby chegou com a cadeira e Emma soltou a mão de Regina para pegar Elsa do colo de Snow.

– Vocês vão ao parque hoje? - Snow perguntou, começando a comer. Emma murmurou um 'obrigada' para Ruby antes de se virar para a mãe.

– Vamos. - olhou para Regina. - Não vamos?

A morena assentiu, tomando um gole de suco. Notou que Snow parecia inquieta ao trocar olhares com Henry, mas não disse nada.

– Eu estava pensando. Talvez Henry pudesse passar a tarde lá em casa. Preciso da ajuda dele em um projeto.

– Que projeto? - Regina arqueou uma sobrancelha, desconfiada. Henry se adiantou em responder.

– Da escola, mãe. Eu posso ir? - ele alternou o olhar entre suas duas mães de forma ansiosa. Emma deu de ombros, deixando que Regina decidisse.

– Está bem. - a morena disse, por fim. - Com uma condição, Henry Swan-Mills.

Henry esperou, apreensivo. Embora adorasse ouvir seu novo sobrenome, não gostava quando a mãe falava de forma autoritária.

– Não chegue em casa com nada daquele desenho ridículo da Disney. Já não basta o que sua avó fez com sua irmã. - ordenou. Seu tom sério contrastou com a risada de todos na mesa.

– Pode deixar, mãe. Nada de Branca de Neve em casa. - prometeu, levantando a mão direita como num tribunal. Regina apenas assentiu, orgulhosa de seu filho e então todos voltaram a comer.

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– Nós não temos nenhum projeto da escola, certo? - Henry disse desconfiado, se sentando no sofá da avó. Ela assentiu sorrindo.

Mary olhou para trás e ao ver que David ainda não havia os alcançado, encostou a porta.

– Acho que já sabe do que se trata, não é? - Henry negou com a cabeça e ela sorriu, se aproximando dele. - Precisamos conversar sobre sua mãe.

Henry franziu a testa e Mary baixou a voz até quase um sussurro, como uma espiã de filme de ação.

– Sobre suas duas mães, na verdade.

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– O que acha que Snow e Henry estão aprontando juntos? - Regina perguntou casualmente, olhando discretamente para Emma. As duas caminhavam lado a lado no parque e a xerife segurava uma das mãos de Elsa.

– Nossa, Regina! Relaxa um pouco. - a loira disse, sorrindo ao ver a prefeita a encarar confusa. -Porque você acha que eles estão aprontando?

– Jura mesmo que é tão inocente, Swan? - perguntou sem acreditar. Emma deu de ombros e a morena revirou os olhos. - Precisa trabalhar naquele seu super poder. - debochou.

– Não existe projeto algum. - Regina garantiu. - E ja faz um tempo que sua mãe não dá aulas.

Emma pareceu pensar um pouco e assentiu. Aquilo era mesmo muito estranho.

– Só espero que Henry não arranje encrencas. - A morena murmurou, fazendo a xerife parar de andar.

– Hey! Você está falando da minha mãe! - A loira reclamou, falsamente ofendida.

– Não, querida. - Regina disse, parando na frente dela. - Estou falando de Henry. É justamente nosso filho que me preocupa.

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– E então, o que quer falar sobre elas?


Mary sentou-se na cama, de frente para o garoto. Os dois estavam no quarto, enquanto David assistia TV no andar de baixo.

– Primeiro quero saber uma coisa de você, Henry. O que está achando dessa nova amizade entre suas mães? - Ela perguntou num tom doce. - Deve ser bem legal.

Henry assentiu, empolgado.

– É muito legal! - afirmou. - Sabe, eu sempre quis que elas se dessem bem, mas nunca achei que iria acontecer. E agora...

Ele parou, desviando o olhar para as mãos.

– E agora o que?

– Não sei. - Ele deu de ombros e voltou a olhá-la. - Elas estão amigas demais. Mas não é o tipo de amizade que você tem com a Ruby. É diferente.

Snow arqueou uma sobrancelha. Claro que era diferente. Até um menino de treze anos podia perceber.

– Isso é bom, não é? - Ela tentou, esboçando um sorriso. Henry assentiu.

– Pra mim, sim. Vó, posso te falar um coisa?

– Henry, querido, sabe que pode me dizer qualquer coisa. - incentivou, colocando a mão sobre o ombro dele. O garoto mordeu os lábios, um pouco receoso.

– Eu acho que minhas mães se gostam. Tipo, de verdade.

Snow não respondeu e o silêncio fez o pânico crescer dentro de Henry. Será que ele havia falado demais? Será que Snow era contra aquilo? Será que ele havia acabado de estragar qualquer possibilidade de suas mães se acertarem?

– Posso te falar uma coisa, Henry? - Snow perguntou, tirando o menino dos seus pensamentos. - Eu concordo com você.

Henry arregalou os olhos, completamente surpreso.

– Sério?

– Super sério. - Mary assentiu. - Acho que Emma e Regina se gostam. - Ela viu Henry dar um sorriso empolgado e sorriu também ao acrescentar:

– E acho que elas precisam de ajuda para perceber isso.

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– Não acho que estejam planejando algo ruim. - Emma disse enquanto lutava contra o vento para estender a toalha de Regina na grama. Ela esperou uma resposta mas deu de ombros ao ver que morena brincava com Elsa.

– Além disso, temos outras preocupações no momento. - acrescentou. Regina franziu a testa ao se virar para ela.

– Temos? - a prefeita fez um movimento com as mãos e a toalha foi estendida.

– Obrigada. - A loira se levantou e foi até Regina. Baixou a voz ao se aproximar dela. - Minha preocupação é esse parque cheio. Se ele estivesse vazio, eu te beijaria.

– Senhorita Swan! - Regina colocou a mão na cintura, mais surpresa do que ofendida. - Estou começando a me preocupar também. Mas com sua sanidade mental. - implicou. Emma riu.

– Você me disse para deixar as coisas acontecerem. - deu de ombros. - Não disse?

– Sim, eu disse. - sua voz vacilou um pouco, então ela cruzou os braços, tentando continuar aquele jogo. - Mas o que te faz pensar que eu gostaria de ser beijada por você, Emma Swan?

Emma deu um sorriso presunçoso enquanto avançava alguns passos na direção da morena.

– Já te falei, Regina. Meu super poder sempre funciona com você. Não adiantaria você falar que não quer. - Regina arqueou uma sobrancelha mas não pode deixar de rir.

– Se o parque estivesse vazio, hã? - Emma assentiu. Regina agitou as mãos e todos paralisaram, como estátuas. Emma arregalou os olhos.

– Como diabos você faz isso? El-Eles estão congelados?! - exclamou. Regina revirou os olhos.

– Você saberia, Swan. Se tivesse estudado e aproveitado as aulas que lhe dei, mas é claro que...

– Meu Deus, fica quieta. - Emma murmurou, antes de calar a boca de Regina com os próprios lábios.

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– Mas e se elas perceberem e se irritarem com a gente?

Snow riu da preocupação do neto.

– Emma é minha filha, eu lido com ela. E Regina... Bem, ela já passou da fase de querer me matar. - Ela fez uma pausa. - Eu acho.

Henry pensou por um momento, considerando as possibilidades de seus planos. Sorriu com os cenários em sua mente.

– Precisamos de um nome para nossa operação. - Snow esperou. O menino se colocou de pé, agitado. - Que tal: Operação Swan Queen?

Snow riu ao assentir. Sempre se impressionava com a imaginação de Henry. Ele tinha ótimas ideias.

– Perfeito! - exclamou. Se colocando de pé também. - E não se esqueça que precisamos daquele apoio extra para a operação.

Henry bateu continência, fazendo a avó rir.

– Sim, senhora. Vou falar com ela quando chegar em casa.

– Ótimo. - Ela passou o braço em volta dos ombros dele, o guiando até a porta do quarto. - Agora vamos. Vou fazer um bolo para nós .


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– Você não acha isso estranho? - Emma perguntou de repente, quebrando o silêncio agradável que se fazia entre ela e Regina. A morena desencostou a cabeça da árvore onde estava apoiada e baixou o olhar para a loira que estava deitada, usando suas pernas como travesseiro.

– O que exatamente eu deveria achar estranho?

– Nós duas... Assim... - disse gesticulando, apontando para elas. Regina pensou um pouco antes de responder.

– Não acho. Inesperado, talvez. Mas estranho, não. - confessou, dando um sorriso contido. Ela esperou um pouco antes de acrescentar: - Você acha?

Emma franziu a testa enquanto pensava, procurando as palavras certas.

– Um pouco. Mas é um tipo bom de estranho, sabe? - perguntou, torcendo para que Regina não entendesse errado. Para seu alívio a morena assentiu.

– "Um tipo bom de estranho." - repetiu, analisando a frase. - Você é tão articulada com as palavras, Swan. Não canso de me surpreender. - implicou, ao que Emma revirou os olhos. A loira então sentou, se colocando de frente para Regina.

– E você é insuportável. - rebateu, se inclinando para dar um selinho demorado nela. - Hã... Regina? - Emma afastou o rosto um pouco para falar. A prefeita esperou. - Você pretende descongelar essas pessoas, né?

Regina apertou os lábios, pensativa.

– Na verdade, não seria má ideia se... - ela riu ao ver Emma arregalar os olhos em espanto. - Claro que vou desfazer isso! Não que fossem fazer falta, mas enfim. - A xerife suspirou aliviada e depois revirou os olhos, embora sorrisse.

– E quanto à Elsa? - Regina perguntou em voz baixa, olhando para a menina que corria atrás de uma bola. Emma seguiu seu olhar e acenou para Elsa que retribuiu o gesto antes de voltar a brincar.

– Acho que não precisamos nos preocupar com ela. Quer dizer, ela não tem Facebook pra espalhar pra todo mundo. - brincou, fazendo Regina rir. Seus olhares então se cruzaram e Emma ficou séria ao falar. - Acho que seria legal deixar isso entre a gente por enquanto.

Regina assentiu e olhou rapidamente para Elsa antes de voltar a encarar Emma.

– Vamos deixar entre nós três, então. - concordou, secretamente feliz por Emma pensar em levar aquela relação adiante. Emma assentiu brevemente.

Elas continuaram em silêncio, os rostos muito próximos. Emma viu Regina umedecer os lábios ao fixar o olhar em sua boca e sorriu, já sentindo seu coração disparar pelo que viria em seguida. A morena passou uma das mãos nos cabelos da xerife, a puxando para um beijo sem cerimônias. As mãos da xerife repousaram na perna da prefeita de forma carinhosa, enquanto os braços de Regina estavam em volta do pescoço da loira. Foi só quando sentiram o ar faltar, que se separaram. Regina abriu os olhos e foi surpreendida por um estalinho de Emma, que sorriu. A morena sorriu de volta, completamente entregue e desarmada, de uma forma que só conseguia ser com Emma.

Regina olhou ao redor e riu ao ver que as pessoas ainda estavam paralisadas, completamente alheias a elas duas, era quase um mundo paralelo. A xerife franziu a testa sem entender do que a outra ria.

– Você estava preocupada com essas pessoas. - explicou, ao ver a confusão no olhar de Emma. - Se quiser que eu...

– Não! - Emma interrompeu, rápido demais. Ao perceber a urgência em sua voz, ela deu de ombros, tentando parecer indiferente. - Quer dizer, acho que eles não vão se importar em ficar assim mais um tempinho, não é?

Regina arqueou uma sobrancelha e riu.

– Pelo restante do dia, talvez? - sugeriu. Emma assentiu, entrelaçando suas mãos nas da prefeita.

– Não é como se fossem se importar muito, né? - brincou antes de puxar a morena para mais um beijo.

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– Mãe! - Henry gritou, entrando em casa. Escutou um barulho na cozinha e foi até o cômodo, onde Emma preparava um sanduíche. - Cheguei.

– Hey, garoto! - a loira cumprimentou alegre, ao que ele sorriu. - Porque demorou tanto? Sua mãe queria ir te buscar.

– Minha vó fez um bolo, depois fiquei jogando videogame com meu vô. Mas tô bem. - explicou, bebendo um pouco de água. - Cadê a Els?

– No quarto com Regina. - ela franziu a testa, estranhando o súbito interesse de Henry pela menina. - Uma tarde longe e te deu saudades da irmã?

– Talvez. - ele deu de ombros. - Vou subir, mãe. - disse, dando um beijo no rosto dela antes de sair, deixando a loira sem entender nada.

Henry entrou devagar no quarto de Regina. A morena dormia na cama enquanto Elsa brincava ao seu lado. Provavelmente cochilou, Henry pensou, com um sorriso. Foi até elas e pegou Elsa no colo. Com cuidado para não acordar a mãe, saiu com a menina em direção ao seu quarto.

– Videogame? - Elsa perguntou sorridente ao entrar no quarto do irmão. Henry deu uma risada.

– Nem pensar. Você sabe que não pode mexer nisso. - disse num tom divertido, e riu mais uma vez ao ver a menina fazer bico. Ele se sentou no chão para ficar da altura dela. - Elsa, preciso falar sério com você, está bem?

A menina assentiu, prestando atenção ao que ele dizia. Ele esperou um pouco, procurando as palavras para falar com ela.

– Eu sei que você é pequena e não sei se vai entender, mas preciso que você me ajude em uma coisa.

– Ajudo! - exclamou prontamente com um sorriso no rosto. Henry riu. Elsa era a criança mais fofa que ele conhecia.

– Você nem sabe o que é. - brincou. A menina esperou e ele começou a falar. - É sobre as mamães. Você vai me ajudar numa missão secreta que se chama Operação Swan Queen.


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Notas finais do capítulo

e então gostaram? eles nem fazem ideia que SQ já tá acontecendo. rs No que isso vai dar, hein?

não deixem de comentar. elogios, criticas e sugestões são muito bem vindos.

beijos e até o próximo