POV Bonnie

Não é possível! Não posso ter transado com Damon Salvatore! O ex da minha melhor amiga, o homem que transa com todas as garotas do colégio, o cara que eu odeio, isso não pode ter acontecido! Isso tem que ser um pesadelo, não pode ser real!

Fico sentada na cama, tentando me lembrar do que aconteceu ontem, parece que eu tive uma amnésia, porque não me lembro. Estou com uma forte dor de cabeça, então isso não ajuda muito. Fico parada, paralisada. E de repente as memórias voltam cada momento, cada beijo, cada toque, cada mordida, vem a minha mente. Preferia ter esquecido! Relembro-me que foi tão bom, tão gostoso, que eu repetiria. Tá eu não deveria falar isso, mas é a verdade.

Olho para o meu lado, e o observo, o cabelo preto todo bagunçado, o lençol cobrindo do quadril para baixo, seu braço atrás da cabeça e o outro em cima de seu maravilhoso abdome. Por que tem que ser tão irresistível? Se fosse um homem feio seria mais fácil.

Levanto-me da cama lentamente, pego o meu roupão e o visto, sigo até a porta.

–Vai aonde, docinho? – escuto sua voz.

Meu corpo congela. Sério que ele me chamou de docinho?! Será que está com problemas na cabeça, ou algo do tipo?

Viro-me para ele. O vejo ainda deitado, com a mão na cabeça, provavelmente ele deve estar com dor de cabeça, ele olha para mim, sua expressão muda de felicidade para surpreso.

–Bonnie Bennett?! – ele grita.

–Sim – digo emburrada, sento-me na cama.

–Mas o que? O que está fazendo aqui? Onde estou?

–No meu quarto – respondo.

Ele para e fica me encarando, como se estivesse tentando entender a situação.

–Então quer dizer que eu e você...

–Sim – respondo – não se lembra? Por que eu me lembro muito bem, e não gostaria de me lembrar.

Ele pensa um pouco, e faz uma cara de surpreso e olha para mim.

–Eu me lembro – diz, ele olha para chão e faz uma cara de como se estivesse se lembrando e abre um sorriso.

–Ei! Feche esse sorriso! Nada disso deveria ter acontecido! – grito. Ele se assusta e sai de seu “transe”, olha para mim.

–Desculpe, está certa – abre uma expressão de arrependimento – droga! – ele grita dando um soco no colchão.

–O que houve? – pergunto.

–Elena – ele balança a cabeça em negação – se ela souber disso, nunca vai querer voltar para mim!

–Ela nunca vai saber disso!

–Meu Deus, não quero nem ver a expressão dela quando souber, ela vai me odiar mais do que me odeia! – diz ignorando o que eu disse.

Coloco minha mão sobre a sua, ele olha para mim.

–Ela não vai saber! Nunca vai saber – digo.

Ele concorda com a cabeça.

–Agora vai, antes que fique tarde e alguém o veja saindo daqui.

Ele se levanta e coloca sua roupa. O acompanho até a porta.

–Isso só vai ficar entre nós – digo.

–Claro – diz ele. Ele sai.

Fecho a porta e me sento no chão.

Acho que essa foi a pior besteira que eu fiz na minha vida! E tudo isso foi culpa do Jeremy, ele só estraga a minha vida! Droga! Elena não pode saber de nada, ninguém vai saber!

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POV Elena

Acordo. Vejo que estou nos braços de Stefan, ele acariciando minha cabeça, dou um sorriso.

–Bom dia – diz ele.

–Bom dia – dou um selinho nele.

Ele entrelaça nossas mãos. Suspira.

–É tão bom acordar, e ter você ao meu lado – diz.

Acaricio seu rosto.

–Eu te amo – digo.

Ele sorri. Sobe em cima de mim e me beija. Acaricio seu cabelo, enquanto ele passa suas mãos em minhas coxas.

Dou um gemido.

–O que foi? – ele pergunta desgrudando dos meus lábios.

–Vou ter que ir embora – faço uma careta triste.

Ele faz um biquinho.

–Mas já?

–Meus pais devem estar loucos, não sabem onde estou, preciso ir para casa e enfrentar as feras.

–Então vamos aproveitar antes que você tenha que ir.

–Como?

–Um banho juntos? – ele faz uma cara maliciosa.

–Tenho um pressentimento que você vai aprontar – digo ironicamente.

–Eu? Nunca aprontaria nada! – diz sarcasticamente.

Dou uma risada.

Ele sorri e me beija. Prendo minhas pernas em seu quadril, ele se levanta e me leva até o banheiro.

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–Dessa vez sou eu que vai cozinhar – digo quando chegamos a cozinha depois do banho.

–Tem certeza?

–Sim, só me dizer onde estão as coisas.

–Tudo bem.

Depois de 30 minutos, eu preparo o nosso café da manhã. Coloco na mesa e sento-me ao seu lado.

Ele pega a xícara de café e dá um gole. Faz uma careta.

–Está horrível! – reclama ao mesmo tempo rindo.

–Nossa está tão ruim assim? – pego a xícara e dou um gole – meu Deus está muito ruim!

Ele ri.

–Talvez seus bacons se salvem – ele pega um bacon e morde, faz uma careta.

Dou gemido. Pego outro bacon e mordo.

–Isso está pior que o café! – reclamo.

Ele continua rindo, sem parar.

–Para de rir! – dou um soco em seu braço.

–Desculpe, é que eu não consigo conter a risada – diz tentando segurar a risada.

–Não é engraçado – faço biquinho.

Ele sorri e beija a minha testa.

–Vamos fazer assim, eu cozinho e você me ajuda tá?

–Tá – digo desanimada.

Ele me dá um beijo.

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POV Bonnie

–O que aconteceu de tão grave? Eu estava com o Klaus e você me fez vir até aqui! – diz Caroline reclamando entrando na minha casa – espero que seja algo muito importante, porque eu...

–Transei com o Damon – digo rapidamente para calar sua boca.

Ela paralisa. Fica me olhando, sem dizer nada.

–Por favor, diga algo!

–Bonnie você está louca?! – ela grita – só pode estar brincando...

–Não estou brincando, estou dizendo a verdade – digo seriamente e com uma cara de desespero.

–Tá, você fez a pior burrada da sua vida! Você transou com o ex da sua melhor amiga! – ela grita.

–Cala a boca! Fala mais baixo – reclamo.

–Tá desculpe – ela respira – é que eu estou em choque, sinceramente nunca pensei que faria isso.

–Não fiz de propósito, estava bêbada e carente, ele também então deu merda – digo arrependida.

–E o que ele disse hoje de manhã?

–Ficou preocupado com o que a Elena iria pensar dele.

–Meu Deus, quando a Elena souber...

–Não vai! Ela não vai saber de nada.

–Como não? Bonnie! Você transou com o ex dela, ela tem o direito de saber.

–Não tem! E você não vai contar a ela.

–Ah não, não me peça isso!

–Car, isso é uma coisa que vai destruir minha amizade com ela, a única coisa que eu quero é esquecer a noite de ontem.

Ela fecha os olhos e respira.

–Tá, eu prometo que não direi nada.

–Obrigada – digo aliviada, abraço-a – o que vou fazer agora?

–Não sei, com certeza ele vai acabar contando para alguém e isso vai se espalhar.

–Não – afasto-me dela – ele me prometeu.

–Bonn, transar com garotas é um troféu para ele, e ele conseguiu mais um, porque não contaria?

–Porque ele não quer que a Elena saiba, não quer que ela o odeie mais do que odeia.

–Sabe que se ela descobrir por qualquer um irá ficar muito magoada com você.

–Eu sei, mas mesmo se eu contar ela vai, nem pelo o fato dele ser o ex dela, pelo o fato de ela ainda gostar dele.

–E isso piora tudo!

–Exatamente.

–Algum dia ela vai ter que saber, você sabe disso né?

–Sim, eu sei, tenho medo desse dia chegar.

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POV Elena

Faz uma hora que cheguei em casa, encontrei minha mãe sozinha e preocupada, contei tudo a ela, contei meu sentimentos pelo o Stefan, e no final consegui convence-la de me deixar namorar com ele.

–Ligue para o Jeremy, ele está muito preocupado, queria deixar Nova York para vir atrás de você – diz minha mãe.

Pego meu celular e ligo para ele.

“Lena?”

“Oi Jer”

“Graças a Deus! Está tudo bem? Onde você está? Sabe que o pai e a mãe estão preocupados com você?”

“Estou bem, já estou em casa”.

Ele suspira de alivio.

“Onde você estava?”

“É uma longa história”.

“Então me conte”.

“Quando você vier de férias, eu te conto tudo, prometo”.

“Jeremy Gilbert, o senhor Mikael o espera” – escuto uma voz masculina na linha do telefone.

“Tenho que ir, depois nós conversamos, não faça mais isso, ok?”

Eu e Jeremy sempre tivemos uma relação ótima, sempre um cuidando do outro, dificilmente nós brigávamos, sempre fomos bem unidos.

“Ok, só pedir a mãe e ao pai pararem de ser tão chatos” – minha mãe me olha e faz uma careta.

Ele ri.

“Eu sei ás vezes eles passam dos limites, preciso desligar, eu te amo”.

“Também te amo”.

Sento-me ao lado da minha mãe e ficamos esperando o meu pai. Ele disse que já estava vindo.

A porta abre e o vejo entrando na sala desesperado. Levanto-me e ele me dá um abraço apertado e reconfortante de um pai preocupado.

–Onde você estava? Sabia que eu e sua mãe estávamos muito preocupados? Estávamos pensando o pior!

–Calma pai, estou bem.

–Pode me explicar, é bom ter uma boa explicação para fugir do castigo.

Sentamos no sofá e conto tudo a ele. Desde a parte que eu me apaixonei pelo o Stefan até onde eu estava noite passada. Deu muita vergonha compartilhar minha vida pessoal, principalmente envolvendo namoros, com o meu pai, mas tinha que ter feito isso, tive que tentar muda-lo de ideia sobre o meu namoro, como eu fiz com a minha mãe.

–E é isso, eu o amo e estou decidida que eu quero namorar com ele, sei que ele é o cara certo para mim.

Ele fica me olhando. Estudando-me. Como se estivesse se lembrando de algum acontecimento.

–Não, não vai namorar com ele e está decidido!

–Como é que é? Eu abro meu coração para você, digo todos os meus sentimentos e você se nega a me deixar viver feliz?!

–Elena, não sabe o que está falando, vai fazer uma besteira e não vou deixar!

–Eu sei muito bem do que eu estou falando, estou decidida.

–Não está.

–Você não sabe da minha vida, não sabe dos meus sentimentos! – grito.

–Elena – minha mãe segura minha mão – calma – ela tenta me reconfortar.

–Eu sei muito dos seus sentimentos, porque já passei por isso.

O encaro.

–O que?

–Já fui apaixonado por uma garota que não queria saber de mim, eu tinha uma melhor amiga que gostava de mim e sempre me ajudava, até que me apaixonei pela a minha amiga e começamos a namorar. Ai a garota por quem eu era apaixonado, ela se apaixonou por mim.

–E o que você fez? – pergunto.

–Uma idiotice! Namorei com as duas ao mesmo tempo, sem nenhuma das duas saberem da outra.

Fico assustada. Meu pai já namorou duas garotas de uma vez?! Por essa eu não esperava.

–Até que certo dia, uma delas descobriu e contou para a outra, as duas ficaram com raiva de mim e acabei sem nenhuma das duas e com o coração despedaçado. Entende por que não quero você com ele?

Fico em silencio, tentando acreditar em cada palavra que ele disse.

–Mas a sua história não tem nada a haver com a minha.

–Tem sim, a única coisa que muda é que os dois são irmãos e você já namorou com os dois.

–Mesmo assim não tem nada haver! Não sinto mais nada pelo o Damon.

Ele me encara.

–Sério mesmo que vai dizer isso? Elena, ninguém consegue esquecer o primeiro amor em menos de três meses, alguém que você foi tão apaixonado.

–Mas eu consegui.

–Está mentindo para si mesma.

–Não! Se eu digo que não sinto mais nada por ele, é porque eu não sinto!

–Aé? Então vai me dizer que não sente vontade de estar ao lado dele, de querer ouvir ele te dizer eu te amo, ou ao menos beijá-lo? Vai me dizer que quando está perto dele não sente nada? – ele fica me encarando.

Abaixo a cabeça, engulo seco. Lágrimas começam a escorrer pelo o meu rosto.

–Tá, eu ainda o amo! Era isso que queria ouvir? Eu amo os dois! – fecho os olhos – mesmo depois de todas as coisas ruins que ele fez – abro os olhos – eu ainda consigo amá-lo, só me lembro das coisas boas e as ruins eu apago! Não quero amá-lo, mas não adianta, não consigo! Queria muito poder beijá-lo, segurar em sua mão, ou apenas abraça-lo – coloco minha cabeça sobre a mão – minha vida é tão complicada! Não sei o que fazer – olho para ele esperando ele me dar uma saída.

–A única coisa a fazer é: escolher um dos dois.