Aline sai com pressa da casa deles, deixando eu sozinha com Sebastian. Desço os degraus restantes da escada e vou até Sebastian. Ele acaricia meus cabelos lisos e eu reviro o olhar, lembrando-me que não quero ficar com ninguém. Não quero me envolver, teria que repetir isso a mim mesma a cada vez que visse Sebastian.

– É muito longe a casa do Bob? – quebro o clima estranho que estava.

– Não é longe. – responde – É a ultima casa da rua.

Eu saio da casa, e procuro Aline na rua andando com pressa, vejo-a já uma distância andando com a mesma velocidade que saiu de casa.

– Não se preocupe com Aline, - diz lendo meus pensamentos – ela é assim com todo mundo, principalmente com pessoas mais baixas que ela.

– Por que isso? – pergunto

– Ela sempre quis ser mais baixa, de forma se ela usasse salto não ficasse mais alta que ninguém.

– Isso é ridículo. – digo

– Mas é mesmo, porém Aline é a Aline.

Andamos durante um longo tempo sem nos falar, eu podia sentir seu olha pesando em meu ombro, mas tento ignorar.

– Como é uma festa? É igual as dos filmes? – as palavras saltam de minha boca. Ele ri da minha pergunta, conforme eu já esperava.

– Sim, é igual, talvez até melhor. Se nos filmes que você viu as festas tem música, dança, pegação... – ele hesita um pouco olhando para mim maliciosamente – Se os filmes que você viu são assim, não muda muita coisa.

Enquanto andamos, vejo Aline longe, entrando numa casa que as luzes da casa estavam oscilando em diferentes cores, consigo ouvir a música alta já, isso me deixou um pouco enjoada, não sei se é de ansiosidade ou se é por que sinto que eu não deveria ir e que estou fazendo algo de errado.

Não demoramos a chegar até a casa iluminada. Ao chegarmos Sebastian abre a porta, achei que foi um pouco deseducado entrar na casa dos outros sem ao menos bater. Ele coloca sua mão em minha cintura para que eu entrasse, ao entrarmos, vejo varias pessoas, a maioria da escola, dançando e a musica estava tão alta que chegava machucar um pouco meus ouvidos.

– Por aqui. – Sebastian pega minha mão para me guiar pela multidão e não me perder. Vejo alguns casais, que talvez namorem ou simplesmente se beijando para curtir o momento em maior parte dos cantos. Isso me faz arregalar os olhos, mas sacudo a cabeça e tento me concentrar para não esbarrar nas pessoas com força e que não me perdesse de Sebastian, por mais que ele esteja com a mão dada a minha.

– Sebastian! Vi Aline antes, achei que você não vinha... – é Bob, ele hesita a me ver, ele esta vestindo o mesmo de Sebastian apenas com a camisa de cor diferente, acho que é um rosa claro, talvez seja branco e as luzes estejam me confundindo, ao lado de Bob está à morena-cor-de-rosa, usando um vestido justo como o meu na cor rosa purpurina. Bob se volta para Sebastian – Quem é ela?

– Clarissa Swan, ela...

– Vou na mesma turma que vocês. – sibilo para a morena-cor-de-rosa e para Bob. A morena levanta o olhar para mim e fica um pouco admirada.

– Os olhos dela são iguais aos seus – sussurra para Bob.

– Nunca te vi antes na sala Clarissa...

– Clary. – corrijo-o

– Clary. De qualquer forma, foi bom te conhecer. Aproveitem.

Sebastian me leva para um canto, me olhando um pouco curioso.

– Oque você esta achando?

– Diferente. – respondo. Ele olha para os lados e volta para mim de novo.

– Espera um minutinho aqui. Já volto.

Sebastian mergulha na multidão, tento ver aonde ele foi, mas acabo perdendo-o de vista. Fico sozinha, tento manter a calma, pois não há motivos para entrar em pânico. Encosto na parede para me ajudar a me acalmar.

Uma loura que esta dançando em cima da mesa chama minha atenção. Ela esta usando um vestido soltinho branco e tinha um copo na mão, vários rapazes tentavam olhar por baixo do vestido dela, e fazendo sinais para que ela girasse. Outro rapaz, com corte estilo moicano, sem camisa apenas com umas alças que prendiam a sua calça jeans, destacando seus músculos, sobe na mesa junto a ela. Começou a dançar atrás dela, encoxando-a, se ele estivesse mais próximo dela, daria para os dois tranzar ali mesmo. Quando o rapaz pôs a mão entre suas coxas, a loura girou e começa a dançar para cima dele, então o rapaz pega sua bunda, e ela sem hesitar beija-o.

Eu rio da cena que acabo de testemunhar, e percebo que tem outro garoto apoiado na parede de lado olhando para mim. Ele é careca, com olhos claros, parece que são brancos por causa da luz, ele esta sem camisa e com um paletó por cima e uma gravata bem solta e mal ajeitada.

– Você não parece esta se divertindo muito – sua voz é rouca, e se aproximou de mim, ele cheirava a grama molhada. O rapaz coloca suas pernas em torno do meu corpo e levanta meu rosto com o dedo – Você que ajuda?

Eu solto uma risada, ele me abraça e começa a beijar meu pescoço. Afasto-me, assustada, ele põe a mão em meu rosto para me acalmar e aproxima seu rosto do meu, consigo sentir sua respiração, não duvido que ele sinta a minha. O rapaz se inclina para me beijar.

– Tenho que ir. – digo no ultimo instante antes de ele me beijar. Afasto-me dele o mais depressa, e normal, que pude. Esbarro com Sebastian.

– Opa! Cuidado Clary. – diz Sebastian com dois copos na mão, ele estende um copo para mim, - Beba.

– As pessoas daqui são loucas. – reclamo.

– O que aconteceu? Viu alguém tirando as roupas? – pergunta-me naturalmente, como se isso também não fosse nada estranho.

– Não. – balanço a cabeça, confusa – Um cara acabou de tentar me beijar.

– E você o beijou? – o tom de sua voz estava tão descontraído, como se oque eu tivesse falando fosse historia de criança.

– Não. – falo um pouco mais alto. – Você ouviu direito o que eu disse? Bateu a cabeça ou...?

– Clary, - me interrompe pondo seu dedo na minha boca. – não tem nada de errado. É uma festa, lembre-se disso. Beba, vai se sentir melhor.

Pego o copo e tomo um gole. É algo com álcool, nunca gostei de bebidas assim, eu bebia álcool só em épocas comemorativas. Não sei afirmar que tipo de bebida é, mas não é nada que eu já tenha tomado. O liquido desse na minha garganta quente, fazendo-me fazer uma careta, Sebastian ri e se perde em pensamentos olhando outras pessoas dançando.

Ficamos ali por um longo tempo, bebendo e olhando ao nosso redor, nossos olhares se encontravam, mas eu desviava. Começa uma musica calma, Sebastian vira o resto que tinha no meu copo e segura a minha mão com um olhar ansioso.

– Quer dançar? – pergunta.

– Não sei dançar.

– Eu te ensino. – Viro o resto do liquido e aperto a mão dele. Sebastian pega em minha cintura. – Coloca suas mãos em torno do meu pescoço. – obedeço, sem falar nada, ele começar a dar umas sacudidas, e eu tento acompanha-lo – Clary... – disse numa voz de reprovação. – Deixe a musica te levar. Isso bem melhor.

Sem perceber, eu estava dançando, em plena sincronia com Sebastian. Eu olho para outros casais para tentar me espelhar neles, não éramos os únicos que dançávamos no mesmo lugar quase, muitas pessoas estão dançando assim. Olho para Sebastian e nossos olhos se encontraram, ele puxa-me para mais próximo de si, não fico assustada nem nada, não hesito nem tento me afastar. Ele inclina o seu rosto em direção ao meu.