Mandy Lancaster

— Você o quê? — Mandy gritou com os olhos arregalados, após terminar o beijo e raciocinar realmente as palavras que o ruivo haviam dito. Ela deu um passo para trás, encarando o ruivo a sua frente. Ele também tinha os olhos arregalados, talvez pensando no que havia dito naquele momento. Mandy fechou os olhos com força e voltou a encara-lo. — Você não podia ter dito isso agora! Não agora! Você estragou tudo! Luther, você realmente é um idiota!

Luther abriu a boca, provavelmente para falar algo, porém logo voltou a fecha-la rapidamente. Ela não queria que o seu ano novo começasse logo daquela forma, tão agitada e com tantas coisas para pensar. Ela escutou seu nome sendo chamado, Mandy sentiu seu queixo tremer de leve, denunciando que ela iria começar a chorar a qualquer momento, ela negou com a cabeça de leve e caminhou em direção as suas amigas que a chamavam erguendo suas taças.

Mandy deu uma última olhada para o ruivo, não queria que ele passasse o restante da festa sozinho, mas ele havia dito o que ela havia o pedido para não dizer agora e ela não tinha outra opção a não ser ficar com raiva dele. Porém, ao chegar em suas amigas Mandy sorriu e não era porque suas amigas também estavam sorrindo.

* * *

Naquela madrugada, após chegarem da festa, Mandy não falou nada com Luther, nem mesmo quando ele lhe ofereceu chocolate-quente. Ela saiu rapidamente do sofá e seguiu para o seu quarto e trancou-se no quarto rapidamente.

Ela estava deitada na cama, enrolada por baixo dos seus cobertores, passando a mão em sua barriga de dois meses. As palavras do ruivo ainda não saiam de sua mente, as simples três palavras que faziam qualquer mulher se derreter. Mandy apertou seu rosto contra o travesseiro, ela queria corresponder os sentimentos do ruivo, porém Phil continuava ali, como um fantasma idiota, sussurrando as baboseiras que sempre sussurrava, porém aparecia Luther e a trazia de volta a realidade que sempre sonhou. Casada e com filhos. Ela não podia negar que uma parte dela gostava do ruivo!

— Mandy? — a garota ergueu o rosto ao escutar a voz do ruivo do outro lado da porta. Ela olhou no relógio, já era quase cinco da manhã, logo seus pais estariam acordando. Ela caminhou em silêncio até a porta. — Eu sei que você pediu pra eu esperar, eu apenas não aguentei. Você tem que entender eu não aguentei, você é um tanto que irresistível! Preciso confessar isso.

Mandy sentiu o rosto esquentar.

— Diga que você tá atrás da porta, eu vou ficar menos ridículo assim. Além do mais seus pais estão acordando e vai ser meio esquisito.

Mandy riu baixo. Ela abriu a porta, Luther estava lá com uma camisa folgada de manga longa e calça de moletom, o rosto corado de frio e os cabelos vermelhos bagunçados.

— Eu sou irresistível? — ela zombou.

— Ah, cala a boca!

Ela riu e o deixou entrar em seu quarto.

Mandy deitou-se primeiro e sentiu Luther entrando para debaixo das cobertas. Ele deitou próximo a Mandy, entrelaçando suas pernas ao da garota. Ela sentiu novamente seu rosto esquentar e chegou mais próximo dele.

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Clara Oswald

Clara acordou no dia primeiro com a cabeça doendo um pouco, a festa de ano novo havia acabado próximo das três da manhã. Depois disso John havia a puxado para uns dos quarto da casa do Sr. Stoll que já estava alugado e haviam aproveitado o restante da noite.

Clara retirou o cobertor de cima do seu rosto e encarou o quarto. Os moveis feitos de madeira eram em um estilo antigo, havia uma banheiro próximo a cama principal e um sofá próximo a uma tevê. Era um local perfeito para se passar as festas de ano novo. Clara sentou-se, não viu John ao seu lado e nem escutou o som do chuveiro ligado. A morena se espreguiçou e saiu da cama, sentindo o aquecedor fazer seu maravilhoso trabalho.

Após um banho relaxante Clara vestiu uma roupa leve, John havia jogado qualquer tipo de roupa em uma mochila e jogado dentro da mala para Clara não ver, isso resultou em roupas amassadas. Clara arrumou o cabelo, pegou sua gargantilha e desceu. Não encontrou John próximo ao lago, resolveu ir tomar café da manhã.

Clara sentou nos enormes bancos que tinha próximo ao balcão e pediu um café com creme, viu um homem sentando ao seu lado e a olhando por um longo tempo. Enquanto olhava pelo canto do olho Clara conseguiu ver que ele tinha olhos azuis, cabelos claros e a pele também clara. Ela desviou o olhar rapidamente, se sentindo incomodada por ele também estar a observando tanto. Procurou mais algumas vezes por John e girou o anel em seu dedo, encarando as pequenas safiras e os diamantes que brilhavam graças a pouca luz do sol que entrava através de uma janela.

— Bonito anel — o homem ao seu lado falou. Por reflexo Clara abaixou rapidamente a mão, encarando o homem com um sorriso automático no rosto. O homem sorriu com o canto da boca, fazendo pequenas rugas surgirem em seu olho. — Sou James!

— Clara — a morena respondeu ainda desconfiada.

— Feliz ano novo! — James disse sorrindo.

— Ah, feliz ano novo! — Clara respondeu esquecendo de ficar alerta e sorriu.

— Sozinha no ano novo? Isso não é certo para uma garota tão bonita! — James disse tomando um gole do seu café. Clara sentiu o rosto esquentar e voltou sua atenção para o seu próprio café ainda intocado.

— Ah, é, ela não tá sozinha! — Clara ergueu o rosto rapidamente, lá estava John usando jeans e uma grossa camisa de frio parado ao seu lado completamente irritado. Clara olhou para James e viu o homem encarando John em completa surpresa. Voltou sua atenção para John e viu que ele a encarava nem um pouco satisfeito com essa nova amizade que ela havia feito. — Com licença!

John puxou Clara do balcão, impedindo a garota de pegar o seu café. James encarou ela dando de ombros e rindo. Clara riu um pouquinho antes do aperto de John ficar um pouco mais forte em seu pulso, seu corpo entrou em estado de alerta, já pensando nas piores coisas que um pouco de ciúmes poderia fazer.

— Quem era aquele? — John perguntou ainda a puxando para fora da casa.

— Acabei de conhecer — Clara respondeu apressando os passos.

— Ok, chega. Vamos voltar pra Los Angeles.

Clara parou, puxando o braço com força e permitiu um sorriso surgir em seus lábios. John a olhou um pouco confuso. Ele chegou mais perto da garota e ela riu.

— Você está com ciúmes? — Clara perguntou, sabia que ele estava, mas esperava uma atitude mais dramática do que aquela que ele propôs. John se mexeu desconfortavelmente perto dela e encarou James que ainda olhava para eles.

— Ele é bonitinho — John disse, isso fez Clara gargalhar.

— Seu bobo!

Ela entrelaçou sua mão a de John e os dois subiram as escadas em direção ao quarto. John jogou-se na cama, puxando Clara com ele. Eles ficaram deitados aproveitando a companhia um do outro.

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Luther Baker

Luther acordou completamente descanso naquele primeiro dia de 2015, mexeu-se um pouco na cama e parou ao ver Mandy dormindo ao seu lado, a boca entreaberta e com a expressão calma e completamente relaxada. Seria uma pena acorda-la naquele momento!

O ruivo passou mais algum tempo admirando a noiva, um toque de celular começou baixinho, Luther pôs a mão debaixo do travesseiro da noiva e saiu da cama atendendo o celular.

— “Feliz ano novo!” — Clara gritou do outro lado da linha, isso fez Luther soltar um palavrão irritado. — “Luther? Por favor, não me diga que estava procriando novamente!”

— Tecnicamente Stra. Oswald ela não pode ficar grávida já que ela já estar grávida! Isso seria realmente impossível.

— “Tudo bem professor Baker” — John disse.

Algumas palavrinhas com o melhor amigo e Mandy apareceu ao seu lado, tomando-lhe o celular e mandando John calar a boca algumas vezes. Luther voltou para o seu quarto, deitando-se por debaixo da coberta. Por vezes viu Mandy o olhar e roendo uma das unhas cochichava algo para a melhor amiga do outro lado da linha.

Luther queria tanto que Mandy correspondesse ao que ele sentia. O quão maravilhoso seria se o bebê, o filho deles, crescesse em um lar onde os pais se amassem, onde o casamento foi por amor e não por obrigação? Aquele era o século XXI, não havia mais histórias de casamento dessas formas.

Aquela era a sua promessa de ano novo, fazer Mandy se apaixonar por ele, custasse o que fosse!