Luther Baker

Luther encarou o teto e concluiu que o pós-sexo não era para ele, nunca havia sido. Mandy estava deitada ao lado dele, grudada a ele como nunca havia estado antes. Seus cachos castanhos jogados pela cama e ela também encarava o teto.

“O sexo é para qualquer um, o pós-sexo é para os apaixonados”. Luther sempre havia sido experiente com essa frase, nunca havia dormido na casa de alguma namorada ou alguém que ele havia conhecido em uma festa. Aquela citação fazia parte de sua vida!

— O que vai fazer em relação aos traficantes? — Mandy perguntou sem o olhar.

— Eu não sei. — ele respondeu.

Mandy se mexeu. Talvez ela também não estivesse confortável no clima pós-sexo em que eles estavam, provavelmente também era estranho para ela. O obvio era ela querer conversar, falar sobre seus sentimentos... mas que sentimentos? Eles não tinham. Talvez Clara e John fizessem aquilo, ficassem abraçados e conversassem sobre um futuro distante, conversasse sobre ter filhos e fazer viagens em família para a Disney.

— Eu vou para o médico daqui a duas semanas!

BUM! Esse era pós-sexo deles começando!

— Quer que eu vá com você?

Luther escutou a noiva rindo.

— Seria legal!

E ele havia chegado ao fim!

Mandy se levantou e andou até o banheiro. Luther passou algum tempo encarando o teto e chegou à conclusão que deveria sair dali. O ruivo vestiu suas roupas e saiu do quarto, a porta do quarto de John estava fechada então ele passou direto. No caminho ele encontrou o cachorro que havia dado de presente a Mandy dormindo com as patas para cima em cima do sofá.

Na cozinha estava Eric tomando café e lendo um jornal. Ele tinha olheiras em volta dos olhos verdes, John também estava sentado perto do ruivo mais novo tomando café. O cabelo do moreno parecia que havia entrado em uma briga interna, Luther se pegou imaginando o que ele e Clara estavam fazendo naquela manhã trancados no quarto. O ruivo mais velho preferiu não imaginar esse tipo de coisa.

— Se lembram de quando a gente morava naquele apartamento em Nova York? — Eric disse rindo. Aquela sem dúvida havia sido a melhor época de toda a sua vida.

— Eu lembro — John disse rindo e cuspindo café. — E quando o Luther trazia garotas?

— Passávamos a noite arrumando o apartamento — Eric disse ainda rindo.

Clara entrou na cozinha, Luther notou que ela estava visivelmente estranhando aquela cena. Luther tentou lembrar-se da última vez em que eles três pararam e ficaram se lembrando de como era a vida deles antes de tudo aquilo acontecer. Antes de Eric entrar para a faculdade de direito, antes de si próprio se formar em administração e antes de John se tornar mundialmente famoso. Aquelas cenas de três garotos sentados no sofá comendo comida de três dias e gelada por que o micro-ondas estava quebrado pareciam ter acontecido a milhares de anos atrás.

— Quem se lembra da Amy? — Eric perguntou piscando para Luther.

Clara sentou ao lado de John e pegou um pedaço do bolo que ele comia. Clara pôs uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e prestou mais um pouco de atenção na conversa.

— Quem era Amy? — ela perguntou.

Luther riu ao ver o rosto de John ficar vermelho.

— Amy foi uma namorada do John na época em que a gente morava em Nova York — Eric disse. — Eles iam casar, mas então o John chegou ao apartamento dela para fazer uma surpresa e — Eric começou a ri mais ainda.

— Viu ela com outra mulher? — Clara chutou segurando-se para não ri.

— Com duas — Eric explodiu em gargalhadas tão altas que Luther achava que o vizinho conseguia escutar.

— Como eu ia saber que ela era lésbica? — John tentou argumentar.

— Na verdade ela era bissexual, existe uma diferença — Luther disse rindo.

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Clara Oswald

Depois de um café da manhã cheio de histórias antigas sobre como Luther e John quando ficaram bêbados pela primeira vez dançaram de cueca na sala de jantar dos pais de Eric todos seguiram a para a sala.

Após John descer já tomado banho e com os cabelos arrumados foi a vez de Clara subir e tomar banho, ela trocou de roupa e encarou o próprio reflexo no espelho. Clara parecia estar nervosa com alguma coisa. Ela se sentou na cama e peguei o celular, respirou fundo e pesquisou com os dedos tremendo.

Existiam milhares de coisas no mundo pela qual ela poderia ficar preocupada ao ponto de sentir minha garganta apertando. Sua mãe estava doente, o seu pai não havia deixado dinheiro suficiente após sua morte. Sua avó era uma mulher doente e perto de morrer e Clara não poderia ajudar nenhum deles com nada. Mas ao contrario disso ela estava preocupada com uma foto sua e de John postada no twitter para toda a população mundial ver.

Ao entrar em seu twitter, um novinho em folha graças a Mandy, a morena notou que havia ganhado alguns milhares de seguidores novos. Clara xingou em um sussurro aquilo, foi rapidamente ao twitter do namorado. Lá estava a foto de John fazendo careta e ela sorrindo como uma idiota.

Clara ao descer encontrou John mudando os canais rapidamente em pé sobre o sofá e segurando o ruivo mais velho o mais longe de si. Eric comia pipoca tranquilamente enquanto uma garotinha alisava os pelos de Loki, o mais novo integrante da família, o cachorro.

Mandy apareceu da cozinha carregando uma xícara enorme e alguns pedaços de bolo sobre um prato. Ela já havia vestido outra roupa e sorria lançando olhares divertidos para Luther. O que havia acontecido entre eles dois?

A campainha tocou e Clara se dirigiu até a porta. O carteiro entregou vários papeis a morena e ela olhou todos, a maioria era cartas de fãs, o homem também deixou algumas caixas ao lado da porta. Clara estava quase fechando a porta quando viu um carro vermelho se aproximando, o carro chegou rapidamente a entrada e Carmem desceu.

Clara arregalou de leve os olhos lembrando-se da primeira vez que viu a amiga de John. Outra mulher saiu do carro.

— Clara? — Carmem correu e abraçou a garota. Clara temeu receber outro beijo e respirou aliviada quando Carmem entrou na casa. A mulher que vinha com Carmem sorriu e entrou.

Clara fechou a porta e viu que John havia jogado Carmem sobre o sofá e eles dois se batiam como crianças, Clara arqueou a sobrancelha enquanto John ria. O moreno pareceu notar a presença da namorada e se recompôs.

Carmem e a outra mulher sentaram-se no sofá ao lado de John. Clara observou as roupas de Carmem tentando procurar nela algum sinal que a mulher era lésbica. Ela não encontrou nenhum.

— Qual a honra de sua visita? — Luther perguntou. Ele estava brincando com um dos cachos da Mandy? Clara lançou um olhar para John e ele retribuiu o mesmo olhar de confusão.

— Convite de casamento! — Carmem disse sorridente. Naquele dia ela tinha os cabelos loiros quase brancos e verdes nas pontas. — Conheçam a Ella.

Clara observou a outra mulher e seus traços visivelmente brasileiros. Também procurou em suas roupas algum sinal que a bela mulher fosse lésbica e não encontrou nenhum, Clara não gostava de dizer mais não era muito a favor de gays.

* * *

A noite rapidamente se aproximou. Luther e Mandy ficaram de aprontar o jantar e Clara subiu e trancou-se dentro de seu quarto. Após algum tempo ela escutou batidas na porta, enxugou rapidamente uma lágrima que havia caído e abriu a porta. Ela acabou encontrando quem menos queria ver naquele instante em especial.

— Algum problema? — John perguntou. Clara sorriu tentando esconder sua tristeza, tentando fazer o sorriso do namorado voltar ao lugar em que estava ao abri a porta. — Eu ia te chamar para jantar fora... mas é melhor não. Acertei?

— Não. Eu vou! — o sorriso do moreno voltou e Clara sorriu.

— Roupa formal, por favor — John gritou enquanto corria em direção a escada.

Clara sorriu e entrou novamente no quarto. Enquanto a água quente descia por seus ombros e a fazia relaxar ela tentava esquecer e jogar pelo ralo todos os comentários ofensivos que aquelas garotas haviam colocados em sua foto com John. Qual era o problema delas? Clara estava apenas tentando ser feliz... de uma forma bastante complicada.

Após um longo tempo Clara terminou seu banho e entrou no closet do quarto. Clara se perguntava se existia alguma roupa forma em seu guarda-roupa naquele momento. Longos minutos se passaram até que ela escolheu uma roupa que achou adequada para a situação. Pegou o celular e desceu as escadas, John a esperava usando uma roupa que era basicamente as mesmas roupas de antes porém arrumada.

— Quando eu penso que você não consegue ficar mais bonita — John comentou sorrindo como um bobo.