It's you! escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo eu quero agradecer a Lysabacko, quando eu exclui a outra ela veio perguntar porque eu exclui, foi isso que me deu força pra escreve-la novamente. Obrigada, sério mesmo!
Espero que estejam gostando. Boa leitura :3



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John Smith

Depois da longa conversa com a sua mãe, ficou decidido que John voltaria para a sua cidade natal juntamente com o padrasto e sua mãe. Seu dinheiro, seus carros, celular, toda a sua vida ficaria nos Estados Unidos. John iria simplesmente sumi do mundo por alguns meses.

Dentro do carro, seu padrasto tagarelava algo sobre a cidade. John simplesmente detestava aquela cidade, era frio demais, chovia todo tempo, ele não tinha amigos lá. Iria ficar totalmente excluído, fazia anos que John não colocava os pés naquela cidade.

Sua irmã, Lucy, o olhava com um ar reprovador. Lucy era três anos mais velha que John, tinha cabelos castanhos e olhos castanhos, assim como o pai de ambos. Ela era alta, tinha a pele morena e um sorriso encantador. Mas ela era incrivelmente chata, tratava John como uma criança e sempre o olhava do mesmo jeito. O reprovava em tudo que fazia.

Ele encarou a irmã de volta, ela desviou o olhar e John deu um pequeno sorriso. Aquela viagem estava durando mais do que ele desejava. Ele se movimentou dentro do carro, não conseguia achar uma posição agradável. E então finalmente ele viu a entrada da cidade.

Não era uma entrada gloriosa, mas era bonita do seu jeito. Tinha várias arvores, uma grama incrivelmente verde e um arco com o nome da cidade. A casa da família Smith era como a de qualquer outra casa. Grande, com uma cerca viva, um jardim com várias flores diferentes. Não demorou muito para o padrasto parar em frente a casa, eles desceram e John tratou logo de entrar na casa.

John se jogou no sofá, colocando os pés sobre a mesinha de centro. Seu padrasto entrou com as suas malas. Uma mulher de cabelos brancos apareceu, carregando nos braços um garotinho de cabelos loiros e olhos verdes folha, assim como os da mãe. Peter o pegou e o garotinho sorriu.

— Quem é ele? — John sussurrou a pergunta para a irmã.

Lucy ergueu os olhos castanhos em direção ao irmão e deu um sorriso brincalhão.

— Esse, Sr. Smith! — Lucy disse pegando o garoto loiro. — É o nosso irmão, Arthur Smith.

— Irmão?

Todos olharam para John.

— Você nunca se interessou em saber, por isso nunca me interessei em avisar! — Cassandra respondeu.

John fitou o irmão caçula. Ele era a cara do Peter, devia ter os seus cinco anos, os cabelos eram loiros e batiam no ombro. Ele tinha os lábios vermelhos e parecia está sempre sorrindo. John ficou incomodado com aquilo, não que ele tivesse ciúmes da mãe por ter tido um filho com outro homem, mas isso significava que a atenção da mãe não seria exclusivamente sua, não mais.

John ficou de pé, visivelmente furioso. Ele pegou as malas e subiu as escadas, pisando fundo em cada degrau. Ao chegar na porta que levava para o seu quarto, John sentiu o rosto esquentar ao ver o nome do meio-irmão pintado na porta.

— ONDE VOCÊS ESPERAM QUE EU DURMA? — John gritou.

A mãe de John chegou acompanhada da senhora que tinha um ar de reprovação no rosto. John conseguia ver a semelhança dela com Peter. Apertou a mão em torno da alça da mochila que trazia. A mulher o analisou com cuidado e negou com a cabeça de leve.

— Não temos mais quarto disponível. Pensamos que poderia dormir com o Arthur!

— Eu não vou dormir com nenhuma criança irritante.

— Não fale assim do seu irmão! — Cassandra ralhou.

— Meio-irmão! — John a corrigiu.

Cassandra pegou algumas das malas do filho e entrou no quarto ao lado. Provavelmente era da mãe do Peter, mas John não disse nada. Colocou a mochila sobre a cama e sentou nela, John novamente viu a reprovação no rosto da velha. Ele se irritou com aquilo.

— Louise — Cassandra disse em um sussurro notando a expressão no rosto do filho — poderia nos deixar a sós? Preciso conversar com o meu filho!

A velha saiu olhando para John. Quando ela finalmente saiu, John deitou na cama fechando os olhos. Percebeu o quanto estava cansado. Sentiu a mão da mãe tocando os seus cabelos, fazia anos que não recebia um carinho de verdade.

— Tome um banho, descanse e durma um pouco. Quando acordar você terá o seu quarto.

John adormeceu antes que sua mãe saísse do quarto. Ao abrir os olhos novamente o quarto estava escuro, a camisa do moreno grudava em suas costas. Ergueu a cabeça, puxando o celular de dentro do bolso. Já era 3h00 da tarde, e mesmo com o clima de chuva lá dentro o quarto estava incrivelmente quente. John levantou, retirando a sua bota juntamente com as meias. Ele seguiu para o banheiro e tomou um banho demorado.

Ao terminar o banho, John colocou um jeans gastado e uma camisa preta dobrando as mangas. Arrumou o cabelo rapidamente e saiu do quarto, desceu as escadas rapidamente e encontrou a mãe no jardim, o pequeno Arthur brincava com uma bola lá fora.

— E então? Onde vou dormir? — John perguntou fazendo a mãe ficar levemente assustada.

— No quarto da sua irmã. Lucy concordou em dormir com o Arthur enquanto você fica por aqui. Já tiramos tudo que lembra a sua irmã daquele quarto, não se preocupe. Suas coisas já estão guardadas lá, somente uma mala sua ficou no quarto da Louise.

Cassandra finalmente olhou para o filho. Tinha no rosto a mesma expressão que o restante de toda a família e a dúvida que John sempre percebeu: onde foi que eu errei com ele?

— Venha. Vou lhe mostrar a uma pessoa, talvez fique mais animado com isso.

— E quem é essa pessoa?

— Clara Oswald. É um amor de pessoa. Ela cuida da livraria que a Lucy abriu. Clara tem 20 anos, já fez faculdade de jornalismo e tá pensando seriamente em escrever um livro, o problema é que ela só saiu de Leadworth para fazer a faculdade, tirando isso ela não conhece outro lugar que não seja aqui. Pensei que se você virassem amigos, você poderia ajuda-la no projeto dela. Não é ótimo?

John franziu o cenho. Clara parecia ser o tipo de garota que John iria detestar assim que visse. Mas deu de ombro e assentiu, sua mãe sorriu orgulhosa. John não era o tipo de pessoa que era ligado a mulheres, ele na verdade nunca havia se apaixonado de verdade, mas fazia de tudo para que a expressão de reprovação saísse do rosto da mãe enquanto ela estava por perto.

Os dois seguiram em silencio até a livraria do outro lado da enorme avenida. John xingava mentalmente por não ter trazido nenhum casaco. Essa era uma das coisas que ele detestava em Leadworth, o frio.

Ao caminharem pela avenida, John conseguiu identificar os pontos que conhecia quando criança... na verdade os pontos onde os garotos maiores batiam nele. John sempre havia sido o garoto pequeno, fraco e mimado da rua e da escola. Os outros garotos sempre eram os filhos mais velho de pais ocupados, com a cabeça cheia de problemas e mais dois filhos pequenos. Mas John não, John tinha sempre sua mãe ao seu lado, seu pai tinha dois empregos que lhe davam dinheiro suficiente para não se preocuparem com nada, sua irmã Lucy cuidava de si própria e John sempre ficava na sombra de todos. Sempre foi o garoto de roupas perfeitas, cabelo arrumado e boas notas. Ele sempre apanhava depois da escola!

John tremeu com aquelas lembranças, ele as detestavam. Detestava aquela cidade.

Eles chegaram à livraria. Cassandra entrou sorridente e John colocou as mãos no bolso da calça, abaixou-se para entrar na livraria e se deparou com a garota pálida de cabelos castanhos.

— Clara! Já conhece o meu filho? Esse é o John! John essa é a Clara, a garota que te falei.

A garota ergueu o olhar sorrindo, fazendo as covinhas aparecerem em seu rosto. Ela era uma garota pequena e delicada, parecia ser tímida e tinha um leve machucado no braço, John conseguiu ver a forma de alguns dedos. Ele nada disse, apenas retribuiu o sorriso de má vontade para a garota.

— Prazer em te conhece, John! — a voz da garota era levemente aguda e a principio John gostou dela, mas a ilusão se desfez ao perceber que ela estava fingindo ter conhecido ele com prazer. Ela também tinha aquela expressão no rosto, de reprovação. É claro que ela o conhecia, é claro que ela sabia as coisas que ele fazia nos Estados Unidos, as brigas que causava, os divórcios, seu histórico com a policia, seus relacionamentos conturbados, sua fama de mulherengo e seu sério problema com cigarros e bebidas.

— Prazer é todo meu! — John respondeu simplesmente por educação.

— Pensei que John poderia te ajudar com o seu projeto. O que acha?

Clara rolou os olhos, deixando escapar por um momento toda a reprovação, desgosto e um pouco de medo. A expressão sumiu em alguns segundos.

— Eu adoraria!

— Irei deixa-los a sós. Tchau!

Cassandra saiu da livraria, John conseguiu ver um pequeno sorriso nos lábios da mãe. John encarou Clara e Clara fez o mesmo. Ele respirou fundo e virou-se para a prateleira de livros que estava atrás de si.


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