Clara Oswald

Clara estava dormindo quando eles chegarem em Los Angeles. Durante a viagem ela sonhou com John, porém ela não se lembrava de mais o que havia acontecido em seu sonho.

Ao acordar, Luther estava com as sobrancelhas arqueadas em direção aos dois. Ela corou ao notar que John dormia com a cabeça escorada na dela. Clara não queria que eles parecessem um casal sendo que não eram.

Um casal! Mandy tiraria sarro da cara dela se soubesse que ela havia pensando nisso. Mas não era tão idiota. John era um tanto que fofo com ela, Clara não queria descobrir como ele era com suas antigas namoradas, ela apenas ligava para o fato de como ele a tratava agora.

John acordou somente quando o avião pousou, ele beijou a testa de Clara e ficou de pé, esticando-se. Ele era realmente alto e magro, Clara observou.

Enquanto todos saiam de seus lugares e iam em direção a saída, John segurou a mão dela. Era um comportamento um pouco estranho, talvez ele estivesse tentando iniciar algo com Clara, ele sabia que ela havia terminado e que gostava dele. Não foi preciso ela falar, talvez o modo como ela agia perto dele havia sido o suficiente. John não era tão lerdo, Cassandra já havia percebido, por que ele seria tão lerdo?

Ao descerem do avião Clara ficou nervosa. Havia uma multidão de garotas e alguns garotos esperando por ele, todos com placas e seus celulares em mãos. Clara até já imaginava os comentários, as perguntas e os boatos que surgiriam de quem ela era. Só de pensar nisso ela tremeu assustada.

— Luther, leve ela com você. Chego lá em alguns minutos.

— Cuidado!

Luther guiou Clara pelas escadas do avião e a levou até um carro preto. Eles entraram, Clara ficou observando enquanto John corria para a multidão, jogando-se nela, ele parecia incrivelmente feliz. Ela começou a se questionar se todos aqueles momentos em que ele parecia feliz em Leadworth eram verdadeiros.

Depois do que se passou horas John entrou no carro, ele trazia um urso de pelúcia. Jogou-o para Luther assim que entrou.

— Dou para o Eric? — Luther perguntou. Os olhos de Clara iam de um homem para o outro.

— Tanto faz!

Espremida entre os dois, Clara observou todo o percurso até a casa onde John morava em silencio. O ar-condicionado do carro fazia com que o perfume de John se espalhasse por todo o carro, fazendo Clara sorrir quando sentia o cheiro.

Ao ouvir Luther xingar Clara ergueu a cabeça. A rua estava com uma multidão grande, havia alguns fotógrafos e fãs gritando.

— Meio que pensaram que você havia morrido — Luther disse para John.

O britânico arqueou as sobrancelhas.

— Tudo bem pra mim, mas e a Clara?

— Daremos um jeito.

O carro deu a volta no quarteirão e pararam de frente para outra casa enorme. Luther desceu e correu para a entrada. Clara não quis prestar atenção no que Luther iria fazer, voltou sua atenção para John. Ele a observava.

John sorriu para a garota e a puxou para perto dele.

— E então? Gostando?

— Ainda estou vendo estrelas graças aos flashes!

John riu.

Clara sentiu que se algo não os interrompesse naquele exato momento eles iriam se beijar. Não que Clara quisesse que alguém aparecesse, havia beijado John apenas duas vezes e havia sido melhor do que todos os beijos que havia ganhado de Robb durante todo o tempo em que estiveram juntos.

John estava com a pupila dilatada e Clara sorriu, sendo acompanhada por ele. As coisas estavam esquentando.

— Seria inapropriado eu te beijar agora? — John perguntou ainda com os olhos fixos nos de Clara.

Clara deu de ombros, seu coração indo à loucura.

— Acho que não — ela respondeu.

Ela sentiu a mão de John subindo pelo seu braço.

— Clara, venha comigo! — o momento foi interrompido pela voz de Luther, que havia aberto a porta sem ela escutar nada.

Clara virou-se e o encarou, depois olhou para John que concordou. Ela desceu e correu atrás do agente.

John Smith

John pôs a cabeça para fora do carro e observou enquanto Clara corria atrás de Luther e entrava na casa. John estava curioso para saber o que Luther estava aprontando, como ele faria Clara entrar na casa sem ter que passar pela multidão?

Depois de um longo tempo John fechou a porta e puxou o celular do bolso. Antes de ir embora sua mãe havia lhe devolvido o seu celular, havia tantas notificações que John ainda nem havia chegado à metade da metade.

A porta foi aberta com violência e Luther entrou, sentando-se ao lado de John desajeitadamente enquanto mandava o motorista ir para a casa.

— Clara? Cadê ela? — John perguntou enquanto tentava esconder o pânico.

— John — Luther disse virando-se para o ator — quem é ela?

— Já te disse, apenas uma amiga!

— Devo me preparar para algum novo relacionamento? — Luther perguntou virando-se totalmente para John.

O moreno arregalou os olhos, ele não havia pensado nisso. Até agora havia sido apenas beijos e conversas, mas ele nunca havia pensado no que tudo isso iria levar. Seria possível ele ter um relacionamento calmo com Clara? Namorar? Ou até mesmo casar com ela? Eram pensamentos para um futuro distante, mas ele queria ter certeza antes mesmo de pensar em namorar. As pessoas iriam comentar, iriam perguntar. Luther estava fazendo as mesmas perguntas que os fãs e jornalistas faziam e ele simplesmente não conseguia responder.

— Eu não sei, possivelmente. — John respondeu.

Luther suspirou e sentou-se relaxadamente no banco do carro.

O carro deu a volta do quarteirão novamente e parou na entrada da rua, a multidão continuava lá. Ele acelerou e devagar foi entrando, todos reconheceram o carro rapidamente e deram passagem. Havia seguranças na entrada da casa.

Os portões se abriram e John pôs sua touca, era possível ficar incomodado com o número de flashes dentro do carro apesar dos vidros escuros.

A casa de John continuava como sempre. Os jardins incrivelmente bem cuidado, a casa em perfeita ordem. A casa não era tão grande quanto as outras que existia na rua, era em cor de marfim, com um jardim com algumas flores na frente, uma escadaria e uma porta de vidro que não permitia quem estivesse fora visse a casa. Já dentro ela tinha apenas uma sala com uma tevê gigantesca, um videogame, alguns livros, a cozinha era um tanto que pequena com decoração em madeira. A casa tinha três quartos, sendo duas suítes.

John sorriu ao finalmente pode ver sua casa novamente.

Ele entrou na sala e se deparou com Clara, ela estava visivelmente irritada e com o cabelo bagunçado. John foi até ele e sentou ao lado da garota, Clara o encarou.

— Como entrou? — John por fim perguntou.

— Pulei o murro. — Clara respondeu, John concluiu que ela estava em um estágio bem mais avançado que a irritação.

John a observou por completo. Além do cabelo bagunçado era possível ver terra suas roupas, o joelho esquerdo dela sangrava. John olhou para Luther.

— O que deu em você? — ele reclamou.

— Era a única forma. Volto aqui pela manhã.

Luther saiu, John conseguiu escutar os gritos do lado de fora da casa. Ele ligou o alarme da casa e voltou para o sofá, pegando algodão e remédio na gaveta da mesa ao lado do sofá.

— Posso?

Clara assentiu. John pôs a mão sobre a perna de Clara, puxando-a delicadamente para cima das suas próprias pernas, uma olhada rápida fez John sorrir. Clara estava vermelha!