A imagem do Alec me espionado enquanto eu saia com Felipe da faculdade ficou na minha cabeça o resto da noite, por que ele faria aquilo, tudo bem que eu tinha chamado atenção dele agora mas isso não explica aquela reação.

...

Felipe passa o dia resolvendo coisas do restaurante com a Amy, eles ocupam a mesa da cozinha com montes de papeis e contas e eu continuo lendo diário de uma princesa volume quatro no sofá com Stuart na minha barriga. Eu acordo, durmo, como chocolate e eles continuam lá, estudo pra prova da faculdade e eles continuam discutindo até que vou tomar banho pra ver se o cochicho de números sai da minha cabeça.

–Hora de ir! – eles olham pra mim com olhos cansados, mas confusos. – Amy já está quase na hora da faculdade.

–E como você não me avisou tem prova na sala hoje. – Amy levanta correndo e vai pro banheiro com a toalha. Depois de um tempo eu bato na porta

–Amy o que você vai vestir? Acho que você não vai com o moletom que estava, mas você não tem nada além de pijamas aqui.

–Isso não é problema. - ela fala abrindo a porta do banheiro. – Você agora tem o guarda roupa de uma it girl agora, tem que ter alguma coisa que de certo pra mim. – ela se enfia no quarto e começa a provar as roupas, acaba com um vestido de estampa de onçinha que ficou extremamente curto nela por ela ser mais alto que eu, mas ela não ligou pro fato.

Vou de carro com a Amy e combino com o Felipe de depois ligar pra ele ir me buscar, ele ainda vai ficar desenhando o logotipo do restaurante. Ela para em frente à sala dela e a minha sala fica um pouco mais distante hoje então vou andando pelo campus até meu prédio. Chego à minha sala e tenho teste surpresa, me saio bem mas acabo saindo cedo demais. O campus está praticamente vazio e eu ando em direção à saída tentando ligar pro Felipe que só dá fora de área. De repente eu não sei de onde eles surgem, mas aparecem vários garotos a minha volta, eles vestem o uniforme do time de futebol americano e todos sorriem me olhando de cima a abaixo.

–O que uma garota tão linda faz sozinha por aqui há essa hora? – um deles fala de repente. Eles estão cada vez mais perto e um deles passa a mão no meu cabelo me assustando.

–Uma moça tão bonita assim só pode estar entediada andando assim.

–Não, não estou. Estou indo embora! – respondo rápido, insegura nas palavras.

–Mas já? Nós nem começamos a brincar ainda?- um deles vem pra cima de mim e eu me afasto encostando em outro, não tenho saído logo estão todos em cima de mim. Passam a mão pelo meu cabelo e vestido e logo começam a passar a mão devagar no meu pescoço e braços.

–Socorro! – grito e eles riem.

–Ninguém vai te ouvir princesinha, está todo mundo em aula, somos só nós.

–Socorro, alguém me ajuda. – eu me desespero e começo a bater neles, mas é como se desse soco em concreto. Eu nunca sairia dali, eu estava em completo pânico agora. Eles se separam e eu tento fugir mas ele me seguram pelo braço e eu grito.

–Calma minha ruiva, só queremos nos divertir. – um deles fala e se aproxima tentando me beijar, eu fecho os olhos meu estomago embrulha estou com nojo deles.

–Me deixa em paz, por favor!- eu falo aos prantos. Fecho os olhos e choro em silencio.

De repente sinto um movimento a minha frente e depois de alguns minutos já não estou presa, abro os olhos e vejo o cara que tentava me beijar no chão com a boca e nariz sagrando. Quando vejo todos os outros irem em direção de um só, Alec. Ele está parado, e um por um o vejo derrubar todos os caras que se levantam e saem, não consigo me mexer pra falar nem fazer nada eu apenas sento no chão e choro.

–Kate, Kate você está bem? Eles te machucaram?- Alec diz abaixado ao meu lado, eu não respondo, não consigo fazer nada alem de chorar. Então de repente ele me abraça. – Calma, já passou, eles já foram. –passa a mão no meu cabelo. - Se acalma, por favor.

Depois de alguns minutos sentados no chão, eu finalmente consigo me levantar com a ajuda dele e sentar no banco logo na frente. Eu continuo abraçada com ele, não sei por que mas é seguro aqui, minha cabeça está no peito dele e só soluço agora.

–Como você fez aquilo? Digo, eles tinham o dobro do seu tamanho. - é na primeira coisa que consigo pensar.

–Fiz boxe quando era mais novo.

–Boxe? Criança violenta ou revoltada?- pergunto e ele ri.

–Revoltada! Meus pais não eram um motivo pra eu ficar em casa e a psicóloga que eles pagavam estava me irritando foi quando passei na frente de uma academia e vi um cara com muita raiva no olhar socando um saco de pancadas.

–Infância frustrada descontada num saco de pancadas, é você definitivamente tem problemas. –nos rimos.

–O problemático aqui te salvou então você me deve uma.

Antes que eu pudesse responder Amy aparece sorrateiramente pela lateral e eu vejo meus sapatos, e depois o meu vestido curto. Levanto a cabeça me distanciando de Alec, me arrependo mas Amy e Jack estão olhando com cara de quem entenderão tudo errado.

–Perdi alguma coisa? – ela diz sorrindo sugestivamente.

Sem perder tempo Alec logo levanta e responde.

–Sim, perdeu o time de futebol americano tentando agarrar sua amiga a força. – o sorriso deles desaparece e ela parece incrédula.

–É serio? – ela me olha eu apenas assinto com a cabeça. Ela corre e começa a me pegar e olhar meu rosto e braços como se fosse minha mãe depois do banho. – Você está bem? Eles te machucaram?

–Está tudo bem, Amy. – ela para e troco olhares com Alec. – Alec me salvou! – finalmente digo.

–Ele e mais quantos? – Amy pergunta.

–Sozinho. –Jack fala dessa vez, ele abraça Alec e sorri. – Esse garoto é o melhor lutador de boxe que eu conheço.

–O Felipe sabe disso? – Amy diz e eu nego e Alec me encara.

–Vamos eu te levo pra casa, depois você conta pra quem você quiser. – Alec diz e eu olho pra ele sem reação. Quando esperaria isso dele? Ele não merece um voto de confiança depois do que me disse, mas ele acabou de me salvar então vou deixar passar.

Aceito e Amy se escandaliza em silencio com os olhos arregalados, mas logo Jack a puxa pra outro canto. Alec acena com a cabeça e sigo-o em direção ao estacionamento, ele para em frente a uma moto grande, lataria branca e ferragem preta fosca. Olho pra moto atentamente pros detalhes, eu não era fã de motos mais essa era especialmente bonita.

–Ela encanta não é?- ele diz me olhando e depois pra moto. – É uma R1, edição limitada. Esse adesivo dourado indica que eu sou um dos dez dos planetas a possuir essa beleza. Mas é claro que você não quer saber disso. – sobe na moto me entregando o capacete e logo depois eu subo, procuro algo pra segurar do lado. – Esqueci de mencionar, você vai ter que segurar em mim, não tem outro lugar. – ele diz com ar de satisfeito. Não seja tímida, pode me abraçar com força essa moto não gosta de andar devagar.

Eu o abraço e balança a cabeça negativamente, eu solto então ele levanta a jaqueta e eu coloco os braços por baixo. Ele acelera me fazendo apertar e sentir os músculos definidos de seu abdômen debaixo do tecido fino da camiseta. Ele vai bem rápido e faz o caminho mais longo até minha casa, quando chegamos ele faz questão de me levar até a porta.

–Obrigada!

–Você me deve uma.

–Porque você deve uma pra ele? – Felipe pergunta abrindo a porta de repente, encaro o assustada enquanto Alec sorri satisfatoriamente.