Eu Queria Que Não Fosse Assim escrita por A Garota Dos Livros, Mais um romance por favor


Capítulo 12
Alec




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Eu estava conversando com Clair, quando Mindle chegou com o cara. Ele, definitivamente, não é do tipo que sairia com ela, mas quando eles chegaram todos pararam para olhar. Eles se sentam numa mesa mais ao fundo, escondidos.

Privacidade para o casal. Claro!

Um dos funcionários chega para atendê-los e eu não consigo desviar os olhos. Mindle vê acena passa mim, eu viro o rosto e saio, deixando Clair falando sozinha. Para não ter que ficar vendo aquela cena ridícula, assumi o lugar do caixa, dando-lhe um tempo de folga. Jack subiu ao palco e abriu a noite do karaokê, assim que avistou Mindle sentada com o cara no fundo, olhou para mim, então disse:

– Algum voluntário ? - ninguém se manifesta - Então, vou ter que dar uma sugestão. O casal ali da ponta, vocês parecem ótimos cantores - Mindle fuzila Jack com os olhos, mas o cara fala alguma coisa - Vamos, casal, subam.

O cara pega na mão de Mindle e a puxa até o palco.

Not About Angels começa tocar, e o cara começar cantar desgraçadamente mal. Ele olha para Mindle pedindo ajuda. Ela fecha os olhos e toma coragem, então começa cantar. Eu não sei que diabos eu estava fazendo, mas eu parei, e tive certeza que nunca tinha ouvido nenhuma voz mais linda. Ela abre os olhos e encara os meus, não consigo disfarçar o quanto estou encantado por sua voz. A musica pareceu curta demais, porque quando acabou, eu ainda queria ouvir sua voz.

Ela e o cara saíram de cima do palco junto com os aplausos e gritos das pessoas, todos estavam tão encantados quanto eu. Ele não parava de falar e ela estava claramente sem graça pelo jeito que sorria.

– Mesa cinco - ele diz.

– 108,40 reais.

– Não ganhamos desconto, minha musica arrasou no seu karaokê - ela diz.

– Não - respondo seco, vendo a proximidade com os dois estão, mesmo com o caixa vazio.

O cara tira o dinheiro da carteira.

– Pode ficar com o troco.

Ele coloca o braço nos ombros de Amy, abraçando-a e fazendo com que ela chegue mais perto. Ele deixou muita gorjeta.

– Menina desgraçada! - Jack chega revoltado - Nem pagou a conta, não é ?! Também, sou muito burro de colocar que as melhores vozes do karaokê ganhavam a noite grátis, vou tirar isso amanhã!

– Ela não ganhou noite grátis.

– O que ? Não deu a ela ? - Jack perguntou com vontade de rir.

– Não.

– Esse é meu garoto!

...

Amy havia cortado a mão feio e Jack estava furioso com o cara da Mindle porque ele ofereceu emprego a Amy, tem certeza que não é apenas isso o que ele quer dela.

Acabei de acordar e ouvi o som da porta do quarto de Jack sem batida com força.

– Se você não confia em mim, não vejo porque ainda estamos juntos - Amy gritou.

– Hey espera! - Jack grita, mas eu não ouço resto, só escuto a porta se fechada pouco minutos depois, sabendo que Jack não voltou para o quarto sozinho.

Meu celular toca. É meu pai.

– Filho - ele diz sério - venha aqui antes da aula.

– Oi, pai. Aconteceu alguma coisa ?

– Só venha aqui.

Então ele desliga.

Tomo um banho rápido e saio de casa. Vou direto para o trabalho do meu pai, sei que ele não vai estar mais em casa a essa hora. Entro na empresa, e nem preciso avisar ninguém, a recepcionista me vê e avisa minha chegada. Entro no elevador, e quando ele para caminho direto para o sala do meu pai.

– Seu pai está te esperando - diz Betty, a velha senhora que adora papel e é secretária do meu pai.

Entro na sala e meu pai está sentado a mesa, me esperando.

– Sente-se - ele diz sem me olhar.

Quando me sento, ele, enfim, me olha.

– Você tirou cem mil da minha conta para dar a um estranho.

– Já disse o que aconteceu.

– Disse, e é por isso mesmo que a partir de agora vai trabalhar pra ganhar seu próprio dinheiro.

Começo rir, ele não pode estar falando sério.

– Não estou brincando, Alec. Não vou depositar mais um tostão em sua conta. Já é um homem, tem um bar, viva dele.

– Está falando sério?

– É claro que estou.

Me levanto indignado.

– Está fazendo isso por causa de cem mil ?

– Não, estou fazendo isso porque você não pode correr pra mim toda vez que fizer alguma cagada. Não é a primeira vez que faz isso.

– Não pode fazer isso!

– Já estou fazendo - ele se volta para os papéis.

Faço uma pausa, para me acalmar.

– Não vai fazer isso, não é ?

– Vou.

– Até quando ? - quase grito.

– Até me provar que não é mais um menino mimado.

– A culpa é sua se eu sou assim, meu velho - digo em tom de deboche.

– Eu sei, por isso estou tentando te consertar.

– Ok, eu me viro.

Saio batendo todas as portas que posso da empresa e entro no carro, saindo como um furacão.

...

– Vou matar aquele desgraçado! - Jackson grita no telefone.

– O que foi ?

– Amy esqueceu o celular comigo e aquele filho de uma égua ligou, não disse o que queria, só que precisava falar com ela.

– Jack, o que você vai fazer ?

– Vou acabar com a raça daquele desgraçado.

– Jack, não...

Então ele desliga. Pego as chaves do carro e saio, não tenho ideia de onde o tal cara mora, mas eu conheço alguém que sabe.

Chego na casa de Mindle poucos minutos depois, já era tarde da noite por isso ela apareceu de pijama.

– Alec? O que faz aqui?

– Jack vai fazer cagada, ele está indo atrás do imbecil do seu amigo porque ele ligou para Amy, mas quem atendeu foi o Jack.

– Droga!

– Preciso que me leve até lá pra impedir o Jack de fazer besteira.

Ela assente e pega as chaves na maçaneta da porta e o casaco, em seguida saímos para o meu carro. Ela me mostra o caminho. Quando paramos na frente de um prédio muito bonito o celular de Mindle, que estava no bolso do casaco, toca.

– Amy! O que foi ? - ela diz preocupada.

Não ouço nada, mas quando ela desliga, seu rosto está pálido.

– O que foi ?

– Jack sofreu um acidente.

– Mas o que...?

– Ele estava vindo pra cá, estava muito rápido, ele não viu um pedestre e desvio dele em cima da hora, perdeu controle e caiu.

Ela mal tinha acabado de falar quando liguei o carro e sai para o hospital.

...

Mindle estava abraçada com Amy que chorava compulsivamente enquanto eu andava de um lado para o outro.

O celular de Mindle toca e ela atende.

– Oi... Sim... Estou no hospital... Não, eu estou bem... Foi um amigo... Melhor não... Espera, melhor você nã...

A pessoa desliga na sua cara, cortando sua frase.

– Q-quem era ? Amy pergunta.

Mindle abre a boca para responder mas o médio apareceu e nós três voamos em cima dele.

– C-como ele está? - Amy pergunta.

– Quebrou um braço, foi feio, tivemos que fazer uma cirurgia. Ele também está todo ralado. Mas fora isso, nada mais aconteceu.

Respiramos aliados.

– Podemos vê-lo ?

– Ele acabou de sair da cirurgia. Voltem amanhã, que poderão vê-lo.

Com isso o médico vai embora.

Eu estava irritado. Como tantas coisas ruins podiam acontecer no mesmo dia ?

– Kate! O que aconteceu ?

Quem era Kate ? E por que aquele cara estava aqui?

– Estou bem. Eu disse, foi um amigo – ela responde.

– Foi o Jack, Felipe - Amy soluçou, Mindle continuava abraçada com ela.

Kate era a Mindle. E o cara chamava Felipe.

– O que aconteceu ? - ele me ignorava e estava em pé na frente das duas.

– Foi sua culpa! - praticamente gritei - Por que tinha que ligar para Amy essa hora ? E pior, porque não disse o que queria? Claro que não, preferiu irritar o Jack, aí ele foi atrás de você e sofreu a porcaria de um acidente.

– A culpa não é dele! - Mindle se levanta em defesa dele.

– E você... - me dirijo a ela, que se assusta com meu tom de voz - Pra começar, isso é culpa sua! Se não tivesse trazido esse desgraçado nada disso teria acontecido. E pelo amor de Deus! Qual é o seu problema? - grito na cara do namoradinho da Mindle - Já olhou para ela ? Viu a desgraça que essa garota é !? Acho que não! Você são perfeitos um para o outro.

Amy me olhava de olhos arregalados, e quando olhei para Mindle, seus olhos estavam vermelhos. Vi um punho chegando perto do meu rosto, mas ele não me acertou. Mindle segurou o braço do cara que me olhava furioso.

– Vamos embora - ela pediu com a voz baixa.

– Vamos - ele respondeu - E você - chegou perto de mim - se eu souber que chegou perto dela de novo...Juro que acabo com a sua raça.

Ele se afastou e arrastou Mindle para fora, ele a puxou para perto com um abraço e beijou seus cabelos bagunçados.

– Como você pôde ? - Amy grita - Você nem o conhece! Filho de uma ...

– Senhores! - uma enfermeira chega - Por favor! Isso aqui é um hospital, parem com essa gritaria!

Amy sai batendo o pé. Vou embora pouco tempo depois.

Que merda eu fiz!


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