A aposta escrita por Camila


Capítulo 3
Scorpius Malfoy é cego


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores!
XOXO



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541053/chapter/3

Minha cabeça doía como se alguém estivesse dando socos e murros consecutivos, aquele quarto aparentemente branco - já que as paredes estavam amareladas pelo tempo, uma reforminha cairia bem -, estava me deixando entediada até a raiz dos meus cabelos ruivos. Ainda não entendi por que tanto alarde por conta de um corte minúsculo, tudo bem que eu desmaiei - sou excelente em fazer drama -, mas já devia ter recebido alta. Porém, meus lindos e super-protetores pais, destaca-se Ronald Weasley, decidiram que eu ficaria aqui mais algumas horas, por precaução.

Além de essa cama ser completamente desconfortável, Merlin deve me odiar, por que aquela maldita carta do Malfoy não saia da minha cabeça. Eu não podia negar o pequeno entusiasmo que se formava em mim e, bom, isso era no mínimo estranho dado às circunstâncias. Já devo ter dito isso milhares de vez, mas vale sempre ressaltar: Eu odeio aquela doninha albina.

Sacudi a cabeça para desviar certos pensamentos irritantes, o que foi um grande erro, já que a dor só aumentou e eu soltei um gritinho histérico - não disse? Sou a rainha do drama. Lógico que se uma paciente, mesmo que aparentemente bem, grita em um hospital, isso chama bastante atenção. Umas quatro pessoas invadiram meu quarto, dentre elas a medi-bruxa responsável por mim. Sorri amarelo enquanto eles me bombardeavam de perguntas.

– Eu estou bem, sério - falei pela enésima vez - Foi só uma dor na cabeça, por conta de ter balançado ela demais.

Depois de uma hora e várias recomendações, eles foram embora. Bufei enquanto deitava-me na cama, aquela porcaria de grito me rendeu mais um dia nesse lugar idiota.

Já era noite quando acordei, meus olhos arderam um pouco devido ao sono interrompido. Olhei para a poltrona esperando ver mamãe sentada nela, mas meu queixo quase encosta o chão ao perceber que quem dormia lá era ninguém mais ninguém menos que a doninha quicante, ou melhor, Scorpius Malfoy. Fiquei tão pasma que paralisei por alguns minutos, apenas encarando aquele ser dormindo ali tranquilamente. Só um tempo depois é que reparei no Albus dormindo na outra poltrona do outro lado. O que aqueles idiotas estavam fazendo ali?

***

Algumas hora antes

O celular de Albus tocou chamando a atenção do loiro deitada em sua cama. Sim, ambos utilizavam aparelhos trouxas de vez em quando, apesar de muitos bruxos serem contra. Potter levantou em um pulo e atendeu a ligação de forma monótona.

– Sim... Sério? - Albus balbuciava algumas palavras, enquanto Malfoy ignorava, jogando uma bola verde para cima e pegando-a no ar para repetir o movimento em seguida. - Mas ela está bem? Oh... Não... Rose está como?

Ao escutar o nome da menina, Malfoy apurou os ouvido, interessando-se pela conversa.

– Quanto tempos mais elas vai fica internada, tia?

Scorpius assustou-se um pouco, o que fez a bola cair em seu rosto, machucando seu olho. Xingou todos os Weasleys e suas diversas gerações mentalmente enquanto Albus desligava o celular e ria da cara de idiota do loiro.

– Que porra foi essa, Scorp? - perguntou, rindo descaradamente - Seu olho vai ficar roxo - riu mais.

– Cala a merda da boca, Potter - bufou.

– Ficou preocupado com o amor da sua vida?

– O que? - Malfoy o encarou, seus olhos azuis gélidos irritadiços quase perfurando Albus. Potter riu, se olhares matassem, já estaria esturricado no chão.

– Você é tão cego, Scorpius - Albus disse, sorrindo de forma maníaca. Scorpius assumiu seu papel de loiro e ficou sem entender muito bem.

– O que aconteceu a sua prima? - perguntou, demonstrando mais interesse no assunto do que queria.

Albus bufou. Scorpius Malfoy era tão cego como um legume, estava estampado na sua cara “eu me importo com a Weasley”. O moreno contou a história a seu amigo, sobre os acontecimentos a sua prima e que iria ficar com ela essa noite.

– Eu vou com você - Assim que as palavras saíram de sua boca, Scorpius amaldiçoou-se imediatamente, mas que merda ele estava fazendo? Por que se importava tanto com aquele garota irritante e metida? Era pela aposta. Tudo pela aposta. Ao menos se convenceu temporariamente disso.

O moreno de olhos extremamente verdes ergueu a sobrancelha para o amigo.

– Scorpius Malfoy quer passar a noite em uma poltrona desconfortável, no quarto da sabe-tudo-irritante, segundo o mesmo, que se encontra doente?

– Er... - Scorpius jura que tentou uma desculpa, mas suspirou e calou-se antes que falasse merda - Não tem nada pra fazer mesmo - e não tinha mesmo, mas aquilo não convenceu Albus nem de longe.

Tudo pela aposta, tudo pela aposta, tudo pela aposta.

– Tá, vamos - Albus disse, sorrindo marotamente - Depois podemos voltar aqui para ver esse seu problema de cegueira.

***

Rose Weasley

Encarei o loiro a minha frente, ainda em choque. O que ele estava fazendo ali? Lembrei da porcaria da carta, ficando meio desnorteada. Observei como os cabelos loiros caiam perfeitamente em seu rosto. Mas que merda.

Deitei rapidamente após vê-lo se remexer e fingi que estava no meu décimo terceiro sono. Malfoy fechou a porta do banheiro pequeno do quarto e quando saiu de lá parou perto de mim. Sim, eu senti que ele estava me observando, isso é perfeitamente normal, ok? Continuei fingindo que estava dormindo, o que aquela praga estava fazendo?

Ele aproximou-se mais de mim, enquanto eu reprimia minha vontade de abrir os olhos, mandá-lo a merda e perguntar que merda ele estava fazendo. Mas controlei-me. Scorpius aproximou-se, cobriu-me - já que o cobertor tinha ido dar uma volta no chão -, e não preciso dizer que achei sua atitude completamente estranha. Ou preciso? Senti ele se aproximar mais de mim, e logo depois afastar-se resmungando algo sobre como eu era irritante e que ele estava sendo um imbecil. Concordo plenamente na parte que ele era um imbecil. Virei-me para o outro lado, disfarçando como se estivesse dormindo. Abri os olhos rapidamente e percebi que Albus estava observando tudo, com um sorriso zombeteiro no rosto. Ao encontrar meu olhar piscou para mim, logo em seguida voltando sua atenção para Malfoy. Que ainda estava parado.

– O que está fazendo, cara? - Albus perguntou, assustando aquele ser inútil, enquanto eu segurava-me para não rir.

No outro dia, acordei com Albus pulando, literalmente PULANDO em cima de mim. Lancei a ele meu melhor olhar “vou te matar seu imbecil”. Levantei, jogando-o no chão, enquanto o mesmo reclamava sobre primas mal educadas. Observei o quarto, acostumando-me com a claridade que invadia a janela antiga, uma espécie de vitral. Uma enfermeira entrou no quarto alguns minutos depois, anunciando que eu finalmente receberia alta, o que foi um grande alívio. Tudo por culpa do idiota loiro aguado do Malfoy e aquela carta estúpida.

Por falar nele, não estava mais no quarto, fingi que nada tinha acontecido para Albus não me encher a paciência.

Todos aparataram menos Albus e eu que éramos menores de idade. Acho isso uma verdadeira injustiça se quer saber. Aparatei com mamãe e Albus com papai, enquanto o restante - minha família quase toda, depois eu que sou dramática, hein? Tudo isso por causa de um corte e uma batida de cabeça.

Logo voltaríamos a Hogwarts, mais especificamente dali a um dia. Iria começar meu último ano, aquilo era meio perturbador. Misturava o entusiasmo de logo poder seguir a carreira dos meus sonhos com aquele sentimento de nostalgia que apenas Hogwarts proporcionava. Era meu segundo lar.

Mas ainda tinha mais um ano pela frente e iria aproveitá-lo muito bem, obrigada.

Subi para meu quarto, me jogando na cama, enquanto encarava a carta idiota. Bufei.

Querido - e odiado - admirador,

Não sei que merda estava passando na sua cabeça de loiro aguado quando me mandou essa carta, sinceramente Malfoy, você já foi mais inteligente. Agora me diga que coisa é essa? Essa história de 'sou apaixonado por você'? Na boa, não colou!

Você acha mesmo que eu vou acreditar nessa conversa fiada? Eu não nasci ontem, doninha quicante.

Com tudo, menos amor, Weasley.

PS: Morra!”

***

Scorpius assustou-se ao ver a coruja branca de Rose piando em sua janela, abriu e a coruja bem treinada posou em seu braço, pegou o pergaminho enrolado na pata do animal e riu muito a0 ler. Bem no estilo sutil de Rose Weasley. Decidiu entrar no jogo e respondeu a carta como se estivesse sem graça por ser descoberto - na verdade, ele estava.

Logo a garota respondeu com mais ofensas, e o mesmo decidiu que iria mais devagar com Rose, afinal ela não era como as outras. Opa, perai. ROSE? Desde quando pensava nela dessa forma?

Bufou irritado, enquanto escrevia outra carta desejando boa noite. Rose respondeu algum tempo depois, afinal a coruja não é de ferro.

Boa noite porra nenhuma, Malfoy. Espero que morra engasgado com sua baba”

Riu mais um pouco. Sentindo-se ainda mais desafiado a ficar com a Weasley.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Está ai... Esse é o último que vai se passar fora de Hogwarts, por um tempo... O próximo eles já embarcam. Espero que tenham gostado! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A aposta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.