O Estranho que Apareceu na Minha Vida escrita por Bloody Butterfly


Capítulo 4
Meus amigos idiotas conhecem a caloura do 502


Notas iniciais do capítulo

Oiii, pessoal maravilhoso que acompanha a fic :-3! O título ficou uma porcaria, eeehhh, mas pelo menos o cap ta aí! Me esforcei bastante nesse, então espero que apoveitem!



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POV. Will

Acho que o mundo simplesmente gosta de foder as pessoas que vivem nele. Não tem outra explicação. Sério, cara, o que ela estava fazendo ali?? Ela entre todas as outras pessoas que podiam ter vindo pra minha sala, tinha que ser a 'Bianca do 502'. Que inferno. Como vou conseguir olhar na cara dela todo dia? Merda. Quando meus olhos focalizaram os dela a garota empertigou-se, acho que ficamos nos encarando por um tempo longo demais porque meu amigo, Marcos, me deu um soco no ombro.

–Já ouvi falar em amor à primeira vista, mas isso não é nem um pouco romântico, gatinho! -ele fez uma voz afeminada e aguda, arrancando risadas dos outros, a turma do fundão, como somos conhecidos.

–Ah, cala a boca. -remunguei, devolvendo-lhe o soco- Eu só a conheço.

–Ai, assim eu vou ficar com ciúmes! -ele fez biquinho e olhou para nossa turma- O Will já é meu viu, suas crias infernais! Ninguém encosta nele ou eu armo um barraco!

–Que fofinho, -ironizei, revirando os olhos- só que eu não faço seu tipo.

Eles riram e eu virei de novo para frente. Bianca já tinha sentado, parecia aborrecida, e não era pra menos. Penso que não tinha ideia que eu estudava aqui.

Suspirei, voltando os olhos para a janela, como sempre, viajando.

Meus amigos eram todos fora da casinha. Avisados são poucos, por isso a maioria das pessoas acabava levando aqueles lá a sério. Era um grupo de sete. Tinha eu (é claro), Marcos, Yury, Gabe, Artie e as duas garotas, Amber e Isa. Na verdade tinha mais gente no grupo, mas na nossa sala eram só os sete. Os professores diziam que era o quntito dos infernos e a dupla das aprendizes. Mais ou menos isso. Na verdade não sou muito deliquente, não tenho muito jeito pra isso, sou hipster e grafitero, mas não gosto de sair com qualquer uma e quebrar coisas (pelo menos não muitas coisas). Eu só odeio a escola e várias pessoas dentro dela, odeio minha casa, odeio a vida em geral e, deixa eu ver o que mais... acho que detesto a maioria das coisas, então não tenho muito pra falar.

Era o horário de Física. Ou seja, pra mim, era o horário de 'ignorar qualquer idiota tagarelando na frente da sala e olhar pra janela'. Eu fazia isso com frequencia, ficava a deriva, meio dormindo meio acordado, olhando pelo vidro. Muitas vezes eu dormia mesmo. Ah, fala sério! Quem aguenta? Quando o sinal soou foi como um despertador.

Um despertador dos infernos, eu diria. Todos os intervalos da aula eram uma bagunça literalmente dos infernos. Assim que os professores saíam os mais loucos da sala faziam uma mini festa. Dava pra ver gente gritando, gente brigando e risadas. Fui surpreendido por Gabe, que me arrancou da cadeira.

–A bela adormecida acordou? -perguntou estalando os dedos na minha cara- Ah, acho que sim. Ótimo porque o pessoal vai dar uma volta de skate mais tarde, tá afim?

–Tô dentro. A gente pode ir pra pista, acho que dá pra grafitar umas paredes lá.

–Vai pichar tudo de novo? -ele riu, fazendo-me lhe dar um empurrão- Valha-me os céus, temos um vândalo na sala!

–Eu vândalo? Isso vindo do cara que quase foi pego pela polícia na semana passada por espancar o Tom! -provoquei.

–Ah, vai se ferrar! O filho da puta merecia! -ele mostrou os punhos ainda feridos dos socos- Pelo menos eu bati, não apanhei.

Bufei.

–Falando assim as pessoas até acham que você é homem. -instiguei-lhe, rindo.

Ele me deu um empurrão. Foi quando uma voz aguda me chamou a atenção.

Era July, a líder das patricinhas da sala. Amiga das três piranhas, como todos as chamavam, Amy, Paola e Cathy. Eu particularmente não gostava delas. July, que era a líder, era uma das mais bonitas. Tinha cabelos negros cacheados e olhos castanhos provocadores. Elas estavam na carteira de Bianca.

–Ah, uma caloura. -falou com uma voz falsa- Quer uma dicas minhas? Sabe, chegar aqui no primeiro dia parecendo um monstro do pântano não pega bem.

Bianca deu uma risada cínica.

–Dicas de moda? Ah, céus. Não, obrigada. Não quero ficar parecendo palhaça com tanta maquiagem nem cara.

–Como ousa?! -ela deu um gritinho indignado e levou as mãos ao rosto.

–Ei, cuidado com isso! Quase que suas unhas postiças arranham a minha cara.

–Você está na minha lista negra, sua vagabunda!

–Ah, que medinho. Pode jogar suas macumbas lá longe, viu? Sai logo da minha frente. -ela se levantou, empurrando July, que quase caiu em cima das mesas.

Abafei o riso, mas meu sorriso desapareceu quando percebi que ela tinha levantado pra falar comigo. Bianca veio como quem não quer nada, sentou na mesa da menina que ficava na miha frente (que tinha levantado) e me encarou com aqueles olhos azuis cristalinos e intensos.

–Will de 'não sei onde'. -foi a primeira coisa que disse, me fazendo rir- Parece que nos encontramos de novo.

–Bianca do 502. -respondi no mesmo tom, sorrindo.

Ela me olhou fixamente, sorriu, depois ficou séria.

–Não te odeio, se é isso o que está pensando. -disse pausadamente- Mas também não significa que simpatizo com você.

Consegui sorrir de novo.

–Mas já é um avanço. -repliquei.

–William Jefferson! -Marcos me apareceu pelas costas em tom de sermão- Como você tem uma amiga tão gata e não me apresenta?! Que maldade!

Bianca não conseguiu evitar em sorrir com a cara magoada que ele fez.

–Ela não é minha amiga. -respondi simplesmente, ciente de que era isso o que a garota ia dizer.

Yury, que sentava ao meu lado, fez uma expressão chocada.

–Que o Senhor nos salve se Willam arrumou uma namorada! Não pode ser!

Ergui as sobrancelhas. Amber apareceu por trás dele, quase desaparecendo ali por ser baixinha e pôs o braço na sua cabeça, como se ele fosse apoio.

–Não pode ser mesmo. Se tivesse acontecido o apocalipse zumbi também já estaria acontecendo. Isso é quase um desequilíbrio do mundo!

–Valeu, gente, amo vocês também. -respondi, mostrando a língua pra eles- Ela é conhecida minha. Só isso.

–E qual é o nome da moça bonita? -Marcos deu um sorriso 'galanteador', o que era cômico vindo dele.

Tanto que Bianca quae caiu na risada.

–Bianca.

–E seu status?

Ela revirou os olhos.

–Solteira. Por quê?

–Larga mão de ser trouxa! -Artie apareceu, o braço estava ao redor dos ombros de Isa- Até parece que uma menina bonita ia dar bola pra você!

Artie e Isa eram os namoradinhos do grupo. Quando estávam os dois juntos era muito melequento, durante os intervalos eles ficavam e saíam sozinhos mais vezes do que com o resto. Estavam namorando sério há um mês e meio, mas já tinham ficado muitas outras vezes antes disso. Não sei se isso era 'fofo' ou deprimente, do meu ponto de vista.

–Não vai fazer as aprsentações? -Isa me olhou, inquiridora.

–Eu? -surpreendi-me.

–Ah, deixa pra lá. Eu sou o Marcos, o bonitão, -ele piscou pra ela, fazendo-a rir- Esses retardados ali, são o Yury, que é o debochado, a Amber, a miniatura de gente, Isa e Artie, o casal chiclete e seu conhecido Will, o dorminhoco.

Marcos levou um 'tapa coletivo' depois dessa (O mais forte foi de Amber).

–Quem é miniatura de gente, seu bichona! -protestou ela.

Amber costumava ser muito esquentada, ainda mais quando se falava da altura dela. "Sou baixinha porque meu pai e minha mãe me fizeram baixinha. Tecnicamente a culpa é deles" costumava dizer. Bianca pareceu simpatizar com eles.

–E de onde você conhece essa figura mitológica? -me dando um leve tapa no ombro, olhando para ela.

Bianca abaixou os olhos, as bochechas ficando vermelhas. Nem tenho ideia do que ela ia falar, mas decidi salvá-la daquela vez.

–Eu a conheci quando ela quase me deu uma surra. -me pronunciei, chamando a atenção dos outros- Digamos que entrei no apartamento errado na hora errada e quase apanhei dela.

Acho que foi uma explicação plausível, pois os seis riram, incrédulos.

–Até parece que você ia deixar ela te bater! -intecedeu Artie.

Dei de ombros.

–Não bato em garotas, muito menos sem motivo. -sorri para ela, recebendo um olhar agradecido de volta- Não é?

–E aí? Vamos dar uma volta depois da escola, -disse Yury- Tá afim de ir?

Ela sorriu.

–Claro, tô livre.

–Ótimo! -disse Marcos com olhar debochado- Posso te mostrar meus dotes no skate.

A conversa continuou até o professor de Geografia entrar pra mais uma sessão de tortura chamado 'tédio até a morte'. Voltei a encarar a janela, pensativo, e ouvia as besteiras habituais que Marcos falava e as respostas nada educadas das meninas da sala e do professor. E foi naquele dia, bem assim, que Bianca conheceu a turma do barulho da classe 15C. Também foi naquele dia que, inconscientemente, ela entrou no meu mundo pra valer.


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Notas finais do capítulo

Ficou legal? Espero que tenham gostado! Sei que demorei *_*, mas vou tentar escrever com mais frequencia.
P.S. Reviews são muito bem-vindos!