O Estranho que Apareceu na Minha Vida escrita por Bloody Butterfly


Capítulo 1
Já viu aquele clichê?


Notas iniciais do capítulo

O cap. ficou curtinho, mas espero que gostem!



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POV. Bianca

É engraçado como só uma palavra pode bagunçar a sua vida toda, virar tudo de ponta cabeça e te deixar sem direção. Na verdade nunca pensei que isso aconteceria comigo, mas quem poderia prever uma coisa dessas?

Encontrei minha palavra em uma das encruzilhadas da vida. Ou talvez em uma encruzilhada de esquina mesmo. Acho que foi isso, mas não me lembro. Daquela noite, isso é tudo o que me lembro.

Meu nome é Bianca Allen Roberts. Tenho quinze anos, moro em Manhattan, em um hotel. Ah, sou virgem. Hum, pelo menos, eu era.

Acho que a minha vida não saiu muito de acordo com o planejado. Sou daquelas românticas que queria fazer tudo direitinho. Namorar, beijar na boca, se apaixonar, casar, ficar com a pessoa que amo, perder a virgindade depois de casada, ter uma vida feliz. Acho que isso resume bem a minha inocência. Eu não tinha ideia do que me esperava.

Acordei com dor de cabeça. Tinha bebido na noite anterior, foi meu primeiro porre mesmo. Já abri os olhos vendo tudo desfocado, como nos filmes, sentia meu corpo doer e a visão demorou a se ajustar. Vi que estava em meu quarto no hotel, porém esse não era o problema. Eu não estava sozinha.

Havia mais uma pessoa deitada na cama. Dei um pulo e um gemido de angústia, o que consequentemente o fez acordar.

Era um garoto. Ele acordou um com susto, como quem desperta de um pesadelo e pareceu ainda mais assustado quando me viu.

–QUEM É VOCÊ??!! –gritamos ao mesmo tempo.

Levantei da cama em salto. O rosto dele começou a ficar mais e mais vermelho, foi quando percebi que não usava nada de roupa. Agarrei o lençol e me cobri, mortificada.

–Quem é VOCÊ? –rebati, sentindo minhas bochechas queimarem. -Esse quarto é meu! O que DIABOS está fazendo aqui?!

–E-Eu não me lembro... –murmurou ele esfregando a testa e cobrindo os olhos.

–Você me atacou?! –berrei, horrorizada- Isso... Isso é abuso! Vou chamar a polícia!

Mas a ficha estava começando a cair. Nós estávamos ali. E eu não o reconhecia. Tinha certeza que nunca tinha visto o sujeito na vida. Então como esse estranho acabou na minha cama??

–Ai, meu Deus! –exclamei- Vai embora antes que eu mande te prenderem!

O rapaz levantou da cama ainda em choque, parecia estar tão confuso quanto eu, mas não me importei, só queria que ele saísse dali.

–M-Mas... Ma-Mas eu...

–Nada de ‘mas’! –interrompi seus gaguejos- Eu estava bêbada! Como pôde fazer isso!?

–Eu n-não lembro... –balbuciou, constrangido.

–Argh! –apanhei minhas roupas do chão, colocando-as de qualquer jeito, acho que nunca me vesti tão rápido.

Só queria sair dali. Coloquei os pés em um sapato qualquer e saí, batendo a porta atrás de mim.

Comecei a andar pelos corredores do hotel, meu coração batendo que nem louco. Doido, não? Foi assim que eu acordei naquela manhã (que já era quase tarde). Fiquei andando por não sei quanto tempo antes de perceber que tinha saído do meu quarto, não do dele.

–Ah, meu deus, sou uma idiota! -dei um tapa na testa.

Acabei voltando pro quarto meia hora depois. Fiquei com um pouco de medo de encontrar aquele estranho ali, mas não havia nem sinal. Ele tinha levado suas roupas e arrumado a cama.

Que estranho prestativo, não?

Minha cabeça estava nos ares. Droga. Esse é definitivamente o pior dia da minha vida. Pior do que qualquer outra coisa, eu diria. Tomara que eu nunca mais tenha que ver a cara dele! Maldição.

Não me lembro de quase nada mesmo. Inferno! Pensando bem eu QUERO ver ele de novo! Só pra encher a cara dele de porrada! Nem sei o nome daquele despacho de encruzilhada, merda.

Me joguei na cama, olhando fixamente para o teto. Ouvi a porta ser aberta e me deparei com Katherine. Ou Katie, como eu a chamava.

Katie era baixinha e morena; magra e de olhos castanhos. Era minha amiga desde a sexta série e sempre foi uma das pessoas mais divertidas que já conheci.

–Que cara é essa? -perguntou quando me viu atirada ali.

–Estou tendo o pior dia da minha vida. -respondi de mal humor.

–Que exagero. -ela riu, sentando ao meu lado.

–Não é exagero. -resmunguei.

–Ah, o porteiro disse que tinha uma coisa pra você lá. -avisou Katie.

–Droga. -levantei rápido, saindo sem trancar a porta.

Katie veio atrás de mim.

–Você sabe que já são nove da manhã, né? -ela me cutucou nas costas- Perdemos a escola.

Bufei.

–Como se você se importasse com isso.

Ela sorriu.

–Não me importo. Por isso estou aqui. -ela entrou no elevador atrás de mim e apertou o botão do térreo- Até cheguei a ir lá, mas como vi que nem você tinha ido pra aula decidi sair.

–Do jeito que você fala eu pareço uma nerd. -protestei, cruzando os braços.

–E não é?

–Não. -as portas de metal se abriram e nós saímos.

Parei na frente da bancada da portaria e olhei para a cara do nosso porteiro, Roger.

–Tem alguma coisa aí pra mim? -perguntei, ríspida.

Ele arqueou as sobrancelhas negras e deu um sorriso de canto.

–É claro senhorita Roberts. -ele me estendeu um cartãozinho- Um menino veio aqui à pouco e deixou isso pra senhorita.

Tive vontade de rasgar o cartão, mas decidi olhar primeiro. Tinha sido escrito às pressas com uma caligrafia horrível, entretanto consegui ler. Estava escrito:

Me desculpe pelo mal entendido. Não quis prejudicar você. Espero que não fique magoada.
Will

É, e foi assim que descobri a palavra que arruinaria minha vida. A palavra era Will.


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Notas finais do capítulo

E aí? Espero que tenham aproveitado porque logo vem o próximo.



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