Nascida nas Sombras escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 9
Capítulo 8




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CAPÍTULO 8 - FLORENCE SERÁ A VOLTA.

Alexander Woodley não conseguiu dormir.

Rolando de um lado para o outro em sua cama e impressionado por ainda não ter acordado seu colega de quarto Scotty Phllips, Alexander achou que, pelo menos, deveria se sentir mais leve. Depois de jogar toda a sua indignação de anos em cima da filha do causador de todas as suas insônias, ele pensou que poderia finalmente seguir em frente. Mas, de uma forma incrivelmente diferente, não sentia isso. Talvez devesse ter ficado atrás da porta, escutando a conversa e nada mais.

Ele também não sabia se agiu de forma certa, falando aquilo para Florence. A garota pareceu muito transtornada e irritada, tanto que ninguém conseguiu tirá-la do quarto para ir a aula, algumas horas atrás. Minerva ficou furiosa, porque tinha planejado a noite dela inteira.

–Droga – disse ele para si mesmo, depois de desistir de dormir – Droga, droga!

–Hmmm – Scotty resmungou, ao seu lado.

Mesmo que seu colega de qaurto estivesse dormindo, aquilo pareceu um especie de reclamação para Alexander.

Com um suspiro, ele saiu do quarto.

Seus pés tocavam o chão frio da madrugada e parte dele gostava da sensação, mas a outra parte repetia em sua cabeça que isso era realmente estranho e que ele deveria voltar.

Mas, antes que a parte sensata de sua mente vencesse, no fim do corredor, Alexander viu um vulto passar rápido. Ele parou no mesmo instante. ‘’Todos deveriam estar dormindo, não é?’’ pensou. Um segundo depois, se viu andando rapidamente atrás daquela sombra que agora descia, ao longe, a escada.

Definitivamente era alguém e definitivamente sabia que não deveria estar andando por ali, porque quando ele chamou-a, a sombra correu mais rápido. Isso pareceu um tipo de desafio para Alexander e, bem, ele adorava desafios. Correndo mais rápido, quase conseguiu agarrar a sombra que, tinha percebido, vestia um casaco que cobria até sua cabeça. A sombra entrou na biblioteca.

Alexander, curioso e ao mesmo tempo receoso, a seguiu com cautela. Lá dentro, em meio as várias e várias estantes e mesas de estudos, tudo parecia quieto.

–Eu sei que tem alguém aqui – ele disse alto o suficiente para que a pessoa escutasse de qualquer canto da sala – E também não sairei daqui até que você saia primeiro. Posso acrescentar que sou determinado e que tenho tempo? Porque, oh sim, isso é verdade.

Silêncio.

Ele, que não esperava outra reação, pegou uma cadeira e sentou em frente a porta.

–Conheço essa escola como se fosse a palma da minha mão, poderia dizer que conheço esse lugar ainda melhor – ele disse, com os braços cruzados, como se isso fosse divertido – Então, posso dar uma dica a você: saia de onde estiver. Não há outra saída.

Mais silêncio.

–Prometo que se você sair agora, eu não o levarei até Minerva – Alexander continuou – Apenas terá que me dizer porque fica andando pelos corredores a essa hora da madrugada, sabendo que é proibido.

Nada.

–Okay, você... – ele ia argumentar mais alguma coisa, quando alguns livros caíram em um corredor perto de onde estava. Sem pensar duas vezes, ele se levantou e com certa agilidade, devido o fato de ainda estar escuro, conseguiu alcançar o local em segundos.

–Droga de livros idiotas, vocês não poderia ficar quietos? – uma voz feminina falou baixinho de forma irritada, e quando Alexander se aproximou percebeu a quem pertencia. Florence – Ahhh, Meu Deus! – ela gritou quando finalmente o viu, com uma das mãos sobre o peito.

–Florence?

–Não, isso é um sonho e você está dormindo – ela disse, hesitante – Durma, durma, durma.

–Florence sei diferenciar o que é sonho do que é realidade.

–Isso é um sonho.

–Isso não é um sonho.

–Tudo bem, se você está dizendo. Agora tenho que ir, foi legal ver você.

Antes que ela corresse, Alexander segurou seu braço.

–Me desculpe, mas ainda não ouvi o que queria – ele disse – Por que está aqui?

–Gosto de passear a noite, poderia me soltar agora? – ela não parecia intimidada.

Ele a soltou.

–Acho que adoraria explicar isso a Minerva então.

–Nossa, você realmente me odeia – ela observou, impressionada – Primeiro tenta destruir a imagem do meu pai pra mim e agora isso? – Florence assobiou – Já pensou em procurar um médico e contar seus problemas, Alexandre?

–É Alexander – ele corrigiu – E faria isso com qualquer pessoa.

–Você precisa de ajuda.

–Eu, na verdade, preciso que me diga o que faz aqui.

–Eu vim pegar um livro, ok? É crime? Pois então me processe – ela levantou as mãos em rendição – Sou a nova menina que roubava livros.

–E ta...

–De qualquer jeito, se eu não posso estar aqui, você também não, estou certa?

–Você...

–Definitivamente, estou certa.

–Bem, eu..

–E você não sabe o que dizer, touché.

–Olha, já disseram a você o quanto é irritante?

–Poderia fazer a mesma pergunta a você.

–Eu realmente vou te poupar de uma discussão, já que Minerva provavelmente vai arrumar uma com você amanhã, por ter faltado o primeiro dia de aula.

–Como se eu me importasse – ela deu de ombros – Alexandre...

–Alexander – corrigiu novamente.

–Se eu for expulsa desse lugar, vai ser um bônus

–Então está andando pela escola por isso? Para tentar ganhar advertência. Nossas, seus planos obscuros, me faz lembrar o seu pai.

Florence cerrou os olhos em sua direção.

–Meu pai não está aqui para se defender, então é melhor ficar com seus comentário irritadinhos apenas para você – ela falou por fim – Meu pai é inocente.

–Tão inocente – ironizou Alexander – Estou com pena do pobre coitado.

–Olha, só...

Um grito cortou a conversa. Os dois, assustados, olharam-se no mesmo instante procurando respostas um no rosto do outro.

–Ouviu isso? – Florence perguntou, com um sussurro.

–Só não escutaria se fosse surdo, Willis – Alexander respondeu, no mesmo tom.

Mais um grito.

Os dois, agora atentos, perceberam que se tratava de uma garota totalmente apavorada.

–Será que ela viu uma barata ou algo assim? – Florence disse.

–Duvido – Alexander discordou – Os dois gritos parecem ser da mesma pessoa, mas não parecem vir do mesmo lugar. E como..

–Se ela estivesse correndo.

Alexander apenas acenou concordando.

–Vem, acho que podemos ver o que está... – mas ele foi interrompido, por uma baque forte. Algo como um choque de um objeto com outro. Os dois pararam por alguns instantes, esperando mais algum grito, mas tudo ficou em silêncio. – Isso realmente não me parece nada bom.

–Odeio ter que dizer isso, mas concordo com você.

–Acho que devemos ver isso.

–Acho que você pode ir sozinho, tipo eu posso ficar aqui e observar..

–Está com medo, Willis? – Alexander deu um sorrisinho de lado.

–Era apenas uma ideia.

–Então vamos.

Como máximo de silêncio que conseguiram fazer, eles sairiam da biblioteca ainda esperando ouvir os gritos que agora pareciam mudos. Dobraram em alguns corredores e não encontraram ninguém. Ao fim de um desses, Florence quase soltou um gritinho de horror.

–Me diga, me diga... – ela falou, escondendo o rosto com as mãos – Que alguém pisou em ketchup e acabou manchando o piso.

–Do que você... – então Alexander viu. Era uma única pegada, em um corredor inteiramente branco. Estava em um vermelho tão vivo e tão fresco que Alexander teve certeza de que não era Ketchup. – Florence, venha comigo rápido, tem algo muito errado por aqui.

Quando eles finalmente chegaram ao pé da escada perceberam que os medos de ambos tinham se tornado reais. Um corpo estava atirado perto dos degraus, coberto de sangue. Alexander não precisou chegar muito perto para saber de quem se tratava. Lindsay Miras.

Ambos, totalmente surpresos e assustados, caminharam devagar até chegar mais perto do que antes era a garota. Ela parecia ter caído do segundo andar, porque saia muito sangue de sua cabeça e seu corpo estava em uma posição estranha. Mesmo completamente paralisado de horror, Alexander conseguiu ouvir ao fundo portas se abrindo e sussurros cada vez mais altos. Ele percebeu que em poucos segundos todos os alunos estariam vendo aquela cena.

Ao seu lado, Florence começou a tremer e soluçar sem controle algum e ele se convenceu que ela estava apenas assustada com tudo aquilo. Mas, depois de observar mais alguns segundos aquela imagem, percebeu como estava terrivelmente errado. Com o sangue de Lindsay, uma frese tinha sido escrita ao lado do corpo.

‘’Florence Willis será a volta’’


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