A Seleção de Bella Miller escrita por DarlingMamacita


Capítulo 20
Jornal Official


Notas iniciais do capítulo

Inspiração: Jogos vorazes
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/540896/chapter/20

Minhas mãos suavam, minha respiração estava irregular e parecia que eu estava preste a explodir a qualquer momento. Não, não eu não estou doente. Amanhã seria o primeiro Jornal Official que eu participaria. Já haviam acontecido três jornais e em nenhum deles eu estava presente, o primeiro eu estava ‘fugitiva’ com Austin. O segundo eu estava em uma cama de hospital, dormindo que nem um anjo e no terceiro eu estava me recuperando. E bem, amanhã eu iria mostrar meu rosto para Illéa. E não, não e só por causa disso que eu estou nervosa. Aconteceram muitas coisas essa semana.

1ª As selecionadas haviam se dividido em grupo. O meu grupo e o de Paloma. Eu nunca quis isso, mas Paloma colocou essa divisão entre nós e é claro que a maioria das garotas ficaram do lado dela, apenas Thayla, Katrina, Lorena, Vitoria e sua irmã gêmea que ficaram com a gente.

2ª Eu era humilhada todo santo dia.


3ª Austin ficava sempre me interrogando.

4ª Eu não sabia o que fazer e estava desesperada.

Foi com esses pensamentos que eu dormir...

*** *** ***

De manhã, minha equipe de preparação que ocupou meus pensamentos. Você deve estar achando confuso esse começo repentino mas eu irei explicar. A dois dias atrás eu fui conhecer o orfanato o que vocês já sabem, depois daquele dia eu não vi mas Austin. O castelo estava uma confusão, os reis de outras nações ficariam hospedados aqui até a sexta feira, que é hoje. Aí tudo bem, a semana foi rodeada de correria, bailes, vestidos, festa. Até chegar o dia em que nossa querida “Professora” Silvia veio nos informar que sexta aconteceria o Jornal. E eu nunca havia participado e estava completamente por ‘fora’ desse esquema e não ajudou muito o fato de que metade das selecionadas me odiavam. Eu havia perdido muitos pontos, e precisava recupera-los se quisesse ficar para a Elite. Até ai tudo Okay? NÃO. Paloma e seu grupinho faziam de tudo para que meus planos dessem errados e era por isso que eu estava tão angustiada. Essa era minha única chance de provar que tinha potencial para estar na seleção. O jornal Official. Eu havia praticado muito com Daphelenna que me ajudou em como se comportar. Eu precisava provar pra mim mesma e para o mundo o meu potencial. E aqui estávamos nós. Hoje o dia pertence a Lily. Ela é minha única esperança. Talvez consiga fazer com que eu pareça maravilhosa, assim ninguém vai se importar com as coisas que saírem da minha boca.

Enormes olhos delineados negros, lábios vermelhos cheios, cílios que refletem um pouco de luz quando eu pisco. Finalmente, eles cobrem o meu corpo inteiro com um pó que me faz brilhar em poeira dourada.


Então Lily entra com o que eu presumo ser meu vestido, mas eu não consigo realmente ver, porque está coberto.


— Feche seus olhos — ela ordena.


Eu consigo sentir a seda interior enquanto eles o deslizam pelo meu corpo nu, então o peso. Deve ter uns dezoito quilos. Eu aperto a mão de Anna enquanto cegamente coloco meus sapatos, feliz por descobrir que eles são pelo menos cinco centímetros mais baixos do que o par que Dap me fez praticar. Há algum ajuste e manuseio. Então silêncio.


— Posso abrir meus olhos? — pergunto.


— Sim — diz Lily. — Abra-os.


A criatura de pé perante a mim no espelho inteiro veio de outro mundo. Porque o meu vestido, ah, o meu vestido é inteiramente coberto em pedras preciosas reflexivas, vermelhas, amarelas e brancas com um pouquinho de azul que acentua nas pontas.

Eu não estou bonita. Eu não estou linda. Eu estou tão radiante quanto o sol.


Por um tempo, simplesmente me encaramos.


— Ah, Lily — finalmente sussurro. — Obrigada.


— Você vai arrasar— ela diz.

Eu estico meus braços e a abraço. A equipe de preparação grita em admiração. Lily dispensa o time e me faz mover com o vestido e os sapatos, que são infinitamente mais manejáveis, o vestido paira de tal jeito que eu não tenho que levantar a saia quando ando, deixando-me com menos uma coisa com a qual me preocupar.


— Então, tudo pronto para a entrevista? — ela pergunta.

Eu consigo ver por sua expressão que ela sabe o quanto nervosa estou.


— Eu vou ser horrível. Paloma me chamou de lesma morta. Não importa o que tentássemos, eu não conseguiria. Eu simplesmente não consigo ser uma dessas pessoas que ele quer que eu seja.

— Por que você simplesmente não é você mesma—Ela diz com um sorriso— O pessoal da preparação te adora. E Austin te ama. E quanto aos cidadãos de Illéa, bem, eles não conseguem parar de falar sobre você. Ninguém consegue evitar admirar o seu espírito, depois que viram a matéria sobre o orfanato.


Eu tento me acalmar com suas palavras, mas cedo demais é hora de ir. A entrevista se dá em um palco construído em uma salinha reservada e confortável. Uma vez que deixo o meu quarto, serão só minutos até eu estar na frente das câmeras.

Nós nos encontramos com o resto das selecionadas. Paloma e sua gangue estavam sentadas nos primeiros bancos, de frente a câmera. A família real também já havia chagado, Austin parece formidável em um terno preto, ele sorriu assim que me viu, e sussurrou um “Linda”.

Todas as selecionadas estão arrumadas para a ocasião. Eu evito Paloma, mas aceito os elogios de Maria, ela pode ser falsa e tola, mas ela não é destrutiva como Paloma.


Austin havia eliminado mas 5 garotas então, nós vinte e três sentamos em um grande arco durante as entrevistas. Eu serei a última, ou a penúltima como sempre. Como eu gostaria de ser a primeira e acabar com esse negócio todo!

Agora eu terei que ouvir como todas as outras enérgicas, engraçadas, humildes, ferozes e charmosas antes de eu ir. Além disso, a audiência vai começar a ficar entediante, exatamente como eu ficava sempre que assistia um jornal Official.

Logo antes de desfilarmos até o palco, minhas amigas, sim Pietra, Daphelenna, Amélia e Antônia, Giulia, Antonnela e Mia apareceram elas acenaram para mim e para Thayla que retribuímos com um enorme sorriso.

Minha respiração já estava rápida e superficial. Eu conseguia sentir minha pulsação em minhas têmporas. É um alívio ir até a minha cadeira, porque com os saltos e as minhas pernas tremendo, tenho medo de tropeçar.

Apesar de a noite estar caindo, Angeles estava mais clara que um dia de verão, apesar de ser inverno e as chuvas se tornarem constantes. Uma unidade de assentos elevados foi organizada para os convidados de prestígio. As câmeras irão se virar para eles quando estivermos reagindo a entrevista. Equipes de televisão reivindicaram a maioria das outras sacadas. Nas casas e salões comunitários pelo país, cada televisão está ligada. Cada cidadão de Illéa está atento, assistindo.


Gravil Fadaye, o homem que faz as entrevistas por mais de quarenta anos, saltitava pelo palco. É um pouco assustador, porque sua aparência permaneceu sinteticamente imutável durante todo esse tempo. Com seu mesmo terno de cerimônia, azul escuro pingado minúsculas estrelas na parte inferior ele começou o Jornal.


Gravil conta algumas piadas para aquecer a audiência, mas então parte para os negócios.

Lorena, parece provocadora em um vestido dourado transparente, anda até o centro do palco para se juntar a Gravil para sua entrevista.


Cada entrevista dura apenas Quatro minutos. (Eu não me lembro direito, nem sei se tem duração) Então uma campainha soa e é a vez da próxima selecionada. Eu digo isso do Gravil, ele realmente faz seu melhor para deixar as garotas brilharem. Ele é amigável, tenta deixar as nervosas à vontade, ri de umas piadas sem graça e consegue transformar uma resposta fraca em uma memorável somente pelo jeito com que ele reage.


Eu sento como uma dama, do jeito que Dap me ensinou, enquanto as selecionadas são entrevistadas. Todas estão chamativas e sexys e sempre dão um sorrisinho caloroso quando Gravil faz alguma pergunta relacionada a Austin.


E então a garota ao meu lado volta com um sorriso vitorioso e sou eu, e eu me sinto, como se em um sonho, levanto e ando até o centro do palco. Eu aperto a mão esticada de Gravil.


— Então, Anna, sua província deve estar muito orgulhosa de você. O que mais te impressionou desde que você chegou aqui?

O quê? O que ele disse? É como se as palavras não fizessem sentido algum.Minha boca ficou seca como serragem. Eu desesperadamente encontro Lily na multidão e travo meus olhos com ela e minhas amigas. Imagino as palavras saindo de seus lábios.


— O que mais te impressionou desde que você chegou aqui?


Vasculho meu cérebro por algo que me fez feliz aqui. Seja honesta, eu penso. Seja honesta.


— A Coca-Cola — solto.


Gravil ri, e eu vagamente percebo que parte da audiência se juntou a ele.


— Você já a experimentou com lasanha? — ele pergunta rindo.
Eu aceno.


A pequena plateia grita positivamente de volta e aplaudem. Isso é o que eu quis dizer sobre Gravil. Ele tenta te ajudar.


— Agora, Anna — ele diz confiantemente — quando você saiu na despedida da sua província, você ficou muito emocionada. Você poderia nos dizer o porque?

Seja honesta. Seja honesta. Seja honesta.


— Eu estava chateada com a despedida, e... Eu vi o meu melhor amigo com outra pessoa, eu fiquei um pouco triste porque eu estava indo embora enquanto ele estava lá, seguindo em frente.

— Ah, mas eu acho que o nosso querido príncipe cuidou direitinho dessa tristeza, não?

Eu aceno, completamente envergonhada.

Uma risada alta, se multiplica entre todas as pessoas que estão na sala. As câmeras focam bem a reação de Austin que está rindo e assentindo.


— Sim. — Eu digo timidamente— Ele deu conta do recado.

Todos riem e eu também deixo escapar alguns risinhos.

— Anna, minha querida— ele continua— eu tenho informações que o seu pai não pode se despedir, isso é verdade?

Eu sinto uma gelada rigidez tomar conta do meu corpo. Meus músculos ficam tensos, torço meus dedos até doerem, forçando-me a não chorar. Quando eu falo, minha voz parece ter caído uma oitava.

— Sim, infelizmente não nos despedimos.

Ouço murmúrios de lamentos e por incrível que pareça vejo algumas pessoas da produção chorando (N/M:Virou Jogos Vorazes)

— Anna, vamos para a pergunta que o público mais clama— Ele sorri e diz cada palavras pausadamente— Você já beijou o nosso querido, Austin Schreave? —Gravil estimula gentilmente.

Eu olho para Austin na sacada e mordo meu lábio.


— Sim.

Enquanto a audiência faz oohs e aahs, vejo Pietra fazer o menor movimento circular com seu dedo. Eu sei o que ela está dizendo. E se as câmeras e toda Illéa não estivesse me assistindo no momento eu juro que mostraria meu “dedo indicativo” para ela.


—E a senhorita poderia nos dizer se ele beija bem?

—Sim — respondo instantaneamente. —Muito bem a propósito —eu concluo, e a audiência vai a loucura.


— Essa aqui é a nossa querida, Anna — diz Gravil, dando-me um apertão. A campainha soa. — Desculpa, nosso tempo acabou. Muita sorte querida, e quem sabe a senhorita não venha ser a nossa adorada rainha, futuramente!

Aquilo não foi uma pergunta. Ele encara-me nos olhos sem um pingo de sarcasmo. Espera aí, Gravil Fadaye acredita mesmo que eu possa ser a nova rainha?

Os aplausos continuam por muito tempo depois de eu estar sentada. Eu olho para Austin em busca de tranquilização. Ele me dá um joia sutil, sorrindo. E depois volta a atenção para a irmã que fala alegremente.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!