Meus pés rugiam com dor, corria sem nenhuma direção, apenas corria. Meus pulmões estavam fraquejados, sabia que se corresse mais um pouco era capaz de desmaiar. Minha cabeça se esforçava para tentar sair, para respirar...

Meus pulmões arfaram, eu parei abruptamente. Coloquei as mãos no joelho completamente perdida, as lagrimas me sufocavam e eu não conseguia respirar. Tente, tente Bella. Respire. Respire.- Coordenava a mim mesma.

Estava encostada na parede, arfando. Quando uma porta se abriu, nela saíram alguns ministros, todos estavam vestidos formalmente e tinham um rosto de desgosto. Apenas uma pessoa ali sorria, um sorriso torto que levava a uma esbelta covinha. Seus bonitos olhos depararam-se com os meus, e seu sorriso se desfez.

Não, não, não...

De todos os lugares o pior que eu poderia desejar seria estar frente a frente com Austin!

—Senhorita Miller? —Ele se aproximou e pude reparar como os ministros olhavam para mim.

Ele caminhou lentamente...bem lentamente, e quando estava centímetros de mim pude respirar o seu perfume. Era tão bom...Naquele momento eu desejava estar em seus braços novamente, sentir seus lábios nos meus... seu toque...

Não, não, não...Tentei afastar estes pensamentos de mim. Ele te machucou, sua idiota. Ele quer apenas te usar.

Ele foi ousado e me segurou com seus braços fortes, suas mãos seguravam minha cintura, me embalando...

—Você está bem, anjo? —Ele acariciou uma das mãos no meu rosto, seu toque era tão bom. Ele estava tão perto. Ele havia me chamado de anjo também. Lembrei-me de ontem à noite, quando ele se despediu de mim e me chamou pela mesma caricia.

—Por favor, Austin, não me chame assim! —Tentei me afastar de seus braços mais ele era forte e me puxou para si novamente.

—O que aconteceu, Bella? Porque você esta assim? —Ele sussurrou em meu ouvido.

Encarei-o com lagrimas nos olhos. Como eu pude ser tão burra? Um cara como Austin nunca, nunca se apaixonaria por mim, nunca nem sequer me repararia.

—Você é um idiota—afastei suas mãos da minha cintura, e me virei, senti as lagrimas queimando no meu rosto.

—Volte aqui! —Ele me puxou novamente, me prendendo pelos pulsos. —Eu sei que sou um idiota, mais eu gostaria de saber o porquê disso?

Eu ri, com a sua inocência.

—Hmm...deixe-me ver, peônias, cinema, jardim, biblioteca, dança, beijos e—seus olhos estavam arregalados e suas mão vacilaram—Você é um completo idiota, o que você pretendia? Pegar todas as selecionadas? Faze-las se renderem aos seus pês? Você é um cretino, idiot...

Ele me presou contra a parede, ferozmente, enquanto despejava todos os insultos possível. Eu estava fervendo de raiva, estava com raiva de mim mesma por ter acreditado em algum futuro, por chorar por ele...

—Bella, você não sabe o que esta dizendo—ele rosnou.

Olhei profundamente em seus olhos que agora ferviam como fogo. As palmas de sua mão, pressionadas contra o vidro, me aprisionaram entre seus braços. Eu não conseguia mais pensar em mais nada sentindo sua presença assim tão próxima. Não...eu não podia me deixar levar.

—A não—berrei—então quer dizer que aquelas garotas mentiram? Que você é um príncipe perfeito? Que você está completamente certo e elas estão erradas? Você é um idiota, e eu não sei como pude me deixar levar. Como eu pude? Eu sou uma idiota. Você só queria se aproveitar e te...

Seus lábios já estavam nos meus, calando-me. Ele beijou a minha boca, seus lábios inclinando sobre os meus. Fiquei impressionada com a firmeza e a macies de seus lábios, e com a pressão suave que eles exerciam. Suspirei, dando espaço para sua língua exigente, era um beijo confiante e habilidoso com a quantidade de agressividade. Mal reparei quando meus saltos foram para o chão. Minhas mãos foram logo para os cabelos dele. Senti seus batimentos descontrolados contra meu peito. Tudo foi tão rápido, mais ao mesmo tempo tão intenso, quando seus lábios estavam nos meus era como se...se não existisse mais nada, apenas eu e ele. Mais isso era mentira eu tinha que me afastar...

Afastei-me da porta, e de seus braços. As lagrimas recomeçaram ao ver como eu desejava aquele beijo. Como eu tinha precisado.

—Por favor, me deixe sozinha.

Foram as únicas palavras antes de me afundar entre os corredores.



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Eu estava sentada sobre um banco no jardim, não fazia se quer questão de saber quanto tempo estava ali.
A brisa calma e morna, soprava pelo meu rosto. As lagrimas já haviam diminuído deixando espaço para um imenso vazio.

Eu sabia que deveria ser forte. Eu sabia que deveria estar dentro do salão, recebendo os reis e rainhas de outras nações. Mais esse não era meu lugar, não era para mim estar aqui...

Ouvi passos se aproximando. Com certeza deveria ser um dos guardas, querendo que eu voltasse para dentro.

—Já estou entrando—Gritei.

—Puxa, justo agora que eu pretendia me juntar a você. —Virei a cabeça a procura daquela voz. Com certeza não era Austin e muito menos um guarda.

—Olá—Disse-me um incrivelmente homem, ele aparentava estar por voltar dos 20 e tinha os cabelos loiros jogados para os lados, seus olhos azuis eram da mesma tonalidade que os meus, tão claros e persuasivos. Ele deveria ser algum empregado da família real pois estava vestido com uma calça jeans surrada e uma camiseta simples.

—Olá—Devolvi educadamente.

—Humm...imagino que uma dama como você não deveria estar aqui fora a essa altura da noite, ainda mais sozinha e—ele me analisou dos pés à cabeça—e... ainda mais b-bonita desse jeito.

Apesar de aparentar ser alguém definitivamente confiante, ele pareceu meio perdido ao falar comigo. Suas mãos estavam no bolso da calça e pude ver que sua respiração se tornou desigual.

—Bom, eu fico grata pela sua preocupação, mais eu tenho total confiança que estou super segura dentro deste castelo e eu sei me defender sozinha. —rebati.

—Err.. Além de linda, muito confiante—ele sorriu, enquanto se sentava ao meu lado. —Não pude deixar de rir. — E ainda ri como um anjo—ele continuou—eu poderia ter o prazer de saber o nome desse presente de Deus?

—Bella—Disse rindo—Você é engraçado.

—Fico muito feliz que tenha essa impressão de mim, prazer sou o cara que fazem as garotas desistirem das lagrimas e sorrirem.

—Ai meu Deus—eu dei risada—Que brega!

Ele sorriu pra mim


—Eu não entendo muito de romantismo. O que você faz aqui fora? —ele pergunto— Por acaso está muito tedioso lá dentro?

—Eu não sei, só precisava de ar—suspirei.

—Posso te perguntar uma coisa?

Olhei em seus profundos olhos azuis. Ele era realmente lindo, um pouco parecido com Austin, mais seus cabelos eram mais claros. Senti que naquele momento poderia contar todos os meus segredos e façanhas, ele tinha um ar de harmonia e confiança.

—Sim.

—Porque você estava chorando? —ele sussurrou.

—Por que eu sou uma idiota—sussurrei—Uma idiota que se deixa levar por palavras bonitas...ou por... Não sei—completei—eu não sei porque estava chorando.

—Entendo.

Fiquei grata por ele não perguntar mais nada. Acredito que ainda não estou pronta, para descarregar toda essa carga de sentimentos em alguém. Ele olhou para os pulsos, de onde saiu um formoso relógio. Ele tinha perolas negras nas bordas, e uma águia formada sobre sua superfície.

—Eu preciso ir—ele se levantou. —me desculpe Bella, eu... —ele passou as mãos no cabelo—tenho um compromisso daqui alguns minutos, por favor me perdoe.

Ele beijou minha mão estendida e saiu, mais antes que ele se perdesse de vista eu grite.

—Ei, como você chama?

Ele se virou para mim, já a uma certa distância, mais era impossível não perceber que ele sorria.

—Christopher.