A Crazy Love escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 3
Mágicos


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal. Obrigada pelos comentários e favoritamentos! A música que tem no capítulo é Hello, You Beautiful Thing do Jason Mraz. Boa leitura!
Link: http://www.vagalume.com.br/jason-mraz/hello-you-beautiful-thing.html



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POV Austin

Meu terceiro dia naquela escola e, consequentemente, o terceiro dia desde que conheci Ally. Posso afirmar que estava adorando aquela escola. Por todas as aulas, mas principalmente pela aula de música. Em nenhuma das outras escolas que estudei tinha um horário tão específico para quem gostasse. E eu adorei esta ideia. Estava me ajudando a decidir que o que eu realmente queria para minha vida é musica. Mas, é claro, que não posso negar que a esta aula estava sendo muito boa também porque tinha uma certa pessoa que me interessava nela.

Neste terceiro dia eu quase não vi Ally. Isso era o contrário de tudo que eu queria, pois o que eu mais queria era conhecer essa garota. Ally havia atraído minha atenção e eu queria conhecer aquela garota. Como queria. Esse foi um dos motivos que me levaram a decidir fazer uma surpresa para Ally neste dia. Surpresa que eu tinha quase certeza que Ally não tinha a menor ideia, já que quando me passou o local de seu trabalho, tinha apenas indiferença.

Assim que todas as aulas acabaram fui até minha casa. Saí de lá no meio da tarde e não me preocupei em avisar meus pais, já que eles pensavam que eu estava estudando com Dez. Mesmo os dois não conhecendo o ruivo.

Não difícil achar o caminho que Ally havia explicado, pois realmente não era muito longe do colégio. Estacionei na frente de um orfanato e logo percebi que ao lado também tinha um colégio. Os lugares eram lado a lado e relativamente grandes. O nome do orfanato era “Nova Vida”, e não era difícil imaginar o porquê, já que todas aquelas crianças queriam uma nova vida.

Fiquei em dúvida em qual dos dois lugares entrar. Optei pelo colégio. Assim que entrei fiquei impressionado de como aquele lugar era organizado. Primeiro havia uma recepção e então abria em alguns corredores, com muitas salas. O lugar parecia ter sido decorado por crianças, e realmente, foi isso.

Eu ia começar a falar com a recepcionista quando algo me chamou atenção. Com certeza era Ally a garota que andava de mão dada com uma menina pequena. Como não estávamos muito longe, quando ergue o olhar, Ally conseguiu me identificar. Percebi isso por seu olhar surpreso e então passou a ser curioso.

Ally veio em minha direção puxando a menina que pulava ao seu lado.

– Austin? – ela perguntou ainda surpresa e eu ri.

– Não fique tão surpresa assim. Te avisei que iria vir, você que não acreditou – acusei sorrindo e ela sorriu minimamente. A menina que segurava sua mão puxou Ally encarando-me.

– Oh, claro. Ele vem comigo – Ally avisou avisando a jovem recepcionista que apenas riu.

Andei ao lado de Ally enquanto a menina ao seu lado voltou a pular.

– Sabe, não pensei que realmente viesse – ela admitiu.

– Eu sei. Mas, porque pensava isso? – perguntei.

– Pensei que você tinha coisas mais importantes do que conhecer o lugar onde trabalho – falou sincera.

– E realmente tenho – concordei fazendo ela dar ombros – E isso é, te conhecer – completei e ela olhou para mim novamente surpresa. – Não quero apenas conhecer esse lugar. Quero te conhecer – informei e ela pareceu envergonhada.

– Para isso terá que conhecer essas crianças – ela informou e balançou a mão da menina que sorriu. A criança parecia ter no máximo três anos.

Ally soltou a mão da menina para abrir uma das portas daquele corredor me deixando curioso. Sorri quando a ouvi falar para a sala inteira, mesmo eu não vendo nada.

– Pessoal, vamos sair um pouco? – ela perguntou atenciosamente. Ri quando ouvi depois vários gritos infantis.

Ally se virou sorrindo para mim. Esse sorriso só deixava ainda mais evidente sua beleza. Ela abriu mais a porta e puxou meu fazendo com que eu ficasse na frente da porta ao seu lado.

– Esse é o Austin e ele vai passar o resto da tarde conosco – ela apresentou e riu quando ouviu um “Oi Austin” coletivo.

Na sala tinha outra mulher na sala, deduzi ser professora, que apenas sorria nos observando. Parecia ter umas 12 crianças, todas ela com idade em torno dos 4 anos. A menina que Ally estava segurando a mão com certeza é a menor entre eles.

– Você quer que eu vá junto, Ally? – a professora perguntou.

– Não precisa. Austin irá me ajudar – ela garantiu e eu ergui a sobrancelha quando ouvi isso.

Mal nos conhecemos e Ally já está abusando de mim. Mas, eu estava mais do que feliz por ela confiar em mim.

– Claro – concordei fazendo-a sorrir. A outra mulher concordou e logo deixou a sala.

– Vamos fazer duas lindas filas – Ally disse e eu ri observando a alegria daquelas crianças.

Todas as crianças obedeceram Ally prontamente. Menos a pequena ao meu lado que estava mais preocupada em morder seu dedo.

– E o tio Austin vai atrás de nós porque somos em muitos. E vai com Alice – ela sorriu para mim. Concordei e então apontou para a pequena. – Ela é a menor da turma, ainda vai completar três anos, e normalmente damos uma maior atenção para ela – Ally explicou.

– Oi Alice – falei para a menina e Ally sorriu.

– Oi – a garota sussurrou envergonhada. A menina deu a mão para mim encarando Ally como se perguntasse se era o certo. Nós dois trocamos sorrisos.

Alice tinha o cabelo loiro com uma franja sobre os olhos e era possível ver seus olhos curiosos meio esverdeados. Ally guiou as duas filas para fora da sala e eu sorri vendo Alice andar. Ela parecia ter aprendido a andar a pouco tempo pois se esforçava bastante.

– Estamos ficando para trás Alice. Que tal fazermos isso? – perguntei e abaixei pegando a menina repentinamente. Ela riu surpresa e começou a bater a pequenas pernas em minha barriga alegremente.

Fui atrás de Ally com uma Alice alegre no colo. As crianças às vezes precisavam de um toque para continuar andando e isso era divertido. No final do corredor o lugar se abria para a parte do fundo. Que na verdade era um parquinho imenso e em uma parte tinha tenda para não bater sol, mas na outra não. Tinha bancos e muitos brinquedos.

Não foi preciso Ally falar nada para que todas as crianças forem correndo em direção a algum brinquedo. Quando Ally se virou para mim abriu um sorriso lindo. Ela andou até mim observando Alice que agora insistia em puxar meus cabelos.

– Ela gostou de você – Ally observou rindo e eu revirei os olhos.

– Nós fizemos uma boa amizade não é Alice? – perguntei para a garota que assentiu, mesmo eu desconfiando que ela não entendeu. Ally riu e pegou a menina de meus braços.

– Vamos sentar ali – ela pediu apontando para uma área mais vazia.

Sentamos no chão que estava bem limpo. Ficamos na área que não batia muito sol então Ally colocou Alice tranquilamente no chão. A menina logo arranjou brinquedos e uma amiga, ainda ficando perto de nós.

– E então, o que achou daqui? – ela perguntou.

– Bem organizado. Não pensei que era tão grande assim e também com tantas crianças – admiti e ela deu ombros.

– O lugar cresceu. Antes realmente não era assim. E agora também temos crianças que não são do orfanato. Você tem que ver ele, é ainda maior, porque temos várias idades. Aqui é no máximo até os dez anos. – ela explicou.

– E você faz o que aqui ou no orfanato? – perguntei curioso.

– Quando estou aqui ajudo as crianças menores ou as que têm mais dificuldade para aprender. Por causa de estar no orfanato ou não. Quando estou no orfanato faço mais a parte de não fazer todos se sentirem sozinhos. – Ally disse sorrindo – E eles adoram – ela acrescentou.

– Como não adorar? Você é perfeita por querer ajuda-los tanto assim – garanti e seu rosto ficou vermelho me fazendo sorrir.

– E me fale de você. Era de onde antes? – Ally perguntou com curiosidade.

– Eu morava em Jacksonville. Mas, na verdade nasci aqui. Voltamos para cá porque meus pais queriam abrir um negócio – expliquei.

– Um negócio?

– Sim. Reino de Colchões Moon – revelei revirando os olhos e ela riu.

– Fica na mesma praça que a Sonic Boom? Por isso entrou nela?

– Mais ou menos isso – concordei rindo.

Ally estava muito envolvida na nossa conversa mesmo assim prestava atenção em todas as crianças. E foi essa atenção que eu fui percebendo em Ally assim que conversávamos. Assim como sua vergonha quando eu elogiava algo nela. Ally era divertida em muitos momentos e também tinha uma opinião muito forte em determinados assuntos.

Mesmo presos em uma conversa que poderia nunca terminar, Ally tinha algumas responsabilidades ali.

– Vamos levar essas crianças para dentro porque eu acho que elas já devem estar cansadas demais – Ally sorriu.

E realmente estavam. Assim como estavam mais sujas também. Ally riu tirando folhas do cabelo de um garoto. Desta vez quem pegou Alice no colo foi Ally, pois meus braços já haviam sido ocupados por um menino de no máximo 4 anos. Isso porque eu tenho apenas dois braços, porque algumas outras crianças também queriam colo.

Nós voltamos para a sala e algumas das crianças foram fazer algumas atividades. Observei a sala toda colorida. No canto dela me deparei com um violão e fui até ele.

– Que legal – exclamei chamando a atenção de Ally. – Porque tem isso aqui? – perguntei curioso.

– É que eles gostam – ela explicou rindo de minha animação. – Quer tocar? – perguntou e agora quem estava animada era ela. Antes que eu respondesse alguém falou em meu lugar.

– Ele vai tocar? – Alice perguntou envergonhada ao nosso lado. Ri do jeito como ficava envergonhada perto de nós.

– Ele vai – Ally confirmou e eu estreitei os olhos em sua direção. O que eu não fazia por essa garota?

Ally puxou Alice pela mão e foi organizar as crianças a maioria encostada na parede. Eu a ajudei colocando as cobertas e pequenos travesseiros. No final Ally sentou com Alice no colo e tinha seu olhar atento e curioso sobre mim. Eu já havia decido o que cantar há um bom tempo.

Comecei a tocar tranquilamente já estava um pouco acostumado a tocar aquela música.

Fall out of bed and catch a fading star

Fancy, I woke up before my alarm

Brought my mind through my eyes

It's the best I can do

Before it's automatic, hand it over, turn it to you.

Caio da cama, pego uma estrela cadente

Todo chique, acordei antes que o despertador tocasse

Tentei fazer minha mente funcionar através de meus olhos

É o melhor que posso fazer

Antes que seja automático, entregar a você.

Ally sorria. Talvez conhecesse essa música.

Though her smile when it happens

Almost as if it was magic

It means there's a God somewhere and he's laughing

And I shuffle my slipperless toes to the kitchen

Still low to the ground, but high on living.

Mas o sorriso dela quando isso acontece

É quase como mágica

Significa que há um Deus por aí, e ele está rindo

E eu tropeço com meus pés descalços até a cozinha

Ainda meio grogue, mas acordado para a vida

Cantei aquilo olhando fixamente para Ally e eu vi sua força para não abrir um sorriso, e isso me feliz.

And I know, I know it's gonna be a good day

Hello, hello, you beautiful thing

E eu sei, eu sei vai ser um dia bom

Olá, olá, coisa linda

Cantei isso e baguncei os cabelos de Alice fazendo-a rindo. No resto da música algumas crianças foram caindo no sono. Incluindo Alice que dormiu no colo de Ally com um pequeno sorriso.

– Minha voz é tão ruim assim? – perguntei assim que acabei e recebi o aplauso de algumas crianças.

– Acho que é ao contrário. Se for como é para mim, ela é um calmante – Ally revelou. Sorri enquanto seu rosto ficava um pouco vermelho.

Eu poderia dizer: “Assim como seu sorriso para mim”. Mas, não sabia se era o certo. Nos conhecemos a apenas três dias, mesmo parecendo muito mais. Não queria a assustar tão rapidamente.

Ally que estava com Alice no colo estava com dificuldades para levantar por isso a ajudei a levantar e coloquei uma mão em sua cintura para que ela não caísse. Ally sorriu e então colocou Alice deitada em outra cama improvisada. Era até mesmo lindo ver todas aquelas crianças quase dormindo, dormindo, ou brincando em silêncio.

– Fizemos um bom trabalho – Ally disse sorrindo e eu concordei.

– Com certeza.

No segundo seguinte a porta foi aberta. A mesma mulher que estava aqui entrou na sala.

– Nossa. Vocês são mágicos – ela brincou falando em um tom baixo. Ally e eu sorrimos. – Acho que depois de tudo isso, vocês podem descansar. Eu fico aqui – ela sorriu. Ally assentiu e eu deixei o violão em seu lugar.

– Tudo bem – Ally concordou.

Nós dois saímos de lá e ela fechou a porta da sala.

– Você quer ir embora? – ela perguntou hesitante me fazendo sorrir.

– Infelizmente, eu preciso – concordei e ela assentiu.

Ally começou a andar e eu acompanhei. Passamos pela recepcionista que apenas sorriu simpática. Nós dois saímos pela porta da frente e só então eu fui perceber que já não estava tão claro como antes. Ally parou se virado para mim e eu a observei atentamente.

– Pode ter certeza que esse dia foi muito melhor com você aqui. Obrigada por ter vindo, mesmo eu não acreditando – ela disse e eu sorri dando ombros.

– Eu tinha que te deixar surpresa de alguma forma não é? – disse sorrindo e ela riu.

– Não sei por quê. Mas, conseguiu – garantiu. – Gostei de te conhecer melhor – ela admitiu e eu sorri.

– Eu também gostei, garota mandona – brinquei. Tudo o que Ally pedia as pessoas faziam, inclusive eu.

– Não sou mandona – ela reclamou me fazendo rir. Observei Ally sorrir e me dei conta que, com certeza, não queria me afastar disso. – Então, nos vemos amanhã no colégio? – ela perguntou esperançosa.

– Claro – concordei e me aproximei dela. Beijei a bochecha de Ally rapidamente e quando me afastei ela desviou o olhar. – Até amanhã – falei quando me afastei e ela sorriu.

– Até.

Atravessei a rua indo em direção ao meu carro. Enquanto entrava nele olhei novamente para Ally e vi que ela ainda sorria. Pelo menos agora eu posso afirmar que não era apenas eu que sorria igual um bobo.


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Notas finais do capítulo

Capítulo super fofo não é? Austin mal chegou e já tá surpreendendo todo mundo. Comentem!