A Crazy Love escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 2
Persistência


Notas iniciais do capítulo

Hey! Estou impressionada com os números apenas no primeiro capitulo. Obrigada às 12 garotas que comentaram e as cinco que favoritaram, e claro a todas que estão acompanhando, estou feliz por estarem acompanhando mais uma história minha!



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POV Ally

O dia anterior começou da mesma forma, como o esperado. Apenas um pensamento, em apenas um segundo, posso considerar que não era esperado, pensamento que tinha a esperança de ver Austin novamente. Mas, isso não durou muito tempo, afinal eu o conheço há um dia, não devo esperar muita coisa disso.

Quando Trish, Dez e eu entramos no colégio foi como eu esperava, ou seja, todo o grupo das lideres de torcida reclamavam por minhas costas, devido eu não ter aceitado entrar em seu grupo. E, claro, algumas pessoas me olhavam torto por eu ter recusado sentar com elas no dia anterior.

Se assim já estava sendo o segundo dia, eu não tinha a menor ideia de como será durante o ano. Espero estar ao menos com a minha sanidade preservada.

– Acho que você já estaria morta se olhares raivosos matassem – Kira disse chegando ao meu lado. Como se eu já não soubesse disso.

– Ah, obrigada por avisar – disse estreitando os olhos e ela deu ombros. Nós fomos em direção aos nossos armários e eu voltei a falar com Kira enquanto pegava meu material. – Mas, me diga, porque as pessoas me odeiam tanto? – perguntei e ela suspirou, provavelmente contando os motivos.

– Primeiro, você ter sido a primeira a entrar nesse colégio, todos os funcionários te conhecem e te amam – Kira explicou enquanto eu ria – Todos também querem ter essas vantagens que você tem por isso, mas sei que não usa. E para isso, é mais simples apenas virar seu amigo – ela disse e eu tive que concordar. E eu realmente nunca havia testado ter vantagens ou não.

– Segundo, você é muito inteligente, não acredito que estou admitindo isso – ela falou dramática e eu bufei – Todos querem ter a ajudinha dessa cabeça. E terceiro, você é tão conhecida na cidade também. Ajuda em uma escola meio orfanato e isso a faz uma pessoa que todos gostariam de ter perto – terminou sorrindo.

Realmente, as pessoas me conheciam bastante devido minha ajuda na escola, que também é um orfanato. Começou como um orfanato, mas foi construído uma pequena escola devido ao tamanho dele e de crianças.

– Você me ilude demais – brinquei e ela riu.

– Eu confirmo tudo – Trish sorriu ao nosso lado e eu ri novamente.

Nós três tínhamos a mesma aula, menos Dez. Pelas minhas contas, Trish dormiu praticamente toda a aula. Já Kira, fez tudo, menos prestar atenção na aula, Diferente de mim, que tentei prestar atenção. A metade da manhã passou voando, pois logo já estávamos no intervalo. E eu agradecia por ainda não termos horários de aulas pela tarde.

– Quem é aquele com Dez? – Trish perguntou ao meu lado. Não me virei para ver do que elas falavam porque estava concentrada em pegar um pacote de bolachas que seria meu café da manhã.

– Ah, é aquele garoto novo que eu não lembro o nome – Kira disse e riu um segundo. Enquanto me virava foi o tempo o suficiente para entender isso. Corri os olhos para onde elas olhavam e prendi a respiração.

Não foi difícil achar alguém ruivo e outra pessoa loira, sozinhos em uma mesa no meio de todas aquelas pessoas. Vários olhares estavam sobre os dois, principalmente os das garotas.

– Vamos lá? – Trish perguntou e começou a andar com Kira logo atrás.

Quando as duas já estavam a alguns passos de distância, respirei fundo e fui atrás. Eu não sabia o que falar, com certeza não falaria “Oi Austin, foi legal te conhecer ontem”. Com certeza não na frente de todos. Quando cheguei as duas já se sentavam com eles.

Enquanto andava para minha mesa, retribui o sorriso da minha antiga parceira de laboratório e senti seu olhar me acompanhar até a mesa. Na verdade, senti vários olhares. Quando cheguei perto da mesa desta vez o que me acompanhou foi o olhar de Austin.

– Oi – sorri envergonhada e ele retribuiu.

– Olá – respondeu e pelo visto também não queria que todos soubessem que nos conhecemos ou apenas não se lembrava.

Sentei no lugar disponível, ou seja, a sua frente.

– Pessoal esse é o Austin. Convidei ele, porque estava sozinho – Dez explicou e Austin deu ombros um pouco envergonhado.

– Sem problemas. E então está gostando daqui? – Trish perguntou simpática. Controlei um sorriso colocando uma bolacha na boca. O olhar de Austin encontrou o meu, antes que respondesse.

– Estou sim. O colégio é legal e algumas aulas também – ele afirmou e Kira riu escandalosamente.

– Então você realmente não conhece isso aqui o suficiente – ela debochou e eu revirei os olhos. Kira deixou evidente o quanto não gosta de estudar.

– Acho que não. Mas, por enquanto tá legal. A não ser a confusão entre as aulas – Austin falou fazendo uma careta e eu sorri.

– Você tem sorte que ainda não começamos a ter aula de tarde – Dez riu. Nós ficamos alguns instantes em silêncio até que Austin o quebrou.

– Isso é estranho. Por que aquela garota está te olhando como se quisesse seu sangue? – o loiro perguntou e percebi que se referia a mim já que me encarava, Olhei para trás e logo entendi o que disse.

– Não se preocupe, será assim pelo resto do ano. Eu recusei entrar no time das líderes de torcida – expliquei e ele franziu a testa.

– E por que isso? – perguntou cauteloso, como se questionasse se eu queria ou não responder.

– Não me daria bem como líder de torcida – afirmei e ele sorriu minimamente.

– Além disso, nossa menina prodígio não tem tempo – Dez brincou e eu estreitei os olhos.

– Prodígio? – Austin perguntou divertido ao ver minha cara. Acho que eu nunca adorei um intervalo como estava adorando esses momentos agora. Austin estava revelando ser uma pessoa que eu nunca conheci igual.

– Dez está apenas brincando. É que Ally é a única aqui que tem tanta disposição para trabalhar – Kira confessou.

– Ei. Eu também trabalho – Trish reclamou e todos nós, menos Austin, a encaramos da mesma forma, com expressões negando isso.

– Aquilo não é chamado de trabalhar – falei rindo e ela deu ombros.

– Trabalha? – Austin perguntou com uma expressão de diversão com seus olhos presos aos meus. Austin sabia muito bem que eu trabalhava. Estou sabendo que esse garoto é muito esperto. Até agora Austin não se encachava na descrição de nenhum dos grupinhos do colégio.

– Sim, trabalho em uma loja – revelei o encarando seriamente e vi seu sorriso. Garoto abusado hein. E para sua surpresa, continuei: - E trabalho em uma escola – revelei e ele arregalou os olhos. Agora quem sorria era eu. – Apenas quando não estou na loja – acrescentei.

– E você faz o quê? – ele perguntou interessado.

– Qualquer dia você descobre – afirmei e ele me olhou em desafio.

– Descubro mesmo – prometeu se inclinando para mim. Sorri minimamente e dei ombros. – Me fale onde é – insistiu e eu fiquei surpresa.

Descobri que Austin era um pouco persistente, ou talvez, muito. Eu duvidava muito que ele iria mesmo no local onde eu trabalho. Com certeza, teria muitas outras coisas melhores para fazer. Mesmo assim, expliquei onde era, não muito longe do colégio. Austin ouviu com uma atenção surpreendente e não falou mais nada, apenas sorriu , preciso observar que era um sorriso muito lindo.

Depois disso, Austin voltou a conversar com Dez e eu com Kira e Trish. Logo todo o intervalo já tinha passado e eu fui a primeira a levantar ao perceber isso.

– Minha a aula não é com vocês então, nos vemos depois – falei e todos eles concordaram. Despedi-me de todos, pois não sabia se os veria hoje, porque no meu horário são apenas duas aulas, as deles eu não sabia.

Virei para Austin e apenas sorri. Ele fez o mesmo. Apenas quando saí do refeitório lembrei de desmanchar o sorriso. Segui para a sala que eu conhecia muito bem, ou seja, para a aula que eu mais amava: A de música.

A maioria das minhas específicas são de música. Desde meu primeiro ano no colégio a sala de música era onde eu passava mais tempo. Não era segredo para ninguém isso. Assim como não era segredo que eu faria o curso de música.

A porta da sala já estava aberta, por isso apenas entrei e observei se algo havia mudado. Mas, a maioria das coisas estava igual. A sala não tinha muitas carteiras já que o número de pessoas que frequentavam essa aula não era grande. E também tinham alguns que assistiam a aula só para tentar ganhar nota, mas não eram muitos que conseguiam.

A sala também tinha um quadro negro normalmente, mas o que a diferenciava das outras era que esta era um pouco maior. Isso porque tinha muito instrumentos. Muitos mesmo. A única coisa que não tinha, infelizmente, era um piano.

– Bom dia, Ally – alguém me despertou e eu virei para ver Joseph Holton.

Joseph é o professor de música faz alguns anos. Ele começou a dar aula muito novo e ainda tem 33 anos. Joseph atraia os olhares de muitas garotas por ser consideravelmente lindo. Mas, é também muito bem casado.

– Bom dia Sr. Holton – simpaticamente. Ele era até mesmo amigo do meu pai por sempre estar lá na Sonic Boom. Joseph comprava muito instrumentos, ou às vezes precisava apenas concertá-los.

– E então, preparada para ano que vem já estar em um curso de música? – ele brincou.

– Espero que sim. Se não você e meu pai me matam – ri e ele deu ombros.

– Não é isso. Só esperamos isso de você, sem pressão. Mas, acho que você vai gostar desse ano. Têm algumas coisas novas – ele informou me deixando curiosa. Mas, não pude perguntar já que logo entrou um grupo de pessoas.

Sentei na primeira carteira e observei as pessoas que entravam. Tinha umas quatro pessoas que sempre faziam essa aula também. E o resto eu nunca tinha visto aqui. Cumprimentei as quatro pessoas que eu conhecia, três garotas e um garoto.

Ao total eram apenas doze pessoas, no entanto, quando Holton foi fechar a porta alguém a empurrou antes que estivesse totalmente fechada. Agora eram treze. Com Austin.

Reconheci ele quando entrou pedindo desculpa e o professor aceitou sem problema nenhum. Enquanto eu permanecia surpresa, os olhos de Austin percorreram a sala e logo encontraram os meus. Agora era nós dois que estávamos confusos.

Austin percebendo que tinha que sentar, começou a andar em minha direção. Abaixei minha cabeça e em poucos segundos Austin se sentava na carteira vazia atrás de mim.

Prendi a respiração tentando entender o fato de Austin e eu nos encontrarmos mais uma vez. Eu realmente gostaria de saber se ele escolheu essa aula porque gosta, ou, se apenas como muitos outros, queria só nota. Lembrei-me de Austin na tarde passada, de como ele tocava com dedicação. Então, talvez gostasse mesmo.

Holton começou a conferir a lista de alunos e eu senti meu coração bater mais forte quando uma sombra se ergueu sobre mim.

– Somos um pouco parecidos – seu sussurro me deixou assustada. Esse garoto é um pouco convencido.

– Vamos descobrir – garanti e ele riu. A risada de Austin teve a capacidade de acelerar meu coração, mesmo eu não entendo isso.

Continuei olhando para frente e foi um pouco impossível não sorrir. O professor logo se levantou e foi até o quadro escrever seu nome.

– Bem, pessoal, meu nome é Joseph Holton e sou seu professor de Música durante o ano todo. Para começar quero saber algumas coisas sobre vocês – ele pediu e todos o olhavam atentamente – Quem aqui gostaria de seguir uma carreira que envolva música? Mesmo que ainda não tenha tanta certeza.

Como eu imaginava as quatro pessoas que sempre faziam essa aula, ergueram a mão. Outras duas garotas que eu não conhecia, também levantaram a mão. Não era segredo para ele, mas levantei a mão. E me deixando surpresa, quando olhei para trás rapidamente, Austin também tinha a mão levantada. Realmente, somos um pouco parecidos.

– Estou impressionado - Joseph exclamou feliz e surpreso – Oito pessoas é um bom número. Espero que consigam o que querem. E vocês, estão mais curiosos com a matéria não é? – ele adivinhou olhando para os que não haviam levantado a mão, e todos concordaram. – O que acham de falar de que estilo de música mais gostam? – ele perguntou animado.

No final, descobrimos que toda a sala tem um gosto bastante diferente um do outro. E eu também descobri que Austin tem um gosto bastante grande, pois para ele depende do cantor e da música e não apenas do estilo musical.

Joseph também perguntou qual era o instrumento preferido de todos, mesmo que não soubesse tocar. Essa resposta de Austin eu já sabia, guitarra. No entanto, ele ainda acrescentou que a guitarra e o violão para ele tinha o mesmo grau de importância.

Já a minha resposta Joseph já estava cansado de saber, piano. Mas, nas aulas eu me contentava com o teclado do mesmo jeito.

O resto da aula Joseph passou explicando o que iriamos estudar pelo ano e também falando sobre as faculdades mais reconhecidas pelo curso de música. No entanto, não falou nada que se dizia a respeito das novidades para esse ano.

Austin não falou mais nada durante a aula, assim como eu. Mas, eu tinha consciência que ele estava prestando atenção em tudo. E eu acho que nunca tive tanta curiosidade para conhecer alguém, como eu queria conhece-lo.

– Na próxima aula começamos com um conteúdo, mas, por enquanto, estão dispensados – Holton falou só então me fazendo perceber que as duas aulas já haviam se passado.

Todos se levantaram imediatamente, e logo já estavam fora da sala. Austin se levantou e foi até Joseph. Os dois começaram a conversar animadamente enquanto eu seguia para fora da sala.

– Tchau Ally – Joseph disse e eu acenei.

Dei apenas três passos para fora da sala e logo, alguém corria para me alcançar.

– Está me perseguindo? – brinquei arrancando uma risada linda de Austin.

– Pode ser que sim. Só ia falar que gostei de estar nessa aula com alguém conhecido – ele informou.

– Conhecido por dois dias – acrescentei e ele deu ombros.

– Por enquanto, sim. Então, não reclame se eu te perseguir no seu trabalho, agora tenho a missão de conhece-la – Austin avisou e eu o olhei desafiando. – Tchau, Ally – ele falou antes que eu respondesse.

Austin sorriu e foi para o lado contrário. Estou descobrindo que Austin não é pouco persistente, e sim, muito persistente. Só resta saber no quê, ou no porquê essa persistência.


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Notas finais do capítulo

Opiniões, criticas sobre o capitulo? Comentem, pessoal! Beijos.