Apenas amor escrita por Michely Maia


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada por todos os comentários no capítulo anterior e fico muito feliz que estejam gostando da estória.
Mini-capítulo hoje, mas espero entreter vocês um pouco. Prometo mais no próximo.

Ótima leitura!



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Regina deixa o celular de lado na cama e se ajeita no travesseiro, cobrindo os olhos com os braços e divagando sobre a conversa com Emma.

Ela não sabe por quanto tempo permaneceu assim, só sai desse estado de torpor quando seu celular toca e é até sem ver quem chamava que ela atende.

— Alô!

— Bela, sou eu e estou aqui na porta.- Killian diz com seu tom animado.- Tenho uma pizza portuguesa gigante, cerveja, tequila e seu carro.

— Meu carro!- Ela se senta na cama.- Já estou descendo.

Ela logo calça um par de confortáveis chinelos que sempre estavam ao lado da cama e desce a escada de dois em dois degraus.

— Oi.- Killian diz sorridente assim que ela abre a porta.

— Que bom que você veio.- Ela sorri de volta, pegando a caixinha de cerveja das mãos dele.

— Já disse que estou sempre aqui pra você. E além do mais, também preciso de ajuda.

— Com David?- Regina pergunta enquanto fecha a porta assim que o amigo entra.

Killian já era praticamente de casa e após entrar já vai atrás de copos na cozinha, ao mesmo tempo em que responde:

— O próprio.- O moreno pousa a garrafa de tequila e a pizza sobre o balcão.- Contrariando a todo o meu senso de autopreservação, acho que vou aceitar o pedido de namoro dele.

— Como assim? Porque só estou sabendo disso agora?

— Me ajuda aqui com os pratos e vamos pra sala.- Ele estava pegando pratos e talheres no armário.- Quero sentar naquele sofá gostoso e desabafar.

— Ah, mas eu quero desabafar primeiro.- Regina zomba rindo.

— Sua detetive?

Os dois pegam a pizza, bebidas, copos e pratos e vão para a sala. Com Regina respondendo assim que se senta em uma poltrona:

— Eu pedi um beijo pra ela ontem.

Ele a olha chocado, como quem diz não acreditar e responde a servindo de uma fatia de pizza:

— Certo, você desabafa primeiro!

Regina ri e começa a contar sobre a desenrolar da noite anterior, as conversas por WhatsApp e as promessas subentendidas, até que Killian a interrompe com uma pergunta:

— E aí, se ela realmente terminar com a outra lá?

— Como assim e aí?

— Bela, você tem certeza de que não está apenas curiosa?

— Então, garoto do lápis no olho...

— Está tentando me implicar, querida, mas sua detetive disse foi “cara do delineador”.

— Tá bom, tá bom. Parei!- Regina ri.- Mas então, eu tenho trinta e cinco anos, sei bem o que é uma paixonite ou não.

— Uau! Isso tudo já!? Deus, a gente tá ficando velho.

— Eu tô falando sério! Não é curiosidade ou como você queira chamar. Realmente estou apaixonada.

— Meu Deus, você está mesmo com uma cara de boba apaixonada.- Ele ri.- Nunca te vi assim. Tá parecendo adolescente.

— Estou me sentindo uma adolescente! Como se nunca nem houvesse sido beijada.- A morena o acompanha rindo.- Toda nervosa.

— Que tal pegar seu computador pra gente ver uns vídeos...meio  que instrutivos, sabe...pra você não fazer feio com ela!?

Regina não resiste e dá uma gargalhada, a qual Killian acompanha e no fim ela confessa:

— Eu já fiz isso.

— Sua safadinha!- Ele não perdoa e taca uma azeitona da pizza nela.

E é nesse tom divertido e brincalhão que os dois contam seus dramas.

Com Killian a incentivando a apostar no que pode rolar entre elas, já que pelo pouco que pudera ver na noite passada, a loira também estava apaixonada por sua amiga e Regina o encorajando a aceitar o pedido de David. Dizendo que por mais que o cara tivesse fama de galinha, as pessoas podem mudar e com tudo o que o amigo lhe contara, David estava mesmo empenhado em provar isso.

Pouco depois das dez da noite Killian recusa a carona de Regina, chama um uber e vai para casa, deixando a morena assistindo a um filme na sala toda bagunçada pelos dois.


Alguns minutos após a saída do amigo, ela recebe uma mensagem de texto de Emma.

Sinal péssimo aqui e nada de internet. Passei por um acidente na estada e por isso demorei um pouco, mas acabo de entrar em Independence. Falo com você quando for pra algum hotel mais tarde. Beijos. Estou com saudades.


Milah chega a Independence pouco mais de uma hora depois de Emma e a encontra conversando com o legista do departamento de xerife. Ao vê-la entrando, a loira agradece ao médico e diz indo rumo a amiga:

— Quase que chegamos juntas.

— Pegou o engarrafamento do acidente também?- Milah caminha com ela até a mesa onde estava o corpo.

— Quando ouvi no rádio, não tinha mais como pegar um desvio.- A loira puxa o pano de sobre o corpo da jovem.- Estudante, 16 anos. Foi encontrada atrás das arquibancadas do campo de futebol.

— É, encontrei Bowman lá fora e ele foi me atualizando.- Ela olha atentamente o corpo da jovem, para o pedaço de pele faltando na mão esquerda.- Certeza que é o nosso cara? Mão errada, garota muito jovem.

— Fora isso, as pistas que encontraram também me levantaram suspeitas.- Emma volta a cobrir o corpo e anda rumo a saída do necrotério.- Um maço de cigarros, algumas guimbas e um isqueiro.

— Vestígios demais para quem se mostrou tão meticuloso até agora.- Milah a segue para fora da sala.

— Ele pode ter sido interrompido no meio do ato, uma testemunha alega ter visto alguém de sobretudo e boné deixando a área do ginásio. Equipe do xerife está analisando as provas e verificando câmeras das redondezas.

— Causa da morte por afogamento também?

— Sim. Achamos que um dos vestiários pode ter sido usado, mas nada de concreto até agora.

Milah esfrega o rosto nas mãos e diz em tom de desabafo:

— Ai, meu Deus, quando é que vamos pegar esse cara!?

— Essa é nossa melhor linha de investigação até agora e o xerife tem homens patrulhando por todos os lados. Com todos esses rastros, não tenho dúvidas de que vamos pegá-lo logo.- Emma passa o braço pelo ombro dela, a guiando para fora do departamento.- Mas que tal a gente esquecer isso por algumas horas, achar um lugar pra descansar e pedir uma pizza!? Juro que a minha cabeça vai explodir se eu não sair desse lugar rápido.

— Estou mesmo faminta e querendo muito um banho.

— Detetives.- O xerife Bowman as interrompe.- Não pude deixar de ouvi-las e acho que sei onde podem passar a noite de forma aconchegante.- Ele pega a carteira do bolso e já vai tirando um cartão.- Meus sogros são donos do lugar desde...acho que desde sempre.

— Obrigada.- Emma diz pegando o cartão.

— Vou ligar na recepção e reservar dois quartos.

— Obrigada, xerife.- É Milah quem agradece.- E qualquer novidade, por favor nos ligue.

Elas se despedem e Emma só pega sua mochila de roupas no carro, deixando o mesmo no estacionamento do departamento, enquanto segue com Milah.


Quase uma hora após a saída de Killian, Regina junta a bagunça na pia da cozinha, coloca a pizza na geladeira, as bebidas no armário e sobe para o quarto. Estava esgotada. Iria só escovar os dentes e tentar falar com Emma antes de dormir.


Emma e Milah haviam pegado um único quarto no Super 8, hotel indicado pelo xerife e a detetive morena questiona rindo ao sair do banheiro já de pijama:

— Que sorriso mais besta é esse!?

— Só Regina querendo saber se estou bem.- A loira responde sorrindo de sua cama.- Fiquei de avisar quando encontrasse um hotel.

— Está com uma cara toda besta.- Milah pega seu próprio celular sobre sua cama e se deita de bruços, virada para o lado da amiga.

— Seria porque eu estou apaixonada!?

— E a Ruby, o que vai fazer com ela?

— Ai, merda!- A loira se levanta de um pulo.- Ela deve estar me esperando até agora.- Procura o nome dela na agenda.- Esqueci de avisar que viria pra cá.

— É, vejo que alguém está em sérios apuros!- Milah diz rindo.

Emma resmunga um “droga” e sai para a varanda do quarto, que dava vista para as costas do hotel, onde havia uma pequena piscina e área de laser.


Quando Ruby deixou o quarto mais cedo na fazenda aquele dia, o fizera correndo devido a uma emergência com uma das vacas e acabou por esquecer o telefone, não tendo tempo o dia todo de voltar para buscá-lo, pois estava correndo com seus afazeres, a fim de tentar ir para casa o quanto antes.

E é com surpresa que vê a mensagem de Emma no WhatsApp dizendo que estava indo vê-la.

Depois de surpresa, fica feliz, animada e depois com a demora de Emma e falta de notícias, fica preocupada e depois de muito esperar, procurar em vão na internet por acidentes ou imprevistos na rodovia que poderiam ter atrasado a loira, fica com raiva e estressada e é com essa mesma raiva e estresse que atende ao celular quando a namorada liga quase á meia-noite.

— Que bom ver que você ainda está viva!

— Nossa.- Emma reclama.- Nem ao menos vai me dar a chance de explicar?

— Emma, estou esperando você á horas, preocupada porque não dava sinal de vida.

— Eu sei e me desculpe por isso.- Ela se apoia á grade da varanda.- Mas tive que vir para Independence e o sinal do celular fica indo e vindo. Só agora Milah e eu arrumamos um quarto e amanhã bem cedo...

— Independence? Milah? O que isso tudo tem a ver conosco?

— Eu estava a caminho daí, em Mendon já, quando Milah me disse que o xerife daqui tinha uma pista de um assassino que procuramos há algum tempo e tive que vir correndo.- Ruby detestava falar sobre o trabalho de Emma, então raramente ela contava sobre seus casos.

— Impossível que não tenha conseguido sinal até agora. Nada de whats, mensagem ou ligação, isso é...

— Ruby, me desculpe, ok!? Estava sem sinal e depois fui analisar as informações do xerife, ver o corpo e...

— Quer saber!? Esquece!- Ruby a interrompe seca.- Tem discussões que realmente não valem a pena.

— Vai falar assim comigo agora?- A loira solta um suspiro estressado.

— E como quer que eu te trate se só sabe cometer vacilo atrás de vacilo!?!

— Meu Deus, Ruby, eu já pedi desculpas. Estou bem e inteira, trabalhando! Sinto muito se te deixei preocupada. Não vai acontecer de novo.

— Sinceramente, eu já me acostumei com isso, com esse seu jeito e...ah, sei lá...é ruim quando certas coisas deixam de ter importância.

Emma não queria alongar aquela conversa, mas também não queria desligar e deixar Ruby daquele jeito. Sabia que havia errado, então completa num tom mais brando:

— Me desculpe por não ter dado notícias. Realmente estava sem sinal e depois me perdi no trabalho.

Neste momento Milah abre a porta da varanda e avisa a amiga que já haviam entregado a pizza.

— Vai lá.- Ruby diz depois de ouvir Milah.- Vai comer e descansar um pouco.

— Ok! E...bom, está tudo bem então?

— Há algum tempo que não, mas vai lá comer. Boa noite!

Emma não tem a chance de responder, porque a namorada desliga em seguida.

Ela volta ao quarto e Milah estava sentada na cama com uma caixa de pizza e duas latas de Pepsi, enquanto pratos, copos e talheres descansavam no carrinho do hotel.

— Nem precisa dizer que a conversa não foi boa.- Milah entrega uma das latinhas a ela.

— Eu me sinto horrível por mentir, Milah.- Emma se senta irritada ao lado na amiga na cama dela.- Um lixo! Não estou traindo ela, não no sentido literal da palavra, mas estou sendo desleal ao estremo e isso é praticamente o mesmo.

— Melhora essa cara aí, come e tenta esquecer isso um pouco.- Ela pega uma fatia da pizza com a mão mesmo.- Quando voltar, vocês conversam.

— Eu não sou assim, sabia!? Sempre julguei esse tipo de comportamento.

— Ei, você não está fazendo nada de errado e embora os planos pra hoje não tenham saído como previu, você está definitivamente fazendo a coisa certa.- Ela sorri.- Quando abrir o jogo com ela, vai se sentir melhor.

— Eu nem me lembrei de ligar pra ela, Milah!- A loira confessa ao abrir sua lata de refrigerante.

— Chega desse assunto, desse dramalhão mexicano todo e come essa pizza deliciosa.- Ela fala com a boca cheia ainda.- Amanhã a gente vai acordar cedo, resolver esse caso, você vai pra fazenda se resolver com a Ruby e vai voltar pra casa livre pra sua amazona gata.

— Amazona gata?- Emma interroga com um sorriso.

— Bom, que ela é bonita demais da conta, não tem como negar.

Milah responde também rindo e enfim Emma se rende a fome e depois conversam mais um pouco sobre o caso e se rendem ao cansaço, dormindo quase que ao mesmo tempo.


E na fazenda Ruby não estava muito diferente de Emma ao desligar, mas as convicções da morena eram outras. Dava logo um jeito de voltar para casa, ou seu relacionamento com Emma deixaria de ser um relacionamento.

Querendo ou não, essa distância afastou e muito as duas, esfriou as coisas.

Decidiu que no máximo no sábado voltaria para casa, nem que pra isso tivesse que trabalhar durante todas as noites e madrugada também.


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Notas finais do capítulo

Ainda estamos num momento de transição, mas assim que Emma encerrar esse caso, não tenho dúvidas de que irá se resolver logo com Ruby, só não posso prometer que a veterinária vai esperar sentadinha.

Até o próximo capítulo, pessoal.
Bjus!



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