Snow White [HIATUS] escrita por Hela


Capítulo 6
Era uma vez... A torre mais alta


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a:

BiihWolf (queria que tivesse acertado);
Lola;
Karol Mills;
Vanessa Mills e
Vitória Emanuelle



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Sete anos passaram rapidamente. O reino todo estava em paz e toda a família real viva em harmonia. Durante seus passeios na cidade com a filha, os camponeses elogiavam a beleza da menina e diziam que seria tão bela quanto a mãe. Regina ficava feliz com os comentários, afinal, era isso que ela sempre quis, uma menina saudável e linda, principalmente linda. No começo as pessoas acharam que ela não gostaria de ter sua beleza comparada, mas estavam enganados, a rainha não sentia inveja da princesa e nem escutava mais a voz da mulher no espelho.

Cora havia ensinado tudo o que podia e decidiu voltar a morar em sua casa depois que percebeu que Regina era muito mais poderosa. Ela fez de tudo para que a bruxa continuasse morando no castelo, mas esta alegou que aquele lugar trazia lembranças tristes a ela. E ninguém sentiu falta dela.

Mas a vida perfeita que a rainha sempre quis ter acabou. Em uma manhã do verão, quando Regina estava sentada em um dos bancos do pátio com Mme. Anne ao seu lado, observando Mary caçar borboletas. As duas conversavam sobre a moda no reino que ficava nas ilhas do sul, que Anne visitou em sua última viagem, quando a amiga começou a falar sobre a beleza de Mary Margaret.

—Ela cresce tão rápido e está tão bela.

—Sei disso Anne. Todos ficam comparando-a a mim desde que nasceu.

—Isto não devia acontecer. A beleza dela é singular.

—Ela é minha filha, então não é singular, se parece com a minha.

—Desculpe dizer isto, mas não. Ela não se parece em nada com você. Se parece bastante com o Daniel, mas há traços que não são deles e nem seus. Conheço bastante sua família e conheço seus antecessores pelos retratos no salão e tenho certeza quando digo que ela não é parecida com ninguém.

Regina ficou vários minutos pensando no que Mme. Anne Bleuâtre acabara de dizer. Ela tinha razão, era sua amiga mais fiel e de confiança. Agora, observando Mary, percebeu que não sua filha não era semelhante em nada como ela. Sua pele era a mais clara de todas, seu cabelo longo e cacheado era o mais negro de todos e a boca tinha um tom vermelho que deixava o uso de alguma maquiagem desnecessário. O amor que sentia pela menina a cegou durante esses anos. Definitivamente aquela não era sua filha e se tinha alguém que sabia disto era Daniel, Cora e Dr. Whale.

—O quê devo fazer? - Sussurrou para si mesma. "Mate todos os três! Eles te traíram. E Daniel é o pior deles. Vá matá-lo agora!", ouviu a voz dentro de sua cabeça e logo reconheceu como sendo a voz da mulher no espelho.

—Não posso fazer isso.

"Claro que pode. Já matou alguém antes, pode fazer novamente."

—REGINA?! - Mme. Anne Bleuâtre gritou, desconcentrando Regina.

—Desculpe-me. Pode repetir o quê disse?

—Eu perguntei se vocês já estão pensando nos pretendentes dela.

—Oras, claro que não. Ainda está cedo para decidir.

—Não está. Seria bom se ela casasse com o príncipe de Arendelle, um bom jeito para unir os reinos.

—Não há príncipe nenhum na família de Arendelle. Só duas princesas e elas não saem em público há alguns anos.

—Pensei que lá é onde moram os doze príncipes. Ou serão treze. Difícil saber isso agora.

—Majestade. - Um dos seus súditos falou - A senhora tem uma visita esperando na sala do trono.

—Quem é? E onde Daniel está que não pode atendê-lo?

—Senhora, o rei está na sala do trono também, mas o visitante só quer falar convosco.

—Verei o que esta pessoa quer agora. - Respondeu aborrecida e levantou ajeitando o vestido - Chame Bela e fale que eu quero que ela cuide de Mary Margaret.

—Mas alteza... não se lembra? Bela está desaparecida.

—Oh! Havia esquecido. Anne pode cuidar dela?

—Será uma honra.

Andou junto a seus guardas até o salão e lá encontrou um homem de pele escura trajando roupas coloridas. Sentou-se em seu trono e encarou-o.

—É um grandessíssimo prazer conhecê-la, minha rainha. - Curvou-se.

—Quem é você? E qual é o motivo para querer tanto minha presença?

—Me chamo Sidney Glass, vim oferecer meus humildes serviços.

—É isso? O rei poderia resolver.

—Foi isso que eu falei... - Daniel disse em voz alta.

—Cale-se Daniel. Porquê você acha que eu preciso dos seus serviços?

—Senhora, eu era o conselheiro do Sultão, creio que serei bem prestativo.

—Sultão? De que lugar você vem? - Regina perguntou interessada.

—Regina, se é que me permite chamá-la assim, venho de um lugar onde sempre se vê uma caravana passar. É imenso. - Falou com sua voz sedutora e suave, se aproximando do trono.

—Conte-me mais.

—O vento é soprado do leste e o sol vem do oeste. Os dias e as noite sempre são tão quentes e devo admitir que as pessoas de lá também. O luar é maravilhoso. -

Seu rosto estava a centímetros do dela - Tudo lá faz as pessoas se sentirem muito bem. Sabe de que lugar estou falando, não sabe?

—Arábia? - Sussurrou a resposta, totalmente seduzida pelo forasteiro. Seus olhos negros brilhavam em êxtase.

Pulou as escadas, feliz com a resposta e voltou para o mesmo lugar em que estava esperando a rainha.

—Aposto que seu marido teria a orelha cortada assim que chegasse, iriam querer mostrar a ele como é bárbaro o nosso lar.

—É impossível chegar ou sair de lá. Que provas você tem de que está mesmo falando a verdade?

—Não sei porque sempre falam isso. O caminho para a Arábia é tão fácil quanto o caminho até seus aposentos. E é lá que está minha prova, o espelho, eu que fiz para uma antiga rainha. Meu nome está escrito nele.

—Impossível. Você é como a Cora?

—Ninguém é igual a Cora. Ela é uma farsa, precisou pagar caro para ter o que tem, mas, fez um bom trabalho com você. Devo reconhecer isto. Mas eu posso te ajudar a ser melhor.

—Sei o que fará depois que mandar todos nós deixarmos você e o rei a sós aqui e te apoio.

—Como você sabe disso? - Perguntou alarmada. As palavras de Sidney a lembraram da conversa com Mme. Anne Bleuâtre e ela queria saber a verdade.

—Eu sei de muitas coisas. Entendeu agora o motivo de ter que chamar a verdadeira pessoa que governa este reino?

Ela assentiu.

—Ouviram? A rainha quer que todos saíam. - Ele gritou mas ninguém se mexeu.

—Estão surdos? Saíam agora.

Seus criados deixaram a sala rapidamente e logo os dois estavam a sós. O silêncio predominou durante um longo tempo e antes de Daniel perguntar se estava tudo bem ela perguntou:

—Quem é Mary Margaret? - Continuou olhando para frente quando fez a pergunta.

—Mas que pergunta é esta Regina? Sabe muito bem que ela é nossa filha. - Olhou para ela, seu olhar demonstrava que estava nervoso.

—NÃO MINTA PARA MIM. - Se levantou e andou até o meio do salão. Sua cabeça estava doendo por causa da voz.

"Mate ele!"

"Mata! Mata! Mata!"

"Mate-o agora!"

—Cale a boca. - Sussurrou, batendo o pulso na testa - Cala a boca. Cala. Cala a boca. Cala. Cala. CALA A BOCA AGORA!

—Eu estou calado. - Ele andou rapidamente até ela, que estava de costas - Regina. O que está acontecendo com você?

Ela se virou assustada e enfiou a mão no peito dele. Quando tirou, carregava o coração. Uma mancha negra estava no centro dele.

—Co...Como?

—Responda-me agora. Quem.é.Mary.Margaret? - Perguntou pausadamente. Quando viu que não responderia, começou a apertar o coração.

—Pare. Por favor.

—Me responda.

Apertou mais forte.

—Ela é minha filha. - Mais forte, ele gemeu de dor - E de uma jovem.

—Quem?

—Uma meretriz. Eu soube da gravidez dela antes da sua. - "Ele te traiu" - Quando a menina nasceu ela veio pedir ajuda e a mandei embora. Mas tudo deu errado quando seu filho nasceu.

—Meu filho? Eu tive um menino? - Perguntou com os olhos marejados - O que... o que aconteceu com ele? O que deu errado?

—Ele era perfeito. A criança mais linda que já vi. Perfeito, exceto pelo fato de nascer morto. Discuti sobre o que fazer com Cora e Dr. Whale. Eles temiam que você não aguentasse a morte dele. Cora disse que daria um jeito em quem soubesse sobre Mary e a mãe dela. Fizemos isso pelo seu bem. - Respondeu, aproximando-se dela.

—Não se mexa.

"Ele te traiu. Não se esqueça disso."

—Não esqueci. - Respondeu olhando para o lado.

—Com quem está falando? - Ele perguntou assustado.

—Com você. O que fizeram com o meu bebê?

—Enterramos junto a sua macieira. Era um jeito de você ficar sempre perto dele, já que passa a maior parte do dia lá. - Ele estava chorando e gemendo de dor - Por favor. Me perdoe. Eu me arrependo todos os dias por nunca ter te contado.

Regina o encarou, sua mente estava confusa e a voz em sua cabeça não ajudava muito.

"Ele te traiu."

—Você me traiu.

"Fez o que disse que faria. Te usou e arranjou uma prostituta para satisfazer suas vontades."

—Fez mesmo o que disse que faria. Me usou e arranjou uma prostituta para te satisfazer.

"Você foi humilhada."

—Eu fui humilhada.

"Te traiu. Jurou te amar. Você deu a ele o seu coração e ele o destruiu."

—Porquê me traiu? Que tipo de pessoa jura amor eterno e traiu? Eu te dei o meu coração e o você o destruiu.

"Destrua o dele também!"

—Agora eu destruirei o seu.

Daniel arregalou os olhos assim que Regina começou a apertar mais forte seu coração. Não conseguia falar nada. Ela o olhava com nojo e raiva. Apertar aquilo que ela jurou proteger dava uma sensação prazerosa. Ter a vida dele em suas mãos. Carregava um sorriso estranho no rosto, mas ele só durou até que o que estava em sua mão virar pó e ele cair no chão. Morto.

"Agora grite. Grite desesperadamente."

Regina gritou com todas as suas forças pedindo ajuda. Entraram na sala e quando viram a cena correram até a rainha. Alguém a abraçou.

—Me ajude. Por favor. - Falou chorando - Ele não está respirando. Peça para chamarem algum médico.

Demorou para o médico chegar e declarar o óbito. A rainha se levantou e chamou dois guardas para a acompanhar. Durante o trajeto, limpou as lágrimas e andou firmemente. Mary Margaret já sabia do que acontecera e vinha correndo na direção oposta.

—Mamãe?! - Correu mais rápido e abraçou a cintura da mulher - Como aconteceu?

—Não encoste em mim, praga. - A jogou no chão - A prendam na torre mais alta. Suas empregadas devem ser surdas e mudas. Façam com que ninguém fale mais o nome dela. Não quero ter mais o desprazer de olhar para isso.

Os guardas a agarraram e obedeceram. Os gritos da menina puderam ser ouvidos nos corredores, pedindo por ajuda. Regina ficou apenas observando sem demonstrar nenhum sentimento. Foi para o seu quarto e chegando lá, viu que a mulher no espelho já a esperava, sorrindo como sempre.

—Você demorou a me procurar.

—Responda logo o que eu quero saber.

—Pergunte-me educadamente e responderei. - Ela suspirou.

—Espelho, espelho meu... existe alguém mais linda do que eu?


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