— Fui abandonado com poucos meses de vida, segundo minha mãe adotiva. Não sei de onde vim. De onde sou. Não sei nada sobre meus pais de sangue. Perdi minha mãe adotiva com oito anos e desde então venho vagando pele rua.

— E como você nos achou aqui? — Perguntou a Teca. — Afinal, já se passou quantos anos que você está na rua.

— Oito. — Respondeu o estranho que acabará de entrar em nossa casa e sentado no sofá. — E respondendo sua pergunta, um policial me achou dormindo na rua e me trouxe até aqui. Colocou-me para fora do carro e quando eu fui perguntar o que fazer o carro não tava mais á vista.

— Ok. Deixa-me entender. — A Anne começou o discurso. — Do nada, aparece o garoto mais gato que eu já vi. Sujo mais gato. Tirando meu amor, né Lipe. Mas voltando ao foco. Pedindo ajuda? Você quer morar aqui, certo? Mas você nem falou seu nome, amado.

— Mas você não deixou.

Ele sorriu. Que sorriso é esse.

— Christian Macedo.

— Sério que você é da família dos Macedo? — Gritei. Acho que foi tão alto que a Dona Carol e o Chico sairão da cozinha para ver o que havia acontecido?

— Sou sim, na verdade, não. — Ele explicou. — Meus pais colocaram esse sobrenome em mim por simplesmente gostar dele. Mas por que tanto interesse?

Eu não tinha nada com aquele nome. Mas já que estávamos em um jogo aberto, que mal tinha?

— Meu pai era muito fã do Jorge Macedo. E um dos maiores sonhos dele, antes de falecer, era ter o conhecido e pensando que você fosse da família dele, eu poderia realizar o sonho, mas eu conhecendo-o. Mas viajei muito agora.

Como eu viajei. Como o menino ia ser parente, sendo que ele é órfão?

— Imagina. Tenho esse sobrenome inclusive por que meus pais também eram fã dele.

Ele sorriu. Acho que morri. Ele quer me matar.

— Posso saber o que ta acontecendo? Quem é você? — A Carol interrompeu. — De onde veio.

— Boa noite, senhora. — Ele lhe ofereceu ás mãos, mas logo lembrou que estavam sujas e as esquivou. — Desculpe.

— Esse é o Christan, tia Carol. — Tati falou, todo mundo riu. — Que foi gente. Eu não sei falar seu nome não garoto, fala um apelido ai.

— Christian. — Ele começou falar e contou tudo sobre ele, a história que já havia nos contado á poucos minutos antes. — Eu posso ficar aqui?

— Bom, Christian, né? – Começou a Carol. — Eu posso te oferecer uma noite aqui, mas como posso confiar em você?

— Confie em mim, eu não sou ladrão, moça. — O olhar tristonho dele me comoveu. — Só quero uma moradia.

— Bom, te deixo aqui uma noite e amanhã cedo vamos a delegacia fazer com que você possa se matricular aqui e se lá não houver quaisquer situação constrangedora. — Ela colocou a mão em seu ombro. — Poderemos conversar á respeito se podemos te colocar aqui.

To quase dando pulos.

— Muito obrigado, senhora.

— Carol. Chame-me de Dona Carol.

— Obrigado, Dona Carol.

Ele sorriu. Morri pela terceira vez. Há algo naquele sorriso que me mata.

— Podemos continuar o jogo, assim podemos conhecer mais o Chris.

— Você só quer saber desse jogo, em Anne. — Retrucou o Lipe, acho que meio que concordo com ele. — Mas se é para conhecer o... Você falou Chris?

— Ué, um bom apelido, não? O que acha? — Ela apontou pro Christian. Ele só assentiu com a cabeça. — Então pronto, vamos começar.

— Antes disso eu posso tomar um banho?

[...]

O Lipe o levou até o banheiro e entregou toalhas. Eu disse que ia trocar de roupa em quanto ele tomava banho. E como eu sei que sou demorada, pedi esse tempo todo.

Eu tava colocando a blusa quando a porta abriu. Dei um grito, assustada. Olhei para trás e estava o Chris, de toalha e sem camisa. Fiquei morrendo de calor no momento. Não sei o que aconteceu, mas sei que nós dois se assustamos com meu grito. Deixei minha blusa cair sem querer. E ele deixou a tolha. Que cobria a parte debaixo do seu corpo.