A Borboleta e o Cavaleiro escrita por Leees


Capítulo 3
Parte 3.




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 Na manhã seguinte Camelot acordou com um pouco de dor de cabeça. Lavou o rosto e foi para o jardim em busca de café da manhã.
 A princesa e o príncipe estavam lá, rindo juntos. Camelot se sentiu estranho ao ver aquela cena, e algo era familiar para ele. O dia continuou assim, o príncipe e a princesa juntos e Camelot se sentindo incomodado com isso.
Um pouco antes do jantar, o príncipe chamou Camelot para conversar novamente.
 - Ah! Passei o dia todo com a Helenia!
 - H-Helenia? - O cavaleiro ficou chocado ao ouvir esse nome, e disfarçou o mais rápido que pode. - Mas você não estava com a Alana?
 - Alana? Não, era a Helenia! - O cavaleiro arregalou os olhos. Então a princesa se aproximou.
 - Querido! - Ela agarrou o braço de Tristan.
 - Olá, Helenia! - Os dois riram, Camelot estava aterrorizado.
 - E-eu vou lá pra fora. - Então saiu com pressa. Quando chegou ao jardim de rosas suspirou e tentou entender o que aconteceu. Mas alguém se aproximou dele, um homem.
 - Quem é você? - Já estava com a espada nas mãos, era rápido. O homem riu.
 - Está chocado? Afinal você é Helenia, correto?
 - Como você sabe? - O cavaleiro o encarou.
 - Não é mais. Desde o momento em que decidiu ser Camelot. Desde o momento em que decidiu orgulhar seu pai, pena que foi tarde demais. Afinal, eu o matei. - Ele sorriu cinicamente. - Sim eu matei seu pai. - O cavaleiro entrou em choque. - E vou te matar também.  Sabia que seu pai tentou resistir? Mas foi fraco.
 - Cale-se...
 - Ele tentou lutar, mas tirei a espada dele antes mesmo que tentasse me atacar. - Ele deu uma gargalhada.
 - Cale-se...
 - Então o perfurei, e sujei a cadeira de sangue. - Dessa vez observou Camelot, e depois voltou a rir.
 - Cale-se... - Camelot se lembrava da imagem da cadeira de seu pai suja de sangue, de sua espada no chão e se lembrava do que ouvira seu pai dizer.
 - Foi tão fraco.
 - CALE-SE! - Camelot tentou atacar o homem, mas esse desviou com facilidade.
 - PARE! MEU CORPO, PARE! - Camelot olhou assustado, e viu Alana correndo em sua direção. Mas ao mesmo tempo que era a  Alana também era a Helenia. - Por favor, pare! Permita que eu volte para você! Aceite-me devolta! Lembra-se de mim? Eu sou Helenia!
 -  C-como? Você sempre esteve comigo... - A garota negou. - Eu não posso... Não posso deixar de ser Camelot... Afinal meu pai...
 - Sabe, seu pai era um canalha!- Camelot novamente ia tentar ataca-lo, mas o homem com um jesto fez correntes surgirem e prenderem ele a princesa à uma árvore. - Permita que eu continue. Seu pai matou meu pai... Sabia? Meu pai... Ele o matou sem motivo... Apenas porque meu pai se protegia dos humanos... Meu pai era um dragão. Ele passou a cuidar de mim porque eu era diferente dos humanos! Eu não o ameaçava! Humanos sempre o tentavam matar, mas nenhum conseguia! MAS SEU PAI O MATOU SEM MOTIVO! ELE APENAS SE PROTEGIA! Então eu fui levado para aquela vila suja... Onde me tratavam como se eu fosse um pedaço de lixo. É por isso que eu aprendi magia! Treinei toda vida! APENAS PARA MATAR SEU PAI! Quando soube que ele tinha uma criança... Fiquei tentado a mata-la na frente dele. Mas não consegui segurar os impulsos e o matei. Agora vou te matar! - Ele riu e tirou um punhal do casaco, se aproximou do cavaleiro e mirou. Quando ia perfurar o pescoço, foi atacado.
 - Não permitirei que toque nela! - Tristan havia pulado em cima do bruxo. Como o bruxo se distraiu as correntes sumiram.
 - Não se intrometa! - O bruxo com um gesto fez o príncipe voar longe. O cavaleiro aproveitou para perfurar o homem com sua espada.
 - Tristan! - Camelot correu até ele. - Você está bem?
 - Porque não me disse que era uma garota? - O cavaleiro corou. O príncipe havia batido a cabeça e ela sangrava. Helenia se aproximou como tímides.
 - Corpo... Posso voltar? Podemos ser um denovo? - O cavaleiro ficou cabisbaixo. Deveria honrar seu pai ou viver? Ele sorriu.
 - Claro. - A garota sorriu. Uma borboleta saiu do corpo, a princesa Alana desmaiou e o cavaleiro a segurou a tempo. A borboleta tomou a forma da garota, esperou o cavaleiro colocar a princesa no chão. E então viraram um novamente.
 Helenia pegou a borboleta de Alana e devolveu ao corpo da princesa. O príncipe sorriu para a garota que carregava uma espada e tinha longos cabelos, esta retribuiu o sorriso.
 Algum tempo depois.
 A princesa Alana estava na mesma sala aonde vira o bruxo, não saia de lá. Iria fazer uma semana, não comia e não bebia. As empregadas já haviam feito de tudo mas nada adiantou.
 O rosto da princesa estava pálido, os olhos estavam afundados em tristeza, a ponto de perderem seu brilho. Mesmo sem brilho os olhos dela percorriam a sala, sem um único minuto de descanço. Como se procurasse algo.
 Uma empregada bateu na porta. Não houve resposta. Entrou com um pouco de medo e se dirigiu para a princesa.
 - O rei Tristan deseja vê-la, majestade. - Os olhos da princesa brilharam e um sorriso se formou. - E sua esposa, a Rainha Helenia, o acompanha. - Os olhos perderam o brilho e o sorriso morreu. - Posso permitir que entrem? - Não houve resposta. - Vou chama-los.
 - NÃO SE ATREVA! NÃO OS CHAME! JAMAIS! - A princesa entrou em uma frenesi repentina. A empregada se assustou.
 - E-entendido... - A princesa voltou para o estado de antes. - Vou me retirar... - Então a empregada se retirou as pressas, e foi ao encontro do rei e da rainha. - Sinto informar, mas a princesa não desjea vê-los...
 - Entendo... - Disse o rei, que estava de mão dadas com a rainha, essa estava cabisbaixa. - Não se preocupe... Ela vai ficar bem.
 - Mesmo? - Os olhos da rainha mostravam dor e culpa.
 - Não é sua culpa. - Ele beijou a testa da rainha.
 Uma semana depois a princesa faleceu.
 A mesma empregada que recebeu o rei e a rainha observava o cadáver. Não estava muito diferente da última vez que viu a princesa. Se falaram um pouco antes da princesa falecer.
 
 Ela novamente entrou no quarto com receio. A princesa não comia a tanto tempo, já havia tentado de tudo. Novamente levava um prato de comida à ela na esperança de vê-la se alimentar.
 - Eu trouxe sua janta, majestade. - A empregada falou em tom baixo e um tanto amedrontado.
 A princesa não respondeu.
 Seu rosto estava mais pálido que o normal, sua expressão era vazia e seus olhos afundados na tristeza continuavam a percorrer todo o quarto.Os pais da princesa já haviam falecido, seu tio que governava, ela seria a sucessora. Porem, não era isso que seu tio queria.  A própria empregada já havia se conformado, a princesa ia morrer.
 - Porque, mesmo estando prestez a morrer, você seus olhos continuam a percorrer o quarto? O que procura? - A princesa sorriu.
 - Uma borboleta azul.



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