A Borboleta e o Cavaleiro escrita por Leees
O rei, que sabia como o último Camelot havia sido um cavaleiro exemplar, havia ouvido sobre o novo Camelot e como confiava em sua linhagem havia decidido que o cavaleiro seria responsável pela segurança de seu filho.
O príncipe Tristan deveria ir ao reino vizinho, onde conheceria sua futura esposa, a princesa Alana. Ele sempre fora mimado pelo pai, tinha de tudo, mas havia um único problema nele. Era orgulhoso e não era modesto. Sempre teve do bom e do melhor. Ele viveu todos os seus 17 anos no castelo, não conhecia o mundo. Finalmente ia poder sair do seu castelo.
- Príncipe Tristan, seu pai lhe chama. - Falou para ele uma das empregadas do castelo.
- Sabe o que ele quer? - Perguntou o príncipe enquanto ajeitava seu cabelo.
- Se não me engano, ele quer que você conheça o cavaleiro que vai te proteger na viagem. - O príncipe suspirou.
- Odeio conhecer homens. Mas fazer o que. Diga que eu já vou. - A empregada concordou com a cabeça e se retirou.
Quando o príncipe foi para a sala do trono encontrou seu pai e o cavaleiro.
- Tristan, esse cavaleiro ira te proteger a ida e na volta da viagem. - Disse o rei enquanto Camelot fazia uma reverência para o príncipe.
- Mas pai! Ele parece uma garota! Ele realmente pode me proteger? - Camelot fitou Tristan por alguns segundos, alarmado, mas não demonstrou.
Tristan achava graça com a situação, para ele poderia vencer Camelot facilmente.
- Tristan! Ele é um excelente cavaleiro assim como o pai!
- Duvido. - O príncipe sacou sua espada e apontou para Camelot. - Acreditarei que é forte se me vencer!
- Aceito o desafio, mas não venha chorar quando eu te vencer. - Camelot não fez nada além de sorrir de uma forma desafiadora para Tristan. Este por sua vez se sentiu um tanto humilhado.
- É melhor pegar sua espada! - Tristan começou a tentar atacar Camelot, que desviava facilmente. - Vai ficar fugindo é?!
- Sabe, não é legal tentar ferir alguém que foi escolhido pra te proteger e... - Tristan já estava ficando sem fôlego de tanto tentar atacar. Camelot aproveitou a deixa e enquanto desviava ficou ao lado de Tristan e segurou com delicadeza o pulso do príncipe, que se assustou. Com o susto acabou por soltar a espada. - ... que são mais fortes que você.
- ... Você segura como uma garota! - Falou emburrado. O jovem príncipe sentia vergonha, nunca fora tão humilhado.
- Tristan, vocês vão sair na manhã seguinte. Agora vá para seu quarto e não cause mais problemas ao cavaleiro. - Tristan foi para o quarto, emburrado. - Peço desculpas, ele anda muito rebelde ultimamente.
- Não se preocupe, majestade.
O dia amanheceu ensolarado. Saíram do castelo cedo, chegariam ao reino da princesa Alana em dois dias.
Dentro da carruagem o príncipe permanecia emburrado, enquanto o cavaleiro observava a paisagem.
A noite chegou, a pedido do cocheiro eles iriam parar na hospedaria de uma vila próxima para descansarem.
O príncipe se divertiu grande parte da noite, enquanto o cocheiro dormia e o cavaleiro observava a lua e as estrelas.
Partiram cedo na manhã seguinte. O príncipe dormiu o dia todo, afinal quase não dormira na hospedagem. Quando o sol estava se pondo o cocheiro parou na estrada, não havia vila por perto, teriam de ficar lá essa noite.
- Como assim? Não podemos ficar parados aqui!
- Desculpe majestade, mas estou cansado. Não vou aguentar. Teremos de ficar aqui essa noite.
- Eu vou procurar uma vila! - Então o jovem príncipe entrou no bosque que ficava perto da floresta.
- Mas príncipe! - O cocheiro correu atrás dele, mas foi parado pelo cavaleiro.
- Eu vou atrás dele, descanse, por favor. - O cocheiro voltou para a carruagem enquanto o cavaleiro foi atrás do príncipe mimado.
O cavaleiro seguiu seus rastros por 5 minutos, até que encontrou o príncipe parado de frente para uma trilha formada por algumas pedras.
- Você espantou ela...
- Ela? - Perguntou o cavaleiro curioso, afinal não havia visto ninguém ali além deles.
- Ela era tão bonita...
- Tristan, você está bem? - O cavaleiro se aproximou. Nesse momento um enxame de borboletas passou por eles, e Tristan começou a gritar e a sair correndo. - Tristan, espere! - E o pobre cavaleiro foi atrás do príncipe.
- VOCÊ VIU? AQUELESBICHOSHORROROSOSVOADORES!!!!! - Então Tristan segurou os ombros de Camelot e começou a chacoalhá-lo. Mas Camelot se livrou com facilidade.
- Tristan, eram borboletas.
- ...
- Vamos voltar, está ficando tarde. - Então Camelot foi em direção ao caminho de volta.
- Espere... - Falou o príncipe olhando vagamente para o lado.
- ?
- Ah, não foi nada. Vamos! - Após falar isso o príncipe saiu andando apressado.
- Tristan, aconteceu alguma coisa? - O cavaleiro foi atrás.
- Não. - Então eles permaneceram em silêncio o resto da noite, mesmo após chegarem até a carruagem. Partiram assim que acordaram, e chegaram no reino a tarde.
A princesa Alana aguardava o príncipe Tristan em frente ao seu castelo. Era de fato a princesa mais rica da região, e era bonita também.
- Tristan! - A princesa correu até o príncipe e o abraçou. - Senti sua falta!
- Olá...
- O que aconteceu? Você está deprimido?Alguém te machucou?
- Eu só... Só estou cançado. - Então deu um sorriso com o canto da boca na tentativa de confortá-la.
- Então vá descansar, seu quarto já está pronto! - E a princesa saiu arrastando Tristan.
- Impressão minha ou ela nos ignorou? - Perguntou o cavaleiro. O cocheiro concordou com a cabeça. Uma empregada que acompanhava a princesa sorriu sem jeito para eles e os levou para seus quartos.
No seu quarto o cavaleiro se preocupava com Tristan. De fato o príncipe é um tanto volúvel, mas sempre falara da princesa enquanto viajavam. Pelo menos na maioria das vezes. Depois da noite passada ele havia ficado estranho. E com esses pensamentos o cavaleiro adormeceu. Acordou com a empregada o chamando para o jantar.
Na sala de jantar ele se sentou ao lado do príncipe. O cocheiro não estava lá, afinal não é acostumado e nem gosta desse tipo de jantar cheio de modos a mesa. O príncipe continuava distraído, olhando para a janela com certo interesse por alguma coisa no bosque. A princesa parecia irritada com isso.
- E então, querido, como foi a viagem? - Disse com um sorriso esperando atenção. Mas o príncipe não respondeu. - Tristan? - Novamente ele não respondeu. - Tristan! - Bateu a mão na mesa, fazendo certo barulho, o suficiente para Tristan voltar para a realidade.
- Sim? - Falava como se acabasse de acordar. A princesa estava corada, todos da mesa haviam a encarado.
- Peço desculpas.... Acho que me descontrolei um pouco. - Sorriu sem jeito. Mas continuava irritada com a coisa que estava fazendo Tristan não olhar para ela. O cavaleiro apenas observava a situação.
Após o jantar, Tristan chamou Camelot para conversar.
- Deseja algo, Tristan?
- Você a viu? Você a viu, certo? - Perguntou o príncipe um tanto eufórico.
- Quem? - O cavaleiro estava curioso.
- A garota! Ela é parecida com você, sabia? Seria você delicado, de cabelos compridos e sendo uma garota. - O cavaleiro se sentiu um pouco encomodado.
- Não, não vi.
- Mas ela estava lá no bosque!
- Desculpe Tristan, mas eu não vi nenhuma garota no bosque.
- Ah... Obrigado mesmo assim. A propósito, espero que ela seja como você. - Então o príncipe corou, como se só agora tivesse se dado contado do que disse. - ... Estou indo, boa noite! - E foi para seu quarto.
Camelot ficou um tanto corado, sem saber exatamente o porquê, suspirou e foi para seu quarto.
A princesa Alana começou a chorar. Ouvira toda conversa, pois passara no corredor enquanto eles conversavam. Sentia raiva da garota que havia roubado Tristan dela. Foi para sala aonde eles haviam conversado, parou em frente à janela e amaldiçoou o bosque e a garota. Nesse momento a porta se fechou com um baque e uma ventania começou na sala. Com isso um homem apareceu na sala.
- Olá princesinha! - O homem sorriu.
- Q-Quem é você? Saiba que se me tocar todo reino estará contra você! - Ela se afastou, procurando com a mão algo para se proteger enquanto encarava o homem.
- Não se preocupe, vim te ajudar.
- M-me ajudar? - Ela hesitou.
- Sim, a conquistar seu amado príncipe Tristan. Eu conheço a garota do bosque, a garota que ele ama. - Os olhos da princesa se encheram de ódio.
- ONDE ELA ESTÁ? VOU MATÁ-LA! LEVE ATÉ ELA! - O homem riu.
- Não se preocupe, Helenia está bem aqui. - Tirou uma gaiola de seu casaco. Dentro da gaiola havia uma borboleta azul. Com cuidado abriu a gaiola, a borboleta saiu e tomou a forma de uma garota. - Ela pode se fundir a você, então ele te amará.
- Eu aceito!
- Calma. Para se fundir a ela você tem de aceitar o nome dela, como seu.
- Eu aceito! - O homem riu, e fez um sinal para Helenia, que se aproximou de Alana e fez uma reverência.
- Obrigada! Agora poderei me aproximar de meu corpo! - Os olhos dela se encheram de lágrimas, então colocou sua mão na mão da princesa. Por um momento ficaram assim, mas logo Helenia e ela começaram a se tornar uma só. Alana gritava enquanto Helenia sorria.
- Como se sente? - O homem sorriu.
- Ele vai me amar?
- Claro.
- Então estou bem. Eu Helenia estou bem! - Então Helenia, antiga Alana, deu um riso estridente.
Uma borboleta se formou, o homem a colocou na mesma gaiola onde a borboleta azul estava e sorriu.
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