Só então a ariranha e a preguiça perceberam que havia um enorme casulo de seda branca ao pé de um arbusto. Curiosas, as duas se aproximaram. Nenhuma das duas sabia o que era aquilo, e ficaram com medo. Devia ser algum tipo de magia, já que a floresta era mágica.

Os dois bichos lamentaram o sumiço da lagarta e passaram a manhã inteira conversando sobre o que fariam para sair daquele lugar estranho. Comeram e voltaram para o mesmo lugar de antes, para ver se a lagarta havia retornado, mas não havia sinal dela.

Subitamente, o casulo começou a se rasgar. E, de dentro dele, saiu um magnífico par de asas azuis e cintilantes. Surpresas, Hyuna e Serena se entreolharam. Não demorou para que o casulo se rompesse por completo e uma enorme borboleta saísse de lá. Era impossível não reconhecê-la: era a senhora lagarta!

— Senhoras, por que me olham tanto? Oh, até ontem à noite eu era uma lagarta... o que aconteceu? O que me tornei?

— A senhora é a borboleta azul, dona Lagarta! Quero dizer, é agora a senhora Borboleta Azul Gigante! Será que podemos subir nas suas asas para ir para casa?

— Oh, claro que sim! Venha, dona Ariranha. Você também, dona Preguiça; vamos todos para casa.

A Borboleta azul voou pelo mundo mágico com a ariranha em uma asa e a preguiça em outra, e logo avistaram o portal mágico. Mas a borboleta era muito grande para passar pelo portal, e foi preciso se despedir de suas novas amigas.

— Muito obrigada, dona Borboleta Azul — disse Hyuna, muito contente — Nunca iremos nos esquecer de sua grande ajuda!

Hyuna e Serena passaram pelo portal e voltaram para casa, no rio onde viviam, e contaram suas aventuras no mundo mágico para todas as suas amigas ariranhas e preguiças e outros bichos que viviam perto do rio. Todos escutaram com atenção e ficaram maravilhados, porque nunca se ouviu que uma ariranha e uma preguiça houvessem vivido aventuras tão interessantes. E as duas prometeram que um dia voltariam ao mundo mágico.