James Draccon Potter.

Deixei rapidamente a sala, antes que a menina me matasse. Dava para escutar ela gritando como louca lá dentro. Dei uma risada e sai correndo, em direção à enfermaria. Tinha que ver como a Julie estava.

Quando entrei, ofegando, a menina estava em uma cama, ainda desmaiada. Cheguei perto dela e sentei em uma cadeira do lado da cama.

– Não se preocupe, ela vai ficar boa logo. Amanhã já vai poder sair daqui - falou Madame Ponfrey, que acabara de sair de sua sala, com uma bengala. Já estava muito velha, e rugas era só o apelido do que estava em seu rosto.

Fiquei sentado, enquanto a velha me observava com uma cara estranha.

– Um Potter, não é? Lembro da época em que seu avô estava aqui... Se você soubesse o que ele já fez por esta escola, e o que ele já aprontou aqui... Mas seu pai e os irmãos dele também já aprontaram muito aqui. A família Potter parece sempre estar envolvida com algo grande, com algo especial. E você não irá ficar de fora... - a velha não tirava os olhos de mim.

– Do que está falando, Madame Ponfrey? - perguntei, apreensivo.

– Eu soube de algumas coisas, garoto. Algumas coisas que você não iria acreditar se eu lhe contasse. Na verdade, iria sim, já que conversou com Fineus - como a mulher sabia da conversa? - Sim, eles o pegaram, e ele não voltará mais para incomodá-los. Eles estão espreitando na sombra do mundo bruxo há anos, apenas esperando o momento certo para atacar. E esse momento chegou. Você e aquela garota devem tomar muito cuidado, pois estão envolvidos em algo grande. Incrivelmente grande.

– Quem são e...

– São poucos os que sabem da existência deles. São muito inteligentes, e vão fazer de tudo para libertá-lo. Não posso revelar muitas coisas aqui, porque temos companhia indesejada - ela olha para Julie - mas posso dizer o nome deles. Eles não tem um nome fixo, mas todos os chamam de...

De repente, a porta da enfermaria se abriu.

– Ei cara, a Rosier disse que você estaria aqui, e estava muito brava. Vamos voltar pra festa! Quero saber como que você conquistou essa gostosa aí... - era um amigo meu, Dick. Ele aponta para Julie, não reparando que Ponfrey estava ali. Mas ela nem liga e simplesmente volta para sua sala. Eu saio da enfermaria com ele.

Dick tinha cabelos loiros e quase sempre usava um topete. Alto e engraçado, era um mulherengo nato, sempre correndo atrás das garotas.

– E então? Como ficou com essa aí? - ele perguntou, com uma das mãos coçando a cabeça.

– Ah, sabe como é, eu estava bebendo um pouco de cerveja amanteigada e ela chegou perto de mim, aí começamos a conversar e... - parei de falar de repente. Tinha reparado que estávamos passando na frente do grifo da sala da diretora, e ele estava girando, o que indicava que alguém tinha acabado de entrar ali. Consegui escutar a voz do professor Lovegood e lembrei da conversa que tive com Jane, na festa. Ele era o cara que procurávamos, ou melhor, que estava nos procurando. Era o espião. Sai correndo e entrei na passagem quando estava se fechando, o que fez com que uma parte da minha camisa ficasse presa, e quando tentei tirá-la, o que me tirou bastante tempo, ela rasgou. Subi as escadas até chegar na frente da porta, que estava entreaberta.

– ... Eles estão atrás daqueles garotos, e você, sendo o professor de Defesa contra as artes das treva, tem a missão de protegê-los. Por isso, esteja preparado. Daqui a uma semana, os alunos das outras escolas chegarão e eu anunciarei o Torneio Tribruxo. Provavelmente, Eles tentarão alguma coisa durante o Torneio. Você precisa estar presente. Sempre - era a diretora quem falava, e eles pareciam ter terminado a conversa. Escutei passos, e saí correndo para baixo. Já estava no outro corredor quando o professor Lovegood saiu da sala. Não vi o Dick nem nenhum outro amigo meu no caminho, então fui direto para o dormitório, sem parar de pensar no que tinha acabado de ouvir.

Então, em breve aconteceria o Torneiro Tribruxo, e seria uma boa hora para o Professor Lovegood atacar eu e a Jane e nos matar. Se ela não me matasse antes, é claro. Lembrei da noite que tive e dei um sorriso. A festa havia sido ótima. Peguei uma garota linda e ainda deixei outra com "ciúmes". Parecia um canalha pensando uma coisa dessas, então resolvi continuar pensando sobre o Torneio, milhares e milhares de cenas do Professor Lovegood lançando um Avada Kedavra em nós ou nos entregando para um grupo de pessoas encapuzadas, que nos esfaqueavam e faziam rituais com nosso sangue. Adormeci sem parar de pensar nessas coisas, com bastante remorso.

Passei o resto da semana ansioso, mas a diretora só anunciaria o Torneio na Quarta-Feira da outra semana. Resolvi não contar para a Jane sobre o torneio, e não daria nem se quisesse, por que sempre que me aproximava dela a garota tentava lançar um feitiço em mim.

No dia da "revelação", a Lanna veio me pedir desculpas e disse queria voltar a ser minha amiga. Ela ficou meio ciumenta quando falei que estava ficando com a Julie, ou melhor, com a Jujuba.

– A m-maior p-piranha de Hogwarts?! Sério? Perdeu a cabeça?

– Antes daquela festa, eu só tinha escutado boatos sobre ela. Não parece tão puta assim. E além disso, pensei que a maior piranha, para você, era a Jane.

– Ela era, até essa Julie chegar. Todas essas francesinhas metidas a besta de Beauxbatons são piranhas.

– James! - Era a Julie. Olhei para Lanna, e ela havia saiu correndo, passando pelas pessoas que estavam no outro lado do corredor, entre elas Jane. Estávamos na frente da porta para entrar na escola, e ele de repente entrou. Seu jeito de andar era rude e não usava os uniformes da escola, por isso percebi que era alguém de fora. Parecia mais velho que eu, mas tínhamos mais ou menos a mesma altura, e seus cabelos eram loiros.

Caminhou até Jane, e quando ela o avistou, ficou completamente confusa. De repente, sua expressão mudou e ela pareceu estar com raiva, e lançou um feitiço Cara de Lesma contra o estranho, que se esquivou com rapidez.

– Cristopher! - A garota gritou e correu para os braços do cara.

O que estava acontecendo ali?