Sirius me abraçou, em meio a perda e ao sofrimento, pelo menos algo de bom, “Viu ela vai ficar com ele apesar de tudo.”, Régulos disse ao meu lado, “Eu voltei, deixei de ser comensal por você Anabelle, e você não fica comigo.”, ele dizia aflito, “Rég calma por favor.”, disse me levantando da cama, “Não Anabelle, que você seja feliz com o Sirius.”, ele disse saindo da enfermaria, eu fiquei olhando ele sair sem poder fazer nada, “Eu pensei que ele tinha aceito.”, Remo falou baixinho, Sirius me puxou para si, e em seu ombro chorei.

No final daquele dia foi o funeral de Dumbledore, vários bruxos já se encontravam nos jardins da escola entre elas membros da Ordem da Fênix: Kingsley Shacklebolt, Olho-Tonto Moody, Tonks, seus cabelos milagrosamente tinham recuperado o tom rosa-berrante, Remo Lupin, com quem ela parecia estar de mãos dadas, Arthur e Molly, Gui amparado por Fleur e seguido por Fred e Jorge, usando paletós pretos de pele de dragão. Thiago e Llly ao lado de Harry Os fantasmas do castelo também estavam lá, quase invisíveis ao sol forte mas discerníveis quando se moviam, tremeluzindo incorporeamente no ar luminoso. Sirius ficou ao meu lado segurando minha mão, Victor estava ao lado de Tonks, estava de olhos fechados, quando alguém segurou minha outra mão, assim que abri vi Régulos ao meu lado, assim como Sirius, ele estava completamente de preto, eu sorri assim que ele me olhou.

Ouviu- se, então, uma música estranha e sobrenatural nas águas verdes banhadas de sol, a centímetros da superfície, um coro de sereianos cantava em uma língua que eu não entendia, seus rostos pálidos ondeando, seus cabelos arroxeados boiando à volta. Hagrid vinha andando pela passagem entre as cadeiras. Chorava silenciosamente, seu rosto brilhava de lágrimas, e trazia nos braços, envolto em veludo roxo salpicado de estrelas douradas, o corpo de Dumbledore. Depois do funeral todos começaram a ir embora, “Vamos todos para sua casa ok? Precisamos decidir o rumo da Ordem”, Alastor disse para Sirius que acenou.

Todos estavam reunidos na cozinha, ninguém falava nada, “Ele morreu por nada.”, Harry disse jogando um medalhão na mesa, eu o peguei, e dentro tinha um pergaminho:

Ao Lorde das Trevas

Sei que há muito estarei morto quando ler isto, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo.
Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder.
Enfrento a morte na esperança de que, quando você encontrar um adversário à altura, terá se tornado outra vez mortal.
R.AB.

Eu li aqui com espanto nos olhos, “Régulos como você morreu?”, perguntei curiosa, “Belle o que isso importa agora.”, Sirius disse indgnado, “Importa muito.”, falei mostrando o medalhão e o pergaminho a Régulos, “R.A.B, Régulos Arturo Black, e a letra é sua.”, falei o olhando sério, todos o olhavam com espanto, “Foi você que pegou o verdadeiro?”, Harry falou rapidamente, “É uma história longa.”, Rég falou por calmamente, “Temos todo o tempo do mundo.”, falei o olhando. Ele ficou com a cabeça baixa e começou. “ O Lord das Trevas exigia um elfo. Então pedi a Monstro. Que deveria se certificar em fazer qualquer coisa que o Lord das Trevas o ordenasse fazer... e depois voltar para casa.” Ele começou a andar de um lado para o outro, “Monstro.”, ele falou, e o elfo surgiu, “Continue contando a eles a historia.”, Monstro fez uma reverência e começou a falar.

“Então Monstro foi com o Lord das Trevas. O Lord das Trevas não contou a Monstro o que ele deveria fazer, mas levou Monstro consigo para uma caverna perto do mar. E além da caverna havia uma gruta, e na gruta havia um grande lago negro...” Todos ficaram em um silêncio completo, ouvindo a história do elfo. — “Havia uma b-bacia cheia de poção na ilha. O Lord das Trevas fez Monstro bebê-la...” O elfo tremeu da cabeça aos pés. — “Monstro bebeu, e enquanto ele bebia ele via coisas terríveis...o interior de Monstro queimava... Monstro gritou para que Mestre Régulo o salvasse, ele gritou pela sua Senhora Black , mas o Lord das Trevas apenas ria... ele fez Monstro beber a poção toda... ele deixou cair um medalhão dentro da bacia vazia... ele a encheu com mais poção.” — “E depois o Lord das Trevas navegou para longe, deixando Monstro na ilha...” o elfo nos olhava quieto, “Pode ir Monstro eu continuo agora.”, Régulos falou sério para o elfo, que desapareceu. Então ele continuou, — “Fiquei muito preocupado, muito preocupado, falei para Monstro para ficar escondido e não sair da casa. E então, era um pouco tarde... Vim procurar Monstro em seu armário uma noite... Pedi para Monstro me levar à caverna, a caverna onde Monstro tinha ido com o Lord das Trevas...”

Ele parou de caminhar e ficou apenas me olhando,— Tirei do bolso um medalhão como aquele que o Lord das Trevas tinha,” — falou calmamente. — “E pedi a Monstro para pegá-lo e, quando a bacia estivesse vazia, para trocar os medalhões...” Sua voz falhou, — “E ordenei que... Monstro partisse... Sem mim. Disse a Monstro... para voltar para a casa... E nunca contar para ninguém... o que ele tinha feito... mas destruir... o primeiro medalhão. Então eu bebi... toda a poção... e Monstro trocou os medalhões... A última coisa que me lembre é de ser arrastado para baixo d’ água pelo Inferis.”, falou por fim.

Ninguém falou nada, todos absorviam aquela história, “Eu fiz uma escolha errada, o que fez que eu te perdesse.”, Régulos dizia me olhando, “Quando eu descobri o que aquele medalhão era, eu pensei que destruindo ele, era uma forma de provar que eu não era mau, que eu era bom o bastante para você.”, disse chorando. Me aproximei dele e o abracei, ele ainda chorava em meus braços, “Eu sou bom Belle, eu não mau.”, dizia em meio ao choro.