Dark Days escrita por I Love Reading


Capítulo 3
New friend


Notas iniciais do capítulo

Tio Will, Adam... Quem apelida coisas materiais? hahahhaha



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– Oii -minha mãe me acordou.

– Ah, oi... Sabe que horas são, não é?

– Sei. Passarinhos me contaram que você andou brigando.

– Não! Aii meu Deus do céu! Eu só.. arggh

– Não, tudo bem. É que você entrou sem falar com ninguém. Espero que não tenha quebrado nada - ela riu.

– Eu estou bem, sem mais.

Sabe quando você acorda com a cabeça pesada e tudo que você queria é um bom chocolate quente ou um ''Eu te amo'' (sendo verdade)?

Pois é. Eu estava tão incomodada em saber que outras pessoas se incomodavam comigo. É difícil aceitar críticas, isso é fato. Ninguém quer ser criticado. Mas a vida é feita disso; de críticas, de fatos inesperados. É sem sentido, é inaceitável mas é assim que a vidasegue. Uns falam em Deus, eu falo em ''coisas a se acreditar''.

– Não to com fome, mãe.

– Você nunca está com fome. Em quê você se sustenta? - resmungou minha irmã

– Com certeza não é de Chad's.

– Acha que virar um palito é uma coisa a se acreditar? Não tem sentido, então senta e come - disse minha mãe brincando com o garfo.

– Não quero, obrigado.

Eu não estou virando um palito! Ao contrário, estou engordando como nunca. Uma completa balofa, sei disso. Me vesti com o uniforme careta e coloquei o Adam de volta. Adam é o nome que dei para meu casaco. Estranho, eu sei. Mas eu tenho ele a muitos anos e... bem, esconde coisas que eu não poderia nem quero falar. Peguei as chaves e fiz um sinal de ''adeus marujos!'' e saí pela porta dos fundos na intensão de achar o Tio Will lá parado. Tio Will era o carro do meu tio Will, que ano passado resolveu dar ele pra minha mãe; ''desapego das coisas materiais é essencial''. Isso ele dizia pro meu pai, e só ano passado ele desapegou da velha Mercedes azul claro.

– Opa mocinha -chamou minha mãe.

– Estou indo para a escola, qual o problema?

– Vou precisar do carro hoje. Desculpa filha.

– Ah, qual é cara. A escola fica a umas 4 quadras daqui, jura que tenho que ir a pé?!

– Bom... Acho que sim.

– Obrigada! - saí bufando e corri pra garagem para pegar a moto do Liam

Ele não ia precisar da moto. Parece que minha mãe sempre acha um motivo para me atrasar, e cara, não é um dia bom pra mim.

Cheguei no estacionamento da escola quase a ponto de derrubar os cones. Tirei as chaves e andei até o portão central. Pude sentir alguém correndo atrás de mim e depois pondo sua mão em meu ombro, deu até vertigem. ''Hey, doida! sabia que você colocou a sua moto em frente

ao meu carro?''. Era o Neal Adrew, o peguete da loira mais abusada da escola, essa mesmo!

– Não vi o seu carro, da próxima eu ponho em cima.

– Ihhh, calma. Já vi que você é ótima em se socializar - deu um sorriso de lado.

– Sério? Você é única pessoa que evito encher das minhas palavras fúteis. Bom dia.

– Sei que você odeia a Júlia mas eu não te odeio, ta bom?

– Okay.. (?)

Neal realmente é a única pessoa que faço questão em evitar durante a manhã para não ter que encher o ouvido dele com bobagens minhas. E mais, ele nunca falou comigo! Eu poderia muito bem ter estacionado em cima daquele Cintroen cinza, mas eu gosto dele. Gosto mesmo.

Eu consigo ser tão ridícula ao ponto de gostar de uma pessoa que nunca em 3 anos reparou em mim. Se eu parar pra pensar, o Neal não estaria na minha pequena lista de ''coisas a se acreditar''. Toda gota de esperança que eu colocaria em nós se espalharia pelo chão e

secaria ao sol.

. . .

No intervalo fui até o estacionamento mudar a moto de lugar e lá estava Ed. Ele correu mas eu virei as costas. Andei depressa pelos corredores e parece que nunca conseguia achar o meu armário. De repente: TIBUM! Senti uma pancada na testa e fui imediatamente ao chão.

Acordei tonta e sem saber o que tinha me atingido.

– Ai meu Deus, desculpa! - berrou a menina

– Tudo bem, estou bem...

– Não levanta! Ai meu Deus, juro que não vi. Você veio tão depressa!

– Está tudo bem, pode deixar que eu levanto - coloquei as mãos no chão e peguei a mochila.

– Eu sou tão desastrada, é meu primeiro dia aqui nesse colégio - catou os livros do chão me ajudando -. Meu nome é Samanta Cousin. Pode me chamar de Sam se quiser, eu gosto -estendeu a mão para me cumprimentar.

– Ah, legal. Sou Alasca – pausa - Lan-cas-ter - cumprimentei.

– Você sempre anda de casaco? -passou a mão no Adam sentindo o tecido

– Sempre. Agora tenho que correr de um encosto!

– Ah, tá, então tchau né...

Consegui me esconder do Ed entrando na cantina. Ele passou direto e eu fiquei aliviada, aposto que ele queria fazer mais algumas piadinhas sobre o Adam ou algo assim...

Saí tentando achar a tal da Sam, e encontrei. Aquela menina era tão baixinha quanto o birô da professora, 1,55 pra ser exato. Comparado aos meus 1,68 podemos dizer que sou um poste.

– Acho melhor não sentar perto daqueles caras - puxei-a pelo braço e ela sentou comigo.

– Está a muito tempo aqui? Eu gostei do seu casac...

– É Adam, estranho, mas é meu xodó - eu a interrompi e ela sorri.

– Oh, uau, Adam não é? Belo tecido, Adam.

– Já tentou contar os grãos de areia? Esse é o tempo que estou aqui.

– Ah, nossa hein - ela riu.

Acho que fui com a cara dessa aí, uma amiga talvez fosse legal.

– Qual era a do boy lá fora? - disse ela de boca cheia

– Ed? Ed Benson? Galinha nojento! Odeio, ele é só mais um pedaço de alguém respirando o ar que não devia.

– Ih, nossa. Quanta magoa aí dentro. Talvez ele não seja assim, ele parece legal.

– Acho melhor você andar comigo, vai ser vitima do Ed pelos próximos 10 meses. Sofreremos juntas, mas pelo menos te defendo.

– Uou, obrigado! Eu acho... Amigas?

– Pode ser.


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