''BIP - BIP - BIP - BIP''
Ain, que merda! -disse olhando para o despertador que não parava de apitar no meu ouvido- São 6:00 da manhã ainda, que droga!
Tá, ou eu preciso de um novo despertador ou tem dedo da Sunny nisso, só pode.
Calcei meus chinelos e dei uma olhada no espelho:''normal'' -disse virando o rosto de um lado a outro.
Desci as escadas ainda meio sonolenta e fui até a cozinha. Mamãe estava pondo o café para ferver e meus irmãos estavam na mesa.

- Bom dia família... -sentei e todos me olharam- Que foi, perderam?

- Olha só, a estranha dando bom dia haha -disse minha irmã, Sunny, com um sorriso falso na cara.

- Que é, não pode mais? Me erra tá!

- Parem já com isso meninas! -berrou minha mãe- Não conseguem comer em silêncio uma vez na vida?

- NÃO! -gritamos ao mesmo tempo, uma encarando a outra.

- Quem manda ela ser uma completa idiota? Diferente dela eu tenho o mínimo de educação com as pessoas. -Sunny falou isso e olhoupra mim serrando os cílios.

- Ah, que legal. Quer um ossinho? -ironizei

- Estúpida! -então ela voltou a comer

- Nojenta -sussurrei.

Minha irmã era do tipo muito nojentinha sabe? Daquelas insuportáveis mesmo. Ela namorava o capitão do time de basquete da escola,seu nome era Chad. Ele era gato e vivia rodeado de menininhas mal comidas que só puxavam o saco da minha irmã. Eles estavam juntosa uns 6 meses e pra onde um ia o outro ia também, muito: credo! Ela aproveitava a popularidade dele, era a ''1° dama'' do Chad.
Só de ve-los passeando pelos corredores me dá nojo...

Meu irmão, Liam, era mais calmo e super legal. Eu amava te-lo em minha companhia, ele me entende e sempre me ajuda com meus problemas, o único da família que sabia mais de mim do que eu mesma sabia. E eu confiava nele. Meu irmão mais velho, tinha 20 anos.
O problema dele é que às vezes ele era muito otimista, até demais. Minha mãe se chama Marry e trabalha em uma galeria de artes, elaé pintora. Não há um canto daquela casa que não tenha um toque da minha mãe, são tantas cores que eu fico tonta só de pensar.

Enfim, por baixo da minha pálida face vive uma realidade não tão boa. Eu sempre sofri bullying, e ainda não descobri o porquê de tantos xingamentos e zoação comigo. Talvez eu fosse magra demais, estranha, e feia. Eu odiava ir a escola quando criança e ainda odeio. Estudei por muito tempo em um colégio de freiras, era um terror. Não existia um dia em que eu não voltasse pra casasuja, apavorada... Daí nossa mãe nos fez mudar de casa, por minha causa. Pelas reclamações que ela recebia todos os dias por eubater numas garotas que zombavam de mim. Mas não adiantou nada mudar de cidade, eu ainda vivo esse terror, só que agora, calada.

- Alasca! -ouvi minha mãe chamar- Você quer se atrasar?! Vamos.

- Já estou indo, mãe, que saco! -era meu primeiro dia de aula no 3° ano do colegial e eu não estava nem um pouco animada, tãopouco arrumada.

Colégio de 2° grau Ivan Blood, era seu nome. Eu conhecia umas pessoas mas nunca me manifestei diante delas, eu tinha um certoreceio de que elas me tratassem igual aos 'Treds' (pessoas que praticam bullying). Eu não sabia se teriam alunos novos, nem queria saber. Fui procurar meu armário e adivinha? Do lado do banheiro masculino, que porra hein! Ano passado eu tive que aturar a turma de cdf's da escola, pois meu armário ficava lado a lado com os deles. Nunca tive sorte em pegar armários bons.

Depois de bater a porta do meu armário vi um garoto passando no corredor, alto, forte e lindo. Seu nome? Neal. Ele parou junto ao seu armário e eu passei. Pude perceber que ele estava colando umas fotos, era do Arctic Monkeys, eu amo essa banda! Pensei em me aproximare puxar assunto mas uma magrela loira se aproximou então eu recuei. Ela era mais uma da Colírios, nome que as populares da escola derampra sua equipe na Cheerios Blood. Ela o beijou e depois saiu. Eu odiava aquelas líderes, minha irmã era a capitã das líderes
de torcida da Colírios Blood.

Sempre que eu passava por aquelas meninas elas me olhavam e começavam a rir de mim. Mas eu falava umas verdades na cara delas de vezem quando, claro que falava. Na queimada eu podia depositar todo o ódio que eu tinha delas, muahaha. Passou-se todas as aulas chatas e fomos pra quadra. Sempre usava casaco, eu sou tímida também... Os times eram divididos entre Colírios x Pessoas sem nenhuma importânciae olha só? Eu ficava no time de pessoas sem importância. Aquela tal de Julia Malfoy me dava nojo, era patricinha e lambe cu da minhairmã, assim como todas as outras líderes de torcida.

- Hora, hora, hora... -disse Julia se aproximando com suas ''capangas'' do lado- Olha quem está mais um ano no Ivan Blood meninas.-pôs o dedo na minha testa e andou em círculos em volta de mim.

- Me erra tá Malfoy! Quer o que? Quer ração?

- Olha aqui sua atrevida... -as meninas seguraram Julia e a treinadora nos interrompeu.

- Meninas, meninas. Parem! Já querem começar o ano na diretoria? Olá de novo Srta. Lancaster. -ela me cumprimentou.

- Desculpa treinadora, mas algumas pessoas não sabem a hora de parar de serem idiotas. -eu disse.

- Vamos, para a quadra agora! -berrou a treinadora

Então eu fui para a quadra e fiquei esperando a bola chegar na minha mão pra poder dar na cara da Malfoy. Depois de mais de meiahora de aula eu saí ilesa e elas surradas. Julia passou por mim sussurrando no meu ouvido:

- Você não vai se livrar de mim tão fácil, Lan-cas-ter!

- Não estou pedindo sua companhia, Mal-foy!

- Olha aqui, se o problema é o Neal saiba que ele é meu, okay queridinha? Seus esforços pra tirar ele de mim vão falhar!

- Sabe, eu adoraria tentar! -eu sorri

- Fique longe dele sua vadia! -ela me chamou de que? Eu não podia deixar barato, então eu dei um tapa na cara da cobra. Todosolhavam pra mim enquanto as lambedoras de cu acudiam a ''coitada''. Eu corri antes que alguém contasse pra diretora.
Me sentei num banco do playground até que a diretora me achou.

- Ela me chamou de vadia. -eu me defendi

- Ai meu Deus, Srta. Lancaster, primeiro dia de aula. Me dá um descanso, por favor!

- Eu odeio ela, ela faz coisas horríveis comigo!

- Vocês duas... Olha, vou ter que contatar a sua mãe -assenti e pus a mão na cabeça-. Eu quero seu bem, eu ainda acho que vocêprecisa de ajuda e...

- Não, eu sou normal e estou bem! - ela ia pegar minha mão- Não me toca, por favor!

Além de chata, essa diretora acha que tenho problemas psicológicos, me trata como se eu fosse louca. Fiquei sentada na praça olhandoo céu e pensando por um bom tempo. Depois eu fui pra casa e joguei minha mochila no sofá.

- Mãe, to em casa!

- De novo Alasca? Hoje foi o primeiro dia, Filha...

- Eu só... que droga! Quem contou?

- Não importa, eu não sei mais o que acontece com você e juro que queria entender... -ela me abraçou e uma lágrima dos olhos dela caiu.