O que é o Amor escrita por Eve Arneiro


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Depois do fim da novela, fiquei tristinha e um pouco sem inspiração.... Mas aí, num belo dia, estava eu ouvindo música quando tocou "O que é o Amor", cantada pela Selma Reis, e PÁ, a ideia veio. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/540201/chapter/1

Ginal mal conseguia se conter de tanta felicidade. Finalmente descobrira o que era o Amor, e cada vez que olhava para Ferdinando, agora era seu marido, seu coração palpitava de tal forma que parecia que ela criaria asas e voar no céu, como os passarinhos.

O rapaz, que irradiava alegria e luminosidade por enfim ter se unido para sempre à mulher que tanto amava, sorriu matreiro para a esposa e disse ao ouvido dela, “vem, que eu tenho uma surpresa pr’ocê!”

Como qualquer mulher, Gina se corroeu de curiosidade imaginando que surpresa seria essa que seu marido havia arrumado. Ele vendou seus olhos para aumentar o suspense, e caminharam por um bom tempo, várias vezes Gina se agarrou ao braço do marido com medo de cair, ouvindo o riso divertido de Ferdinando, sem imaginar o efeito que o toque de seu corpo causava no esposo. O engenheiro agrônomo não se cabia de tanta ansiedade, e quando enfim chegou ao local da surpresa, tirou a fita que cobria os olhos de seu grande amor e sorriu abertamente ao vê-la boquiaberta com o presente: uma cama de casal com dossel, igualzinha as dos contos de fadas.

Maravilhada, Gina deu a volta pela cama, admirando os detalhes, a colcha branca com detalhes azuis, as flores presas no dossel e na cabeceira, a maciez do colchão quando se sentou. Ferdinando, apaixonado, foi para o lado da esposa e tomou-lhe as mãos, beijando a aliança no anular esquerdo dela, prova de que aquela mulher era dele, e apenas dele, para sempre.

– Eu nasci para lhe amar, Gina! – disse Ferdinando, explodindo de paixão.

– E agora eu já sei o que é o Amor – respondeu Gina, luminosa.

– Eu vou lhe amar pra sempre, pra sempre!

A ruiva sorria diante de tanta demonstração de amor do engenheiro, completamente encantada. De repente, Ferdinando ficou sério e comentou:

– Sabe... Só teve uma coisa que eu não gostei no nosso casamento...

– Como assim? – perguntou a noiva, surpresa – O quê que ocê num gostô?

– Ara... o padre... – respondeu o rapaz, meio sorrindo – Ele se esqueceu de dizer: “agora, ocê pode beijá a noiva”.

Gina riu, encabulada, junto com o marido.

– É verdade, isso ele não disse mermo!

– Ara... então... – disse o rapaz se aproximando de sua esposa, beijando-a várias vezes no rosto – Não vamo perder mais tempo... menininha!

Ferdinando beijou Gina apaixonadamente, surpreendendo a moça, pois o marido nunca a havia beijado daquele jeito antes. E tinha que reconhecer – era MUITO bom. O engenheiro, sabendo o que estava fazendo e não querendo que sua ansiedade estragasse tudo, delicadamente deitou a ruiva na cama, e a beijou novamente, ainda freando seus instintos. Não queria que nada atrapalhasse aquela noite especial, ainda mais que para Gina, aquela seria um momento de descobertas.

Lembrou de quando Gina entrou na igreja, de braço dado com o pai, vestida esplendidamente de noiva, o quanto ela irradiava amor e inocência; naquele instante, no altar, passou pela sua mente uma conversa que teve com Catarina meses antes, uma confissão, de como seria tranquilamente o PRIMEIRO homem da vida daquela moça... Àquela altura, tais palavras retratavam um desejo apenas carnal, contudo, com o passar do tempo, aquele desejo foi evoluindo para algo mais profundo: ele passou a querer não apenas ser o primeiro homem da vida de Gina, mas o ÚNICO. Ele a amava como não amou e nem amaria outra mulher, e a inocência de Gina para com tal sentimento o atingia de tal forma, e de todas as maneiras possíveis, que ela passou a ocupar completamente seu coração e pensamentos; queria ser TUDO na vida dela, a pessoa por quem ela se entregaria de corpo e alma, desejava ser aquele que a ensinaria o que é o Amor, Paixão, Desejo, enfim, tudo que ela não sabia, apenas imaginava. E agora ela estava ali, já sua esposa, esperando que ele a tornasse sua mulher.

Ferdinando levou a mão à cintura dela e a beijou novamente, e Gina acariciou seu rosto, como costumava fazer. Quando se separaram, Ele tirou a grinalda que prendia o cabelo da moça, e os cachos ruivos caíram-lhe sobre o rosto, que afastou com os dedos, acariciando os fios como fez várias vezes. Acariciou-lhe a nuca, e a trouxe mais para junto de si, beijando-lhe os ombros e o pescoço. Ao sentir o quanto Gina tremia de expectativa e medo, Ferdinando parou imediatamente com as carícias, e olhando fixamente para aqueles olhos castanhos, segurando as mãos dela, disse firmemente:

– Ocê confia em mim, Gina?

– Eu... – a voz da moça saiu entrecortada – Eu confio, Nando...

– Fique tranquila – retrucou o rapaz, sentindo as mãos frias da jovem – Eu num vou lhe machucar... Prometo.

E a beijou novamente.

E enquanto beijava sua linda esposa, Ferdinando sorria por dentro. Um pensamento maroto surgia em sua mente, e não conseguia afastá-lo: naquela noite, ele seria o professor...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que é o Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.