BabyMess escrita por Fer-chan


Capítulo 3
Kiss Mess


Notas iniciais do capítulo

cap 3 de BabyMess fic sasusaku romance humor



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BabyMess cap. 3

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—Então? —perguntou piscando e levantando um dos ombros de encontro ao queixo que sustentava um biquinho de beijo confeitado de muito gloss.

—Então... O que? —o loiro perguntou com olhos arregalados de apreensão. Quem visse poderia ate dizer que estavam ainda mais azuis, se o desespero tivesse o poder de alterar a cor dos olhos.

—Não se faça de estúpido. —a loira bem arrumada apontou o dedo indicador que levava esmalte vermelho vivo na unha bem pintada. —Eu espero que esteja tudo certo para o meu encontro, porque se não, a Sakura vai ficar sabendo de algo que você não quer que ela saiba, entendeu? —a pergunta havia embolado os miolos do Uzumaki, mas ele sabia que o contexto era pura ameaça.

—Na verdade eu não entendi, mas sei que isso foi um ‘vou contar tudo para a Sakura e você se ferra’. Encoberto por essas charadas difíceis.

—Até que você não é tão burro... Humm. —estreitou os olhos azuis em forma de ameaça.

—Charadas difíceis? Na verdade acho que ele e burro mesmo.

—Vai contar o que para a Sakura? —a Haruno havia aparecido de surpresa na sala com um sorriso no rosto e usando seu tom de curiosidade surpreendendo o par de loiros não muito providos de inteligência.

—É que eu e o Sas... —um berro interrompeu o fluxo de voz aguda que saia pela boca da loira em forma de pseudo resposta.

—É QUE ELA E O SASUKE, O SHIKAMARU, E EU VAMOS FAZER UMA FESTA SURPRESA PARA O CHOUJI. KAMI-SAMAAAA!!! —puxou o ar para os pulmões que se encontravam agora plenamente vazios em conseqüência da resposta dada a gritos enquanto apoiava as mãos nos joelhos trêmulos.

—Nossa! —a rosada exclamou apavorada. —Porque você esta gritando assim?

—É que... É... —olhou para a loira procurando por uma ajuda que não viria. Se fosse por ela havia contado com muito gosto o que iria fazer aquela noite. —Eu fico nervoso com festas surpresas, porque eu tenho a boca grande demais. —terminou de modo clássico pousando uma das mãos na nuca acompanhada de grandes risos bobocas como se aquilo fosse o aval para a verdade.

—Sakura-testuda, está toda arrumada. —olhou a amiga de cima a baixo —Vai a um encontro? —terminou cínica.

—Não é bem um encontro, eu e o Sai vamos dar uma olhada no parque de diversão que esta na cidade. —terminou como se não fosse nada demais.

—Pra mim parece um encontro. —quase soletrou as palavras em tom cantante.

—Tanto faz, porquinha, eu estou indo. —virou as costas que estavam semi cobertas por um bonito vestido justo azul e retirou-se do local.

—Ino-chan, é melhor você ir indo se não vai se atrasar, e sabe quem não gosta de atrasos? —finalizou a questão com um sorriso dissimulado e forçado que ia quase ate o topo da cabeça loira.

—Quem, quem? —estava afoita como uma criança esperando pela páscoa.

—O temeee, quer dizer o Sasuke. Ele me disse para você encontrá-lo no parque de diversão, as... —olhou disfarçadamente o relógio. —... Sete e meia em ponto, nem um minuto a mais. —terminou em um tom respeitável com um gesto de mão.

—Então você conseguiu o encontro? Eu sabia que você não era lá tão idiota. —e copiando a ultima medica-nin – só que acrescentando um enorme sorriso no rosto - a se retirar do recinto, virou-se de costas restringindo sua presença aquele local.

—Eu to todo @#$%¨&***$%# e mais um pouco.

Enxugou o suor inexistente da testa de um bronzeado saudável e foi seguir a próxima parte do plano, que se não desse certo o deixaria totalmente #$$%@#$% e mais um pouco. Não vamos nos esquecer do mais um pouco, afinal de contas, ele faz diferença ainda mais quando era vindo de um Uchiha nervoso.

–x-

—Sasuke-teme, você por aqui? —terminou a exclamação com a gargalhada amistosa mais falsa que já existira. Nem se Madara e Hashirama estivessem fingindo um acordo de paz em rede aberta teria um nível de falsidade maior.

—O que você está querendo dizer com isso? —retribuiu com o cenho fechado e que aquilo sim dizia ser um verdadeiro aval de que o loiro não deveria fazer tal pergunta.

—Você por acaso viu a Sakura-chan? —perguntou duvidoso em um tom cantado.

—Não.

O loiro continuou olhando-o com as feições paralisadas agora só na tentativa do sorriso balançando os ombros de leve de um lado para o outro, ritmados em nervoso.

—Há, é mesmo, tsc, como eu pude me esquecer que ela foi a um encontro com o Sai no parque diversão, exatamente... —puxou a manga da blusa com violência e olhou muito bem no relógio. —... AGORA.

Deu todos os detalhes propositalmente olhando para o Uchiha, queria avaliar sua reação. Se ele não estivesse desesperado para arrumar um encontro que não existia, poderia até ser engraçada a cara de espanto contida sem muito sucesso do amigo.

—Ela... —estreitou os olhos ônix e apertou os lábios puxando o ar com raiva contida como se estivesse tentando entender uma tragédia para depois achar uma solução plausível.

—Hei teme! Espera ai aonde você vai? —e só sentiu o vento do Uchiha que havia saído com pressa passando por si. —Aquela jaqueta não é do Kiba? —perguntou arregalando os olhos para o nada.

—Nota mental: agradecer a Kami-sama a exatidão dos meus planos feitos em cima da hora. E não esquecer de não comprar mais essas cuecas que assaram minha bunda.

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Se não fosse um ninja certamente estaria cansado pela correria, sim o Uchiha correu, mas, não que fosse por preocupação pela rosada estar tendo um encontro que poderia tomar os rumos drásticos da luxuria, não, ele só queria ter certeza que os freios dos carrinhos de bate-bate estavam em ordem, porque é claro que seu filho não podia andar em um carro sem freio, imagine; Uchiha Sasuke Junior em um carro sem freio, ele não permitiria. Preocupação, isso era para quem estava morrendo de hepatite.

—Uchiha Sasuke Junior é horrível esse nome ta fora da lista. —pensou enquanto parava ofegante na bilheteria do parque.

—Sasuke-kun!! Você veio. —disse enganchando com firmeza e repentinamente no braço do moreno. Nem um carrapato faria um serviço melhor.

—Hump! —olhou a loira sorridente pendurada em seu braço e teria feito feição de quem não estava entendendo bulhufas se não estivesse mais que ansioso para entrar.

Há aquilo era o paraíso coberto de chocolate e confeitos coloridos e com sapatos em promoção, afinal de contas não é todos os dias que Uchiha Sasuke leva uma garota ao parque de diversões não é mesmo? Ou melhor, não são todos os dias que uma garota pode sair por aí acompanhada de Uchiha Sasuke sentindo a inveja feminina alheia crispando o oxigênio da atmosfera mais rápido que o desmatamento.

—Ele ta especialmente bonito hoje eu poderia mordê-lo.

—Você ta especialmente bonito hoje eu poderia mordê-lo.

—O que? —perguntou estranho fazendo a largar seu braço.

Droga porque eu sempre digo o que to pensando igual naquele dia sobre as estrias nos peitos da Tsunade-sensei? Aquela coisa do filtro cabeça boca deve ta com defeito. —deu pancadinhas de leve ao lado da cabeça.

—Nada! Essa jaqueta não é do Kiba? Nossa ela fica muito melhor em você. Acho que foi por isso que eu falei aquela coisa sobre morder, não que eu não quisesse sem a jaqueta, mas é que com a jaqueta... —parou de falar e coçou a cabeça displicente quando se deu conta que o filtro havia quebrado novamente. —... Então ela é do Kiba? —deu um risinho sem graça.

—É, eu ganhei em uma aposta.

Respondeu olhando para os lados como se estivesse à procura de um criminoso perigoso. Para sorte da loira, o Uchiha estava tão entretido na busca que a palavra morder para ele significou que ela queria um cachorro-quente, ou algo assim.

—Uma aposta?

........

—Inuzuka! —o ex-vingador que havia deixado o sufixo ex de lado especialmente agora, por alguns momentos olhou o dono da jaqueta de couro de cima a baixo com um olhar gélido.

—Uchiha! —tentou reproduzir o ar gélido do olhar do moreno no tom de voz, mas saiu, mas próximo a feição de vilão de novelas mexicanas melodramáticas de canal mal pago.

—Aposto que você não consegue descobrir o que tem dentro daquela caixa só pelo cheiro... —o Uchiha disse convencido apontando para uma caixa que havia acabado de cair das coisas de um senhor que corria desesperado para o fim da rua.

–É claro que eu consigo, pensa que está falando com quem? —interrompeu o Uchiha com raiva a flor da pele, aceitando cedo demais à aposta sugerida. —Espera! Se eu acertar eu o que eu ganho? —perguntou com uma careta de superioridade.

—Eu posso fazer qualquer coisa, aquele dia da cera de ouvido ninguém acreditou em mim. Sorriu vitorioso.

—Fiquei sabendo que você vai chamar a Sakura pra sair, eu falo com ela por você. —disse entre dentes.

—Sério? Nossa cara, até que você é legal... —cortou o entusiasmo infantil e voltou à face de seriedade espremendo os olhos como se estivesse em uma rajada de vento inexistente. —quer dizer, trato feito, e se por acaso eu não ganhar, mas é lógico que isso não vai acontecer e nós dois sabemos disso, o que você vai querer. —terminou grave.

O Uchiha quase conteu um sorrisinho de escárnio escorrendo pelo canto dos lábios. O Inuzuka sentiu a cabeça pendendo para trás como um pino de boliche derrubado. O punho que voou em direção ao seu nariz foi tão rápido e o pegou tão de surpresa que não haveria modo de ter desviado. Os ossos do nariz eram outro caso, sentia-os desencaixados e não como peças de lego, mas, sim como um carro desmontado em uma batida com um caminhão.

—O que você está fazendo? —gritou com a mão segurando o nariz ensangüentado sentado ao chão.

—Você não me deixou terminar, eu ia dizer que você tinha que acertar, mas com o nariz quebrado. —falou cínico olhando seu alvo de cima com uma superioridade irritante.

—Você é maluco, vai me pagar desgraçado.

Levantou-se com dificuldade do chão ainda sustentando o nariz ensangüentado com a mão tingida de vermelho e apontando o dedo raivoso da mão livre para o rosto do Uchiha.

—Eu me esqueci de te dizer que se eu ganhar - o que aconteceu - eu fico com a sua jaqueta.

E o Inuzuka com o nariz arrebentado ficou estático somente conseguindo avistar a imagem do Uchiha indo embora segurando sua jaqueta, coisa que ele não teve sucesso com o sangue que jorrava de seu nariz.

...........

—É, eu já disse que foi uma aposta.

Respondeu irritado. O ex-vingador não era do tipo que dava detalhes e muito menos que recitava flash back’s por aí, oras, recitar é irritante, se fosse assim ele seria orador e não shinobi. E se fosse orador seria uma blasfêmia esconder todo aquele corpo atrás de uma bancada, era muito melhor vê-lo correndo e lutando por ai de preferência desprovido de camisas o que não deixava totalmente de ser do seu feitio, para sorte da população feminina e masculina também, porque não?

–x-

Hormônios, um ingrediente tão natural para o funcionamento do corpo, o faz crescer desenvolver-se e chegar à vida adulta em forma e saudável, mas isso só é verdade nos livros de ciências, hormônios na vida real só trazem problemas ainda mais quando se encontrão fora de controle. Eles são instáveis e não confiáveis. Qualquer coisa pode descontrolá-los, uma cruzada de pernas o jeito de arrumar o cabelo, jaquetas de couro...

E o pior...

...Eles obrigam você a imaginar coisas...

Ele arrumou a jaqueta nos ombros passou a mão pelos cabelos, com o indicador e o polegar tirou o cigarro quase acabado de entre os lábios soltou a fumaça de modo sexy e jogou-o no chão andou até mim agarrou minha cintura com um tato seguro e forte e me beijou ardentemente.

Pensamentos, pensamentos era exatamente isso que povoava a cabeça rosada de certa Haruno. Ela não sabia o que a fez imaginar a louca cena envolvendo o Uchiha a Jaqueta usada pelo mesmo, cigarros – afinal ele nem estava fumando - e o acontecimento mais desprovido de ética moral no parque de diversões; o beijo. Na verdade ela sabia, não vamos encobrir o sol com a peneira e chega de dourar a pílula, algo estava diferente com o Uchiha e ela sabia exatamente onde a jaqueta de couro sexy se encaixava na historia e no descontrole dos hormônios.

—Testuda!? —os olhos azuis se arregalaram de uma surpresa maliciosa. —então você tinha mesmo um encontro com o Sai! —confirmou fazendo um biquinho para segurar o riso maléfico.

—Isso não é bem um encontro... Humm... —sentiu-se confusa e com absoluta certeza não falaria coisa com coisa se o ser pálido ao seu lado com o intuito de praticar a avaliação de emoções humanas não a interrompesse.

—E vocês é um encontro, certo? —o modo robótico exalava ao redor do pintor.

—Não. —respondeu o usuário da jaqueta de couro.

—Sim. —a loira desmanchou-se em um sorriso misturado a afirmação.

—É sim ou não? Porque parece que é sim, já que todos os fatores indicam um encontro como: parque de diversões a noite, ela esta vestindo uma saia curta com a intenção de chamar a atenção do companheiro, esta tudo compatível, só você Uchiha que parece não se encaixar direito, talvez não esteja se esforçando muito e talvez seja essa parte que remete ao seu recente citado, não.

Se todos os humanos do mundo possuíssem uma cor prateada e articulações que precisassem de óleo, talvez assim Sai estivesse entre semelhantes.

—Sakura-feiosa, vamos à montanha russa pra começar? —o sorriso esculpido em aço dilacerou-se no rosto e antes de receber a afirmativa da rosada uma voz grave a substituiu.

—Nãooo. —o Uchiha disse firme deixando escapar um pouco de desespero pelas bordas.

—Como assim não? —a rosada perguntou franzido o cenho.

—É, como assim não? —essa foi à vez da indignação de Sai transparecer.

—Tem algo de errado com a montanha russa Sasuke-kun?

O moreno não havia feito cartões de discurso ou desculpas para o posterior não. Se não fosse à pergunta tola da loira não haveria de pensar em nada mais convincente.

—É, é isso mesmo, eu fiquei sabendo que a montanha russa daqui esta desestruturada.

—Desestruturada, mas que palhaçada é essa? —a rosada já estava perdendo a paciência e podia sentir as articulações da mão direita se contraindo para um belo soco de verão.

—Será que foi porque o Chouji andou nela ontem? Eu li em um livro sobre obesidade, que pessoas acima do peso devem tomar cuidado extra para não desestruturar coisas frágeis. —observou Sai.

—É isso mesmo semi-robo. —o Uchiha agradeceu internamente a Sai.

—Ok, então vamos ao carrinho de bate-bate. — a rosada já havia dado alguns passos quando foi impedida.

—Nãooo.

—Não vai me dizer que o Chouji andou em TODOS os carrinhos do parque também. —Encarou o Uchiha com face enfezada.

Ele não podia deixar Uchiha Sasuke Junior ficar se revirando entre batidas de carros. Ele tinha que impedir isso. Quem sabe não foi isso que causou o problema de Naruto? Talvez Kushina fosse a carrinhos de bate-bate, e seu pequenino cérebro em formação recebera impactos demais, tudo é possível, não?

—O problema de obesidade dele e mais serio do que pensamos Sakura. —conservou sua face séria de Uchiha sabe tudo.

Por alguns segundos o silencio imperou duramente entre os quase casais. Ino estava mais do que feliz com o encontro que na verdade era unilateral. Revirou a cabeça loira olhando em volta procurando por um brinquedo romântico, não perderia essa oportunidade.

—Eu adoro roda gigante, vamos Sasuke-kun? —os olhos brilhantes, a face rosada. Enganchou com força ao braço do moreno e começou o trabalho de arrastá-lo ate o matadouro.

Roda gigante, clima de romance, noite quente, esses fatores combinados quer dizer, ‘beijo’, e eu tenho que passar meu gloss de morango especial.

—Testuda! Vamos ate o banheiro comigo. —cochichou puxando a amiga pelo braço. —Já voltamos, coisas de meninas. —informou aos garotos em tom cantado de uma melodia alegre.

O parque era bastante comum e até as lixeiras com cara de palhaço estavam lá exatamente como nos parques que a senhora Haruno levava a filha quando pequena. Sakura olhou todos aqueles detalhes clássicos entre vermelho, laranja e verde, e não pode deixar de sentir uma súbita emoção descarregada pela vontade de chorar de saudades da infância.

São só lixeiras, o que esta acontecendo com você Sakura? Agora deu para chorar em lixeiras? —pensou assustada com o melodrama recente.

—Tem algo de diferente no Sasuke hoje, não é? —a rosada mirou-se no espelho arrumando o cabelo de modo displicente.

—É o efeito que um casal bonito causa, um deixa o outro mais bonito. —disse revirando a bolsa.

O som de riso estrangulado chegou aos ouvidos da loira.

—Diferente de você e o Sai. —retrucou pela resposta a gargalhadas dada pela rosada.

—Não somos um casal. —o tom cantante fez o ar refrescar-se entre as duas amigas.

—Mas você está saindo com o Sai por algum motivo? —perguntou maliciosa.

—Como assim, que motivo? —rebateu curiosa.

—Você sabe, mulheres em certo tipo de estados tendem a ter impulsos por causa da necessidade... —se a loira não tivesse prometido a Naruto certamente a pergunta seria formulada assim; ‘você esta saindo com o Sai porque seus hormônios estão te consumindo e você precisa transar?’ Mas ela havia feito uma promessa e a troca pela boca calada estava valendo à pena, muito a pena.

—Mais do que é que você esta falando, que estado e necessidades, hã?

O semblante da rosada estava totalmente confuso, já estava cogitando internamento psiquiátrico para a amiga e providenciando uma camisa de força em tom de roxo claro, quase lilás para combinar com seus sapatos preferidos.

—Você quer beijar ele? —a loira soltou a pergunta de supetão com o gloss entre os dedos.

—Não. —a resposta foi automática misturada a um semblante de total reprovação.

—Mas você quer beijar alguém hoje, não quer? —o sorriso astuto se estendeu pelo rosto.

—Não... Pensando bem, acho que eu quero, na verdade eu quero muito, eu ate tive uns pensamentos estranhos hoje e uns sonhos... —respondeu vagamente mordendo o lábio inferior em busca de respostas.

—É eu entendo você está Gr... —tossiu engasgando-se. —Hoje está muito quente e você sabe né. —o filtro cérebro boca havia funcionado em uma das raras vezes e a loira agradeceu.

—Se não é o Sai, então quem você quer beijar, hã? —os olhos marotos mirando a amiga de canto que sentiu um cutucão de um cotovelo de certa loira. Soltou um risinho.

—Podia ser o Brad Pitt ou um modelo internacional... —disse na brincadeira. Afinal não iria cuspir a frase, ‘seu acompanhante esta delicioso com aquela jaqueta, meus hormônios estão fervendo e quero - se for possível - agarrá-lo a noite toda’. Bom, nem sempre a verdade deve ser dita, pequenas mentiras salvam a pátria e um nariz também.

—O primeiro é casado e o segundo possivelmente gay. —constatou em tom de brincadeira.

“-Tudo bem, pode ser um daqueles caras daquele seriado de fantasmas da TV. Aquele que usa jaqueta de couro é totalmente gostoso. —respondeu divertida lembrando-se da imagem de outra jaqueta, essa não tão longe dali e nem tão fora do alcance das mãos.

—O que está acontecendo comigo eu estou descontrolada, estou mais para vaca louca do que para ser humano...

As coisas não costumavam estar fora do controle da Haruno, afinal ela era umas das medicas-nin mais conceituadas da vila e não foi com instintos primitivos que ganhara aquele título e sim com muito tato e autocontrole de todas as situações, desde a mais grave ate a mais simples.

—Estou indo antes...

A loira afobada fechou a bolsa com pressa e sem consideração alguma deixou a amiga atordoada no banheiro socando tudo que havia tirado da bolsa para dentro da mesma. A Yamanaka havia deixado o lugar tão rapidamente que nem pode ouvir os protestos e xingamentos da Haruno, e foram tão raivosos que sem sombra de duvidas ela retrucaria um por uma ate perder o ar dos pulmões atormentados pela fumaça do cigarro do companheiro de time.

—Inoooo! Sua porca quem você pensa que é para me largar sozinha assim? —a rosada dizia para o vento e também para libertar toda a raiva enrustida por receber tal ato, pena que as palavras não foram aproveitadas pelos ouvidos que merecia recebê-las, a loira já estava longe dali.

—Eu vou matar alguém hoje, eu vou explodir de ódio, eu não sei o que esta acontecendo comigo, mas isso que a Ino fez não foi legal, ela vai pagar... Kami-sama eu estou parecendo um gangster falando.

Remoeu o recente estado entre pensamentos nada ordenados. Em um local do cérebro a dizia para esquecer aquilo que havia sido somente uma coisinha à toa, já o outro lado gritava que ela não podia permitir tal ato e que a amiga ingrata deveria pagar caro pelo que havia feito afinal, ela sempre fora uma boa amiga nunca a havia largado sozinha em um banheiro nojento e até segurou seus cabelos para não sujarem com o vomito naquela festa do saque livre até as duas da manha na casa de Hinata. É a rosada se lembrava bem e lembraria ate a morte.

E para sermos sinceros, a parte comandada pela fúria estava ganhando a anos luz. Se a Yamanaka comprasse um biscoito chinês da sorte a probabilidade de tirar a frase “a morte esta a espreita” teria uma probabilidade de 90%.

—Sasuke, você viu a Ino? —perguntou juntando-se ao moreno agora totalmente sozinho e parado como um dois de paus entre os brinquedos do parque.

O moreno olhou quase que disfarçadamente para os lados e se certificando que nenhum dos acompanhantes estava a espreitá-los resolveu que a verdade (ou era isso que o Uchiha tirava pela verdade no momento) deveria ser exposta a qualquer custo.

—A Ino foi embora! —o semblante sério era convincente.

—Embora, por quê? Ela me deixou falando sozinha isso é falta de educação... —a fúria para com a amiga ainda estava lá, crescendo...

—Ela disse que tinha que lavar o cabelo! —sim a face séria do Uchiha fazia milagres por mentiras serem encobertas.

—Isso é... Isso é... —a rosada procurava palavras adequadas enquanto apontava o indicador furioso para o Uchiha congelado. —Isso é... típico da Ino, o cabelo dela é mais importante do que me esperar no banheiro.”

E a rosada não fazia idéia de como aquele melodrama era desnecessário e sem sentido. Mas como já sabemos queridos leitores, e como o Uchiha saberá, a gravidez suga o cérebro e sensatez das futuras mamães.

—Quer ir à roda gigante? —o moreno perguntou com voz rouca tentando acabar com a ira momentânea.

—Não, não, eu quero algo mais impactante, sabe? —disse apertando os punhos em forma de mímica furiosa.

—O Chouji andou em todos os brinquedos! —o moreno disse rápido num intuito de arrancar aquela idéia da cabeça da medica-nin.

—Não me importo! —disse dando passos firmes em busca de algo aterrorizante.

—Faz dias que ele não lava as calças que estava usando! —soltou em um lampejo de desespero, e logo sua feição de ‘que idéia foi essa’ se formou em seu rosto. —Aonde você acha que ele limpa as mãos engorduradas de batatinhas e outras coisas que não sabemos...? —sua voz foi morrendo de modo dramático.

—Tudo bem! —a rosada respondeu pendendo um tanto a desistir pelo nojo que subiu a boca de seu estomago, mas mantivera o andar firme.

—Ele vomitou em todos os brinquedos, e me disseram que não lavaram direito!

Pode ver os passos da rosada diminuírem em abrupto e seu corpo todo se tencionar. Havia conseguido o que desejara, e quando é que um Uchiha não conseguira mesmo? Ele era Uchiha Sasuke, se ele queria acontecia, por bem ou por mal, há ok, não é para tanto... Mas é que ele tem um corpo...

—Então porque me chamou para ir à roda gigante? —virou-se e fez a pergunta com cenho franzido de duvida depois de dar alguns passos ate o moreno.

—Ele não foi a Roda gigante. —sua face exalava confiança Uchiha.

Os lábios rosados e brilhantes foram mordiscados pelos dentes branquinhos enquanto a rosada refletia sobre a recente condição, sim, porque o Chouji não iria à roda gigante se ele destilara toda sua gordura em todos os outros brinquedos? Aquela era uma missão rank A para a anbu, provavelmente seria a missão de maior dificuldade já encontrada em todos os tempos e a ajuda de outras vilas não seria o suficiente. Mas ela não estava lá tão interessada, decidiu que sentar na roda gigante e olhar a paisagem era muito mais confortável do que recolher amostras gordurosas de bancos em cotonetes.

E quando todos pensavam que os hormônios estavam estatelados, eles reagem mais uma vez arrancando todo o controle...

...Eles obrigam você a fazer coisas...

Não seria problema se a luzes não o iluminasse de maneira tão maravilhosa deixando seu rosto em um plano perfeito como se fosse parte essencial de uma cena de filmes românticos. Não seria problema se a paixonite de 12 anos não fizesse mais cócegas...

E quando menos a Haruno esperava e o Uchiha desavisado também, as duas partes essenciais do filme romântico já estavam em meio ao beijo noturno mais ilógico que acontecera em cima de uma roda gigante.

... Não seria problema se o beijoqueiro não fosse tão disputado, não haveria tantos problemas se a rival não fosse sua amiga de infância que costumava nutrir a rivalidade inacabada desde os doze anos de idade.

—SAKURA TESTUDAAAAAAAAAAAAAAA. —e o berro estridente de certa loira que segundo ela fora passada para trás, vibrou tanto em suas cordas vocais como vibraria no chão como um terremoto se assim fosse humanamente possível.

—Ino? Mas você não tinha ido embora? —os passos assustados e apressados da rosada logo após deixar a roda gigante encantada eram dirigidos para certa Yamanaka.

—Isso não importa porque eu vou te matar e mortos não precisam saber de nada. —largou a bolsa no chão tacando-a com força e raiva, e preparava-se para arrancar a cabeça daquela que estivera beijando seu futuro marido, ou melhor, seu acompanhante da noite. Não vamos ser muito ambiciosos, não é?

—Você ta loca sua porca.

Não iria xingá-la se estivesse em estado normal, bem, em estado normal não haveria de beijar Uchiha Sasuke, mas seu estado momentâneo era delicado e submetia a beijar antigos companheiros de equipe e não tolerava gritos ou qualquer coisa remotamente fora de tranqüilidade ou de seus padrões, agora um pouco absurdos em demasia.

—E você Sasuke-kun? Porque fez isso comigo, nós estávamos em um encontro perfeito. —o melodrama vertia de todos os poros da Yamanaka descontente.

—Que encontro? —perguntou mais para si mesmo que para alguém ali presente.

—Você está fazendo isso comigo só por causa do estado dela? Você pode registrar a criança e ficar comigo. —disse sem noção.

—Que estado, que droga é essa que você ta falando? Criança? Isso tem a ver com todo mundo agindo estranho essas ultimas semanas? —a irritabilidade da Haruno nadava em suas veias. Não tolerava ser deixada de fora, e isso é claro fora acentuado.

—Eu vou te dar uma surra como deveria ter dado há anos trás e quebrar metade dessa sua testa gigantesca. —e com passos breves voou de encontro à rosada que provavelmente acordaria com os olhos roxos arranhões e vários equizemas pelo corpo se certo Uchiha não houvesse segurado a loira louca em um reflexo ninja.

—Você não vai tocar nela! —disse sério enquanto a loira gritava absurdos descontrolada.

—Não é porque ela esta grávida que pode fazer o que quiser. —e no momento que soltou as palavras acalmou-se reparando em todas as pontas soltas do que acabara de revelar.

—Grávida eu? Você anda pintando o cabelo demais Ino. —revirou os olhos em desdém. Como assim estivera grávida sem saber? não havia possibilidades estava certa disso.

O clima havia ficado rarefeito pela revelação ninguém se atrevia a falar nada para o ar. A Haruno não levara muito a serio, mas pela aura pesada que rodeava os três ficou desconfiada.

—Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui, que historia ridícula é essa envolvendo meu nome?

—Sakura, você está grávida! —revelou apreensivo.

—Sasuke, eu saberia se estivesse grávida, e não tem como eu estar grávida. —disse convicta. —E ainda mais, o bebê seria de quem? —terminou em uma diversão desafiadora pairando na voz.

—Meu! —e o semblante de diversão da Haruno desmanchou-se em pedaços pequenos dando lugar a uma inevitável face de duvida misteriosa.

Continua...


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Notas finais do capítulo

me digam se gostaram do cap espero por voces amores nos comentarios, e tambem no proximo cap. até o/