Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 58
Capítulo LVII


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Tudo bem?
Depois de uma semana de muito dilema sobre esse capítulo, finalmente consegui finalizar de uma forma que me agradasse. Ele já estava escrito, mas eu tinha feito outro capítulo alternativo e não conseguia me decidir. Optei por esse e acabei fazendo mil modificações, enriquecendo os detalhes. Espero realmente que gostem, pois deu um trabalho danado!
Quero agradecer a Marii e a Babi que me ajudaram hoje com as neuras sobre o capítulo. E dedicá-lo para Niiah, Lahau, Everllack12, Heyloresuede pelas dedicações que fizeram. Escreveram coisas tão lindas, fiquei realmente emocionada. Muito obrigada!!!
O capítulo ficou bem grande para compensar pela demora, equivalente a dois capítulos e meio.
Aproveitem!



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Na academia

–Aí, vou pro QG. Nem dormi essa noite, estou quebradaço!–Cobra comentou.

–Também já estou de saída, a Bi esta me esperando. E você K?

–Pode deixar que eu fecho, quero treinar mais um pouquinho!

–Não exagera em loirinha.

–Do jeito que é vai querer recuperar um mês em um dia. - brincou Duca.

–Aii vocês estão mais chatos do que meu pai! Vão namorar e me deixa!

–Namorar? Não, eu vou dormir.

–Tchau pessoal.

–Tchau.

–E como foi lá com a Jade?

–Quando você fizer dezoito eu te conto.

–Babaca! Acha que eu faço o que com meu namorado? Jogo torrinha¹?

–Te orienta novinha! Tô de olho em vocês. Mas com certeza você não faz o que eu fiz ontem.

–Indecente.

–Nem falei nada.

–E precisa? Essa sua cara aí já diz tudo. Vai dormir.

–Não precisa mandar duas vezes. Te cuida.

–Valeu.

Karina treinou sozinha por mais um tempo e resolveu finalizar com abdominais para começar a voltar ao ritmo. Aproveitando que estava sozinha, quis testar algo que vira Duca fazendo e sempre teve vontade de imitar. Como estava calor tirou a regata, ficando apenas de top e short.

Abraçou o saco de pancada com as pernas e iniciou a série de abdominais. Era bem mais difícil que o normal, pois além da abdominal em si ela tinha que concentrar na força da perna para não se soltar.

Karina adorava coisas difíceis.

Pedro chegou para buscá-la e se deparou com essa cena. A namorada somente de top, com o suor fazendo um caminho bem convidativo pelo corpo enquanto ela malhava concentrada.

Ele sentou no ringue e ficou apenas admirando-a por alguns minutos.

–Que isso, essa minha namorada é muito forte!

Com o susto a lutadora acabou se soltando e caindo de bunda no tatame.

–Ai! Doido, quer me matar?

–Foi mal, pensei que tivesse me visto aqui.

–Pior que não.

–Machucou? - perguntou ajudando-a levantar. – Posso fazer uma massagem se quiser. - brincou descendo as mãos que estavam na cintura dela.

–Massagem é o que você vai precisar se não tirar as mãos daí.

Pedro levantou as mãos em rendição –Não percebi que o modo Esquentadinha estava ativado.

–Eu nunca desativo, guitarrista.

–Está sozinha aqui?

–Não, você está aqui comigo.

–Você entendeu, engraçadinha!

–É, os meninos foram embora a pouco. Pensei que você vinha ajudar.

–Eu queria, mas tive que ajudar no Perfeitão. Ficou bem legal as mudanças, mandaram bem!

–O pessoal ajudou pra caramba. Meu pai merece né? Acha que ele vai gostar?

–Vai sim, ficou show de bola. Podemos ir então?

–Por que a pressa?

–Nossa comemoração, esqueceu?

–Vou só jogar uma água no corpo então, estou toda suada!

–Quer companhia? Posso apreciar a vista.

–Só no seu sonho.

–Se tem uma coisa que aprendi contigo é que os sonhos mais improváveis podem se tornar realidade.

–Por que diz isso? Claro, além do fato de você estar namorando a garota que mais te detestava?

–A única que me detestava, você quer dizer.

–Aff com três f's como diz a Sol!

–Falo isso porque há algum tempo atrás eu desejei, realmente desejei poder dormir abraçadinho com uma certa Esquentadinha. E quando acordei, ela estava na minha cama.

–Ah aquela vez em...

–Curitiba.

–Eu não sabia que tinha pensando nisso.

–Sempre me perguntei o que fez você ir parar lá.

–Você é irresistível, o que eu posso fazer?

–Sou irresistível, mas você é mil vezes mais orgulhosa. Fala a verdade.

–Talvez eu tenha um pouco de medo de raios. Não se atreva a rir!

Pedro deu de ombros.

–Não vou demorar.

–Ok, te espero.

Karina tomou o banho relembrando aquela noite em que por armação do destino foram parar em Curitiba, sozinhos e dividindo um quarto. Um empurrãozinho do destino para se conhecerem melhor e passar a se ver com outros olhos? Obra do destino ou não, ela não lembrava de sentir-se tão feliz como sentia-se no presente. Pedro trouxe cor aos seus dias, tão cinzentos.

Saiu do vestiário e o namorado a olhou de cima abaixo.

Karina usava roupas simples, mas tinha algo nela que chamava totalmente a atenção por ser assim. Ele não sabia explicar ao certo.

–É como um solo de guitarra. - falou para si, mas a lutadora ouviu.

–Hã?

–Estava só pensando aqui.

–Me conta?

–Você. É como um solo de guitarra, que quando soa acorda todos os meus sentidos e me invade de uma forma incontrolável. Quando olho para você, sinto como se minha alma acordasse e meu corpo vibrasse em resposta. Tão singela e ao mesmo tempo tão...forte. Como um anjo.

Karina olhou para baixo envergonhada. Já estava mais acostumada com os elogios, mas quando Pedro falava coisas como essa, praticamente expondo o coração, ela ainda não sabia lidar muito bem.

–Viajei legal né? Desculpe. É que só tem duas coisas que me fazem sentir assim, a guitarra e você.

Sem saber outra maneira de expressar-se, a lutadora o beijou com paixão.

–Agora vou ter que pedir para você confiar em mim. – o namorado comentou.

–Por quê?

Pedro mostrou uma máscara de dormir preta.

–Ah não, não vou sair com isso na rua Pê. Maior mico!

–Por favor?

–Sem chance! Pra quê isso? Me diz de uma vez aonde vamos.

–É surpresa. Mas é perto daqui.

–É no Perfeitão? Na sua casa?

–Se eu contar perde toda a magia. Por favor?

–Você e essas surpresas. Eu nunca sei o que esperar!

–Estamos quites porque muitas vezes eu não consigo prever qual a sua reação às coisas.

–Tá bom moleque. Mas olha só, se eu tropeçar e cair...

–Confia em mim!

–Ok.

Fecharam as portas da fábrica e o guitarrista colocou a máscara na namorada, girando-a algumas vezes para perder o senso de direção. Esperou a tontura passar e seguiram andando calmamente até a casa da garota.

Entraram e ele avisou.

–Não se assuste, vou te pegar no colo.

–Precisa mesmo disso tudo?

–É mais seguro do que você cair. - pegou-a e subiram as escadas.–Prontinho, agora pode tirar.

–Ué, mas esse é o meu quarto! - estranhou encarando a porta que estava fechada.

–Entra.

Karina abriu a porta e surpreendeu-se. O quarto estava todo decorado com aquelas velas redondinhas caseiras e ajudando na iluminação somente um abajur ligado. Do teto pendiam diversos móbiles de coração, rosinha e branco. E sobre a cama estavam espalhadas pétalas de rosa, também branca e rosa.

Naquele puf redondo, Pedro preparou uma "mesa de jantar" com pratos, copos, guardanapo, uma rosa e mais velas.

–E então? Não vai falar nada? Você não gostou? - começou a ficar nervoso, pois ela continuava estática na porta, olhando para o quarto.

–Você fez tudo isso sozinho?

–Fiz. Pensei que iria gostar de ter essa lembrança só nossa.

–Estou me sentindo em um filme! - sorriu para ele e correu, jogando-se na cama e fazendo com que algumas pétalas pulassem junto. O garoto estava encostado no batente da porta com os braços cruzados, olhando para ela.

Então a campainha soou.

–Nosso jantar. Já volto.

Karina olhava para os móbiles de coração, que giravam suavemente motivados pela brisa que entrava pela janela. Sentia-se estranha, como se tivessem borboletas em seu estômago. Coração disparado. E um sorriso bobo que não queria se apagar. Ela sabia quais intenções existiam implícitas nessa surpresa, assim como sabia que a palavra final era sua. Pedro prometeu que esperaria o tempo que precisasse. Ela só estava nervosa, isso não significava que ela não queria, não é?

De repente lembrou que a roupa íntima que usava era pavorosa. Nunca imaginou preocupar-se com isso, não era de se preocupar com coisas assim. Mas naquele momento só conseguia pensar que não queria que ele visse ela com o conjunto esportivo que estava. Correu para sua gaveta em busca daqueles conjuntos que sua irmã tinha plantado em sua mala na última viagem. Não tinha muito tempo. Puxou o primeiro vestígio de renda que viu.

–Droga, é rosa! - como não tinha mais tempo, correu para a suíte e se trocou o mais rápido que conseguiu.

–K? - chamou o namorado do quarto.

Encarou o espelho, respirou fundo e saiu normalmente.

–Precisava usar o banheiro. - sorriu amarelo, quando viu o conteúdo em suas mãos. –Sushiiiiiii!

Pedro abriu um sorriso radiante ao ver sua alegria. Ao menos na comida acertara. Sentaram-se no chão, em volta do puf para comer. Ela pegou a almofada que estava sentada e engatinhou para o lado dele, sentando juntinho.

–Assim está melhor. –abraçou-o inesperadamente, tomando sua boca em um beijo de perder o ar. O coração de Karina parecia que ia sair pela boca. Era como se o estivesse beijando novamente pela primeira vez e o corpo dava sinais de que começaria a tremer.

–Desse jeito vou desistir da comida. – o guitarrista brincou, arrancando uma risada gostosa da namorada.–Você não me disse se gostou de tudo.

–Na verdade fiquei sem palavras. – respondeu tímida, tentando controlar o nervosismo que ainda a cercava. Pedro parecia relaxado.

–Isso significa que gostou?

–Muito!– selinho.–Muito!– selinho. –Muito! –selinho. E deu um ataque de beijos em todo o rosto do namorado. Ele riu.

–Adoro te ver assim.

–Feliz?

–Feliz, envergonhada.

–Tá dando pra perceber?

–Um pouquinho. Relaxa meu amor, é só um jantar.

–Você sabe que não.

–Pode ser se você quiser.

Ela negou com a cabeça. -Toca uma música para mim?

–Claro. - buscou o violão que estava em um canto e passou a tocar uma composição sua, que ela nunca tinha ouvido.

Entre seus dedos

"Eu me prendi entre teus dedos
Quando peguei na tua mão
Eu me tornei você, tão cedo
Quando senti teu coração
Batendo junto ao meu
Como se fosse o meu

O amor que eu vou te dar
É bem maior do que você imagina
Deixa a luz do Sol entrar
Veja o que ele te ensina

Você me diz seja bem vindo,
De agora em diante eu sou seu lar
Cansado de buscar abrigo,
Agora você pode descansar, no peito meu
Como se fosse o teu lar.

O amor que eu vou te dar
É bem maior do que você imagina
Deixa a luz do Sol entrar
Veja o que ele te ensina

Eu me prendi entre teus... dedos."

–Uau! Isso foi lindo! - ao final da música Karina estava mais tranquila.

Pedro ligou um som baixinho e sentou novamente ao seu lado. Ela entrelaçou seus dedos no dele e falou:

–Seja bem vindo. - fazendo alusão ao verso da música. Ele sorriu e a beijou, dessa vez ternamente, acariciando seu rosto.

Em seguida iniciaram a comilança, entre beijinhos. A lutadora deu alguns sushis na boca do namorado, que retribuiu o gesto. Quando terminaram, Karina sentou com as costas encostada no peito dele, enquanto ele lhe acariciava o braço. Conversaram sobre coisas aleatórias por alguns minutos.

–Sou muito desligada, você preparou tudo isso para mim e eu? Nada!

–Não ligo para isso. Mas na verdade ainda tenho algo para você.

–Ah não Pê! Como assim?

–Primeiro vê, depois me bate ok? - puxou ela para a cama e colocou uma caixinha de madeira em sua frente. -É apenas simbólico.

–Nunca sei o que esperar de você. Vamos ver...Isso é? - ela sorriu com os olhos cheios de lágrimas.

–Sempre dizem que esse é um passo importante. Não sei o que isso vai mudar, mas eu não quero que vocês esqueça como eram as coisas.

Tirou um cartãozinho da caixinha e leu:

–----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Lembra da primeira vez que nossos olhares se encontraram? Era meu primeiro dia de aula naquela escola e só de olhar para você eu já sabia!

Tivemos uma breve discussão no corredor, a primeira vez que te chamei de Esquentadinha e você me bateu.

–----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Quando eu estava indo fazer o teste para a Ribalta, você apareceu como um furacão na minha frente e te atropelei com meu skate. Lembra que te provoquei com: -Pode vir quente que eu estou fervendo?

–----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Quando você foi atrás de mim no Perfeitão para fazer o trabalho de Biologia e eu te roubei o nosso primeiro beijo.

Eu estava tentando compor, mas não conseguia parar de pensar em você. Achei que nunca ligaria e quando dou por mim, Bum, você está na minha porta!

FLASHBACK ON (Karina relembrando)

–Você? – não conseguiu esconder sua surpresa.

–Oi moleque! No meio de algo hã?!

–Eu...

–Deixa eu entrar. - o empurrou e entrou.

Pedro fechou a porta e virou-se para ela.

–Como voc...

–Você achou que ía me ferrar e ficaria por isso mesmo? - a lutadora abriu um sorriso perverso.

–Não, não, na verdade eu fi...

–Você me paga!

Karina se aproximou velozmente e aplicou uma sequência de golpes e finalizou derrubando-o no chão. Não foi para machucar, ela controlou a força, afinal seu pai não aprovaria isso. Por mais que ela não controlasse bem a raiva, tinha consciência que a luta é um esporte e não deve usar para machucar os outros.

Quando Pedro caiu, segurou o braço dela puxando-a junto, que acabou encima dele e sentada em sua barriga, prensando seu braço na garganta dele.

–Ai, ai, sua maluca! Para com isso!

A garota estava com muita raiva, afinal ele brincou com fogo. Com um sopro de consciência, Pedro reagiu virando-se e prendendo-a embaixo dele.

–Sai moleque, me solta! –tentou empurrá-lo, mas ele prendeu suas mãos

–Sabe do que você tá precisando?

E então ele a beijou. Um beijo agressivo, temperado por raiva e desejo. Karina correspondeu ao beijo, sua língua buscando a dele em um ritmo só eles. Karina deu uma mordidinha leve no lábio inferior dele e Pedro ergueu-se a encarando. A lutadora estava com o coração a mil, respiração acelerada.

FLASHBACK OFF

–----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Lembra do dia que eu te encontrei chorando e acabei roubando mais um beijo e você me afogou no chafariz.

"Me disseram que você estava chorando

E foi então que eu percebi

Como lhe quero tanto..."

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Lembra da nossa primeira conversa civilizada? (sim eu salvei ela):

Pedro- Oi, td bem? Posso t fazer uma perg?"

"Karina- Oi. Td sim e contigo? Fala."

"Pedro- Você tá namorando akele cara?"

"Karina- Não acho q seja da sua conta, mas não. Apenas amigos."

"Pedro- Ah claro. Eu não bjo quem eh apenas amiga."

"Karina- Isso eh pq vc prefere bjar suas inimigas, não?!"

"Pedro- De inimiga soh bjo uma certa esquentadinha."

"Karina- nem vou perg se vc tá com a Gabi pq cada dia vc tá com uma."

"Pedro- Assim vc me ofende. Tbm não eh assim. Além disso, eh soh até eu conseguir ficar com a garota certa."

"Pedro- Vai chover. Tivemos uma conversa civilizada! :P"

"Karina- Não sou a única a iniciar as brigas, ok?"

"Pedro- Eu tento ser seu amigo, você quem não deixa."

"Karina- Claro, vc sempre me irrita."

"Pedro- Não consigo evitar."

"Karina- viu só?! Boa noite moleque."

"Pedro- Boa noite esquentadinha!"


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Lembra do primeiro dia que você aceitou nossa trégua e me deixou compartilhar o som contigo no intervalo? Não sem uma briga antes. Mas no final valeu a pena. Até hoje quando escuto Black Dog do Led, lembro daquele momento.

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Lembra a primeira vez que você entrou no meu quarto e você teve a iniciativa do beijo? E foi a primeira vez que me pediu desculpas também! Fiquei completamente maluco, estava chateado e quando me viro, lá estava você. Me olhando de uma forma...eu sabia que você me queria. Não bastasse a surpresa de a Esquentadinha querendo me pedir desculpas, ainda me atacou. E depois correu, me evitou de todas as maneiras possíveis. Foi muito, muito difícil dormir aquela noite, sabia?

FLASHBACK ON (Karina relembrando)

Karina queria muito beijá-lo, ele estava uma tentação assim, tão perto. Quão errado isso seria? Ela não sabia, mas no momento estava disposta a descobrir. Pedro percebeu que a lutadora o estava admirando novamente e ficou quieto. Com ela nunca sabia o que esperar, qual seria o próximo passo.

A lutadora percorreu uma gotinha d'água com seu dedo indicador. Ela o olhou nos olhos e enfim o beijou. Pedro levou uma mão a sua cintura e a outra em sua nuca, guiando o beijo. Karina percorria as costas dele com suas mãos.

O garoto se animou, prensando-a na porta do quarto e erguendo a coxa dela até sua cintura. Karina percorreu o peitoral dele, arrastando as pontas dos dedos pela barriga do músico. Ele a soltou rapidamente, dando as costas para ela. Ambos respiravam pesadamente.

E no momento os dois estavam envergonhados e não sabiam como agir.

FLASHBACK OFF

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A primeira vez que você foi minha enfermeira, quando eu cai de skate na sua porta.

Lembro de cantar na minha cabeça enquanto você subia a escada:

"Eu vou fazer de tudo que eu puder

Eu vou roubar essa mulher pra mim!"

–Caiu praticamente aos meus pés.

–Tinha um buraco!

–Eu ri muito aquele dia, como eu era má. Mas também você adorava me provocar.

–É. Preciso te confessar uma coisa sobre aquele dia...espero continuar vivo depois.

–O quê Pedro Ramos?

–Eu conseguia andar. Fiz um pouco de charme porque queria ficar um tempo contigo.

–Não acredito! Ligeiro!

–E talvez porque eu não queria que saísse com o Cobra.

–Não estou acreditando! - seus olhos se suavizaram com uma lembrança. –Aquele foi o primeiro dia que você admitiu que me queria!

–Foi?

–Aham, até cantou aquela música do Skank. Tanto.

–Verdade, eu não lembrava disso!

Karina pegou o próximo cartão.

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Nossa primeira viagem juntos e eu agradeço minha cunhadinha até hoje por ter me presenteado com aqueles momentos a sós contigo. Apesar da turbulência e da chuva que pegamos, poder te confortar no avião, acordar contigo nos meus braços. Foi muito especial. Eu nunca te falei, mas eu acordei e fiquei te olhando dormir até pegar no sono novamente. Foi a nossa primeira noite dormindo juntos.

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O nosso primeiro show juntos e a desculpa de segurar na sua mão para não nos perdermos na multidão. Confesso que estava dividido em olhar para o palco ou te ver dançar, tão livre, tão linda! E quando você se virou, me olhou daquele jeito e me beijou...apenas uau! Foi a primeira vez que ficamos realmente.

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Lembra da primeira música que dediquei para você no Perfeitão?–Fogo

"Você é tão acostumada

A sempre ter razão

Você é tão articulada

Quando fala não pede atenção

O poder de dominar é tentador

Eu já não sinto nada

Sou todo torpor

É tão certo quanto o calor do fogo

É tão certo quanto o calor do fogo

Eu já não tenho escolha

Participo do seu jogo

Eu participo"

E foi a primeira vez que você confessou sentir algo por mim. Tudo o que eu queria era te beijar, mas não podíamos ali no meio de todos.

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O primeiro presente que me deu e a primeira vez que toquei uma composição minha para você. Lembra do: -Uma chama? Para ter a Esquentadinha perto do meu peito? aí você respondeu: Não, para manter o seu coração aquecido. Naquele momento eu me senti tão feliz, por ver algo que fizesse pensar em mim.

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A primeira vez que fomos juntos à praia e observamos as estrelas ao anoitecer. E você aceitou ser minha namorada.

FLASHBACK ON

Sabe qual parte da música eu me identifico? A que diz: Eu, você e o resto é nada mais. Pos quando estou contigo nada mais importa. Quando eu te toco, é como se só existíssemos nós dois no mundo.

–Me sinto da mesma forma.

–Sei que demorei muito para te falar isso, eu estava com medo. Mas eu estou apaixonado por você Esquentadinha, muito. Namora comigo?

–Namoro. Moleque!

Eles ficaram mais alguns minutos entre beijos e Pedro retirou uma caixinha de suas coisas e estendeu para ela.

–O que é isso?

–Abre.

Era um anel de ouro branco com uma pedrinha de coração e dentro estava gravado Perina.

–É lindo Pedro. Perina?

–Pe de Pedro, Rina de Karina. Coisa da Tomtom, ela chama a gente assim.

Karina riu, essa cunhadinha dela era terrível. Colocou o anel no dedo, que serviu perfeitamente. Pedro beijou a mão dela e resolveram ir para casa, já estava ficando tarde.

FLASHBACK OFF

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Seu primeiro aniversário que passamos juntos. Te levei para tomar café da manhã naquele hotel com a vista da praia de Ipanema. E tinha que te enrolar depois para não descobrir da festa surpresa que seu pai estava armando. Lembra?

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Quando você fugiu e te procurei como doido até te encontrar no Parque. Fiquei super preocupado porque tinha deixado o celular com o Jonny e não vi suas mensagens. Até atrás do Cobra eu fui. E aí te encontrei, toda tristinha embaixo daquela árvore.

"If I lay here - Se eu me deitar aqui

If I just lay here - Se eu simplesmente me deitar aqui

Would you lie with me and just forget the world? - Você deitaria comigo e esqueceria do mundo?"

–Ao som de Chasing Cars. Não achei que lembrasse disso.

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A primeira vez que invadi seu quarto.

(Pedro colocou o desenho de uma menina e um menino se beijando, como desenhou no caderno aquele dia)

–Você é doido! Fiquei muito brava com você e me chega escrevendo no caderno. - riu lembrando da cena.– Foi muito divertido aquele dia. E a hora que meu pai bateu na porta e você levou o maior susto? hahahahahaha

–Se ele me pegasse ali, estava morto.

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O Show do Imagine Dragons, melhor show que já fui. Ficou para a história. Lembro de você cantando It's Time toda empolgada.

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O nosso primeiro piquenique. Toda aquela brincadeira com as flores.

Lembra? "Uma rosa para a menina de olhos azuis como o céu e o mar A m a r."

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–Último cartão?– Karina comentou fazendo bico.

Ainda teremos muitas boas lembranças para guardar nessa caixinha. Teremos coisas bonitas para contar. Vamos viver, nós apenas começamos. :)

TE AMO!

–Metal contra as nuvens²?

–Um pouquinho. rs

–Eu quero Pê. Viver muitas coisas novas com você. Começando por agora.

–O que achou da caixinha?

–Da caixinha? Pedro! O que eu achei de tudo! Está tudo tão perfeito...eu realmente tenho muita sorte.

–Eu só espero que se um dia brigarmos, você não jogue ela na minha cabeça.

–É uma ideia. hahahahaha

–Lembra do poema que você estragou? Então fiz outro.

–Fala.

–Amar

É encontrar um lar

No olhar

Quer se ver no meu olho?

KARINA POV

Coloquei a caixinha na escrivaninha ao lado da cama e cheguei mais perto do Pê. Como eu sei que ele fica todo arrepiado quando brinco com a sua nuca, o segurei pelo cabelo e dei um beijo de esquimó. Nos olhamos por um tempo e eu tirei o meu tempo para olhar aquela boca. Eu queria beijá-lo. Eu queria senti-lo percorrer seus lábios pelo meu corpo. Não aguentei e colei meus lábios nos seus, que correspondeu imediatamente.

Eu o puxei para mais perto, minhas mãos percorrendo seus ombros, braços e peitoral. Eu queria pele. Puxei a camiseta dele para fora, que pegou ar e voltou a me beijar. Suas mãos percorriam minhas costas, alternando com leves apertadinhas em meu quadril e eu estava perdendo o fôlego.

O beijo foi ganhando mais intensidade e eu fui mergulhando cada vez mais naquele momento. Eu o queria. Senti suas mãos subirem por dentro de minha blusa, o toque quente dos dedos dele em contato direto com a minha pele me fez deixar de respirar e acabei suspirando em sua boca. Ele sorriu em meio ao beijo e mordeu a minha boca com mais desejo. Ele também me puxava para mais perto. Suas mãos passeavam por minhas costas e quando ele acariciou minha barriga, minha respiração que já estava descompassada, falhou. Arfei e ele mudou o foco de seus lábios para o meu maxilar. Senti a sua língua em contato com meu pescoço, quente e deixei escapar um gemido, fazendo com que ele me apartasse mais contra si.

Ele me derrubou de costas na cama e me olhou nos olhos, a respiração descompassada enquanto acariciava meu rosto com uma mão.

–Tem certeza K? Acho que não consigo me segurar hoje.

–E quem disse que precisa, guitarrista?

Ele fez uma cara de dor. -Eu te quero tanto!

Então eu o beijei novamente com intensidade. Meu coração batia aceleradamente, quando ele se afastou para tirar os tênis. Aproveitei e tirei o meu também. Agora Pedro estava só de calça jeans e eu não conseguia desviar o olhar de seu tórax. Ele é tão lindo, pode não ser cheio de músculos como os garotos da academia, mas ainda assim era definido. Gostoso.

Ele engatinhou por cima de mim novamente e senti seu corpo me pressionar contra a cama. Era uma sensação tão gostosa, sentir o peso dele sobre mim. Era quente e eu já sentia o suor escorrendo pelas minhas costas.

Ele voltou a beijar meus lábios, escorregando para a minha orelha o que arrepiou meu corpo inteiro. Beijou meu ombro e voltou para o pescoço, sugando levemente. Não consegui me conter, meu corpo parecia não me obedecer, acabei chamando o seu nome, quase em um lamento.

–Pedro.

–Você me deixa louco! - sussurrou no meu ouvido, tomando novamente meus lábios com ferocidade. Ele acariciava minha coxa e eu passava as unhas em suas costas. Não sei como, mas eu conseguia sentir o quanto ele estava curtindo aquilo. Talvez pela forma louca com que ele me beijava.

Ele segurou na borda da minha blusa e eu não protestei, então a tirou, deixando meu sutiã rosa exposto. Eu vi a surpresa em seus olhos quando percebeu o que eu estava usando e logo ele voltou a me beijar. Foi descendo a boca até meu colo, pulando para a barriga. A sensação que esses beijos estavam me provocando era incontrolável, um misto de aflição, arrepio e prazer. Entrelacei meus dedos em seus cabelos.

Senti a mão dele no botão do meu short e abri meus olhos. Ele me encarava e como não protestei, ele abriu, deslizando-o por minhas pernas. Pedro me olhou lentamente de cima abaixo.

Linda. - comentou com a voz meio rouca.

Mesmo na meia luz, eu não podia evitar ficar envergonhada. Puxei a sua calça jeans, fazendo menção para que ele a tirasse. Livre do jeans, ele deixou-se cair sobre mim novamente e busquei seus lábios. Beijei, mordisquei, suguei.

Senti-o soltar o fecho do sutiã e congelei por um segundo. Me lembrei de respirar. Eu estava com o Pedro, eu o amava, eu queria que fosse com ele. Eu estava pronta.

–Eu te amo. - sussurrei.

–Te amo muito, minha linda. - e sem me dar tempo para respirar ele abocanhou meu seio e passou a acariciar o outro. A sensação era incrível e fiquei flutuando nela por incontáveis segundos.

Minha respiração estava descompassada e percebi que Pedro suava tanto quanto eu. Seu cabelo estava molhado entre meus dedos. Ele subiu uma trilha de beijos até minha boca e quando nossos corpos se tocaram, nus, senti o coração dele batendo erraticamente junto ao meu. A mão dele desceu pela lateral do meu corpo, subiu novamente pela minha coxa, parando na borda da minha calcinha. Ele a retirou cuidadosamente e eu apertei meus olhos com força.

–Tudo bem?

–Sim. - mal consegui responder ao senti-lo deslizar o dedo, brincando com minha intimidade. Calmamente ele colocou um dedo e eu arfei. Passou a fazer movimentos lentos de entra e sai e eu estava me agarrando aquela sensação. Dois dedos. Quando ele foi colocar o terceiro eu resmunguei.

–Pedro! Chega de me torturar...vai logo!

Ele riu profundamente. -Esquentadinha. Estou tentando fazer você se acostumar.

–Eu quero logo!

Vi quando ele se protegeu e percorreu minhas coxas com as mãos, abrindo-as. Seu corpo lentamente se juntou ao meu, buscando o encaixe perfeito.

O nervosismo estava de volta, a expectativa estava me matando. O suor escorria entre meus seios e da testa dele. Quando senti uma pressão lá, soltei o ar que nem sabia estar segurando.

Começou uma dorzinha chata, interminável.

–Já foi? – perguntei impaciente.

–Não. Só um pouco. Estou indo com cuidado amor, para você se acostumar com a dor.

–Pedro?

–Oi?

–A dor sou eu que vou sentir de qualquer jeito, vai logo com isso!

–Depois não me bate então. Olha pra mim.

Olhando em meus olhos, ele foi deslizando para dentro e senti a dor aumentar. Era isso, ele estava dentro de mim.

Eu era dele e ele era meu. Nos tornamos um só.

Eu apertava suas costas enquanto ele deslizava delicadamente para dentro e para fora de mim. Lágrimas escorreram dos meus olhos e ele se preocupou.

–Dói muito? Quer que eu pare?

–Continua.

–Eu te amo Esquentadinha!

Fechei os olhos. Eu me sentia tão...completa.

Aos poucos ele foi aumentando o ritmo até alcançar o ápice. Soltou um gemido e beijando-me, deixou cair-se sobre mim novamente.

Pedro acariciava o meu rosto enquanto normalizávamos juntos a respiração.

–Desculpe. Eu não aguentei mais e você nem...

–Tudo bem. - cortei. Tinha sido perfeito, eu não precisava de nada mais.

–Se quiser eu posso...

–Estou bem. Não acho que eu conseguiria.

Pedro deixou-se cair de costas e eu me aninhei em seu peito. Os móbiles de coração fazendo sombra nas paredes. Me apertei mais em seu abraço, que me acariciava o tempo todo. Agora nas costas.

Trocamos mais alguns beijos.

–Preciso de um banho. -falei.

–Ah não. Fica aqui mais um pouquinho. Está tão bom.

–Estou pegajosa. Sério.

–Posso ir com você?

–Tudo bem para você se eu disser que não? Acho que preciso de um momento.

–Ok.

Karina deu mais um beijo nele e depois roubou o lençol que os cobria, enrolando-se e indo até o banheiro.

Abriu a ducha bem quente e deixou a água cair sobre si, enquanto pensava no que acabara de fazer. Ela estava bem longe de sentir-se arrependida. Foi incrível, dentro do que era possível, claro.

Pedro por sua vez, resolveu tomar um banho também no banheiro do corredor. Buscou uma toalha no guarda-roupa e foi. Terminou primeiro que ela e observou que o lençol estava sujo. Ela já tinha previsto isso. Buscou por outra roupa de cama nas gavetas e estava terminando de trocar, quando Karina saiu.

–Eu vou levar para casa e lavar.

–Não precisa, podemos colocar na máquina agora. Deixa só eu pegar alguma roupa.

A lutadora vestiu uma calcinha por baixo da toalha, deixando-a cair em seguida. Pedro ficou paralisado, olhando-a seminua. Não importava se ele tinha acabado de vê-la nua, aquela bundinha sempre lhe causava impacto.


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Notas finais do capítulo

¹ Jogo de tabuleiro, também conhecido com Ludo. http://www.artigospedagogicos.com.br/imagens/fotos/057005921ee4f535049f3a615ad3cf61.jpg

² Música do Legião Urbana

Por favor, deixem um comentário contando o que acharam, da primeira vez, da surpresa, da forma da K reagir a tudo.
Esse foi meu presente de Natal para vocês, desejo à todos um Feliz Natal, repleto de luz e amor e paz!
Até o final da semana devo postar a continuação e também estou com a ideia de fazer um quiz sobre a fanfic até aqui. Quem anima de jogar?

BEIJOS e muito obrigado a todos que favoritaram a fic e deixaram comentários. O carinho que recebo de vocês é impagável.

http://ask.fm/ImpossibilidadesPerina