- Filha anda logo!

Para mim era um dia normal, eu acordei um pouco tarde eu simplesmente não me lembrava que da data que era.

- Filha seus avós estão esperando pra irmos pra ceia de natal!

Eu me levantei mais do que depressa e fui correndo ao banheiro, mas antes eu vi em um grande calendário pendurado ao lado do espelho a data que estava marcada com um pincel vermelho. ERA NATAL! Eu não tinha comprado nenhum presente!

- Espera ai pai! Eu estou me arrumando! – gritei de volta pensando em como eu faria para comprar os presentes. Bem, minha família não podia ser tão grande, tinha á mamãe, papai, a vó Simone, vô Jorg e... Tio Bill. OMG EU NÃO COMPREI PRESENTE PRO BILL! O que ele vai pensar de mim? Não tinha saída! Fiz a coisa mais sensata a se fazer, pulei a janela peguei o carro e sai em disparada pro shopping mais perto. Entrei correndo no shopping e só ai percebi uma coisa, EU ESTAVA DE PIJAMA, imagina o mico e tudo que parecia não poder piorar, piorou ainda mais...

- Elena o que você vai aqui? – adivinha quem era? Acertou quem disse que era o Bill. Ele parecia um anjo vestido uma camisa branca com uma jaqueta branca, junto com uma calça também branca.

- Olá tio – juro que tentei parecer normal, mas como eu não podia parecer envergonhada? Eu estava no meio do shopping na frente de um monte de pessoas (e do meu tio gostoso) só de pijama.

- Você esta de pijama? Vem eu vou ajudar você. – ele pegou na minha mão, sua mão era tão macia e tão gelada, era uma sensação ótima. Só depois percebi que estávamos dentro de uma enorme loja e que todo mundo parecia olhar pra mim.

- Alguém pode me ajudar aqui? Parece que minha sobrinha caiu da cama. – tentei não rir, mas era impossível! Uma mulher loira e alta chegou e me arrastou pra um lugar onde eu podia trocar de roupa e me entregou um monte delas, tinha de todas as cores e todos os estilos.

- Então Elena o que realmente você veio fazer no shopping de pijama?  - ele parecia se divertir com isso, juro que se ele não fosse tão bonito, eu socava ele.

- É que eu esqueci de comprar os presentes de natal. E você? – eu disse enquanto tentava sem sucesso colocar uma calça.

- Eu também. – olhei pelo buraco da fechadura e vi que ele parecia muito concentrado em contar os presentes – Você já comprou o do Tom?

- Não – eu disse enquanto saia pra ele ver como tinha caído a roupa em mim.

- Nossa! Você esta muito bonita! – nesse momento confesso que meu coração acelerou, pra muitos podia parecer um simples elogio, mas pra mim isso significava muito.

- Obrigada.

- Você quer ajuda pra escolher os presentes?  - depois eu me pergunto por que me apaixonei por ele...

- Claro. – depois de dizer isso ele foi falar com a atendente e pagou a roupa.

-Vamos. Ei, qual o tamanho que a Juliana usa?

- Eu não me lembro muito bem o número da mamãe, porque a pergunta? – se ele perguntasse o meu tamanho acho que eu enfartaria.

- Tom me pediu pra comprar umas coisinhas pra ela e ele comemorarem o ano-novo – ele disse isso com um sorriso sacana nós lábios, conhecendo ele e papai como eu conheço, aposto como é algo bem caliente se é que me entendem.

- Entendi, o que você acha que papai ia gostar pra ganhar de natal? – acho que nós já tínhamos andado metade do shopping atrás dos presentes e até agora eu só tinha visto um perfeito pra ele, e como não queria estragar a surpresa não comprei.

- Acho que ele ia gostar de... – quando ele ia começar a falar o celular dele toca.

- Oi amor

- Oi fofura, onde você está? – essa namorada dele é um pé no saco.

- Estou no shopping fazendo compras, por quê?

- O Tom me mandou perguntar se você viu a Elena, parece que ela sumiu... – era só o que faltava! Eu odeio a Flávia, ela é uma pessoa horrível e é daquelas garotas que você coloca o olho e pensa que é uma puta garota de programa.

- Ela está aqui, diga isso pra ele. Beijos.

- Tchau coração. – ainda bem que ela desligou, não ia agüentar a cara de apaixonado do Bill.

- Por que você não me disse que seu pai não sabia que você estava aqui? – ele parecia um pouco zangado.

- Você não perguntou. – tentei argumentar.

- Vamos pra casa agora moçinha! Depois você volta e faz as compras! – ele disse apontando pro porta de saída.

- Tá, você vai indo na frente e é já que eu vou ta? – ele relutou em concordar, mas foi. Eu saí correndo pra loja que eu tinha visto o presente. Ele era um violão novo em folha e como eu sabia que ele estava fazendo aulas de violão, era o presente perfeito! Paguei com o cartão de crédito do meu pai, que eu tinha pegado ontem e tinha guardado no bolso do pijama. Voltei correndo pro carro e ele parecia um pouco impaciente.

- Vamos logo! O que é isso na sua mão? - sua expressão mudou de impaciente pra uma de curiosidade.

- É um presente. – isso era óbvio.

- Eu sei que é um presente, mas pra quem é? – ele já queria saber demais.

- Você vai saber hoje na hora de abrir os presentes.  – depois de eu dizer isso entrei no carro e não disse nada, ele também não.