Abra a janela escrita por D Cysmir


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Sabe, eu sou uma pessoa triste. Daquelas pessoas que você olha na rua e provavelmente vai vê-la bebendo água quente num dia quente, coberto de roupas quentes, mas com um olhar frio e bizarro, ao mesmo tempo em que era sorridente, meio falso, “gordo”, se é que vocês compreenderiam o sentido desta palavra, no meu caso.

Eu sou negro, compreende? Não, eu não ligo de ser negro, não seria triste por isso, mas gosto de ser negro, porque eu sempre gostei de andar no sol, e isso me ajuda, pois eu não preciso de tanta proteção quanto os outros, então é algo que eu agradeço. Mas e daí? Eu estou aqui, então o sol não me alcança e enquanto isto eu fico puto, pois eu não tenho sol para cegar-me os olhos ou água quente para beber e sem querer molhar a cara.

Eu sou baixinho, então eu gosto de estar aqui. Eu me sinto alto, mais alto que a maioria das pessoas, então eu estou bem. Enquanto eu me sentir alto será ótimo, pois eu quero, ou melhor, queria, ser alto, então isso é ótimo; eu posso sentir-me alto, um metro ou um metro e meio, mas dane-se, o importante é que agora eu me sinto mais alto. Quem não gosta? Quem aí, que tem 1,48 ou coisa parecida como eu não gostaria de ficar mais alto que a maioria, olhar para os grandalhões que te olhavam de cabeça baixa parecendo anões, quem sabe dançar bastante, beber uma soda e ficar exibindo uns pés enormes nuns sapatos feios? Então, eu me sinto assim. Mas eu não estou bem, pois não tem sol algum entrando pela janela.

Eu gosto do sol, você sabe disso. Em poucas palavras, você me conhece bem, sabe? Eu gosto de balões, eu gosto de barbantes, eu gosto do sol, eu gosto de ser alto e também adoro altura. Sabe, pouca gente teve interesse de saber disso tudo. E agora, o que falar para você? Ah, claro, eu estou morto. Isso mesmo, você está lendo algo sobre um cara que morreu, mas não consegue sair do próprio corpo.

Eu morri. Eu morri com uma corda me amarrando no teto, um balão na garganta e um barbante amarrando as mãos. Mas e o sol? Cadê o maldito sol? Eu não sei. Eu morri errado, afinal, eu me esqueci de abrir a janela do meu quarto, então não há sol para bater em mim; eu morri infeliz, pois não tem tudo que eu gosto comigo.

Se alguém me encontrar algum dia, por favor, abra a janela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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