Logo que acordamos, entramos no carro e fomos para a casa da Mary onde Sam estaria nos esperando, fazendo uma rápida parada para comprar café. Claro, que durante esse trajeto, eu dei um jeito de roubar uns beijos porque também sou filho de Deus (mais filho dele do que eu realmente gostaria).

Quando chegamos a casa, eu lhe dei um beijo um pouco mais quente só percebendo que não estavamos sozinhos quando ouvi Sam pigarrear.

-É... – ele disse com aquela cara de pervertido imaginando coisas que não aconteceram – desculpe ter atrapalhado vocês ontem.

- Desculpe decepcioná-lo Sam. - retrucou a Mary - Mas ontem não aconteceu nada demais

Ele olhou para mim confuso, o sorriso debochado desaparecendo da cara e eu dei de ombros.

- Onde está a Ruby?

- Ela me ajudou a salgar e queimar o corpo e foi embora dizendo que depois apareceria de novo.

- A noite não foi proveitosa pra você então. – ri e ele me olhou como quem não tivesse gostado da piada – Ela disse o por quê foi embora?

- Não, mas tenho uma suspeita sobre o que não a deixou a vontade. – ele olhou para a Mary, que percebeu o que ele quis dizer.

- Ela não foi muito com a minha cara.

- Tenho certeza que não foi por isso. – tentei contornar a situação, mas meu irmão quis deixar tudo claro.

-Você a deixou confusa e ela não está acostumada a se sentir assim.

- Todos estão se perguntando por que eu disse que não era tão humana – ela riu e olhou pro Sam – Se ela não gosta de estar confusa, eu não gosto de ser confrontada.

Eu ri, mas ele a ficou encarando que como se tivesse mais nessa historia do que ela estava disposta a admitir. Quebrei um pouco do gelo, entregando o café de cada um e procurando mais alguma coisa pra comer na cozinha.

 - Falei com o Bobby enquanto vocês estavam fora.

- Ou melhor, quando sua diabinha te deixou chupando o dedo. – Mary e eu rimos, mas Sam continuou como se eu não tivesse falado nada.

- Eu expliquei tudo que aconteceu pra ele. Ele acha melhor nos sairmos de Port Angeles e ir para a casa dele.

- Quem é Bobby? – perguntou a Mary

- Ele é o que temos mais próximo de um pai – expliquei – ele vai nos ajudar.

- Tenho que fazer as malas? – confirmei com a cabeça e lhe dei um selinho antes de ela ir para as escadas. Assim que ouvimos a porta do segundo andar se abrir, Sam começou a falar.

- Bobby perguntou se fizemos o teste? – ele ainda estava de cara meio fechada pro causa das minhas piadas.

 - Não há necessidade.

- Como você pode ter tanta certeza, ainda mais com todas as respostas cruzadas dela.

- Mano, não tem nada de errado com ela. Ela só é um pouco espirituosa. Nos passamos a noite juntos, se tivesse algo errado eu teria percebido.

- Você não pensa muito bem cm a cabeça de baixo.

- Eu não usei a porra da cabeça de baixo ontem! – ele me olhou confuso e começou a gaguejar:

- Então quer... Vocês não... Mas você ficou tão bravo quando eu liguei.

- Tirando os beijos, chupei o dedo tanto quanto você.

- Mas vocês ficaram a noite inteira fora fazendo o que? Jogando cartas?

Revirei os olhos e engoli o resto do café antes de sair da cozinha. Não queria continuar aquela conversa. Ia ser bem difícil o fazer entender que não importava que eu não tivesse transado com ela, desde que eu estivesse perto dela, na verdade nem eu mesmo estava entendendo isso.

Subi as escadas e fui ver se ela já estava pronta. Quando entrei no quarto ela estava sentada na cama de costas para a porta e mala estava pronta. Sentei-me ao seu lado e vi que em suas mãos tinha uma foto. Nesta, ela e a irmã (que ao contrario da Mary era loira) estavam abraçadas e rindo em frente a casa.

-Preciso ir ao cemitério. Preciso me despedir da Lucy.