Fear Is a Luxury escrita por marirdgs
Notas iniciais do capítulo
e eu que penava que hoje era meu dia de folga
Mary foi sozinha até o tumulo da irmã. Era um momento dela, não convia ter dois espectadores metidos. Mesmo assim estacionei o carro de modo que ela ficasse na nossa vista.
Minha vontade era de ligar o radio para passar o tempo, mas o Sam me olhou de cara feia quando tentei fazer isso, começado um discurso “sobre pelo menos uma vez eu respeitar um cemitério.”
- Será que você pode ficar quieto e esperar.
- Eu fico quieto e esperando com o radio ligado.
- Essa é uma das poucas vezes que entramos em um cemitério sem precisar abrir nenhum tumulo. É tão difícil ter o mínimo de respeito – ele estava ficando nervoso e eu não estava afim de levar essa discussão adiante. Revirei os olhos e fiquei na minha.
Até que ouvimos um barulho familiar. O medidor de freqüência, que estava na jaqueta do Sam, começou a disparar.
- Não olha pra mim – ele me lançou um olhar de “de novo não” por causa da ultima vez que tive doença fantasmagórica.
- Não tem nenhuma rede elétrica e somos as únicas pessoas nesse carro – comecei a procurar, ele tinha que estar enganada. Olhei pelo retrovisor e...
- Não somos os únicos aqui – ele se virou para ver do que eu estava falando.
Sentada no banco de trás sorrindo para nos. Loira, olho azul, muito diferente da Mary. Mas o corte na garganta, o sangue espalhado pela roupa. Tinha certeza de quem era.
- Lucy? – perguntou Sam incrédulo.
- Desculpe ter assustado vocês, mas só assim um fantasma é ouvido.
-O que você quer? – perguntei
- A ajuda de vocês. Precisam proteger a minha irmã.
- Do demônio – ela confirmou com a cabeça.
-Mas cuidado para ele não fazer o mesmo que fez comigo - ia perguntar se ela sabia por que o desgraçado queria tanto a Mary, mas ela não deixou – Espere, tem mais uma coisa. Queimem meu corpo. Não quero continuar vagando por aqui.
- como você sabe de tudo isso? – estava me fazendo a mesma pergunta que o Sam fez.
- Ela está cantando. De todos os dons que ela tem, esse é o melhor.
Dons? Que dons?
-O que o demônio quer da Mary? – esse show de incógnitas estava me dando nos nervos.
-Ele a quer. Por favor, não o deixem por as mãos nela. Cuidem dela e queimem o meu corpo. Agora tenho de me despedir.
Ela sumiu. Sam e eu nos olhamos
- É melhor fazermos o que ela pediu.
Saímos do carro e pegamos tudo que precisávamos para fazer Lucy descansar do jeito que queria. Quando nos aproximamos do tumulo elas estavam de frente uma para a outra cantando
What’s the worst that I can say?
Things are better if I stay
So long and good night
And if you carry on this way
Things are better if I stay
So long and good night
A voz da Mary era mesmo linda como a irmã mencionara.
- O que você tinha dito sobre não ter que queimar ninguém hoje? – perguntei baixo ao meu maninho quando começamos a cavar
- Retiro o que disse
Elas continuaram cantando a mesma musica, até quando nos achamos o caixão. Ao ouvir o barulho da pá na madeira, Mary parou de cantar e disse:
- Me desculpe.
-Eu te amo – Lucy nos olhou e indicou que continuássemos – Se cuida Mary.
Salgamos e ateamos fogo na cova. Com o mesmo sorriso de antes Lucy começou a desaparecer e a irmã terminou a musica não em sinal de despedida, mas de um até logo.
...
Can we pretend to leave and then
We’ll meet again
When bots our cars collide
- Ela descansou. Sinto muito Mary – disse Sam comovido.
Ela se virou para nos olhar com os olhos cheios de lagrimas. Largueia pá no chão, a abracei e sussurrei em seu ouvido
-Vai ficar tudo bem – pelo menos assim eu esperava.
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oi gente estou de volta e que muita vontade de escrever.
bjosssssssss