No outro dia, já acordo em minha cama chorando lágrimas de sangue, sento nela e fico tapada ao edredom que está encharcado de minhas lágrimas vermelhas.

Começo a gritar, bem auto, fazendo minha voz ecoar naquela casa clara.

Ouço os passos de Travel indo correndo para meu quarto.

–O que aconteceu Journey? Oh não, o que aconteceu Journey, se machucou?

Fico quieta, murmurando a minha canção “Dorme e tenha pesadelos”.

–Aquela musiquinha? Quer que eu cante com você?

Eu e Travel cantamos em coro:

–Dorme menininha,

Das lágrimas tristes.

Sonhe com os monstrengos,

Que irão lhe assombrar.

Viva, viva, viva, um mundo survival.

Sonhe, sonhe ,sonhe, sangues mortais

–Nosso pai, nunca nos deu uma educação muito boa, me fazia chorar quando era pequena.

–Sim... Um dos motivos por você ser quem é hoje.

–Não me lembre disso todo dia Travel, sei muito bem quem eu sou.

Silêncio.

–Agora licença, tenho mais coisa a fazer Travel.

Sinto a decepção no rosto de Travel.

Por que ajo como menina mal agradecida?

Sinto a dor que ele sente no coração, a cada fora que eu dou nele, com ele só tentando me ajudar.

–Eu sou uma pessoa terrível. – Murmuro baixinho.

–Você é um monstro. – Travel aparece atrás de mim, parece que ele consegue ouvir até meus pensamentos. – E é isso que eu gosto em você, sabe, nós tivemos vários motivos para nos tornamos quem somos. Mais eu não consegui me tornar um Serial Killer. – Ele conclui.

–Pode ser que seja o destino, eu sirvo para te proteger, e você é o protegido.

Olhamos por 5 minutos um para cara do outro.