A toca, lugar que passei muitas das minhas férias e feriados. Lugar barulhento e bagunçado, mas também cheio de amor. Quando estávamos estacionando já dava para ouvir os gritos vindos do quintal e sentir o cheiro da comida que penetrava nas minhas narinas fazendo meu estomago roncar.

— Vamos? – As meninas saíram correndo na frente junto com o Lou enquanto eu e Manu ficávamos para trás. Ambas estavam tensas. Nada havia em mim que remetesse a antiga Dominique. Ela tinha ido embora para não voltar. Éramos desconhecidas.

— Vai dar tudo certo! Eu prometo. – Falei tentando convencer mais a mim do que a ela.

La dentro estava tudo igual. Vovó Molly nos esperava com lagrimas nos olhos. Corri em sua direção desesperada por um de seus abraços.

— Marie, meu anjo! Como você cresceu! Parece outra pessoa! – Você não imagina o quanto vozinha! Você não faz ideia...

Me fiz feliz naquele abraço por mais alguns estantes até que ouvi meu irmão começando a baderna lá fora.

— EU VOLTEI E AGORA PRA FICARRRRR!!!!! – A felicidade que essa criança emanava chegava perto de ser contagiante. Parei ao tentar ultrapassar a porta. Parecia haver uma barreira emocional que não me deixava continuar.

— Domi! Manu! O que vocês tão fazendo ai paradas! Venham para cá bando de lesa! – Nessa hora eu quis matar a Lily. Todos os olhos viraram para nos olhar. E o buraco para se enterrar? Cadê? Mas mesmo morta de vergonha eu quis procurar as orbitas castanhas que sempre me diminuíram. Quando as achei percebi espanto e remorso? Mas não cairia nessa! Não de novo! Andei até minha família me sentando entre tio Jorge e a Rose. O almoço correu como se nada houvesse de diferente. (...)

As meninas estavam deitadas na grama embaixo da arvora e subi na arvore me sentando em um dos seus galhos. Sempre gostei da vista do alto. Me ajuda a pensar. O que não percebi e que alguém se sentou ao meu lado.

— Porque você foi embora daquele jeito! – Rose me olhava magoada. Não queria reviver meu último verão aqui, mas não podia deixar ela assim.

— Lembra do último ultimo dia antes de eu ir embora? Desci de manhã e os Malfoy estavam aqui. Só dei bom dia e subi. Depois disso não desci mais.

— Claro! Você me disse que estava morrendo de dor de cabeça então nem quis lhe importunar por mais que não quisesse ver a cara dos Malfoy. – Dei uma risada. A tensão da rose com os Malfoy era bem diferente da minha. O que ela e Scorpions tinham era um amor trancafiado.

— É! Eu menti sobre isso! O que realmente aconteceu começou na madrugada anterior.

“ Eu estava na cozinha. Tinha ficado até tarde lendo mediadora e perdi o jantar. Quando a fome bateu eu desci. Mas tu sabe como tua prima e cagona. Estava com medo de um fantasma vir me pegar que nem nos filmes de terror. Para piorar eu escutei um som vindo da escada. Fique preparada para jogar a comida quente em o que quer que estivesse por vir. Mas para o meu alivio ou não, era só o James. Ele me perguntou o que fazia lá tão tarde e eu falei que não era da conta dele, mas quando percebi ele essa grudado em mim. Essa vista fez meu coração acelerar e eu não entendia porque. Nenhum cara tinha chegado assim tão perto de mim. Fiquei petrificada. Nunca tinha imaginado o que viria pela frente. Ele chegou cada vez mais perto até que nossos lábios se tocaram. Era macio, mas ao mesmo tempo agoniante. Eu queria ficar. Queria correr. Mas com a rapidez que aconteceu, acabou. Ele distanciou nossos lábios só voltando para depositar um selinho delicado e subiu as escadas ainda em silencio. Naquela noite eu sabia que algo tinha mudado. Não imaginava eu que seria para pior! Mas aquela noite eu dormi feliz. ”

— Quando desci na manhã seguinte ele estava abraçado com Katherine, mas não liguei. Cheguei dando bom dia a todos e esperando que ele me olhasse e me desse atenção. Isso não aconteceu. Corri lá para cima para não descer mais. – Nessa hora meus olhos já se enchiam de lagrimas. – Quando fui no banheiro tarde da noite eu escutei uma conversa entre Fred e James falando que aquilo era tudo uma aposta. Meu primeiro beijo foi uma mentira Rose. Uma aposta idiota e sem coração. Na hora lembrei da chave de porta que carrego comigo. O colar que ganhei dos meus pais com 11 anos. Ele me leva para onde eles estejam. Só juntei minhas coisas e corri para casa. Nessa mesma noite senti as dores da minha transformação veela acontecendo. Passei 2 dias desacordada. A dor me moldou por dentro e por fora. Não sou aquela Domi que você conheceu. Espero que a gente possa se conhecer de novo. – Olhei para ela esperançosa.

— Prazer! Rose Weasley! – Disse ela sorrindo

— Dominique Delacour - a abraçando.

— Ps.: irei matar o James!

—Não precisa! Tenho um plano melhor! Depois disso tenho certeza que o Potter se endireita!