PAMELA POV

Eu precisava treinar muito, muito mesmo até chegar a América do Sul. Eu sabia algumas das coisas que se podia encontrar no Tártaro, e não seria nada fácil. Nico sabia q eu eu havia lido os livros, então quando estávamos sozinhos ele conversava comigo sobre o Tártaro. Ele era bom em guardar segredos, então os outros que estavam no navio não faziam ideia de que eu conhecia tanta coisa.

–Vamos, Nico! Você prometeu me ajudar a treinar. Quer que eu morra?

– Não quero que você morra, mas quero mais cinco minutinhos, Pam! Eu estou com tanto sono!

– Ei! Se você não levantar nesse minuto para vir treinar comigo juro pelo Estige que te faço ter insônia até eu aprender a lutar como uma filha de Ares!

Nico sabia que isso levaria muito tempo e queria poder dormir sem problemas. Então em poucos minutos estava totalmente pronto para treinar comigo.

–Certo - Começou Nico bocejando- Você tem que saber manusear a espada, o maior problema no começo é se acostumar com o peso. Então vou te ensinar os movimentos mais simples e você terá que treiná-los até conseguir fazê-los sem problemas com falta de equilíbrio e esse tipo de coisa. Me veja fazendo primeiro.

Ele pegou sua espada de ferro estígio e me mostrou um movimento, que eu não achei nem um pouco simples.

– Isso é simples, Nico? Isso é o que você chama de movimento simples?

– Sim, esse movimento é bem simples. Um dos mais básicos. Deixa eu te ajudar.

Nico pegou a espada que pedira pra Leo fazer pra mim. Era uma espada mais leve , mas muito eficiente, segundo eles.Me entregou e me mostrou como segurá-la (pois é, eu era tão ruim que não sabia nem como segurá-la). Me envolveu por trás e segurou a espada junto comigo. Então repetiu o movimento que ele havia feito antes, tentando me ensinar. Repetiu umas três vezes e então falou para eu fazer sozinha.

Quase caí com o peso da espada se movendo e Nico deu uma gargalhada.

–Olhe aqui, Gasparzinho. Só vou deixar essa passar porque você fica lindo quando sorri. Devia sorrir mais, verdade. Lembre-se que eu tenho uma espada em mãos e posso te atacar a qualquer momento.

– Lembre-se que você quase caiu tentando movimentar a espada. Não pode me atacar.

O fuzilei com os olhos de brincadeira e ele sorriu outra vez. Por Zeus, como ele ficava lindo sorrindo. Seu rosto sombrio se tornava angelical e o brilho brincalhão que seus olhos adquiriam me deixavam em transe.

Me concentrei novamente e esperava conseguir lutar pelo menos um pouco até o dia que chegássemos no continente americano.

NICO POV

Pamela conseguia me fazer sorrir como ninguém. Tudo parecia mais divertido com ela.

Eu até estava gostando de ser acordado cedo por ela (quem diria, uma filha do deus do sono me acordando cedo), porque treiná-la e ensiná-la era muito divertido. Eram as horas do dia em que eu mais dava risada. Ao final de uma semana ela já havia avançado bastante. Eu achava incrível como ela aprendia rápido.

–Você está aprendendo mais rápido do que eu esperava,Pam. Me surpreendeu.

– Você que é um excelente professor. Me ensinou bem mais do que eu aprendi no acampamento.

–Você precisa. Por sua causa a gente vai mergulhar no Tártaro, esqueceu?

– Claro que não. Mas agora é tarde pra mudar de ideia.

Mais algumas semanas se passaram e a evolução de Pamela foi realmente impressionante! Ninguém que a visse manuseando a espada agora diria que ela fora péssima um dia. Ela havia se dedicado tanto... Sempre que tinha um tempo livre e não era "vencida pelo sono", como dizia ela, eu a via em algum lugar afastado de todos, claro, para a segurança do pessoal, treinando o que eu havia ensinado.

– Hazel, pode vir aqui um segundo?

– Fala, Nico.

– Pode simular uma luta com a Pam?

–O QUÊ? - Falaram as duas ao mesmo tempo.

– Já estamos na América central, daqui a poucos dias estaremos lá embaixo, você precisa de algo mais real, e acho que já está apta para uma simulação agora, Pam. Por favor Hazel!

Hazel pensou um pouco mas acabou concordando e então eu fiquei observando como as duas se saíam. Uau! O avanço de Pamela havia sido incrível. Agora eu confiava nela com um espada em mãos.

LEO POV

Havia alguns dias que Hazel havia contado a todos que fizera uma simulação de luta com Pamela e que ela estava ótima. Era bom mesmo, porque estávamos muito perto do nosso destino, e eles teriam que ir rápido. Um filho de Febo no Tártaro pereceria muito rápido, já que não havia a luz do sol, apenas escuridão e frio.

Enquanto eu controlava tranquilamente o navio vi que o ponteiro na bússola que usamos para achar Giuliano começou a girar e girar, cada vez mais rápido. Havíamos chegado a América do Sul. Mais que isso: Havíamos chegado a um lugar em que a muitos níveis abaixo do solo encontraríamos o motivo de termos saído em missão.

Comecei a descer o navio, procurando um local bom para ancorá-lo, pois mesmo com a névoa de Hazel ( que era ótima), não podíamos deixá-lo em qualquer lugar.

Nico e Pamela, que estavam no mastro (sim, agora Pamela também havia inventado de ficar no mastro, eu não entendia esses dois) desceram e vieram com uma cara desconfiada me perguntar:

– Por que está ancorando o navio, Leo?

– Ah, meus amiguinhos... Não é óbvio? Chegamos ao nosso destino. É aqui que vocês descem e mergulham no Tártaro.