The Mutants - O Dragão Branco escrita por Mano Vieira


Capítulo 3
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Eaí pessoal, creio que não demorei e também não deve ter dado o tempo que estipulei para postar (eu realmente não conto os dias, então nunca sei exatamente com que frequência estou postando!)
Espero que vocês possam aproveitar a leitura!



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A garota não conseguia aceitar o fato de ter perdido para alguém tão fraco como Ken. Todas as circunstancias estavam a favor dela, não haveria o porquê perder. Ela também não estava entendendo o motivo de ter saído com as costelas e com o queixo dolorido.

Observou o menino, furiosa, pela décima vez só naquele minuto. Não consigo entender o que ele fez para me vencer. Ele ainda irá me pagar caro!

A professora continuava recitando códigos que não entravam de jeito nenhum na mente dos alunos, mas Miley não estava interessada nisso. Os minutos estavam sendo gastos observando Ken. O garoto de cabelos castanhos estava estranhando. Olhou quatro vezes e pôde encontrar a loira o comendo com os olhos e apresentando um semblante supersério.

Uma, duas, três cutucadas de Jen na barriga da garota foram necessárias para que ela mudasse de posição e percebesse que ela estava sendo questionada pela amiga.

—Poderia repetir, por favor? — Perguntou ela, bufando. A luta tinha acabado com a sua consciência boa. Só uma coisa passava pela sua cabeça neste instante: como eu pude perder para ele?

— Você sabe fazer os exercícios? — Jen se sentia mal em perceber que a garota não estava dando a mínima para ela. — Vão cair na prova... Não quero que você fique para recuperação... Acabou de chegar e, se você precisar, eu posso te ajudar a estudar!

Miley analisou a lousa e todos os exercícios escritos nela. A loira percebeu que aquilo era simples e fácil, mas não queria chatear a sua mais nova amizade.

—Eu não sei fazê-lo... E se não for muito incomodo... — Uma cara de cão abandonado foi o suficiente para que a morena abrisse um sorriso de orelha a orelha.

—Não é nenhum incomodo, não! — Jen sorriu. — Você pode passar no meu quarto, te mando o endereço mais tarde, por celular... Ah é mesmo! Você poderia me passar seu número agora?

—Eu não tenho um celular, Jennifer!

—Me chame só de Jen. — Jen sorriu. Anotou as informações necessárias para a localização de seu quarto no braço de Miley, usando uma caneta esferográfica da cor roxa. — Você pode seguir essas informações.

+++

A barriga de Ken estava anunciando para todos ao seu redor que fazia horas que ele não colocava algo pra dentro. Andava rapidamente pelos corredores do colégio, para poder chegar ao refeitório o mais rápido possível.

A sua infelicidade foi ver a pior pessoa da face da terra, porém o melhor aluno da escola, Mailord.

Ambos se odiavam. Mailord se achava demais por sempre estar no topo e sempre desprezava os que estavam bem abaixo dele. Ken era um desses, mas nunca chegou a almejar o topo dos alunos melhores no quesito inteligência e força.

Os cabelos loiros dele estavam penteados sempre do mesmo jeito: deixando a franja cobrindo sua testa e alguns fios estavam desajeitados no meio disso tudo, criando uma pequena elevação no meio da cabeça. Os olhos verdes eram bem limpos e grandes, pareciam penetrar na alma das pessoas e clamar para que todos o protegessem. Os lábios eram bem grandes e umedecidos. Sua altura era de 1,78.

Ken tentou passar despercebido, para não aturar alguma chacota vinda do outro. Conseguiu! Pegou o seu lanche e foi se sentar bem longe de Mailord, em um local onde sua presença não pudesse ser sentida pelo demônio que se encontrava ali com eles.

Começou a devorar vorazmente o seu hambúrguer de frango. Estava tudo uma delícia. O garoto parecia não ter comido há anos. Porém, todo o seu esforço para comer em paz foi em vão. Alguém estava gritando o seu apelido. Kentin olhou em volta, em busca de quem era... Jen. Kentin olhou para ela e, logo em seguida, para Mailord. A garota estava indo em sua direção com velocidade e, Mailord, acompanhava-a com os olhos.

—Ken! — disse Jen mais uma vez, agora de frente para o garoto. — Não sei como você consegue comer tudo isso.

Ken olhou bem para Jen e, em seguida, para Mailord, que estava com um sorriso debochado de orelha a orelha.

—Preciso manter a forma! — Disse e mordeu mais um pedaço do lanche.

—Você tem sorte de gastar todas as calorias em lutas! — Disse e se sentou, finalmente. Mailord ainda os observava.

—Eu não gasto exatamente todas...

—Eu odiaria engordar. — Disse Jen, segurando a sua cabeça com uma das mãos, que estava sendo mantida ali pelo cotovelo apoiado na mesa — ei, você sabia que a May está bem frustrada por ter perdido a luta?

—May? — Ken perguntou. Não fazia ideia de quem fosse essa pessoa.

—A Miley, a garota que foi obrigada a batalhar com você mais cedo. — Esclareceu a menor. — Ela ficou bem frustrada mesmo. Não parava de te observar durante a aula. Eu até tive que chamar a atenção dela umas três vezes para que ela me ouvisse...

Ken estranhou o ato da nova garota.

—Isso me deixa com um pingo de medo... Não quero ter mais um rival.

Mais um? — Jen perguntou. A garota não sabia da enorme rivalidade existente entre Ken e Mailord.

—Não olhe agora, mas tem um garoto aqui que está nos observando. — Comentou Ken. O menino estava tentando parecer o menos suspeito possível. — Esse garoto se chama Mailord. Ele não gosta de mim, assim como eu não gosto dele.

—Mailord? — Jen perguntou, tentando encontrar em sua mente onde ela já vira o nome. — Ah, o garoto do topo! — Ela olhou para Ken assustada. — Como vocês se odeiam? Como se conheceram?

Ken suspirou.

—Eu e ele viemos juntos para cá. Não éramos amigos, tínhamos acabado de nos conhecer, então estávamos andando juntos. Durante o navio, somente. Depois disso tudo, no colégio, ele desapareceu. Aí depois de algum tempo o seu nome voltou com uma força incrível e, de repente, ele era o garoto mais incrível da academia. Quando ele se encontrou comigo aqui pela primeira vez, após muito tempo, ele sorriu, mas não um sorriso legal e sim um maligno. E o boato de que eu era um merda se espalhou.

—Mas isso é uma história tão estranha... — Jen comentou inocente — Você precisa ver o lado dele da história também. E nem deve ter sido ele quem espalhou o boato, Ken. E eu não acho que você seja fraco. Achei você bem ágil na luta contra May.

—Obrigado! — Respondeu o garoto com um imenso sorriso inocente no rosto. A amizade de ambos já estava bem firme e forte, como se eles se conhecessem há eras.

+++

Uma leve hesitada antes de bater na porta. Miley não queria decepcionar a garota, deixando-a esperando para os estudos, mesmo já sabendo a matéria, mas também não queria perder seu tempo com coisas desnecessárias. Pensou em desistir. Mentir para amiga depois falando que passou mal, e que poderia pedir ajuda para as veteranas que dormiam com ela, mas toda a coragem de encarar o estudo lhe veio com um suspiro.

Não demorou muito para que Jen abrisse a porta e a recebesse com um grande sorriso.

—Olá, May! — Disse, saindo da frente para que a loira entrasse no quarto.

—May? — Ela estranhou um pouco, mas logo percebeu que aquilo era a prova de um avanço, de um laço que estava sendo criado desde que ela iniciou um diálogo com a menor. Sorriu. — Muito obrigada, Jen!

Ambas estudaram por um tempo. May calou-se, ouvindo tudo o que Jen explicava sobre a matéria. Não sabia, de fato, nada do que a garota estava falando, simplesmente achava fácil resolver as questões, como se os números e letras não chegassem perto de um desafio para ela.

—Você aprende rápido. — Falou Jen vendo que não havia nada a ser corrigido nas contas da garota. Nem mesmo sua caligrafia era ruim! — Tem jeito. Acho que vou pedir umas aulas em particular com você!

May riu.

—Eu não sou boa, só tive uma ótima amiga que se comprometeu em gastar o seu tempo me ajudando! — Sorriu.

Ambas continuaram ali, conversando sobre qualquer coisa. Até May decidir saber mais sobre o garoto que a humilhou.

—Você é bem amiga daquele garoto gordinho que lutou comigo hoje, não é? — Perguntou.

—O Ken? — Jen sorriu. May assentiu. — Não muito, nós nos conhecemos ha pouco.

—hm... Você sabe qual a mutação dele? — A loira decidiu ser bem mais direta em seu objetivo.

Jen refletiu por alguns segundos.

—Não me lembro dela muito bem... Acho que ele nunca chegou a demonstrá-la para a classe! — Disse ela.

May sorriu, mas estava gritando por dentro. Queria quebrar tudo o que havia pela frente.

—Eu percebi que você ficou bem arrasada assim que perdeu a batalha.

—Eu não esperada perder. Não para ele. — Disse May, calma.

—Ele luta bem, May. Poucas pessoas teriam vencido.

A loira assentiu de cabeça baixa. Jen se sentiu meio ruim por não conseguir consolar a amiga.

—Jen. — Chamou May.

Jen estava nas nuvens, mas voltou a terra para responder ao chamado.

—Oi!

—Esse quarto é bem grande! — Disse May analisando-o. — Você dorme nele sozinha?

—Não... Divido o quarto com mais duas veteranas! — Respondeu ela.

—O que você acha de dar uma festa aqui?— Perguntou a maior. Jen adorou a ideia.

—Acho algo bem legal!— Bateu as palmas e pensou em suas duas colegas de quarto. Bah! Ambas aceitariam e ajudariam, até. —Podemos fazer uma nesse final de semana, o que acha?

May sorriu.

—Acho uma ótima ideia, Jen. Mas e suas colegas de quarto?

—Nah! — Falou a morena. — Ambas aceitariam numa boa. Todos nós aqui adoramos quando o colégio faz algum evento para a diversão, mas raras são às vezes.

May sorriu mais ainda.

—Ótimo! — Falou. — Podemos convidar toda a classe e mais alguns amigos. Acho que daria certo o tamanho.

—E como conseguimos as coisas para beber? — Jen estava realmente preocupada com isso. Gastar todas as suas moedas em máquinas de refrigerantes não era uma bela opção aos seus olhos.

May umedeceu os lábios, estalou os dedos e pôs-se a explicar todo o seu plano maléfico:

—É assim, por ser uma festa não autorizada, devemos manter o máximo de cuidado possível para que nenhum inspetor descubra! O barulho terá que ser mínimo e os garotos terão que vir para cá escondidos. A comida podemos simplesmente pegar um pouco da dispensa do colégio.

—Mas a academia não iria abrir mão de comida tão fácil, ainda mais para uma festa não autorizada! É bobagem ir até lá e pedir, mesmo sendo amiga dos funcionários de lá! — Jen explicou-se.

May riu com tamanha inocência da garota.

—Não vamos pedir. Vamos simplesmente pegar emprestado sem que ninguém veja ou saiba quem foi.

—Vamos roubar? — A menor levou as mãos à boca, tapando-a, demonstrando-se impressionada com o que estariam para fazer.

—Em termos vulgares. Mas isso não faz mal. Nem irá saber quem foi. — May piscou. Seus olhos brilhavam, passando uma forte confiança para a garota que estava em sua frente.

—O... Ok! — Disse. — Amanhã eu espalho o dia e a hora, contendo o local. — Piscou, como se desse total conta de tal coisa.

—Lembre-se de ser discreta. Os professores não podem saber de nada.

—Pode deixar!

Ambas estavam tramando a maior festa do ano. Isso era o que elas queriam que fosse.

+++

A professora andava para cá e para lá, explicando tudo para os seus queridos alunos. Biologia era algo magicamente odiável para Kentin, mas totalmente adorável para Miley. Jennifer simplesmente se esforçava para memorizar, compreender e se dar bem nas provas.

Durante as trocas de aula, a garota com o cabelo roxo escrevia em pequenos pedaços de papel o chamado para a pequena festa em seu quarto. Assim que o próximo professor entrava, ela os guardava no bolço do terno exigido pela academia.

Foi assim por um tempo, até que houvesse um bilhete para cada aluno e mais vinte extras. Jen entregou durante uma das trocas de aula.

+++

May caminhava pelo corredor, pensando em como faria para pegar a comida da cantina durante a noite. Passou por lá, para bolar melhor o seu plano. Olhou de um lado até o outro, fez um mapa completamente mental e cheio de detalhes. Olhou para cima, procurando algo que pudesse denunciar a sua presença ali durante a noite. Conseguiu encontrar duas câmeras bem camufladas. Ótimo!, pensou.

Continuou observando. O local, com o tempo, estava ficando bem lotado. Cheio de pessoas para cá e para lá, conversando, comendo e outras estudando, até. Pela primeira vez naquele local, May se sentiu uma adolescente normal, no mundo dos humanos normais. Nunca tinha passado por isso, enquanto estava no oriente. Sempre estava nas ruas, com seus dois irmãos, correndo para cá e para lá, lutando contra bandidos e defendendo os cidadãos indefesos, recebendo um olhar de medo como agradecimento. Às vezes, nem isso. Deixavam tudo o que lhe tinham roubado para trás e corriam, quando viam os três em ação. Segundo os seus irmãos, aquilo era o respeito dos humanos para com eles, já que para ambos, os mutantes eram algo mais evoluído e melhor do que os meros humanos. May nunca conseguiu pensar assim, May, na verdade, nunca conseguiu tirar a sua própria tese. Todos os humanos que ela conhecera, foram os seus dois irmãos.

May estava amando aquela sensação de igualdade, mas teve de voltar a dar mérito para o seu plano maléfico de roubar suprimentos para sua festinha no quarto de Jen. Aproximou-se do balcão onde ficavam as comidas. Procurou por ali uma porta com o aviso de “Não entre. Local reservado somente para funcionários”, mas estava complicado de ser localizado algo parecido com isso.

—Você parece estar procurando alguma coisa, novata. — Disse uma voz totalmente nova, ao lado de May. A loira virou e deu de cara com outra loira. — Eu sou da sua sala, mas duvido muito que você saiba quem eu sou.

May mordeu os lábios. Realmente já tinha visto alguém com a mesma aparência que a garota, que era um pouco menor do que May.

—Eu realmente não lembro o seu nome, mas sei quem você é. — Disse. Analisou as estatísticas da garota e viu que ela poderia chegar a ser perigosa, mas nada que fosse um incomodo para ela, não mais do que Jen poderia ser.

A menor riu. Levou uma mão ao peito e começou a auto apresentação:

—Meu nome é Kimberly Maddoxy, mas você pode me chamar somente de Kim. — Uma piscadela com o seu olho verde e tudo ficou mais bonito. May percebeu que a garota já não usava mais os trajes exigidos pelo colégio. A garota percebeu o semblante da novata — após o horário de aula o uso do uniforme não é mais obrigatório.

—Você sempre anda com esses headfones. — Observou. — Você deve gostar muito de música. Ou deles.

Kim riu.

—Eu adoro música e, consequentemente, adoro os meus headfones customizados. — Disse sendo simpática. Tirou os headfones do pescoço para mostra-lo a companheira de conversação. Ambos os fones eram brancos, mas aparentavam brilhar como se fossem metálicos. Neles, havia uma semicolcheia da cor branca, totalmente fosca. — Mas, voltando ao assunto principal — colocou os troféus (os headfones) no pescoço novamente — você está procurando algo?

May viu que agora seria um ótimo momento para avançar com o seu plano.

—Eu estou procurando o local onde eles guardam a comida. Normalmente teria uma porta com um aviso pedindo para ficarmos longe, mas não estou encontrando nada por aqui. — Reclamou.

—Você quer pegar comida para a festa? Entendi. Bem, olhar para as paredes não irá ajudar em nada, já que a comida fica lá em baixo, e eles a trazem para cima e a cozinham por aqui mesmo. — Kim explicou.

—Droga!

—Eu sei quem pode te ajudar a pegar os suprimentos. — Disse a garota com um sorriso maléfico.

Os olhos de May brilharam tanto, que poderiam iluminar um cômodo escuro.

—Quem?

+++

—Você quer que eu ajude a MAY a pegar as coisas na dispensa? Escondidos? — Falou Ken, sem acreditar no que estava ouvindo. Os três encontravam-se no quiosque aberto do colégio. Um dos lugares mais bonitos que os alunos gostavam de visitar (claro que o primeiro era o jardim principal).

Cercado por grandes paredes e árvores que as escondiam (mas todos os alunos que já tentaram ver onde as arvores davam, acabavam descobrindo que o espaço era cercado), o quiosque estava repleto de pessoas, porém o trio conseguiu encontrar ao menos uma mesa para descansar as pernas.

Os ladrilhos coloridos no chão formavam um caracol, bem grande. No centro dele havia uma mesa. Caso o espaço fosse visto de cima, você poderia encontrar um caracol com grandes bolinhas dentro de suas voltas e voltas.

—Isso mesmo! — Falou Kim, sorrindo.

May também não estava gostando da ideia de receber a ajuda justo desse garoto.

—Por que de todos os garotos mais qualificados deste colégio, tem que ser eu? — Ken perguntou. Não que não fosse aceitar a proposta, já que Kim estava aceitando tanto por ele, como por ela.

—Por que você, de todos os garotos mais qualificados deste colégio, é legal e é meu amigo. — Disse ela. Tanto May, quanto Ken não acreditou em tamanha inconveniência de explicação da garota.

—Aposto que o Mergan faria isso e você é bem mais amiga dele do que eu, mas... — Comentou Ken enquanto revirava os olhos. — Eu faço esse esforço!

+++

—O que você está fazendo aqui? — Ken e May perguntaram em conjunto, para Jen que estava presente ali também.

—Onde há coisa legal para realizar, eu estarei lá! — Disse a menor sorrindo. Ela estava com vestimentas pretas e coladas ao corpo, que não atrapalhassem o seu desempenho na hora de dar o fora, caso acontece algum imprevisto.

Ken estava com uma camiseta lisa, branca e uma bermuda. May estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, camiseta curta e sem manga, e com um short jeans.

O local estava escuro, mas nada que impedisse demais a visão dos três. Estavam já no refeitório, procurando pelo alçapão.

—Você sabe onde fica a entrada para a dispensa, Ken? — Perguntou May. A garota estava odiando receber a ajuda desse garoto.

— Hã... Ela fica atrás do balcão onde as pessoas pegam o lanche.

Os três se dirigiram até lá. Fotografaram com seus olhos cada pedacinho do chão, mas tudo o que conseguiram ver foi um retângulo desenhado.

—Acho que é ali, gente! —Jen apontou. — Vamos lá ver se conseguimos encontrar alguma coisa.

Nada mais era preciso para encontrar a dispensa. Só precisavam apertar para baixo e depois puxá-la para cima. Fizeram-no.

O retângulo descolou-se do chão automaticamente e com uma velocidade quase inexistente. Aos poucos revelou uma escada que levava até a outra parte do cômodo. Até o destino deles.

Desceram cuidadosamente para não cair ao errar um degrau, pois o estrago seria grande. Até que enfim, desceram tudo sem nenhum acidente.

O local estava mais escuro ainda, não ia dar para prosseguir.

—Eu trouxe uma lanterna. — Falou May. Pegou-a da borda do short e ligou, iluminando e revelando algumas coisas na frente deles.

Caixas para todo lado e um grande corredor.

—Ok, mas... E agora? — Perguntou Ken. Os três estavam parados ali, diante daquelas caixas, sem saber o que fazer.

—Bem... Agora nós... Hum... — May pegou-se desprevenida. Jen também.

—Vocês não bolaram um plano? — Perguntou ele.

—Eu nem devia estar aqui... — Jen encontrou seu jeito de fugir da humilhação de estar na ação sem ter passado pela teoria.

—Claro que bolei. — May vangloriou-se, jogando os cabelos para o lado. — Simplesmente não te tachei com alguém com tamanha importância para saber dele.

Ken sentou-se no chão.

—Ótimo. — Falou — pode agir sozinha então.

O ato dele foi bastante infantil, mas May contribuía para que ele fizesse as coisas assim. A garota se viu completamente confusa e sem destino. Não tinha bolado plano nenhum, somente falou aquilo para não ser ridicularizada novamente pelo gordinho.

Olhou novamente pelo local, analisando e pensando o que faria. Tinha que ser rápida, antes que ficasse mais evidente (do que já estava) que não tinha bolado plano algum.

Foi até uma das caixas de papelão e abriu a parte de cima. Analisou. Sacos e sacos de farinha.

—O que podemos fazer com farinha? — Perguntou ela, levantando uma mão para mostrar-lhe o conteúdo.

—Podemos fazer muitas coisas, mas precisamos de mais ingredientes... — Falou Jen. A menor não aguentava ficar parada vendo sua miga com a mão na massa. Foi até uma caixa fechada e pôs-se a vasculhar.

Kentin não sabia se ajudava ou se continuava no conforto.

+++

—Ok, então nós temos uma caixa com farinha, outra com pão e mais uma com saches de suco. — May falou como se estivesse lendo uma lista invisível que, de fato, não estava em sua mão.

—Exato! — Falou Jen, sem qualquer empolgação.

—Olha, sem querer atrapalhar a conversa das duas, — Ken estava bem entediado em ver que o progresso estava longe deles. Apontou para uma caixa localizada no canto. — Mas ali ficam salgadinhos chips. Podemos pegar e colocar numa mesa, aí quem quiser passa na mesa e pega um punhado.

Os olhos de Jen brilharam e May quase chorou ao ver que o gordo era a salvação. Maldito gordo!

—E como você sabe disso? — Queria humilhá-lo.

—Venho aqui às vezes roubar salgadinhos dali. —Falou como se fosse simples.

—Tinha que ser gordo! — Murmurou Miley.

—Ei! — Ken realmente se sentiu ofendido. Não era gordo, mas também não era magro. Estava em boa forma, nem barriga tinha. Caso fosse para uma academia, teria os músculos bem avantajados e definidos, mas isso estava fora de questão no momento. Sedentarismo sempre!

—Realmente! — Jen chamou a atenção de ambos para ela, que estava dentro da caixa. — Vários salgadinhos! — Levantou a cabeça, era visível que estava comendo, tanto pelo mastigar, quando pela forma de falar.

May se aproximou e viu que a caixa estava repleta de salgadinhos. Vários sabores.

—Salgadinhos chips anotado! — Falou, por fim.


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Notas finais do capítulo

Eaí, gostaram? Talvez vocês estejam achando lento, mas é totalmente preciso esses capítulos para que a história venha ter um bom desenvolvimento mais para frente, então por favor, não desanimem!
(O próximo capítulo já está escrito, porém estou com problemas para escrever o sexto capítulo!)
Um abraço e até o próximo capítulo!
Isso é tudo, pessoal!