Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

continuação esperada e cutucada hehe



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Após algumas garfadas e palavras ficamos em silêncio na mesa ouvi trovões ao longe trazendo consigo vento e barulho. Olhei para meu pai e lembrei da pedra que na verdade esta dividida em 3. Sendo que umas delas estava com a minha mãe, outra com meu pai e a outra agora comigo. Lembrei do poder que emanava dela. Quando olhei diretamente para a coroa de meu pai vi uma pedra azul em forma de um caule. Era ela sabia disso. Eu tinha que impedi-lo de juntar todas elas ou estaríamos ferrados por assim dizer.

Um estrondo ecoou por todo o salão e levei um susto e olhei diretamente para a porta quando ela voava pelos ares. Após ela arrebentar tudo o que estava a frente se espatifou no chão e na parede. Meu pai se levantou e eu larguei o garfo junto com Keila. Nos entreolhamos e avistei quando algo negro saiu pela porta. Era como um tigre, mas estava distorcido. Era horrendo e negro. Seus olhos eram vermelhos sangue e sangue cotejava de sua boca. Sentindo o medo se aflorar em mim me levantei também. Seus olhos se dirigiram a mim com uma fome sanguinária. Seu pelo era negro e parecia áspero. Ouvi tiros por alguns dos lados do castelo e me perguntei se haviam mais.

—O que é isso? – perguntou meu pai eufórico e no fundo levei aquilo com uma encenação.

Ele veio correndo em minha direção e rapidamente corri ao redor da mesa ficando próximo ao meu pai testando a criatura. Ela o encarou mas vociferou quando seus olhos se dirigiram a mim. Corri mais uma vez pegando uma faca na mesa. Ele pulou por cima da mesa derrubando comida e suco no chão que logo escorreguei e cai como uma bola no chão.

—Vestido maldito – murmurei para mim mesma baixinho.

Keila movimentou-se rápido e pegou algo e fincou na criatura que a mordeu e depois se afastou. Vi a mordida no braço de Keila e me desesperei. Droga eu não presto nem para proteger alguém! Com toda a minha força puxei um pedaço do vestido rasgando grande parte dele. Havia soldados agora na sala. Droga eu não podia simplesmente fazer voar um jato de água! Lembrei-me da frase de Klaus. Vi quando um tiro atravessou logo a minha frente e a criatura se desviou pulando em cima do soldado. Fiquei pasma quando a criatura arrancou pedaços de seu corpo. Gritei e foi quando gritei que senti a adrenalina pulsar em minhas veias e após uma olhada rápida em meu velho pai tive vontade de mata-lo. Keila estava gritando praticamente urrando de dor. Corri até a criatura que do nada pulou na minha frente. Não tinha como eu chegar até um prato de prata no chão. Depois de escorregar por debaixo de suas pernas peludas peguei o prato coloquei-o em posição vertical e o mandei com força raspando a fera e a fazendo vociferar alto o bastante para que passasse dos urros de Keila.

—Seu maldito – com um pulo fui com tudo para cima com a faca na mão. E acertei em cheio. A faca atravessou sua cabeça e ele cambaleou para trás e após alguns segundos do nada pulou a janela deixando cacos para todos os lados – que diabos leva uma facada na cabeça e continua vivo para falar sobre isso? – assustada encontrei Matt na porta me encarando e depois corri até Keila que agora estava no chão. A ferida estava meio preta e tinha tomada grande parte do braço de Keila que agora mal conseguia abrir a boca. Com alguns pensamentos fiz que a água entrasse para dentro do salão como um furacão levando todos para algum lado. Fiz a água percorrer seu braço mas logo que se cicatrizava voltava. Desesperada procurei apoio e logo vi quando Klaus surgiu em meio a toda aquela bagunça. Ele se agachou pegando o braço de Keila nos dele e me olhou – a fera a mordeu ,como algo leva uma facada na cabeça e não morre?

—Dany me dê uma faca limpa – ele não me respondeu – agora!

Levantei e procurei uma faca na mesa e após achar uma dei a ele.

— Isso vai doer – e ouvi gritos afiados de Keila quando ele penetrou a faca em seu braço e remexeu abrindo a ferida e La saiu uma coisa branca e após pegar ela reparei que era um dente – eles depositam isso para que o veneno permaneça e mate a vitima, mas não fiquei preocupada com o bem estar dele, nasce outro. Até amanha terá outro lindo dente em sua boca.

Meus olhos arregalaram. Vi quando Keila fechou os olhos e desmaiou. Klaus trouxe água até ela limpando a ferida e ajudando a se cicatrizar. Foram longos minutos que me perdi completamente na bagunça.

—--

Eu andava de um lado para o outro esperando Klaus sair da enfermaria. Ainda usava o vestido rasgado e tinha vontade cada vez mais de matar meu pai. Ele tentou matar Keila, quem sabe também não teria vontade com Matt, Lucas ou até mesmo Klaus! Senti uma mão morna surgir em meu ombro e era Lucas. Ele me analisou primeiro e depois de ver que eu estava bem abriu a porta e entrou e a fechou novamente sem falar nada. Quase derrubei a porta porque todos podiam entrar e eu não. Vi Matt caminhando em minha direção e o olhei por alguns instantes e virei o rosto novamente andando de um lado pro outro quase tendo um treco.

—Você vai fazer marcas no chão se continuar andando – sua voz soou calma.

Vendo que eu continuaria ele me parou e levantou o meu queixo segurando com o polegar e após eu enxergar aqueles irresistíveis olhos verdes consegui me acalmar um pouco. Tive vontade de abraça-lo mas lembrei da fera então me afastei.

—Você esta bem? – ele soou preocupado quando começou a olhar meu vestido.

—Estou e você?

—Bem – ele tentou tocar meu rosto mas me afastei novamente e então ele desistiu e recuou também.

—Como ela esta?

—Ainda não sei, mas creio que bem.

—O que você fez – ele puxou meu braço e me encarou – como fez aquilo?

A porta se abriu na hora saindo Klaus. Ele me inspecionou e olhou rapidamente sendo intimidador com Matt.

—Pode entrar Dany.

—Ok.

Entro deixando ambos para trás. Vejo logo Keila deitada numa maca com um facha no braço. Sua cor esta melhor mas ainda continua meio amarela.

—Oi – ela vira o rosto e sorrio devagar.

—Oi, melhor?

Ri diante da ironia. Ela me perguntando ao invés de mim.

—Sim e você? – me aproximo e olho sua roupa ainda suja como a minha.

—Passei por uma Dany mas consegui – ela respirou e limpou qualquer índice de choro – pensei que iria morrer, a dor ela é excruciante – passei minha mão por seus cabelos ruivos e peguei sua mão – obrigada Dany.

—Obrigada você – e deixei uma lagrima cair.

A alguns momentos que você simplesmente não consegue segurar porque você sente intensamente aquilo que chamamos de amor, de consideração. Eu não conhecia Keila há muito tempo mas tinha amor por ela. Como amiga, como irma. Me apeguei rapidamente aqueles que agora são meus guardiões e não sei o que seria de mim se os perdesse. Creio que seria como uma facada em meu peito e me mataria muito pior do que a morte. Isso é a definição de perda quando se trata de alguém que você ama.

Sorri entre as lagrimas.

—Não faz isso de novo ta bom – disse entre lágrimas.

—Tentarei – rimos.

—--

Após tomar um longo banho e ficar deitada em um encosto que fica na janela. Comecei a reviver todos os acontecimentos desde minha chegada. Fechei os olhos por alguns instantes e tentei ouvir além do ventilador de teto. Tentei ouvir o pingar da água da torneira, das gotas que caiam de folha em folha e após um tempo tentando consegui abrir essa nova porta que achei um máximo. Consegui ouvir e era apenas incrível! Pensei em correr e falar com Keila só que lembrei que ela estava com Klaus e eu não queria atrapalhar o casal. E foi ai que vi que eu me apeguei a eles. Quando o amor é tão belo e sentido por ambos não tem porque deixar ir embora. Tirando eu é claro, qualquer índice de amor por Matt e meu pai não ia perder a chance de realmente arranca-lo dos meus braços. Quando pensei que poderia amar sem fronteiras apareceram coisas que não posso derrubar. É incrível como as vezes parece que nada funciona ao seu favor. É você e você contra o mundo.


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Notas finais do capítulo

continua ainda hoje ;)



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