Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

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Após alguns minutos ele se afastou e pegou meu rosto em suas mãos e encarei aqueles olhos verdes que me faziam vibrar. Ele limpou uma lagrima que descia pelo meu rosto.

—Pensei que nunca mais ia vela Dany, pensei que havia te perdido para sempre – ele encostou sua testa na minha.

—Sinto muito por tudo isso, sinto tanto – peguei seu rosto em minhas mãos e o acariciei – desculpe, por favor me perdoe.

Ele levantou o rosto e tirou suas mãos do meu rosto.

—Não entendo qual o motivo de você ter forjado sua morte, você não ligou para o que eu sentia na época?! – ele se afastou e o meu coração se apertou – o que você pensou?

—É complicado.

—Me explique.

—Não posso, eu juro..

—Pare de mentir Dany! – me calei e me encolhi e ele se recompôs, pois alias os empregados poderiam ouvir – como pode me deixar e deixar seu pai, como pode?

Vi lagrimas surgir em seus olhos.

—Como posso amar alguém que não liga para o que sinto?!

Lagrimas desceram por todo o meu rosto..

—Eu ligo, sempre liguei..

—Mentira! Pare de mentir agora ou eu juro que..

—Que o que?

Seus olhos me olharam furiosos. Ele se afastou até estar próximo da porta.

—Por favor não vai, eu estou implorando.

—Você me deixou ir a muito tempo quando forjou a sua própria morte Dany, você me deixou ir no momento que deixou tudo o que sentir por mim não ser nada, adeus – e ele saiu pela porta.

Corri até a porta e o puxei pelo corredor. Mas com um impulso eu cai no chão e o vi continuar andando pelo corredor e chorei. Eu havia perdido quem mais me amava, alguém que era inocente na historia. Como eu pude ser tão idiota?! Como pude beijar Taylor e não me lembrar dele? Como pude ser tão fria? Senti em mim cada pulsação pedir por mais um abraço ou um beijo. Um beijo. Mal me lembrava de como era e eu queria lembrar. Queria sentir seu amor, sua essência em mim. Como eu queria. Porque?! Porque fui tão fria com tudo em relação ao meus sentimentos. Continuei ali no chão o vendo até seus pés sumirem de vista e então desabei de tanta dor. Me empurrei até o quarto e rapidamente fui ao banheiro. Tirei a roupa e liguei o chuveiro e então deixei que eu e a água fossemos apenas um. Deixei ela me limpar e tentar me purificar. Apos o banho não muito melhor peguei um vestido longo amarelo claro simples e o coloquei. Passei rímel e gloss e sai. Peguei o corredor e desci as escadas. Caminhei até onde eu sabia que podia talvez me sentir a vontade e colocar minha frustração para fora. Andei pelo jardim e pelo labirinto de folhas até chegar a um pequeno lago por de trás do castelo. La eu me aproximei da borda e toquei a água. Olhei a volta e não vi ninguém. Com alguns poucos movimentos fiz com que as poças de água no chão voltasse pro céu. Hoje eu queria um dia nublado. Um dia que significasse o meu coração. Um dia onde não tivesse sol e não tivesse fonte de luz.

Voltei ao castelo um pouco mais tarde e fui em direção a biblioteca. Encontrei alguns soldados no corredor e umas empregadas. Me sentei em um sofá ao lado de uma janela enorme de vidro e olhei a chuva cair pesada sobre o gramado. Alguns soldados e empregadas corriam para pegar algo. Os olhei correr e vi suas vidas passarem que nem um burrão na minha frente. Reparei como tudo era fácil em sua vidas comparando a minha. Por mais que tinham que trabalhar reparei que era apenas isso. Não tinham um inimigo com seu próprio sangue, não tinham. Ouvi meu estomago roncar de fome. Não comia a horas a fio. Mas me contentei em ficar com fome, pois de algum modo com algo eu estava e esse algo estava comigo. Fechei os olhos e deixei ouvir o barulho da água chegar ao chão em um estrondo leve e pequeno. Não ouvi quando a porta se abriu e um soldado entrou de fininho. Algo passou por meu pescoço e me puxou para trás. Cai desajeitada no chão. Segurei a fita que passava pelo meu pescoço me enforcando. Fiquei desesperada e olhei pela janela. Com um impulso chutei o vidro e ele se espatifou em vários cacos. Agora a fita apertava meu pescoço muito mais forte e estava ficando sem tempo e oxigênio. Não consegui pensar direito ou mover as mãos para que a água pudesse me ajudar. Ouvi por trás algum soco e a fita ficou larga em meu pescoço. Tossi engasgada tentando recuperar o folego e vi Matt brigando com um soldado. Olhei em seus olhos ainda tentando recuperar o folego. E com um movimento rápido passei minha mão por fora de onde havia uma janela e senti a água. Em um instante eu estava recuperando ar e no outro eu havia golpeado o rapaz e ele estava no chão inconsciente. Matt me olhou intrigado e tocou meu pescoço.

—Você esta bem?

Assenti e passei a mão por meu pescoço após ele tirar.

—Obrigado.

—Não a de que Princesa, é este meu dever certo? – seus olhos fixaram-se nos meus como laminas – proteger a toda poderosa Princesa – e então ele caminhou até a porta – acho melhor você ir, chamarei alguns soldados para vir busca-lo e arrumar a janela.

Assenti e após ele sair me aproximei do rapaz. Era o mesmo que eu havia visto conversado com Matt a alguns meses atrás. O de olhos negros. Toquei seu pulso e depois o observei, ele não possuía raiz e não tinha índice de ser uma guardião. Meu pai, claro. Sai da biblioteca e o deixei la no chão. Caminhei por alguns corredores e fui em direção a sala de meu pai. Depois recuei pois lembrei que havia algo que eu tinha que fazer antes de desmascara-lo. Corri pela chuva e desci alguns rampas e entrei na floresta. Fiz com que eu não me molhasse e continuei a correr pela floresta. A frente encontrei uma cabana velha de madeira. A cabana que minha mãe descreve no diário. Onde estava a pedra. Entrei naquela cabana escura e suja. Revirei cachas e gavetas e então lembrei de uma frase que ela havia dito. Peguei um machado encostado na porta e comecei arrancar lascas do fundo da cabana. Encontrei uma caixinha de madeira bem detalhada mas quando a abri não havia nada. Frustada comecei a jogar tudo pro alto e quebrar. Chutei as paredes e a porta. Joguei o machado contra uma pintura na parede que caiu no chão espalhando vidro para todos os lados. Arrebentei uma cômoda e um pequeno armário. Depois de ver que não havia mais o que quebrar comecei a gritar de frustração e bater as mãos sobe o assoalho de madeira, foi então que vi que no canto olhos me encaravam curiosos.

—Sai daqui Lucas – gritei.

Ele estava em forma de tigre. Seu pelo era negro como o de Taylor só havia uma diferença os olhos. Os olhos de Lucas eram castanhos e o de Taylor eram de um azul impressionante.

Ele continuou me olhando.

—Sai daqui não ta ouvindo?!

Não sairei.

—Porque não pode simplesmente me deixar em paz? Porque depois de tudo que fez comigo porque não enxerga que não preciso mais de você! Que não o quero mais!

Você sempre diz as coisas pela boca a fora.

Me levantei do chão e cheguei mais perto, me ajoelhei então o encarei firmemente.

—Eu o deixei vir porque você ira ajudar mas não para ficar no meu pé seu idiota! Ou esqueceu que sou sua líder?

De modo algum. Você não me deixa esquecer.

—Pois então saia daqui agora, antes que eu mande você sair de Crystal.

Não irei sair nem se você me expulsar.

—AAAAAAA- gritei revoltada- você não pode simplesmente me dar espaço!

Não posso.

—AAAAAAA!!!!! Droga! – me levantei e chutei os pedaços de cômoda já despedaçados no chão e quando me virei Lucas estava em sua forma humana e segurava algo na mão – o que...?

Ele se aproximou e colocou em minha mão uma pedra. Ela era redonda e era vermelha.

—Onde estava?

—Aqui – ele me rodeou e pegou uma caixa – estava aqui então eu vim e peguei para você, iria te entregar mais tarde.

O olhei meio incrédula e guardei a pedra no bolso sentindo seu poder ser emanado.

—Ok obrigado eu acho.

Ele chutou uma cômoda já despedaça.

—Você também acha que não preciso de espaço Princesa!

Desviei os olhos e fui deixando ele falar sozinho quando sua mão agarrou meu braço.

—Estou falando com você Daniele pois eu a ouvi e agora quero me ouça – encarei aqueles olhos castanhos.

—OK.

—Tive que desistir de muita coisa e você sabe disso, sei que errei quando tirei de você o que nunca tive o direito de tirar mas isso me sufocou, isso me aprisionou Princesa. Pois creio que sabe que toda a minha família morreu e apenas eu estou vivo e vi todos morrerem talvez porque uma maldita bruxa tenha visto que eu estava destinado a cuidar de você! Você sempre pensando em apenas, você já reparou como é egoísta?! Como nunca tentou ver meu lado, eu estou vivo por sua causa vi todos que amei serem mortos e você não liga, você sempre acha estou por perto por que quero, mas na verdade queria estar longe mas não posso porque eu tenha que estar aqui! Porque a amo de tal modo que só faço besteira pois eu nunca amei alguém como eu a amo e sabe como doí vê-la chorar por outro ? Saber que seu coração chora por outro homem, você imagina isso?! – ele se aproximou e vi seus olhos castanhos surgirem pequenas faíscas e então em sua mão surgiu uma bola pequena de fogo e depois a fez sumir – eu sou fogo e você é água. Como você pode me apegar posso te acender. Como podemos usar isso contra um o outro podemos usar isso ao nosso favor – ele tocou o meu rosto e eu não pude olha-lo então abaixei a cabeça – não aguento vê-la tão magoada...eu irei me afastar e aparecer apenas quando for necessário apenas quando precisar ou me chamar não irei atrapalha-la com ele ou mexer nas suas coisas incluindo suas memorias ou escolhas, eu a deixo livre – e levemente senti algo quente percorrer meu braço então vi a raiz se mexer e voltar ao meu pulso como um ponto – vou te dar o espaço que precisa – e então num piscar de olhos suas mãos não apoiavam o meu rosto e o seu cheiro como seu poder haviam sumido. Estava apenas eu ali parada em uma cabana velha e quebrada sozinha. E me perguntei se não fiz o errado novamente.


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Notas finais do capítulo

e então reflexos vocês são team Lucas ou Matt?
cont.



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