Hope levantara bruscamente do sofá, estava com raiva, ouviu tudo em silêncio, mas agora era a hora dela de falar.

–Sabe o que eu acho Rebekah? Que isso tudo é culpa sua, sabe por que? Porque a pequena, e ingênua Hope, não poderia conviver com a verdade, eu não sabia que se eu matasse aquela mulher isso iria acontecer Rebekah, mas o fiz.- Falou Hope gritando, e batendo a caneca na bancada que dividia a sala da cozinha, espalhando o café por toda a superfície- Mas certamente poderia ter evitado se você tivesse abrido a droga dessa tua boca na hora certa. Eu sei que aguentarei, mas isso poderia não acontecer, e esta acontecendo por culpa sua- Falou apontando para a tia, que estava escorada na parede esperando o surto de raiva de Hope terminar- O que você acha? que sou de ferro? não é por que sou forte e suporto as piores coisas em silêncio que não tenho um maldito coração. E sabe de uma, me deixe em paz por que vou subir para o meu quarto, e não Rebekah eu não quero mais conversar, eu não quero mais nada, eu quero ficar em paz pelo menos uma vez.

Rebekah estava parada observando o comportamento da sobrinha, pensando, analisando a situação, sabia que errara em não contar a verdade para Hope, poderia ter evitado tudo isso, mas não tinha mais volta, acontecera e pronto.

Hope já estava no quarto, e trancara a porta, para que Rebekah não entrasse, sabendo que seria em vão, por que se sua tia quisesse derrubar a porta não seria nada difícil, apenas com um toque a porta cairia.

Hope se escorou na porta e deslizou até se sentar no chão, queria pelo menos um pouco de paz, não era de chorar, mas permitiu-se ao menos ficar de olhos marejados, mas logo passou as costas da mão no rosto, não era do feitio de Hope chorar, nem transparecer ser fraca. Teve a vontade de tomar banho então andou até o armário e pegou uma roupa que jogou em cima da cama, depois caminhou vagarosamente até o banheiro e olhou-se no espelho alguns segundos, depois tirou as roupas e as colocou no cesto e entrou de d' água, onde lavou todo o sangue que grudava seus cabelos no pescoço.

Ela ligara o chuveiro e entrara em baixo d' água, e como sempre esqueceu do mundo e ficou ali sentindo a água colidir com a sua pele, aquilo a fazia se sentir bem, quando acabara, se secou e enrolou-se na toalha e foi se vestir. Ela tinha escolhido um moletom preto escrito "Normal People Scare Me", um short Jeans preto desfiado, um vans cinza com estrelas, e de acessórios usou um corrente com um pingente de cruz, um brinco em forma de bola meio que azul escuro, e três pulseiras uma em forma de infinito, um de caveira e outra simplesinha preta (Look da Hope)

Ela desceu as escadas e viu a tia limpando o café que ela sujara mais cedo durante a 'conversa'.

– Mary vem na segunda-feira, se eu fosse você não limpava- Disse Hope, pegando uma bolsa de sangue e colocando seu conteúdo em uma xícara, fazia tudo despreocupada, como se nada tivesse acontecido nem estivesse preste a acontecer.

–Não lhe darei resposta Hope, não estou com muita animação para seus comentários- Retrucou Rebekah

Hope subira para seu quarto e Rebekah nada disse;

–-------------------------

– Faça isso parar- Gritou Hope com o som de mais um estralo de ossos quebrando.

Ela estava acorrentada em um lugar depois do porão da casa, onde Hope nunca fora, e nem sabia que existia, mas Rebekah já sabia que isso mais cedo ou mais tarde aconteceria e então precisaria de um lugar para a transformação da sobrinha, então antes mesmo de comprar a casa já resolvera as instalações do local secreto.

–Eu não posso Hope, eu não posso- Falava Rebekah com lágrimas escorrendo pelas suas bochechas, mesmo com tudo não gostava de ver Hope sentir dor.

Hope estava usando uma blusa preta simples de alcinha, e um short cinza surrado, estava descalça e seu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo, que já se encontrava bagunçado. (Look Da Hope)

Hope dera um grito ensurdecedor, quando os ossos de sua perna deram um estralo brusco, era como se seu corpo estivesse tendo vida própria, seu braços moviam-se rápidos virando para o lado contrario, se quebrando sem piedade.

Então tudo parara, o silêncio voltou ao local, Rebekah aproximara-se de Hope com uma garrafa de mata-lobos e despejou o liquido na boca da sobrinha, Hope cuspira o liquido a água, sua boca foi queimada, mas se curaria de qualquer forma e isso apenas uma forma de enfraquece-la.

Hope abaixara a cabeça, parecia morta, mas de novo a levantara, e seus olhos brilhavam um amarelo fogo, e as presas eram tão brancas quanto neve, e começou a transformação, Rebekah sabia que se Hope a mordesse nada aconteceria já que era um original, mas decidiu não ver a transformação, em vez disso foi segurar a porta para que Hope não pudesse arromba-la, não é típico um lobisomem nas ruas de Los Angeles.

E em pouco tempo Hope conseguira quebrar as correntes, e na forma lobo, tentava abrir a porta que Rebekah fechara e segurava para que não abrisse. As garras arranhavam a superfície fazendo um barulho enjoativo e alto. E meia noite em ponto Rebekah ouvira. Pronto Hope, agora era oficialmente uma híbrida, ela completara a transformação.

Rebekah ouvira o uivar do lobo.