O Terno de Piltover Contra: Jinx escrita por Marie


Capítulo 22
Capítulo 22 - O Último


Notas iniciais do capítulo

Que longa jornada hein? Eu espero que tenham gostado da história. E ainda peço desculpas da minha atitude, eu deveria ser mais responsável.... mas agora não tem porque eu ficar me remoendo. o que foi, foi.

Espero que gostem do final.



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Ekko levou Jinx o mais rápido que pode para o galpão, ou o que restou dele, colocou-a no chão esperando ela se recompor, a menina respirava desesperada como se estivesse com medo de todo o ar da Runeterra acabasse pra sempre, algumas vertigens iam e vinham e depois de um tempo Jinx já estava aparentemente bem.

— Jinx, você está bem?

— Por que me tirou de lá, Ekko?

— Essa é sua resposta pra minha pergunta? Eu te salvei Jinx, você ia morrer lá! – o menino, que estava parado esperando uma resposta como "estou bem, obrigada por ter me salvado" começou a andar em círculos incrédulo.

— Tava tudo sob controle, Ekko.

— Não! não 'tava', nunca esteve, desde o dia que você chegou aqui!– o menino para por um instante para se recompor e Jinx deu um longo suspiro tentando formular uma resposta enquanto se levantava - A gente tem que ir pra Zaum, vamos! Desarme esses mísseis e aí a gente vai, ok?

— Ekko, eu entendo que você quer me proteger e tudo mais, só que eu consigo cuidar de mim mesma sozinha, e eu não vou voltar, isso já é certo.

— Jinx, você não está entendendo – Ekko fica um pouco impaciente segurando os braços de Jinx e olhando fixamente para os olhos da garota – você tem que voltar pra Zaum.

— Voltar? Eu não vou voltar – ela se solta de Ekko e continua encarando o menino – eu estou perto de explodir Piltover e você quer que eu volte com você?

— Eu sei que esse provavelmente é seu maior sonho, mas a gente precisa voltar!

— Você está sendo muito egoísta Ekko, por que ficar numa cidade caída igual Zaum se eu posso explodir Piltover e refazê-la como um grande carrossel? Eu não entendo você, achei que gostasse de mim.

— E eu gosto, e é por isso que quero que você volte comigo!

— Eu não vou voltar! – Jinx fala com um tom de voz acima do normal.

— Você morre no fim, Jinx! – Ekko retruca o grito.

— O quê? – Jinx balbucia a pergunta e da um passo para trás preocupada.

— Eu não queria que você soubesse disso, mas eu vim do futuro pra tentar fazer você mudar de ideia, mas parece que a nova Jinx, a Jinx esperta não é tão fácil de ser convencida.

— Por que você fez isso?

— Porque você morreu por minha causa, eu não consegui te salvar – diz Ekko com a mão na nuca um pouco acanhado – além disso você é importante pra mim.

— Ekko, quantas vezes você voltou no tempo?

— Várias e várias vezes – disse o menino cabisbaixo – sempre você se encontra em perigo. Já levou um tiro queima roupa de Caitlyn, já morreu no hospício por overdose, já teve a cabeça amassada igual melancia pela Vi. Você consegue entender agora como os Tiras tem outro envelope pardo igual o seu? Você já fez isso, várias vezes, algumas dessas vezes deve ter escondido o invelope e você não lembrava mais...

— Mas adivinha só – Jinx o interrompe e esboça um sorriso um tanto quanto sinistro seguido de uma pequena gargalhada – você me deu uma ótima idéia, docinho – Jinx puxa Ekko para perto de si – dessa vez pode ter certeza que você irá me ajudar e eu não vou morrer, porque sou eu que vou voltar no tempo!

Jinx arranca o relógio e todo o aparato que faz o revo-z funcionar de Ekko e empurra o garoto com toda a sua força fazendo com que ele caia no chão, ela coloca o relógio em seu pulso e a ampulheta em sua cintura.

— Jinx não faça isso! – diz Ekko levantando o mais rápido possível.

— Tarde de mais, Ekko – Jinx roda o dispositivo do relógio mantendo o sorriso sinistro e faz sua matéria ter alguns espasmos como se fosse sumir a qualquer momento.

— Até mais Ekko, vejo você no outro futuro, num futuro onde eu é quem ganho!

— Não! – Ekko sai correndo em direção à Jinx e pula para cima dela para agarrar-lhe a cintura, mas já era tarde de mais, Jinx havia sumido.

Ela estava a poucos metros do hotel onde tudo havia começado, estava segurando Pow-Pow em uma mão e na outra o envelope pardo, havia uma pessoa fugindo, um homem bem vestido e pomposo, não era muito alto e Jinx sabia exatamente quem era.

— Você vai me dar um pequeno trabalho no futuro, é melhor eu acabar com você agora! – Jinx engatilha Pow-Pow e atira várias vezes no dono do prédio.

Atrás do corpo do homem que estava caindo ensanguentado estava o hotel em chamas, pessoas fugindo, muita gritaria e sangue, barulho de objetos caindo; Jinx se aproximou lentamente do hotel, entrou pela porta da frente, o hall estava um caos, moveis rasgados, outros queimados, manchas de sangue pelo carpete e paredes e bem no centro da sala havia um corpo no chão coberto pela madeira das vigas do teto, dava pra ver que na cabeça da pessoa desacordada havia sido atingida por alguma coisa e estava com um ferimento enorme. Jinx tentava tirar as vigas de cima da pessoa, mas vestida com o aparato de Ekko era difícil se movimentar, nesse momento se perguntou como o menino conseguia ser ágil com aquilo nas coisas; tirou o aparato e o relógio, para se precisar futuramente voltar para o futuro não estivesse nada quebrado, e logo empurrou as vigas, não eram muitas e não estavam inteiras, estavam queimadas e até fáceis de serem movidas.

O medo de Jinx veio depois que conseguiu tirar o corpo do hotel, que estava precário em luz, e ver de quem se tratava. A pessoa estava bem ferida e com muito sangue, mas mesmo assim conseguiria saber de longe quem era, era fácil reconhecer a si mesma. Deu um longo suspiro desapontado e se perguntou onde estaria Vi essa hora, não era ela que deveria ter sido sua heroína ou coisa assim? Uma hora dessas Jinx sabia que Vi não iria vir; tinha matado uma pessoa no passado, tinha mudado a linha do tempo. Como pode ter sito tão burra?

A pessoa, ou melhor, a Jinx que estava machucada e manchada de sangue acorda tremendo e sentindo muita dor.

— Que estranho, eu fui pro céu? Tem vários eus no céu?!

— Jinx! – a do futuro reage assustada e a segura com mais força – aguente firme! Você não pode morrer!

— Caramba, você é igualzinha a mim!

— É porque eu sou você do futuro, sua idiota.

— Hehe, você se chamou de idiota então, idiota! – mesmo sentindo muita dor, e com o corpo todo tremulo e sem forças, Jinx ainda tinha como rir de alguma coisa, e estava com um sorriso no rosto.

— Para com isso Jinx, para de sorrir, você está morrendo! – havia algumas lágrimas depositadas embaixo do olho da que veio do futuro.

— Claro que não, se você é do futuro então eu vou viver, até eu que não sou tão esperta sei disso – as palavras saiam fracas e com dificuldade.

— Como eu gostaria que isso fosse verdade, Jinx – as lagrimas que Jinx tentava controlar para não riscar seu rosto caíram – eu vim do futuro para fazer você fazer tudo certo, mas parece que já estava tudo certo, eu queria destruir Piltolver, você também, eu sei disso. E se eu viesse aqui e te desse um manual de como fazer isso, um envelope com todas as coisas importantes de lá seria mais fácil e rápido – Jinx do futuro agora estava chorando, soluçando.

— Jinx... – a do passado tremia e olhava fixamente para si mesma – quem está morrendo sou eu, não você... você ainda pode fazer tudo isso por nós.

— Não, não posso, você é a do passado, se você morrer, eu morro também!

— Isso é um problema...

— É.

— Mas eu nunca quis dominar Piltover, Jinx do Futuro, era explodir por diversão, só isso. Dominar é coisa de gente esperta – estava sorrindo, aqueles momentos finais não significavam nada pra ela, afinal ela estava vendo ela mesma e um prédio pegando fogo, qual seria o melhor cenário se não esse?

— Explodir por diversão, huh?! – a do futuro sorriu – eu havia me esquecido disso... Jinx... eu...

Mas a outra já não estava mais lá, não de alma, seus olhos sem vida estavam fixados olhando para o prédio pegando fogo, ainda mantinha o sorriso. A Jinx esperta, então, deixou seu passado descansando ali, levantou-se, sabia que restava menos de minutos até que ela se deteriorasse, como se nunca tivesse existido.

— Explodir por diversão, certo Jinx? O que você acha disso Pow-Pow?

— "Eu não sei, Jinx, você não acredita de verdade que eu falo, só estava fazendo isso para fazer uma homenagem pra si mesma do passado!"

— Arma idiota! – disse a menina batendo em sua arma – bem, Pow-Pow, vamos explodir legal só mais uma vez então, a última vez!

Jinx pega uma granada rosa do corpo morto deitado no chão e retira o pino com a boca, o cospe para longe e solta o objeto que fica entre ela e o corpo no chão. Ela fecha os olhos, mordia com muita força os dentes e sentia suas pernas tremerem, até que certa hora ela parou de sentir os pés, estava concentrada demais para abrir os olhos e olhar o que estava acontecendo, a dormência passava entre os pés e ia para os joelhos agora; se Jinx tivesse coragem de olhar veria que estava desaparecendo com o vendo, depois dos joelhos foram-se toda as duas pernas, quadril e cintura, mãos, braços e ombros, até que Jinx não existia mais, a Jinx do futuro nunca havia existido, o trio de Piltover nunca saberia que o seria Jinx.

Demorou alguns segundos e a granada explodiu, o corpo de Jinx que estava no chão fora dilacerado; ainda tinha sobrado os braços em algum canto no perímetro do hotel, e talvez alguma parte dos miolos e entranhas, e agora no chão havia uma grande mancha de sangue pintada na terra como se fosse arte abstrata e fuligem de papel queimado caindo como se fosse chuva.

Ekko corria o mais rápido que podia com os olhos cheios de lágrimas, esbarrava em várias pessoas pelo caminha e não estava enxergando direito pois os olhos estava embaçados das lágrimas, ele as limpou com a manga da blusa sem parar de correr até chegar na delegacia onde Vi estava deitada no sofá de visitas fazendo palavra cruzada, Jace assoprava o copo de café em suas mãos sem preocupação nenhuma e Caitlyn organizava as pilhas de papeis na mesa do computador. A porta se abre o sino toca:

— Gente, eu sei que eu to encrencado, mas a Jinx fugiu e está em grande perigo, eu sei que ela destruiu a cidade, mas... – Ekko não conseguiu terminar a frase, era como se tivesse um nó em sua garganta, era todo o choro que estava segurando e agora não conseguia mais se conter, estava chorando.

— Do que você está falando garoto? – perguntou Jayce encarando o menino na porta.

— Da Jinx, ela acabou de lançar mísseis pela cidade, vocês não escutaram os barulhos?

— Garoto, não tem ninguém atacando a cidade. – disse Caitlyn se levantando da cadeira e indo em direção ao Ekko – mas pode se sentar aqui e respirar.

Encaminhou Ekko até o sofá que Vi estava deitada, Caitlyn puxou os pés da colega para o chão, com um resmungo Vi levantou-se com os braços cruzados, Ekko sentou.

— Vi, vai pegar um copo d'água – Vi encarou o menino por alguns instantes antes de ir, aquele rosto era familiar para ela, mas não lembrava de onde - você disse que alguém fugiu e está em perigo?

— Sim, não... quer dizer... – Ekko estava atordoado, como Caitlyn não conseguia lembrar de Jinx? Por que não estavam socorrendo as pessoas feridas na cidade? Por que não tinha ninguém gritando depois daquele bombardeio? – espera, Caitlyn, você não lembra de ninguém chamado Jinx?

— Me desculpe, mas eu nunca escutei esse nome na minha vida – disse Caitlyn oferecendo o copo de água que Vi acabara de trazer.

— Vi, você nunca foi num hotel salvar uma garota?

— Que papo é esse? Pff... sair salvando garotas por aí – tentou não olhar para Caitlyn essa hora, mas a xerife estava com um olhar ciumento que pesava os ombros de Vi.

— Mas então, se vocês não lembram de nada quer dizer que... – sussurrava para si mesmo, o menino, se não estivesse sentado cairia, sentiu-se fraco, e estava lutando para não chorar de novo na frente do trio como quando chegou na delegacia – essa não...

— Podemos ajudar você de alguma forma, menino? – peguntou Caitlyn.

— Por que parece que eu conheço você? Qual é seu nome, garoto? – Vi perguntou quase por cima da fala de Caitlyn.

Ekko não podia falar seu nome, se falasse Vi se lembraria que ele era de Zaum e começariam a discutir ali mesmo, mas a verdade é que não conseguia falar nada naquele momento, estava com o olhar fundo, atordoado, não estava olhando nada em especifico, só estava pensando, processando o que havia acabado de acontecer. Puxou o ar com velocidade e depois soltou devagar; Jinx tinha morrido, e ele não poderia mais salvá-la, nunca mais.

— É tudo minha culpa – lamentou o menino, estava com a cabeça apoiada nas mãos.

— Tome um pouco de água, pode ajudar – acinda oferecendo o copo, Caitlyn apoiava a mão no ombro de Ekko para confortá-lo.

— Não, não pode! Água não vai ajudar, nem vocês, nem ninguém! – Ekko levantou em um único movimento quase fazendo Caitlyn deixar o copo cair no chão – eu sinto muito ter incomodado vocês... eu sinto muito mesmo.

— Ei, garoto – uma voz grossa fez Ekko para o movimento de girar a maçaneta – se ela fugiu é porque ela quis fugir, não foi culpa sua... talvez uma parte, mas ela sabia o que estava fazendo...não sei o que houve, mas há certas coisas que não tem como arrumar, mesmo tentando várias e várias vezes.

O menino não disse nada, não reagiu de forma alguma, só se virou novamente e terminou de girar a maçaneta, o sino da porta tocou e o Ekko saiu, colocou as mãos nos bolsos e começou a andar pela cidade, que estava intacta, sem buracos nos edifícios, sem explosões, sem fogo, ali só tinha a vida pacata, porém agitada, da cidade-estado de Piltover.

Depois de muito refletir tudo que houvera feito e pensar nas palavras de Jayce, Ekko lembrou do começo de tudo: o Hotel. Se Vi não foi salvar Jinx o que será que aconteceu com aquele Hotel? Andou por horas até chegar na localização das ruínas do prédio,chegando lá percebeu que não tinha sangue nenhum de Jinx, o prédio estava destruído, é verdade, mas não tinha resquícios de assassinado, chacina, era só um prédio velho caindo aos pedaços tomado pelo tempo. O Revo-Z estava lá, como se Jinx tivesse deixado ali esperando que Ekko realmente o encontrasse, mas não sentia que Jinx tivesse deixado um recado como: "obrigada" ou "desculpe", o aparato só estava lá esperando seu verdadeiro dono. A única coisa que fez Ekko se recompor, e talvez reconfortá-lo (apesar de não saber exatamente o porquê) fora uma estrela cadente que riscava o céu ainda azul.


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria muito que comentassem, e que me dissessem o que acharam. Eu adorei fazer parte de uma grande família que criei ao escrever essa fic. Adorei a interação de vocês, foi muito prazeroso esse tempo que tivemos.
E sinto muito, mais uma vez...

Bom... até a próxima!



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