A boate era 30 minutos de casa , fomos conversando, cantando, rindo, e logo chegamos.

Tiago e Artur estavam na porta esperando por nós, Tiago tinha conseguido convites vip’s pra nós. Leo estacionou o carro e descemos, fomos nos aproximando e confesso que fiquei um pouco decepcionada por não ver o Pedro lá, porem não deixei parecer. Comprimentei os dois e o Leo fez o mesmo, Tiago não desviou o olhar de mim.

– Nossa Carol, você ta linda! – disse sorrindo

– Obrigada Tiago – agradeci sem graça

– Vamos entrar então? – disse o Tiago animado

– Pera ai cara, a gente tem que esperar o Pedro

Nesse momento sinto meu coração perder o ritmo, sinto que fiquei vermelha e não entendo porque, ele viria, eu iria ve-lo, despertei dos meus pensamentos com a voz do Leo.

– Onde ele ta?

– Ali conversando com aquela garota. – respondeu Artur olhando em direção a um casal conversando, nesse momento sinto como se levasse um tapa na cara e uma pontada de tristeza, olhei pra ele e ele estava conversando animadamente com uma menina morena de cabelos cacheados e pernas finas, bonita por sinal. Não sei quando tempo fiquei encarado os dois, até que eles se despedem com um caloroso abraço e um beijo no rosto e o Pedro caminha em nossa direção, seus olhos cruzam com os meus e sinto me olhar dos pés a cabeça mais eu desvio o olhar, não consigo olhá-lo nos olhos por muito tempo. Ele chega até nós e comprimenta todos, eu apenas sorrio, estou sem reação. Entramos na boate e fomos sentar em uma mesa, a boate já estava cheia e já tinha várias pessoas dançando. Encontrei com duas meninas da faculdade e fui pra pista dançar com elas, não aguentava mais ficar olhando pro Pedro. Ficamos dançando e bebendo até que sinto uma mão envolver minha cintura, me viro rapidamente e encontro Tiago sorrindo pra mim, ele estava com Artur e o Leo, mais onde estava o Pedro? -Droga! Porque eu penso nele?– Sorri sem graça pro Tiago e ele me arrastou pra me afastar um pouco das pessoas.

– Carol, preciso te falar uma coisa. – disse sorrindo malicioso

– Fala Tiago

– Eu estou muito afim de você, fica comigo? – disse beijando meu pescoço. Consegui empurrar ele pra se afastar de mim

– Tiago olha só, acho melhor sermos só amigos ta? – sorri e sai indo em direção ao banheiro antes que ele reagisse.

Entrei no banheiro e retoquei meu batom, estava saindo quando vejo uma menina de costas pra mim, em um impulso vira e derruba sua bebida em mim. Bufo de raiva

– Não olha por onde anda não garota? – disse com raiva

– Opa querida, eu não vi você ai – disse como se eu fosse um nada. Meu sangue fervia

– Olha o que fez comigo sua idiota! – disse mostrando meu vestido agora todo molhado

– Sorry –vou matar ela– Eu compro outro, dinheiro não é meu problema. – debochou

Quando me preparei pra voar no pescoço dela sinto uma mão me segurando pela cintura.

– Calma, foi um acidente – sussurrou no meu ouvido. Me virei pra encarar a pessoa e sinto minhas pernas pesarem o triplo quando encaro aquele olhar..

– O que você ta fazendo Pedro? Porque... – Não terminei de falar, estava obvio, ele estava com essa garota, sinto mais raiva ainda, meus olhos estão úmidos, não vou chorar. Tirei suas mãos e de mim e sai correndo deixando os dois me olhando sem entender. Eu queria ir embora, queria sumir, sai pra procurar o Leo pra avisar que estava indo embora, depois de algum tempo avistei ele com uma das meninas da faculdade que eu estava, a Laura, me aproximei deles.

– Leo? Leo? – disse um pouco alto por causa da música

– Oi Carol o que... – ele não terminou, seus olhos foram pro meu vestido manchado. – O que foi isso?

– Depois te explico, estou indo embora ok? – disse dando de ombros

– Vamos eu te levo. – pegou na mão da Laura pronto pra sair

– Não – o impedi – Eu vou com uma colega da faculdade – menti

– Sério? Posso te levar – me olhou desconfiado

– Sério, amanhã te ligo. Beijos – disse dando um beijo nos dois e sai antes que ele falasse mais alguma coisa.

Sai de lá o mais rápido que pude, queria ir pra minha casa logo, já estava fora da boate decidi ligar pra algum taxi, não podia ir pra casa sozinha, abri minha bolsa procurando o celular quando ouço uma voz familiar.

– Eu vou te levar pra casa Caroline

Me virei pra encarar mais uma vez aqueles olhos escuros, eu me perdia neles até cai em si.

– Obrigada, mais eu posso ir de taxi – disse saindo de perto dele

– Para com isso, eu vou levar você e está decidido. – disse segurando meu braço

– Não precisa, já disse! – disse ríspida tirando seu braço de mim – Pode voltar lá pra aquela sua namoradinha chata!– gritei

– Que namoradinha? Pirou? – disse rindo de mim – Ela é irmã de um amigo meu, realmente é chata

– Idiota, não quero saber. Me deixa em paz – não o olhei, e ele se afastou, senti uma tristeza, não sabia que ele ia mesmo, droga, sou uma idiota. Fiquei me xingando mentalmente até ver um carro preto se aproximar, o vidro desceu e pude ver quem dirigia, e ele estava ali, outra vez.

– Entra nesse carro agora – disse sério

– Não Pedro, eu não... – não terminei a frase

– Agora! – me olhou sério . Eu desisti de brigar e fiz o que ele pediu, me sentei e coloquei os cintos, fiquei olhando pela janela o caminho todo evitando contato visual com ele, sabia que seu olhar ia me desarmar e eu estava com raiva, não sei porque, mais alguma coisa me irritava, será ciúmes? Não, não pode ser. Acabei dormindo no caminho e só acordei quando senti as mãos do Pedro acariciando meu rosto, me assustei e olhei pra ele, notei que já estava na porta de casa.

– Como sabe onde eu moro? – Perguntei confusa

– Não sei se você se lembra mais nossas mães se conhecem . – sorriu

– Ah é verdade – sorri sem graça – Obrigada por me trazer

Tirei os cintos, olhei pra ele uma ultima vez e desci do carro, fui até o portão e antes mesmo de chegar, ele se aproxima de mim, segura minha mão e eu estremeço com seu toque.

– Espera Carol – disse num sussurro me olhando nos olhos

– O-oi – gaguejei

– Eu preciso fazer uma coisa que eu quero desde quando te vi de novo, naquele dia na academia, desde aquele dia eu não paro de pensar em você. – disse se aproximando, eu fui andando pra trás, meu coração acelerando, meu corpo não me obedecia, senti minhas costas baterem eu algo firme, a parede, eu estava sem saída, ele foi se aproximando mais, tirou uma mecha do meu cabelo que caia no meu rosto, encostou sua testa na minha vida, eu não conseguia respirar, meu estômago se contorcia, eu encarava aqueles olhos, eu me perdia neles, até que em um impulso eu fecho os olhos, apenas sentido sua respiração se misturar com a minha, perdi todos os sentidos, eu não tinha forças pra retrucar, eu estava entregue. Ele acabou com o espaço entre nossas bocas, ele selou nossos lábios e pediu passagem com a língua, eu cedi, meu corpo sentia os efeitos desse beijo, o beijo dele era calmo, seus lábios macios, acho que era o melhor beijo da minha vida, ele me apertava na cintura e minhas mãos subiram pra sua nuca, não sei por quanto tempo ficamos assim, mais tivemos que nos separar quando o ar se fez necessário, ele terminou o beijo com selinhos e me encarou, eu abri os olhos lentamente ainda sentindo as sensações que ele me proporcionava, eu não conseguia dizer nada, eu nunca havia sentido essas borboletas no estômago que sinto agora.