–Almoço – Gritou a senhora Weasley com uma bandeja a frente dela cheias de sanduíche nos interrompendo.

–Quer que eu pegue para você? – Ele perguntou ainda atordoado e eu apenas assenti. – Aqui – Ele voltou logo depois trazendo também suco de abóbora e se sentou a minha frente.

–Obrigada – Sorri sincera e ele só me deu uma piscadela safada.

–Não vai achando que vai ser tão fácil me agradecer – Ele riu e estreitei os olhos.

–É? – Fui um pouco cética e o vi assentir – O que você tem em mente? – Perguntei passando a língua no lábio superior.

–Várias coisas – Se aproximou levemente e o imitei, que mal tem? Aprontar só mais uma...

–Ah é? E quais seriam? – Perguntei quase colando nossas bocas até que uma coruja passou pela soleira e depositou uma carta delicadamente no meu colo, quando a vi não pude não reconhecer-la, era Aydee a coruja de vovó, toda branca com manchas marrons e olhos negros.

“Mon bijou en or(Minha joia de ouro),

Já sinto sua falta, aliás, todos sentem, mas se ai está sua felicidade o que eu hei de fazer? Bem soube que o menino Potter tem uma audiência no ministério e por sorte nesse dia estarei lá, assim lhe comunico e peço que vá junto dele e do senhor Weasley, lhe encontro no Átrio, quando for usar a entrada de visitantes. Arthur dirá que estará lhe escoltando para uma reunião no sétimo nível. Sim, e veremos Viktor lá, então trate de ir bem bonita, seja para esfregar na cara dele o que perdeu, seja para causar boa impressão para um futuro retorno.

Achei muito educado da parte da família dele nos convidar para essa visita que estarão fazendo a seleção Irlandesa, estará ele e toda sua família, então mocinha se comporte ok? Não é por que não são mais noivos que não podem ser mais amigos, sabe que a mãe dele é uma querida amiga, enfim acho que é só isso.

Je t’aime(te amo),

Grandmère”

–Fantastique(Fantástico) – Respondi acariciando Aydee – Espere que já escreverei a resposta – Conjurei pena e pergaminho.

“Ma puce(minha pulga),

Bem fazer o que né? O que não me pede sorrindo que não faço chorando? Enfim, sinto falta de vocês também, apesar de estar muito feliz aqui. Espero que seja breve o encontro com Viktor, afinal de contas ainda quero matá-lo de todas as formas possíveis! Dá até vontade de usar uma maldição imperdoável nele! Ai como dá! Acho que só tinha isso para dizer!

Je t’aime!!!!!!!!

Nikki Alaíde.”

–Alaíde? –Perguntou Fred olhando por cima do ombro.

–Sim, meu nome é Nikkita Alaíde McKinnon Black – Dei de ombros – Apesar do meu avô ser inglês minha vó é francesa e fez questão que minha mãe colocasse pelo menos um nome com essa origem, já que vovô impôs que a filha se chamaria Marlene – Ri lembrando da minha velha de cabelos brancos.

– O que significa? – Ele perguntou curioso

– Nikkita significa: Vencedora, vitória e Alaíde significa de nobre linhagem. – Falei orgulhosa do nome que ostentava.

–Legal senhorita Vencedora de nobre linhagem – Fez piada e me dignei a rolar os olhos.

Naquela tarde recebi um breve bilhete de Viktor: “Só para lembrar que te amo minha princesa, nos veremos logo” isso foi suficiente para me irritar, mas o pior foi ele mandar a coruja não sair do meu lado até eu responder, ou seja, eu tentava jantar e a criatura estava empoleirada no meu ombro e ocasionalmente puxava meu cabelo.

–Ai que porra! – Gritei em um bom e fluente inglês, mas me lembrei que não estava na França e que ali todos me entendiam e me olhavam repreensivamente – Nem adianta – Comecei irritada – Eu mato o trasgo que fez o favor de mandar a coruja insistir na resposta! Se eu não quero falar por que o troll tem que me obrigar? Depois que lava uma Cruciatus não sabe por que e ainda reclama. – Resmunguei pela segunda vez no dia conjurando pena e pergaminho

“Krum, sinto lhe informar, mas endereçou errado, apesar de eu estar na mesma casa que Hermione, não sou ela! Tô muito brava com você, ou seja, NÃO VEM QUE NÃO TEM CARALHO!!! Agora larga do meu pé chulé!”

Rabisquei tão furiosa que quase rasgou o papel, além de fazer isso com uma cara assassina, se tinha uma coisa que me deixava muito puta da vida, era a insistência do Viktor, antes eu admirava e nossa até me orgulhava, sem contar que sempre levava a altas noites de sexo. E olha ele sabia insistir nisso, não me leve a mal, mas no dia seguinte não me arrependia não...

–Depois dessa, perdi o apetite, boa noite – Levantei mal humorada e me encaminhei até o quarto. Quando já estava na escada senti alguém puxar meu braço e vi Fred com um cachecol vermelho e dourado.

–A mesma cor da minha antiga casa – Falei sorrindo.

–Quem sabe não é um sinal para você cair na Grifinória? – Ele perguntou sorrindo e me inclinei, afinal ele estava no degrau de baixo, ainda sim era ainda um pouco maior do que eu.

–Quem sabe não é um sinal para eu ficar junto de você? – Perguntei dando uma mordida na linha da mandíbula.

–Não precisamos de sinais – Ele me puxou para junto dele. – Desde a primeira vez que te vi, eu me apaixonei, loira, morena, cabelo liso ou cacheado... Para mim Nikkita, você é maravilhosa de qualquer jeito – Eu o olhei surpresa. – Você realmente achou que eu não iria lembrar da louca que trombou comigo só de pijaminha fugindo da copa de quadribol com cara de assassina? Você é inesquecível... – Aposto que havia mais a ser dito, mas no momento tive de interromper.

–Cala a boca e me beija – Aproximei-me mais ainda.

–Não diga duas vezes – Senti os lábios dele de encontro aos meus novamente e aquela sensação, me tirava do sério, fazia muito tempo que eu não me sentia tão em paz, se isso fosse possível com aquele nível de pegação, sem contar na corrente elétrica que percorria meu corpo.

–Errrr, será que dá para liberar a escada? – Perguntou Potter com toda educação do mundo.

–Claro, eu já estava subindo de qualquer modo – Separei-me de Fred e deixei-o com cara de palhaço, plantado lá.