─ Tem uma falha enorme nesse plano. ─ Matt suspirou.

─ É eu sei. ─ Sean retrucou frustrado. ─ Temos apenas dois guardiões, precisaríamos dos quatro e então eles poderiam chamar o...

Um barulho o interrompeu. Parecia um rosnado...

─ Não fui eu. ─ Laxus se defendeu, quando Matt olhou para ele questionando.

─ Nem eu. ─ Disse Medusa, que estava falando inglês normal graças um feitiço que Sean fez. Sean tinha a convocado logo depois que Matt chamou Laxus. Medusa se encolheu para uma cobra nem tão grande, já que ela não iria caber na Ala Hospitalar em seu tamanho original. ─ Afinal, cobras não rosnam iguais a esses seres inferiores. ─ Lançou uma olhadela para Laxus.

─ Seres inferiores? Ora, sua viscosa...! Eu rosno e sou muito melhor que você! ─ Laxus retrucou ofendido.

─ RAH! Melhor que eu? Só em seus sonhos. Não, espera. Nem em seus sonhos! ─ Medusa riu estrondosamente, o que foi bem estranho porque ela era uma cobra.

─ Certo, que seja. ─ Sean se irritou com a briga dos dois. ─ Como eu estava dizendo, só poderíamos chamar o...

─ Chamar quem? ─ Alguém questionou, com um tom brincalhão.

Todos olharam ao redor da sala procurando quem havia falado. Menos Sean e Matt que congelaram, reconhecendo a voz.

─ Guardião? ─ Matt chamou hesitante.

Das sombras ocultas surgiu uma criatura tão majestosa quanto Laxus, se não mais. Tinha a aparência de um gato grande, quase como um tigre, branco com listras cinza. Mas o que mais surpreendia, eram as asas brancas em suas costas.

─ O Guardião de Hogwarts... ─ Mione sussurrou admirada. ─ É um tigre!

─ Desculpe-me? ─ O Guardião exclamou ofendido. ─ Eu NÃO sou um tigre. Sou um gato egípcio híbrido de um cruzamento com tigre, mas não um tigre, o nome correto é Nosferatus.

─ Mas que frescura... ─ Laxus, o leão, murmurou.

─ Calado, criatura horrenda. ─ O Guardião berrou... Mostrando a língua para o leão.

─ Merlin, é uma Lya versão gatinho. ─ Draco bufou.

─ Obrigado. ─ O Guardião agradeceu, parecendo honrado com o que Draco disse e Medusa deu uma risadinha.

─ Na verdade, você está certo Draco. Lya se baseou em sua própria personalidade para criá-lo. Dá para imaginar como deve ser o temperamento dele, certo? ─ Sean suspirou, cansado. ─ E então, Guardião? Vai nos ajudar?

─ Mas é claro, estão falando da minha criadora. ─ Respondeu como se fosse óbvio, sentando no chão sob as patas traseiras e lambendo a pata frontal esquerda, como um gatinho inofensivo.

─ Você tem nome? ─ Ron perguntou curioso.

─ Sim. ─ Respondeu simplesmente.

─ E qual é? ─ Gina perguntou tão curiosa quanto o irmão.

─ Qual é o problema de vocês ruivos? Perguntam demais. ─ O Guardião reclamou infantilmente. ─ Vocês não fazem ideia do quanto é bom finalmente poder falar. Se o estúpido do Raven não tivesse feito aquilo, eu nunca despertaria em minha verdadeira forma. Então, suponho que tenha vantagens nessa tragédia toda. ─ Continuou, ignorando as perguntas dos dois.

─ Como assim? ─ Hermione franziu a testa.

─ Eu estava em uma versão miniatura, sem asas e sem meus poderes. Só podia falar com a Lya pela mente, mas ela não fazia a mínima ideia de quem eu era, então... ─ Ele suspirou. ─ Enfim, eu era um simples gato. Vocês provavelmente me conhecem como... ─ Pausou, dando um estranho sorriso malicioso. Sim, ele era um tigre/gato que sorria. ─ Perón.

─ O que tem o Perón? ─ Ron perguntou lerdo, enquanto todos encaravam o Guardião, incrédulos.

─ Você é Perón? Perón é o Guardião de Hogwarts? Perón, você, er... ─ Matt embolou no que dizia, se perdendo.

─ Sim, eu sou Perón. ─ O Guardião, Perón, confirmou. ─ Legal, eu sei. Agora temos coisas para fazer. ─ Sorriu. ─ Saphirae não virá, já que ela está dormindo. Mas assim que Helga acordar, Saphi acordará também.

─ Bem, então vamos lá. ─ Sean encarou todos os presentes na enfermaria. ─ Como eu disse antes, eu tenho um plano.

─ E qual é? ─ Gina perguntou.

─ Temos de achar dois dispostos a se sacrificarem para encontrarmos quem está controlando Raven. ─ Falou rapidamente.

─ Eu. ─ Draco disse na mesma hora. ─ Me sacrifico como a segunda peça verde.

Sean deu um ligeiro sorriso.

─ Você é um orgulho para minha casa, Draco. ─ Falou sério. ─ E Matt, você está proibido de se sacrificar.

─ Só sobra eu, então. ─ Ron suspira e Mione arregala os olhos.

─ Não! Draco, por favor, fique. Deixe-me que eu me sacrifique como a peça verde, eu te imploro. Não vou deixar Ron sozinho! ─ Ela suplicou.

─ Sem chances, Mione. ─ Ron interrompeu, firme. ─ Eu finalmente vou servir para alguma coisa, deixe-me fazer isso. Não quero você em perigo!

─ Mas... ─ Ela arregalou os olhos. ─ Como pode se menosprezar de tal forma? Você não...

─ Não foi isso que eu quis dizer, mulher. Calma! ─ Ron se defende. ─ Eu só quero te proteger.

─ Eu também! ─ Ela exclama, indignada.

─ Acalmem-se. É apenas por curtos momentos, Ron vai ser salvo depois. ─ Matt explica, entendendo o plano de Sean. ─ É apenas para atrairmos o verdadeiro vilão.

Uma pontada de esperança renasce em seus corações, apesar de que nada poderia ser tão fácil como na teoria. Ou talvez poderia, quem sabe...

─ Certo. ─ Concorda Mione, a contragosto.

─ Então vamos lá. ─ Draco sorriu em falsa animação.

Draco e Ron saem da enfermaria, enquanto isso os outros assistiam tudo através de um feitiço que Sean fez. O feitiço os acompanharia e mostraria tudo o que aconteceria.

Assim como planejado, o ataque aconteceu e Sean, Mione, Matt, Gina, Laxus, Perón e Medusa assistiram horrorizados quando o corvo gigantesco os atacou, um após o outro, desaparecendo do nada em seguida.

─ O que houve? Onde está o corvo? Draco e Ron também sumiram! ─ Gina perguntou, assustada.

─ Eu... Acho que tenho uma ideia de onde ele pode ter ido invocar Perón. ─ Sean disse, por fim.

─ Ele foi no Salão das Alas, não é? ─ Matt perguntou e Sean assentiu.

─ Venham, deem as mãos. Os levarei através das sombras. ─ Sean falou e todos fizeram o que ele disse, menos os três guardiões que apenas desapareceram, provavelmente indo para o Salão das Alas.

O Salão das Alas era o quarto mais secreto de toda Hogwarts, ninguém era capaz de chegar lá, além dos fundadores. Era o local onde todas as alas que protegiam Hogwarts estavam. O local era fechado, sem portas nem janelas, tão grande quanto o Grande Salão e era possível ver as diversas alas brilhantes se entrelaçarem no centro do quarto.

─ Incrível. ─ Mione suspirou. ─ Quantos segredos Hogwarts deve ter, hein? Aposto que tem milhares de quartos como esse.

─ Tem mesmo. ─ Admitiu Matt.

A conversa foi interrompida quando Raven surgiu do outro lado do salão, junto com duas pequenas garotas loiras.

─ Pare, você está maluca! Não pode matar pessoas inocentes pra chamar uma lenda que nem sabemos se realmente existe, Ast. ─ Uma das loiras gritou para a outra, sem perceber que tinha mais gente lá.

─ Você é uma estúpida, Daphne. Não vou viver sempre à sua sombra! Vou controlar o Guardião de Hogwarts e serei a mais poderosa do mundo. Depois disso, Draco se casará comigo. ─ A outra loira, a menor das duas, respondeu.

─ Astoria e Daphne Greengrass? ─ Mione perguntou chocada. ─ O que fazem aqui?

─ O que? ─ Astoria, a loira menor gritou assustada. ─ O que vocês fazem aqui? Vocês não irão parar meu plano.

─ Talvez não dê para nós pararmos seu plano, mas tem alguém que pode. ─ Gina sorriu.

─ Quem? Sua amiguinha, aquela Lya? ─ Astoria debochou. ─ Rá! Ninguém poderá impedir isso. Não agora que todos os sacrifícios foram feitos.

─ Você é só uma pirralha estúpida. ─ Matt bufou. ─ Vamos lá, faça o que tem de fazer. Veremos se terá sucesso! ─ Desafiou.

─ Hunf. ─ Astoria bufou, irritada. Ela estava extremamente confiante, afinal ela não sabia que Perón estava a espreita, completamente desperto. ─ Vou mesmo. Hogwarts, chamo-te agora. Atenda meu chamado. Desperte, ó Guardião de Hogwarts e domine seu império. Hogwarts, oferto-te cinco sacrifícios. Aceite-os, desperte ó Guardião de Hogwarts. Desperte! ─ bradou, assustando a todos.

Daphne soltou um suspiro aliviado quando nada aconteceu e Astoria deu um berro frustrado. Mas tudo mudou quando um rugido alto soou. Em frente as duas garotas, os três guardiões apareceram: Laxus, com seu ar majestoso; Medusa, aterrorizando mesmo de olhos fechados e Perón, com a mandíbula escancarada em um rugido, mostrando os proeminentes dentes afiados que como gatinho ele não tinha.

─ Deu certo. ─ Astoria comemorou, com um sorriso vitorioso.

─ Na verdade, não deu certo não. ─ Uma voz soou e todos se viraram. Eram Lya, Luna, Draco, Ron e a garota da Lufa-Lufa, Mandy.

─ Lya! ─ Todos gritaram. ─ Luna, Draco, Ron. Vocês voltaram!

─ E a garota da Lufa-Lufa também. ─ Sorriu Mione.

─ Mas... Como? ─ Astoria murmurou.

─ É simples, sua estúpida. ─ Perón sorriu vitorioso, antes de continuar. ─ Eu nunca estive dormindo, não literalmente. Quem me acordou foi Lya, ao ser atacada por Raven. Falando nisso, Raven, desperte de seu controle.

O enorme corvo, como se tivesse tomado um choque, chacoalhou as penas, piscando os olhos.

─ O que? O que houve? Guardiões? O que está acontecendo?

─ É uma longa história. ─ Daphne se pronunciou. ─ E agora que Perón te despertou, ele meio que me despertou também.

─ Mas você não estava dormindo! ─ Astoria berrou, irritada.

─ Eu não, mas minhas memórias estavam. ─ Daphne sorriu friamente para a irmã. ─ Olá, Lindsay. ─ Virou-se para Lya.

─ Olá, Rowena. ─ Lya sorriu.