─ O que você tem em mente? ─ Draco questionou e então olhou para Matt e Luna ─ E quem são eles?

─ Eles são Mattheus Stonehage e Luna Lovegood, os últimos membros de nosso grupo ─ eu respondi sua ultima pergunta, selando a porta do vagão com um feitiço que repelia intrusos e que não deixaria ninguém ouvir o que conversaríamos ─ E o que eu tenho em mente é bem simples: um grupo, ou melhor, um tribunal.

─ Então seremos um grupo oficialmente, então? ─ perguntou Harry pensativo.

─ Mais do que isso, seremos uma família ─ respondi e olhei para Luna ─ Você aceita, não?

─ É claro que sim, será divertido fazer parte de um tribunal ─ ela respondeu sorrindo.

Nesse momento ela não parecia a Luna Lovegood sonhadora e distraída e sim uma pré-adolescente normal. O brilho sonhador em seus olhos desapareceu e eu imediatamente soube que agora conheceríamos a real Luna Lovegood e não a que todos acreditavam ser lunática e maluca.

─ Você age daquela forma para esconder seus poderes, não é? ─ questionei e ela assentiu.

─ Ninguém pensaria que uma garota lunática e sem noção seria uma vidente ─ ela sorriu sem humor ─ Você imagina o que o ministério faria se descobrisse meus poderes? ─ questionou.

─ Ou o que Dumbledore faria... Tenho uma leve impressão que o que descobriremos sobre ele mudará tudo ─ comentei e Mione me fitou pensativa.

─ Então você criará o Tribunal. Mas porque tão cedo? ─ questionou.

─ Para começarmos a treinar cedo ─ sorri.

─ Treinar? ─ Ron me olhou incrédulo.

─ O que você pretende com isso? ─ Harry questionou.

─ Se queremos mudar a história e fazermos isso certo, temos de nos preparar primeiro para podermos tirar o mundo bruxo das garras de Dumbledore e Voldemort ─ comecei e todos assentiram, compreendendo ─ Então treinaremos todos os meios de defesas possíveis: todo o tipo de magia, defesa corporal e manuseio de varias armas.

─ E aquele livro de artes marciais que eu te mandei no natal? ─ questionou Mione.

─ Vai ser perfeito para aprendermos defesa corporal. Aprendermos artes marciais pode ser bem útil ─ sorri.

─ Então, como se chamará nosso grupo? ─ perguntou Matt.

─ Não sei ─ dei de ombros.

─ Tem que ser algo que nos represente. Que represente o que somos. ─ disse Gina, pensativa.

─ Que tal... Luz negra?! ─ sugeriu Ron.

─ É legal, mas é muito simples, não acha? Talvez algo em outra língua... ─ franzi a testa.

─ Porque não a versão latina de Luz negra? Nigra Lux. Combina com a gente... ─ sugeriu Mione e eu sorri.

─ Bem melhor ─ eu concordei, junto com Ron ─ O que acham?

─ Acho perfeito ─ disse Luna ─ Nós seremos a Nigra Lux, a luz negra que sombreará tudo o que pensam ser a luz e trará um novo brilho a tão temida escuridão.

─ Muito bom ─ falei ─ Seremos os oito líderes da Nigra Lux e nosso exército será chamado Umbra Army, o exército das sombras.

─ Espere um pouco ─ disse Mione ─ Exército?

─ Sim, não achou que iríamos mudar o mundo estando sozinhos, né? Precisamos de aliados, de pessoas para lutarem com a gente ─ expliquei e ela me olhou incrédula.

─ Quando foi que você pensou nisso tudo? ─ questionou Harry e Mione concordou.

─ Agora mesmo, oras. Se vamos criar um grupo, um terceiro lado na guerra... Teremos de fazer isso direito! ─ respondi e todos ficaram pensativos por um momento.

─ E onde vamos achar um exército? ─ perguntou Draco.

Abri um sorriso imenso e malicioso e Harry espelhou meu sorriso.

─ Em Hogwarts ─ disse ele e eu assenti, aumentando o sorriso. Esse era meu maninho! ─ Afinal, se treinarmos um bando de pré-adolescentes pra guerra, ninguém iria desconfiar.

─ E olha que lá tem bastantes alunos ─ concordei.

─ Por onde começamos? ─ Matt questionou.

─ Acho que devemos treinar a nós mesmos primeiro e só então buscarmos nosso exército, afinal temos que saber antes de ensiná-los ─ opinou Luna e Ron concordou.

─ Exatamente e nada melhor do que começar já, esse ano ─ falei e todos assentiram.

─ Mudando de assunto, será que já estamos chegando? ─ questionou Gina.

Mione lançou um Tempus e disse que não. Ainda faltava um tempinho.

─ Okay ─ eu murmurei lentamente, desfazendo meus feitiços na porta do vagão, bem na hora exata em que a tiazinha dos doces vinha pelo corredor ─ Quem aceita diabete? Eu pago ─ ri.

─ Te ajudo, é sempre bom desejar mal pros outros. ─ disse Draco, indo até a porta. Levantei-me do banco e o segui.

─ O que vão querer, queridos? ─ a senhora perguntou.

Pegamos um pouco de tudo, daria o suficiente para matar nossa fome pré jantar.

Durante o resto da viagem, não falamos mais sobre o grupo. Poderíamos decidir o resto em Hogwarts, na Sala Precisa. Esbanjamos-nos de doces e então, eu, aproveitei para matar a saudade de Matt... Deitando a cabeça no ombro dele e cochilando. Eu sei, foi super-romântico.

Acontece que o simples fato de estar ao lado dele já me fazia feliz. Olhar em seus olhos que sempre que eu o via estava de uma cor... Era tudo o que eu precisava. Isso foi tão meloso!

─ Lya, acorde... ─ Matt me chamou suavemente e eu quase ri.

Ele era um poço de romantismo e fofurísse, o que é bom, já que se dependesse de mim, viveríamos de patadas. Ok, mentira... Eu o amava demais para isso.

Abri os olhos e sorri, ao vê-lo sorrindo para mim.

─ Sério? Ninguém te avisou a nunca acordar uma filha de Hades? ─ falei e ele riu, me dando um leve beijo.

─ OWN! ─ Mione, Gina e Luna murmuraram, mas eu as ignorei. Quem prestaria atenção nas amigas com um gato daqueles ─ meu namorado, tirem o olho ─ te olhando?

─ Já estamos chegando ─ ele disse e eu me espreguicei. Vi que as meninas já havia se trocado e dei de ombros. Peguei minha varinha no bolso e transfigurei minhas vestes no uniforme da Sonserina.

Os meninos ─ como sempre, atrasados ─ trocaram-se de última hora. Enquanto eles se trocavam no vagão, nós quatro fomos andar pelo trem, vendo quem estava nos vagões.

─ Parkinson, Greengrass ─ cumprimentei quando passamos por elas no trem. Elas cumprimentaram de volta, sem muito interesse. A não ser é claro, Greengrass, que me deu um olhar indecifrável.

Seja lá o que for que ela estivesse pensando, provavelmente eu descobriria depois. Mas eu tinha uma leve impressão de eu iria me surpreender muito.

Quando o trem estava quase parando, voltamos para o trem e pegamos nossos malões. E então, após ele apitar e as portas se abrirem, descemos. Gina e Luna foram até Hagrid, já que iam com os outros primeiros anos. O restante de nós fomos até as carruagens dos Testrálios.

─ Olá, bonito ─ cumprimentei um deles, ao chegarmos perto da carruagem. Ele relinchou contente e eu sorri.

─ Com quem você está falando? ─ Mione me olhou estranho.

─ Com o Testrálio ali ─ dei de ombros e entrei na carruagem.

─ Nossa carruagem é levada por Testrálios? ─ ela exclamou meio estridente, mas depois entrou também. Não sei porque tanta surpresa. O que mais carregaria as carruagens? A Lula Gigante?

A carruagem era apertada para seis pessoas, mas demos um jeito de caber todo mundo lá dentro. Graças a magia, é claro!

─ Finalmente, estamos de volta ─ disse Draco ─ Não aguentava mais ficar na mansão...

─ Se quiser, eu a explodo pra você ─ comentei distraidamente e ele riu. Qual é! Eu estava falando serio.

─ Não, valeu. Vou ter que passar as férias no chalé da Itália se você fizer isso ─ disse ele e eu fiz biquinho.

Adeus plano de explodir a mansão Malfoy. Foi bom enquanto durou...

─ O que vamos fazer assim que chegarmos a Hogwarts, My Lady? ─ brincou Mione e eu a olhei, arqueando uma sobrancelha.

─ My Lady? Sério?

─ Ué, se nós comandaremos a Umbra Army, você comanda nós todos... Sabe, a Nigra Lux precisa de um líder ─ ela disse e eu apenas pisquei surpresa.

─ Legal, vou ser tipo uma Lady das Não Trevas psicopata ─ comentei e todo mundo revirou os olhos tentando não rir.

─ Você não é normal ─ disse Mione e eu gargalhei.

─ Olha o sujo falando do mal lavado ─ provoquei e... Ela me mandou um Crucio? Ainda bem que eu desviei... ─ Mione! ─ exclamei chocada, como todo mundo.

─ Não somos as trevas, mas também não somos exatamente a luz, lembra? ─ ela sorriu e eu suspirei profundamente, fechando os olhos.

─ Merlin, eu criei um monstro! ─ eu ri ─ Para onde acha que as meninas vão? Eu tenho certeza de que a Luna vai para a Corvinal novamente, já que uma boa Sonserina sempre se disfarça antes de atacar sua presa...

─ Quatro sonserinos, três grifinórios e uma corvinal... ─ murmurou Ron ─ Boa combinação!

─ Três grifinórios? ─ arqueei uma sobrancelha.

─ Pra onde acha que a Gina vai? ─ ele disse como se fosse óbvio.

─ Ah, Roniekins ─ abanei a cabeça em falsa decepção ─ Como você não percebe o óbvio? Está claro que ela vai para a Sonserina!

─ Nunca! Um Weasley jamais irá para a Sonserina! ─ ele exclamou horrorizado.

─ Tsk, tsk, tsk... Parece que não conhece sua irmã! Ela é uma Sonserina completa.

─ Vai sonhando! Quer apostar quanto que ela vai pra Grifinória?

─ 50 galeões que ela vai pra Sonserina ─ aceitei o desafio.

─ Apostado! ─ ele sorriu triunfante e apertamos as mãos.

Será que ninguém nunca ensinou ele a não cantar vitória antes da hora? Essa aposta vai ser incrível.

─ Chegamos ─ disse Harry olhando pela minijanela.

Pulamos da carruagem e fomos até o Grande Salão. Antes de abrirem as portas, puxei Matt e beijei-o em despedida.

─ Será que eles não percebem que só tem 12 anos? ─ cochichou Mione e Draco riu.

─ Eu ouvi isso ─ estreitei os olhos, separando-me de Matt.

─ Era para ouvir ─ ela sorriu.

─ Idade é apenas um numero, você devia pensar nisso e fazer o mesmo que eu.

─ Beijar o Matt? Eca! Sem ofensas, mas...

─ Não o Matt, maluca! O Ronikiens! ─ provoquei e ela ficou roxa, bem na hora em que Draco abriu a porta.

─ SKYFORD ─ ela berrou irritada e eu corri para a mesa da Sonserina, rindo.

Matt e Ron (vermelho igual tomate) foram para a mesa da Grifinória, rindo de nós. E Harry e Draco vieram para a mesa da Sonserina, atrás de Mione, rindo igualmente.

Ela sentou ao meu lado, bufando de raiva, provavelmente querendo me matar.

─ Esse ano promete ─ sorriu Draco e eu sorri de volta.

─ Com certeza ─ concordei.