Renascer Dourado escrita por Sargas


Capítulo 10
Solaris




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/539473/chapter/10

SUBMUNDO -

Um jovem de olhar malicioso aproximou-se de Jana e Katrine. Ele tinha cabelos ruivos avermelhados que lhe chegavam ao ombro, era dono de um zombeteiro ar maroto e trajava-se de uma túnica azul com detalhes verdes. Mas o detalhe mais curioso estava em seus tornozelos: um par de asas saindo diretamente da pele de cada um. O que lhe proporcionava a possibilidade de planar no ar.

Com um sorriso de boas vindas cumprimentou Jana, ignorando explicitamente a apática Katrine.

― Ele escolheu você pra descer? Huauauauaha, que maldade!

― Não me encarna! Sabe muito bem que quanto menos tempo eu passar aqui, melhor.

― Trouxe uma moeda?

― Não! Achei que tu podia bancar o meu passeio de barco. ― Jana riu encolhendo os ombros.

O jovem olhou-a de cima a baixo.

― Tá ficando folgada, Jana! Me diz aí, quem cê esfolou pra poder descer aqui sem precisar morrer?

― Fala como se não soubesse. ― depois olhou para Katrine chamando a atenção do rapaz para a mesma ― Posseidon achou bom que ela viesse comigo, como guia.

― Pra mim ele quer é deixar claro que pro Hades que não vai perder seu brinquedo de vista.

― Que seja, contanto que o Hades nos devolva as Essências...

O jovem avistou o barco se aproximando da margem, um vento gélido agitou os cabelos das garotas a poucos passos atrás do rapaz, Jana resmungou.

― Esse lugar me dá calafrios!

Ele acenou para o velho barqueiro que já revirava os olhos com má vontade ao vê-los.

― Com o tempo você se acostuma.

Jana pulou dentro do barco precário, Katrine molhou um pouco a vestimenta ao subir e o rapaz adentrou por ultimo a pequena embarcação, sem tocar a margem do rio, apenas flutuando com o auxilio de suas asas brotadas dos tornozelos.

― Fala isso porque aqui é quase sua segunda casa. Você encontrou aquela fulaninha? ― quis saber Jana.

― Não! Quando cheguei a fulaninha já tinha virado fumaça. To nem ai, nunca fui muito com a cara dela. Sempre metida a certinha, a queridinha do Papai, nhé, nhé, nhé.

Jana riu, sabia ao que se devia aquele desgosto com a mulher mencionada: Ciúmes. Ele cumprimentou o velho Caronte que já rezava um terço de novos desaforos.

― Ae, Caronte! Como tem passado?

― Estaria ótimo se não fosse você e essas suas visitas vivas! Quando foi que meu Senhor abriu a porta pra um bando de gente viva ficar entrando e saindo do Submundo?

― Tô feliz em te ver também, meu velho.

Virou-se sorrindo para Jana, mas fazia questão de não encarar Katrine. Não que ele fosse indiferente a sua presença, muito pelo contrário, sentia ímpetos de arrancar-lhe a cabeça com um golpe só, mas sabia de seu valor no momento. Por esse motivo preferia não lhe dirigir a atenção, para não ceder aos seus desejos homicidas.

Jana, que tremeu junto com o barco quando esse deixou a margem flutuando rio a baixo, ouviu o rapaz perguntar interessado.

― E vocês? Encontraram o que queriam?

― Bom, sim e não.

― Como assim? Estavam todos mortos quando acharam?

― Na verdade a gente levou os doze dourados... e não os cinco solicitados por Aidan e a Aliança.

O rapaz gargalhou de olhos fixos na expressão de Jana para confirmar se ela não estava brincando.

― Sacaneou!! O Aidan vai arrancar o couro de vocês com Aljava e tudo!

Ela sorriu sabendo de antemão que sua observação cessaria seu riso debochado.

― A Valkyria é a líder, vê se não esquece!

Ao ouvir o nome da Caçadora do Fogo, o jovem parou de rir, olhou para Caronte e deu-lhe um forte empurrão no ombro.

― Anda logo, velho! Melhor eu depressa, ou não vai sobrar muito da Valkyria pra contar história.

― Por mim eu nem receberia vocês, então não me apressa. Sossega e senta aí, emplumado! Não gosto de passageiros em pé ou flutuando no meu barco. Odeio essa sua gente, odeio gente viva. Gente viva só presta morta.

E Caronte seguiu reclamando.

GRÉCIA -

Ilha de Psinoe

Afrodite caiu da cama com o susto, ainda enrolado nos lençóis finos que o protegia da brisa fresca da madrugada, xingou ao ver o movimento no quarto e sem entender direito o que havia, bocejou com irritação e perguntou a Shura o motivo de toda aquela agitação.

― O que é dessa vez? Será que não vou ter uma noite de sono tranquila nunca mais?

Foi Deba quem lhe respondeu, vestindo desajeitadamente a camisa pela cabeça.

― A Tetis passou aqui agora a pouco, disse que o Solo tá esperando a gente pra uma conversa séria!

Afrodite reparou na ponta do lençol na mão de Mu, que sorria travesso.

― Não tinha um jeito menos grosseiro de me acordar não, Mu?

― Tinha sim, mas não era o mais divertido.

O Peixes levantou-se puxando o lençol da mão do Áries.

― Você com essa cara de santo... quem te conhece...

Shura interrompeu os dois.

― No temos tempo para confraternizações, amigos. A niña parecia ter muita pressa.

Afrodite revirava sua maleta a procura de um agasalho, a brisa não parecia muito convidativa naquele fim de madrugada e o sol nem havia dado as caras.

― Azar o dela! Eu é que não vou descer parecendo um espantalho só porque o dono da casa resolveu nos dar boas vindas às quatro da manhã.

Ouviram novas batidas na porta, do outro lado à voz de Tetis ordenava.

― Vocês tem dez minutos para estarem lá embaixo, rapazes. O senhor Solo odeia esperar.

O Peixes se embolava todo tentando vestir-se com pressa, tropeçou na perna da calça e se desequilibrou. Mu e Deba foram às gargalhadas enquanto Shura o ajudava a se levantar. Gritou impaciente para a jovem do outro lado.

― Pau no rabo dele! Eu não saio daqui enquanto não estiver apresentável!

Mu e Deba interromperam a risada no mesmo instante e ao lado de Shura olharam espantados para Afrodite, que tirava com raiva alguns fios de cabelo que lhe atrapalhava a visão.

― Que é? Nunca viram um cara falar palavrão não?

Deba balançou a cabeça, ainda descrente do que acabara de ouvir.

― Saindo da sua boca, tem mais impacto...!

O Peixes não conseguiu segurar a chateação diante daqueles rostos pasmos para ele, abriu a porta rindo e enfiando de qualquer jeito a camisa dentro da calça de moletom.

― Anda logo seus idiotas, ou acabam me culpando pelo atraso de vocês.

Quando se juntou aos outros na frente da mansão, Mu cruzou os braços à frente do peito, tentando se proteger da friagem matutina. Não avistou nem sinal da presença do tal de Solo, apenas Tetis com seus cabelos decorados com miçangas lhes sorria com simpatia.

― Desculpe-me pela hora, mas é um assunto de extrema urgência... Podem me acompanhar?

Camus olhava ao redor, mas estranhou não ver Valkyria ou qualquer uma das Caçadoras por perto. Shaka também notou a ausência das garotas.

― Tetis, e as Caçadoras? Não nos acompanharão?

― Elas estão descansando, Shaka. Merecem após tanto trabalho para busca-los e ajuda-los a despertar os cosmos. Mas não se preocupem, logo nos alcançam. Vamos?

Mu bocejou espanto o sono ao lado de Deba.

― Tô achando isso tudo muito estranho...

― É, mas fazer o que? Estamos aqui graças a ele, não? Não iria colocar nossas vidas em risco depois de ter nos tirado do mar naquela noite.

...

Passaram alguns minutos caminhando, Afrodite verificou a hora em seu relógio de pulso e os ponteiros marcavam quase cinco da manhã. Pensou consigo que aquela não era a melhor hora para se escalar um morro daquele tamanho, mas alguns dos outros ao seu lado pareciam não se importar, principalmente Dohko, que ia conversando distraidamente com Aiolia.

Milo limpou o suor da testa e resmungou para Camus, com os olhos ainda ardendo de sono.

― Tô achando que o serviço de transporte aqui deixa a desejar... ― depois gritou para Tetis ― Aê, lourinha! Tá muito longe ainda?

Ela sorriu-lhes apontando o alto do morro, onde havia um conglomerado de árvores frondosas. Não era uma planície muito extensa e ao fim dela um abismo que despencava no mar logo abaixo, cercado por pedras escorregadias.

A jovem esperou até todos estarem reunidos na grama, a sombra das árvores.

― Olhem lá! ― apontou para um grupo de luzes distantes uns quinze quilômetros. Os rapazes avistaram um vilarejo não muito pequeno. Tetis seguiu com a apresentação do lugar ― Tudo isso pertence ao senhor Solo. Essa é uma Ilha particular herdada de seus antepassados. A pequena cidade tem contato direto com os fornecedores do continente, mas apenas pessoas autorizadas podem viver aqui.

Deba assobiou espantado com o tamanho do lugar. Shura indagou-lhe sem tirar os olhos das luzes distantes.

― Toda a Ilha?

― Todinha. É um grande refugio contra o que nos aguarda... ― ela se afastou lentamente deles ― Bom, vou avisa-lo de que já estão aqui. Por favor, não vão se dispersar!

Shura despediu-se com um aceno, Saga encostado num tronco ao lado de Shaka não se sentia confortável com toda aquela enrolação.

― Ele já não deveria estar aqui? Se nos acordou tão cedo, é o mínimo que se espera...

Carlo tentava acender o cigarro em pé na ponta da planície, visualizando o mar abaixo, Aiolos estava ao lado dele atirando algumas pedras na água.

― Vai ver o cara esperou a gente se dignar a vir pra depois chegar, de repente não acreditou que um bando de marmanjo ia saltar as quatro da matina da cama só pra ver a carranca dele.

Soltou um suspiro frustrado ao ver que a brisa marinha apagava seu tão desejado cigarro matinal. Tentou um segundo ao mesmo tempo em que Aiolos argumentava sem desviar os olhos do mar.

― Esse lugar é perigoso. A única saída é por onde subimos ou... ― olhou para baixo e viu as ondas quebrando no monte de pedra a metros de distancia.

― Porra! ― segundo cigarro do maço do Câncer também foi apagado, ele apanhou o terceiro e último, amassou a embalagem e atirou penhasco abaixo ― Espero que seja bom em mergulho, Aiolos.

Shaka respondeu pelo Sagitário.

― É melhor todos nós sermos, não Carlo? Já que estamos todos aqui nós podemos...

Mas não concluiu a frase, reparou junto com os outros onze quando Mu levantou-se num salto.

― Carlo, sai daí!

Mas não houve tempo, então Aiolos jogou-se sobre o Câncer quando uma rajada de luz atingiu o lugar onde Máscara da Morte estava, deixando apenas um rastro grama queimada e fumegante.

Carlo nem parecia se importar com o ocorrido, se concentrou na visão de seu cigarro caindo no precipício. Levantou-se furioso.

― Quem foi o filho da puta...?

Mal percebendo que todos já tinham a atenção voltada para o lado oposto.

Havia mais alguém ali além do grupo, não apenas um, mas três outros indivíduos.

Levantou-se tão rápido que a vertigem foi inevitável junto com a adrenalina que sentia quando era cercado. A expectativa de um novo embate, mas dessa vez não era contra a policia ou um grupo rival e sim contra três homens altos, magnificamente trajados de armaduras que reluziam diante dos primeiros raios de sol. Não era preciso que alguém explicasse, se tratavam de guerreiros com poderes sobre humanos. Homens igualmente dotados com o poder da Cosmo Energia.

Aiolia foi à frente ao lado de Milo e Mú, ambos na defensiva e inconscientemente de punhos fechados, como se já soubessem não haver alternativa a não ser lutar.

Se não pela forma como se apresentaram, atacando Carlo, pela maneira como os encaravam.

Tinham uma postura altiva e os mirava com olhos estreitos, mantinham os braços cruzados num ar de superioridade. Suas longas capas esvoaçando com a brisa que enchia o lugar, como se o vento fosse convocado apenas por suas presenças.

O Leão gritou para o primeiro dos três, que trajava a mais reluzente armadura dourada e tinha uma capa vermelho sangue.

― Qual dos três foi o covarde que nos atacou pelas costas?

Não houve respostas, os rapazes continuavam parados no mesmo lugar, encarando os doze sem dizer palavra alguma.

Os dourados formavam uma barreira sólida, sem arredarem pé de onde estavam. Não havia saída, como Aiolos já dissera, ou atravessam aos empurrões os três estranhos ou se atiravam no precipício.

Mu ainda tentou segurar o Leão furioso, mas Aiolia se desvencilhou da mão do Áries partindo de um salto para cima do rapaz de capa vermelha.

― Tudo bem, se preferem assim, mas eu bato de frente pra verem bem quem tá porrando vocês!

Rápido demais, impulsivamente desajeitado. O rapaz de capa vermelho sangue nem ao menos se movera, apenas um jato de luz lhe saltou dos olhos detendo a centímetros do seu rosto o golpe de Aiolia. Um murmúrio de exclamação brotou do meio dos doze, que começavam a se dispersar formando um grupo de defesa.

O Sagitário, ao ver o irmão forçando o punho para atingir o estranho, ainda tentou detê-lo com um grito.

― Aiolia, não!

Mas o Leão em sua fúria girou o braço com mais força, tentando atingir o ventre do estranho. Outro jato de luz e Aiolia se viu golpeado no estomago, soltando golfadas de sangue enquanto deslizava violentamente para trás.

Foi o sinal mudo de que precisavam para atacar. Não havia mais duvidas, aquelas eram pessoas enviadas para lhes aniquilar.

Dohko saltou por cima de Mu, usando uma voadora para atingir o rapaz o esquerda, que portava uma armadura de um dourado pálido e tinha uma capa azul claro. Mas o rapaz agarrou-lhe o pé e o girou no seu próprio eixo, atirando-o contra uma árvore.

Milo observou quando Dohko estatelou no chão, mas foi só. O terceiro rapaz se atirou sobre o Escorpião, esse trajava armadura com detalhes em ouro branco, sua capa era verde e tinha cabelos longos e brancos.

Milo desviou do soco que certamente lhe esfacelaria o maxilar, preparava-se para contra atacar quando viu o vulto de Camus colocar-se a sua frente, como uma parede sólida. Sentiu um frio petrificante emanando do corpo do amigo.

Percebeu que não havia tempo para admirar o poder do Aquário que não obtinha bom resultado ao tentar manter o rapaz de cabelos brancos afastado. O Escorpião viu com horror quando o oponente golpeou Camus com um jato de luz dourada emanado do punho sem ao menos atingi-lo.

O Aquário caiu de joelhos amparando o peito ferido e Milo reparou que parte da armadura do golpeador estava coberta de cristais de gelo, ao mesmo tempo em que ele próprio se admirava do feito de Camus. O Escorpião aproveitou o pequeno momento de distração e partiu pra cima do homem.

Carlo se esquivava como podia dos jatos de luz lançados pelos olhas do jovem de capa azul enquanto Afrodite e Saga golpeavam-no em ambos os lados do corpo.

Esse errou o alvo no Câncer e voltou sua fúria contra o Gêmeos e o Peixes. Agarrou Afrodite pela camisa e mirou em seu rosto, o Peixes viu a luz se acumular em suas íris segundos antes do agressor ser atingido por um segundo foco de luz dourada que vinha de Shaka que se matinha em posição ofensiva, apenas observando o homem.

Saga espantou-se com a capacidade do jovem hindu em atacar com aquela grande energia sem ao menos um movimento, porém percebeu que não era hora para se distrair quando notou a aproximação veloz do rapaz de capa verde, que tendo se livrado de Milo, correu ao seu encontro lançando inúmeros golpes de luz com os punhos.

Mu ajudou o Gêmeos a bloquear alguns dos golpes luzentes que que atingiriam o Touro, que se enroscara junto com o oponente de capa vermelha, que já lhe arrancara sangue. Esse, com a mão em riste e dedos unidos, atingia em cheio o forte braço de Deba que tentava deter seu avanço contra os companheiros dourados.

O Touro dobrou-se sobre seu próprio corpo quando o agressor lhe acertou um chute monstruosamente forte no estomago. O homem se preparava para um segundo soco em seu queixo, porém foi atingido por Aiolos que se jogou sobre o estranho usando todo seu peso nos socos cadenciados. O Leão uniu-se ao irmão no ataque.

Shura preocupava-se em não se deixar atingir pelo rapaz de capa verde, golpeando-o com chutes baixos e altos. O jovem de cabelos brancos sentiu um arranhão no rosto e viu o sangue escorrer abundante após um chute certeiro do Capricórnio. Parou por alguns segundos em frente à Shura, seus olhos ganhando uma fúria assassina e selvagem. Ferido no ego pelo cavaleiro de ouro.

Correu para devolver-lhe a dor que ele lhe causara, mas percebeu confuso que não conseguia sair do lugar. Aproximando-se velozmente veio Afrodite que com um soco o fez cair. Milo e Shaka se juntaram a Shura, e o rapaz viu que o Escorpião tinha um brilho vermelho no olhar e com esse o mirava.

Dohko acertou um forte soco contra o rapaz de capa azul que sentiu os dentes rangerem com o impacto e uma cusparada vermelha verteu de seus lábios, mas não houve tempo para se vangloriar. O homem agarrou o braço do Libra antes mesmo que esse pudesse colocar-se novamente em posição de defesa e puxou-o para si, explodindo o punho em seu tórax. Estava prestes a usar a perna para atingir o ombro de Dohko ajoelhado a sua frente detido pela dor do golpe, porém se viu impedido pela forte rajada de vento gélido as suas costas.

Camus se aproximou derrapando e arrancando sob si terra e mato, parou diante das fortes canelas do homem e segurou-lhe fortemente os tornozelos, liberando sem nem mesmo dar-se conta uma enorme carga gelada.

Sem esperar que o rapaz se livrasse do Aquário, Carlo saltou sobre ele, acertando em cheio seu rosto, o que o fez desequilibrar. Camus girou o corpo no chão para não ser atingido pelo peso do oponente que estava prestes a cair. Mas o homem conseguiu se equilibrar novamente e olhou furioso para as pernas onde a armadura reluzia com finos e delicados cristais de gelo. Depois deslizou os olhos de Dohko para Camus e Carlo, se livrou do gelo e correu velozmente com a mão em punho contra eles. Sentiu uma nova explosão atrás de si que o jogou para frente. Saga estava às suas costas, com uma expressão tão irada quanto à do oponente.

Quem visse de fora imaginaria que era uma visão pouco satisfatória para os atacantes, os três agressores dominados e cercados pelos doze dourados, que mesmo feridos e sangrando com as roupas rasgadas, não se mostravam dispostos a perdoar tamanho ataque gratuito. Os doze rapazes pareciam na vantagem.

Ledo engano.

Os três se levantaram, observados pelo grupo em total silêncio que apenas aguardavam pela próxima ofensiva.

O rapaz de capa vermelha limpou a boca e cuspiu um punhado de sangue. Sorriu com satisfação e finalmente fez-se ouvir sua voz. Ele falava para os outros dois companheiros.

― Meus irmãos, creio que subestimamos os sagrados guerreiros de Atena. Nosso pai se envergonharia de tamanha desonra, mesmo a vaidade pode ser considerada um erro grave durante uma luta. Chegamos aqui sem nem ao menos explodir nossos cosmos, esperando derrubar um a um os doze Dourados.

― Mas que porra...?! ― murmurou um indignado Carlo.

O oponente, ignorando o comentário do Câncer, virou-se sorrindo com euforia para os doze rapazes.

― Mas não cometeremos mais esse erro. Agora vamos enfrenta-los de verdade, sem brincadeiras e lhes daremos a derrota honrada que merecem!

Uma explosão dourada imergiu do alto da planície, empurrando apenas com o calor de sua luz os dourados para trás. Era uma cosmo energia abrasadora. Talvez fosse o calor do próprio sol que brotava de dentro daqueles três estranhos.

...

Daphne arregalou os olhos mirando a janela, saltou sobre a cama de Atalanta, derrubando um abajour do criado mudo. Estalou as mãos contra o vidro admirando com uma surpresa desagradável a explosão dourada que vinha da planície á alguns quilômetros ao sul da mansão. Atalanta resmungou alto, atirando o lençol que lhe cobria no chão.

― Que merda é essa??!!

Ouviram a porta bater com força contra a parede, Palas estava despenteada e decomposta. Seus olhos esbugalhados faria qualquer um rir se não fosse à sensação de perigo iminente que despertou em cada uma.

Atrás da giganta apareceu Valkyria, ainda de pijama, mas nem de longe demonstrava sinal de cansaço ou sono. A jovem líder das Caçadoras estava sempre alerta.

― Os rapazes não estão no quarto!

― Que? ― Daphne correu pra ela ― Você também sentiu, não? Acha que...?

Val atirou-se corredor a fora, com as três nos seus calcanhares.

― Sim. Ele chegou.

A Caçadora ordenou para Atalanta, que corria ao seu lado, detendo sua velocidade como se esperasse suas ordens.

― Atalanta, vai na frente, descubra o que está acontecendo. Mas tente não causar mais tumulto.

A Caçadora que com a velocidade do vento era certamente a mais ágil, não demorou muito para disparar na frente, receosa do que poderia acontecer com os guerreiros de Atena se o que Val dissera fosse realmente verdade.

― Tá sei, não começar a brincar antes de você chegar! Saquei! Eu as encontro lá.

Sumiu de vista deixando apenas Palas, Valkyria e Daphne cruzando a porta de saída da mansão, todas ainda de pijamas. Não havia tempo para cuidados matinais.

Talvez, não houvesse tempo para mais nada.

...

Atalanta não diminuiu o ritmo nem mesmo quando chegou à base mais baixa da planície. Sentiu o calor latente de vários cosmos se chocando logo acima na inclinação, sabia que cada minuto contava, afinal, podiam ser os mais fortes Cavaleiros de Atena, mas ainda não haviam despertado todo o cosmo, e mesmo se o tivessem feito, não contavam com suas técnicas contra quem ela imaginava os estar atacando.

Estreitou os olhos para visualizar melhor o que avistou a frente: lá estava Solo, sentado comodamente numa pedra, observando a origem de onde os cosmos se chocavam com violência, ao seu lado Tetis que se mostrava absolutamente despreocupada e ao lado da garota, um carro importado estacionado. Era todo branco, tinha os vidros escuros e apoiado no capô estava um rapaz alto de cabelos louros caídos pelos ombros, terno azul turquesa e óculos de sol.

Tinha uma postura altiva, nariz empinado, sobrancelhas finas e uma expressão carregada sob os óculos.

Atalanta parou de chofre reconhecendo o homem de terno. Solo voltou à atenção para ela e se levantou do lugar onde estava vendo que a Caçadora se aproximava com passos pesados e olhar determinado. Gesticulou com as mãos para que Tetis, que já se movia, não o acompanhasse.

A Caçadora do vento encarou-o com respeito, porém sem fazer qualquer menção de se deter do objetivo de alcançar o alto da planície.

― Senhor, será que eu poderia saber o que está acontecendo?

Solo apontou com o polegar para o rapaz de terno mais à frente. O jovem nem mesmo se dignou a notar a presença de Atalanta.

― Ele está acontecendo. Aidan não ficou muito feliz com o que vocês fizeram de livre vontade, trazer os doze no lugar dos cinco.

― E isso é motivo para um ataque furtivo contra os Cavaleiros de Atena, Senhor?

Solo sentiu-se incomodado pela petulância com a qual a jovem se dirigia a ele, respondeu rispidamente fazendo uso de sua posição de deus.

― Por acaso está questionando os desígnios de um deus, Caçadora?

Atalanta inclinou-se para demonstrar suas desculpas, mesmo que por dentro remoesse aquela resposta atravessada dele.

― Não, senhor, eu jamais ousaria... ainda mais como serva de um imortal, como a deusa Ártemis.

Solo continuou seu discurso, ainda usando o tom de censura em cada palavra.

― Não irei interrompê-lo, e não é porque não posso e sim porque não desejo fazê-lo. O determinado pelos membros da Aliança era para que Valkyria, a líder de vocês, reunisse os Cavaleiros de Bronze...

Atalanta não se segurou mais, sentindo os cosmos agressivos sufoca-la por dentro. Deu um passo a frente, decidida a seguir caminho contra a vontade dele ou não.

― Valkyria só seguia as ordens de Ártemis. Assim como todas nós.

O olhar de Solo vibrou com a insolência da Caçadora, uma luz azul brotou de sua íris detendo Atalanta no mesmo lugar. A voz mudou de timbre fazendo com que a jovem notasse que agora estava diante de um deus, diante de Posseidon.

― Então deseja ser punida no lugar deles?

― Seria o justo, senhor.

Os dois olharam para trás, viram Valkyria chegando acompanhada por Daphne e Palas. A líder das Caçadoras parecia até mais irritada que a própria Atalanta, mas quando voltou a falar controlou-se, lembrando-se que deveria respeitar o deus dos mares.

― Não podemos deixar que os Cavaleiros paguem por nossos erros, senhor.

Posseidon perguntou a ela, em deboche.

― É o que deseja? Arcar junto com as outras Caçadoras e receber o golpe de três dos Solaris? Os mais poderosos guerreiros de Aidan?

Val inclinou-se em respeito, mas não desviou o olhar e ainda mantinha a voz firme.

― Se o senhor permitir nossa passagem, assim será.

A voz de Aidan tomou-os de assalto, ele finalmente resolvera interceder.

― Deixe-as, Solo. Deixe que as Caçadoras observem o que lhes custou tal erro. Que testemunhem como segundos podem sofrer por suas decisões equivocadas.

Daphne torceu o nariz, conhecia Aidan o suficiente para saber quem havia tramado tudo. Val acenou para as companheiras para que essas as seguissem, e começou a subir a inclinação.

...

Shura foi jogado no chão, derrapando de costas. Sentiu filetes de carne sendo arrancados entre os fiapos do que sobraram de sua camisa. Foi amparado por Shaka que o ajudou a se colocar de pé.

Os três homens riam orgulhosos de si ao observarem os dourados amontoados perante deles. Os doze estavam exaustos, os músculos rangiam pelo esforço, as fraturas doíam imensamente e não havia sequer um que não sangrasse em alguma parte do corpo.

O agressor de capa vermelha gritou para os irmãos, ainda com os cosmos acessos e com correntes arrebatando suas capas e seus cabelos.

― Vejam, meus irmão, esses são os famosos Cavaleiros de Atena. São os destinados a proteger a deusa que se autodenomina protetora dos humanos.

Ele analisou a face de cada um dos esgotados dourados.

― Eu gostaria de saber, meus irmãos, como eles podem proteger a deusa que os guia, a humanidade que tanto prezam, se não puderam nem mesmo proteger sua própria família?

Dito isso partiu para o ataque utilizando-se de uma nova técnica: da palma de sua mão uma pequena esfera em chamas foi criada, ela se expandiu rapidamente. O rapaz a atirou contra eles. Gritou eufórico.

― Se não podem viver por eles, então MORRAM por eles, Cavaleiros de Atena! Sintam o poder concentrado da destruição de uma estrela!! Solar Expansion!!

Imediatamente os olhos de Aiolia brilharam. Sentiu a explosão dourada dentro de si. O Cosmo. Mais uma vez a energia fluía por suas veias. Preparou-se para avançar mesmo que isso significasse atravessar o golpe do oponente. Mas se deteve ao ver um vulto tomar a dianteira no ataque. Era Mu.

O Leão sentiu a energia que vinha do Áries tão forte quanto a sua, Mu também havia elevado seu cosmo, numa ação de defesa inconsciente criando sua Parede de Cristal.

Aiolos, ao lado do irmão, viu a esfera lançada pelo homem ricochetear de volta para ele, que não conseguiu se desviar. Na hora a esfera virou um pequeno Sol e se expandiu numa enorme velocidade, mudando sua coloração, ficando vermelha. Os três Solaris foram atingidos e voaram para longe por causa do impacto, com a sensação de seus corpos queimando, seus ossos sendo quebrados. Mas foi apenas uma sensação, seus corpos estavam bem protegidos por suas armaduras.

Dohko percebeu um muro translúcido ao redor e finalmente entendeu que o Áries é quem o havia criado. Ele continuava com os braços abertos, mantendo a Parede invisível em volta dele.

Saga se aproveitou da distração dos três quando o líder fora atingido. O Gêmeos tinha também o corpo envolto na cosmo energia dourada e correu de encontro ao rapaz de capa azul, lançando uma imenso globo de luz com as duas mão contra ele. Uma pequena amostra do que se tornaria sua Explosão Galáctica.

O rapaz não conseguiu desviar e logo em sequência se viu atingido por Aiolos que lhe desferiu uma rajada tão dourada quanto seu cosmo, luzes em forma de pontas de flechas voaram até o homem. O Sagitário despejava sobre o oponente o seu Destruição Infinita, sem a menor ideia de que aquele era seu golpe há muitos anos criados.

O jovem de capa verde não teve tempo para se surpreender e foi atacado por Shaka, que com parte do cosmo que envolvia seu corpo lhe atingia com feches dourados, ao lado de Dohko que liberava um soco em seu queixo, atirando-o para o alto, o inicio de seu Cólera do Dragão renascido. Ele cairia de cara no chão, se sua queda não tivesse sido interrompida por Shura, que lhe acertou um chute alto, abrindo um corte em seu rosto, rasgando parte de sua capa e derrubando-o longe. Mostrando-lhe, sem se dar conta, o poder de sua Excalibur.

O homem de capa vermelha jogou Afrodite contra uma árvore, as costas do Peixes estalaram. Após esse ataque o Solaris correu tentando atingir Deba, que abriu os braços lançando um jato de luz de seu peito direto sobre o oponente, o Grande Chifre se manifestava. O agressor não só foi atingido como também se sentiu perfurado numa das pernas e no braço esquerdo por feches de luz que Milo lançava contra ele com o dedo em riste, uma sombra do que fora suas Agulhas Escarlates.

Camus se aproveitou de sua distração e deferiu-lhe com o punho fechado uma rajada de vento gelado, reiniciando parcialmente o uso do Pó de Diamante, congelando parte do ombro e da capa do rapaz. Antes mesmo que conseguisse utilizar o cosmo para descongelar seu ombro, o Solaris foi atingido por pequenos gravetos, tendo a maçã do rosto rasgada por um desses, virou-se para ver quem o atingira e reparou no Peixes, que envolvia cada rama com parte de seu cosmo e jogava-os contra ele, uma variação do antigo Rosas Sangrentas .

O rapaz de capa verde uniu-se aos irmãos, num circulo de defesa vendo o vendaval que se formava em torno deles, arrastando-os para junto de Máscara da Morte, que com a mão apontada para ambos, ria sinistramente inconsciente do poder de suas Ondas do Inferno. Ao seu lado, lhe auxiliado, estava Aiolia que liberava socos cadenciados, criando uma armadilha de luz ao redor dos três. Uma versão de pequeno porte de sua Cápsula do Poder.

Os Cosmos se chocavam agressivamente sobre a planície.

Os três irmãos se encararam, não podiam mais perder tempo. Haviam brincado demais, era hora de mostrar para aqueles petulantes cavaleiros quem tinha o controle da situação. Provar-lhes que bastava mais que instinto de sobrevivência e lembranças parcas de golpes antigos, para vencer os mais temidos guerreiros do deus Sol.

Mu arregalou os olhos ao lado de Shaka. Pressentindo o que passava pela cabeça dos rapazes.

Os três se uniram numa formação única de ataque. Punhos unidos um ao lado do outro, uma nova corrente de ar brotou do chão de todas as direções, indo de encontro as suas mãos. O vento parecia sugar tudo ao redor arrastando os pés dos dourados que, se não parassem o processo, certamente se chocariam com os oponentes. Os Cavaleiros aumentaram suas cosmos energias a fim de se protegerem contra a sucção, sentindo a pressão que essa provocava em seus corpos.

À frente de seus punhos unidos, um reluzente e colossal circulo de energia criada por seus cosmos. Ela aumentava gradativamente. O homem de capa vermelha ergueu os braços acima da cabeça ao lado dos companheiros que repetiam o mesmo gesto.

De repente o vendaval cessou e um silêncio mórbido tomou conta de tudo, só se ouvia a respiração tensa de todos eles.

Foi quando um forte lampejo explodiu dos punhos dos três oponentes. O homem de capa vermelha elevou a voz.

― Não podem nos superar, cavaleiros. Conheçam a maior técnica aplicada pela união dos Solaris, digna de ser vista por poucos...!

Nenhum dourado ousava se mover, tentavam apenas proteger os olhos do reluzente clarão.

Os três gritaram em uníssono.

Estelar Death !!

Mu moveu-se com agilidade, abrindo os braços imediatamente diante do colossal ataque, mas sua Parede de Cristal não conseguiu impedir a passagem do golpe, pelo contrário a parede foi atraída para o centro da Estrela, assim como Mu e os demais cavaleiros de Atena. Camus tentou paralisar seu avanço, porém seu vento frio evaporava antes mesmo de chegar até o circulo de luz e o cavaleiro também fora atraído para o centro.

Dentro da esfera eles sentiram seus corpos queimarem até os ossos com o calor do Sol, e sentiam seus corpos se deformando com a radiação e o com campo gravitacional terrível dessa Estrela. Por fim só viram um clarão, quando o astro se contraiu liberando uma luz intensa que castigou ainda mais os corpos dos cavaleiros, os deixando sem nenhuma energia.

Valkyria arregalou os olhos diante da cena que viu ao alcançar o cume da planície. Os doze dourados caindo sem forças por causa do golpe Estelar Death.

Shaka que estava mais próximo da ponta da planície, só viu o imenso azul e as rochas, estava caindo do penhasco direto até o mar. Não era preciso ouvir a voz interna lhe dizer que se batesse nas pedras abaixo, não sobraria nada dele, porém não tinha mais forças para resistir, todo seu corpo estava dormente pelo impacto causado pelo ultimo golpe dos três irmãos. Não havia nem mesmo dor.

Foi quando sentiu uma mão forte se fechar em seu pulso e olhou para cima, tentando se concentrar apesar do sangue que escorria de sua testa embaçar seu ângulo de visão. Reconheceu Atalanta que de bruços na terra, se esforçava para não deixa-lo cair. A Caçadora sentiu seu corpo escorregar com o peso do Virgem, enterrou os dedos na terra para impedir que ambos caíssem, suas unhas se quebrando pelo esforço. Tinha que agir rápido.

Com um impulso, Shaka foi içado para cima, o grito feroz da Caçadora arranhando seus tímpanos.

― Ruaaarrrrg!!

Shaka caiu de ombro na grama, arranhando-se ainda mais, apenas mais um ferimento do dia. Atalanta foi até ele a fim de verificar se estava tudo bem.

O homem de capa vermelha avançava até os dourados com passos tão pesados que abriam fissuras na terra. Mas os rapazes finalmente avistaram Valkyria. A Caçadora do Fogo surgiu à frente do Solaris de capa vermelha, determinada e com a mão em punho.

― Chega, Pirro! Eu não posso permitir!

O oponente não se deteve.

― Saia da frente, Caçadora! Ou não vou poupar nem mesmo você.

Saga já se levantando com um esforço além de suas condições reparou quando Palas se colocou ao lado de Valkyria. Os braços cruzados na frente do peito, tão firme quanto uma rocha, parecia dobrar de tamanho.

― E nós jamais pediríamos isso, Pirro!

Os outros dois se juntaram a Pirro, ergueram as mãos para um golpe contra ambas, mas Daphne correu ao auxilio das amigas, dizendo já em posição ofensiva.

― Três contra três, acho um bom número!

Os cosmos dos homens mais uma vez se elevaram ao mesmo tempo em que as Caçadoras acendiam os delas.

Plac, plac, plac...

Todos pararam para observar de onde vinham os aplausos premeditadamente lentos. Notaram o jovem louro de terno se aproximar, tirando finalmente os óculos e deixando a vista os olhos azuis claros.

Ele sorria com escárnio, olhou dos três Solaris para as Caçadoras e delas para os dourados que começavam a se reerguer, apesar de cada movimento lhes custar uma nova onda de dor pelo corpo.

― Então... ― disse o louro com uma voz arrastada ― Esses são os famosos cavaleiros de Atena?

Valkyria e as outras desfizeram a postura de ataque inclinando-se em respeito, ao mesmo tempo em que os três ajoelharam-se diante do jovem que passava por eles sem olha-los.

― Senhor Aidan, nós não...

Aidan fez um sinal com a mão para Val se calar, encarou os doze que ainda tentavam se colocar de pé.

― São esses os valorosos Cavaleiros de Ouro de Atena, que as Caçadoras de Ártemis tiveram a brilhante ideia de escoltar até aqui? Que lástima!

Aiolia falou entre os dentes, cheio de ódio, arrancando pedaços de grama e terra com as mãos fincadas no chão, frustrado e amaldiçoando-se por estar quebrado demais para tirar com um soco aquele sorriso da face de Aidan.

― E quem é você para lastimar por nós?

Milo fez coro ao Leão.

― Muito fácil ficar ai falando enquanto os outros fazem o trabalho! Quem você pensa que é?

― Eu...?

Aidan suspirou e sorriu, então surpreendeu a todos os rapazes.

Uma nova explosão dourada, mil vezes mais poderosa que as anteriores. Era como a junção de vários sóis em um só. Como se o próprio astro tivesse entrado em combustão dentro dele, soltando rajadas de luz pelo cosmos infinito.

Os dourados sentiam, seus instintos sabiam que diante deles não estava um humano e sim um deus.

Apesar disso o jovem continuou falando com a voz ressoando por toda a planície.

― Eu sou aquele que guia o carro solar que vai a rabeira de Aurora abrindo o dia. O mais belo de todos os imortais, que reluz com o calor abrasador. Mas vocês podem me chamar de Deus, cavaleiros.

Aiolos arrebatado pela visão do imortal murmurou para si, o que não evitou que os outros ouvissem.

― O deus Sol, Apolo!

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Demorada essa atualização, né?

É que estou corrida esses últimos meses cuidando de um projeto (dois na verdade) autoral de quadrinhos. Espero que quando lançados posso falar dele aqui pra vocês. =D

Mas falando de Renascer Dourado: Mano, que capítulo grande! Eita que eu tava com disposição para escrever essa porradaria toda. E eu AMO descrever nossos queridos dourados lutando juntos! Ô glória! XD

Espero que tenham gostado desse capítulo e que tenha se empolgado com nossos doze cavaleiros, com os Solaris (ah, a luta foi boa, vai!) e com a intervenção das Caçadoras. >D

O bicho tá começando a pegar? Sim, sim ou não?

Obrigada a todos que seguem, comentam e divulgam essa fanfic, gente!!!

Beijinhos cósmicos. ^.^/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Renascer Dourado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.