Mil e umas maneiras de escrever PruHun escrita por Beilschmidt


Capítulo 5
Álbum


Notas iniciais do capítulo

Desculpem não tem postado no domingo passado, fiquei sem tempo para escrever e também falta de criatividade, somada a mais um de meus projetos que é traduzir a famosa epopeia finlandesa, Kalevala para arquivo em pdf, porque o livro é caro pra krl



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Um álbum. Um álbum na estante, esquecida já há muito tempo.

Elizabeta estava fazendo uma faxina em sua casa, e para concluir seu trabalho faltava espanar a estante; foi quando viu aquele álbum que jurava estar perdido há cinco anos, puxou com delicadeza a enorme lombada e a deixou na poltrona ao lado da janela; voltou a seus afazeres.

.x.

Lá fora uma chuva rala banhava as variadas flores de seu jardim, fazia frio e lá vinha à morena, com o álbum e um cobertor nas mãos; passaria a noite relembrando da época que morava com Roderich, no Império Austro-húngaro. Tinha fotos de quase todos os países, até mesmo do seu vizinho idiota, Vlad, argh! Ela o odiava até na alma! Atrás do álbum ela deixará um envelope grosso com todas as fotos que envolvia Prússia, curiosa para revê-las ela o abriu devagar. E justamente a primeira era uma fotografia que fora tirada no dia que os aliados haviam se juntado para decidir o futuro de Prússia, ou seja, a abolição.

Gilbert não abriu sequer a boca depois de ler os documentos. Mesmo depois de Ludwig tentar anima-lo, até mesmo Itália; nada surtiu efeito. Saiu triste, como um humano, não era mais um país que no passado era uma das grandes potências do fim da Idade Moderna até o começo da Contemporânea, as glórias, as batalhas, as conquistas, tudo ficou para trás, estava reduzido a nada. Gil odiava relembrar daquele dia, desde então nunca mais soube como se chora, nem mesmo as suas brincadeiras eram as mesmas, ele nunca mais foi o Gilbert de antes. Ela sentia saudades do verdadeiro Gil, por isso, nem mesmo ela, a garota que sempre fora considerada a mais durona de todos os outros países, conseguiu segurar as lágrimas, imaginava o que o albino carregava em suas costas em silêncio.

A chuva aumentara e o telefone tocou, limpou as lágrimas e atendeu ainda meio chorosa; a foto ainda na mão esquerda.

–Elizabeta? Tu estás bem? - a voz preocupada dele a fez congelar, não queria ser descoberta em tal momento de fraqueza, ainda mais quando a causa era justamente ele - Estou aqui fora faz quinze minutos e nada de tu atenderes, e não vem dizer que não, porque sei que estás aí dentro; as luzes da sala estão acesas. - infelizmente ele a conhecia bem o suficiente para saber que quando ela estava em casa costumava deixar as luzes da sala acesas.

–Eu eu estou bem sim. - limpou as lágrimas novamente, que inferno! No momento que era para cessar o choro chorava mais ainda, maldito corpo que adora contrariar as suas ordens - Eu já irei abrir a porta.

Em poucos passos já se encontrava de frente para a porta, trouxe do quarto uma toalha para ele, tentava não deixar transparecer que ainda continuava triste, mascarou com um sorriso.

–Não adiantas sorrir para mim, sei que algo aconteceu. - de braços cruzados entrou na sala - Diga logo.

O sorriso desapareceu, a foto em sua mão logo o paralisou. Sabia que não conseguiria mentir para ele, Gilbert a conhecia muito bem, se duvidar bem mais que ela própria, sabia da mudança de seu humor apenas pelo tom de voz, até mesmo pelo jeito de andar, às vezes ela se assustava com isso. Aproximou-se devagar e cobriu-lhe os ombros com a grande e quente toalha.

–Liz... - a foto foi deixada em cima de uma almofada, baixou a cabeça e escondeu o rosto nas mãos.

Um imaginário nó se fez em sua garganta a fazendo se sentar ao lado dele e abraça-lo carinhosamente; era doloroso tocar naquela ferida que ainda estava exposta nele. Afagou seus cabelos brancos e o sentiu tremer de leve, quase não acreditou quando o viu chorar escondido agarrado a seu peito. Seus olhos embaçaram, apertou o abraço e beijou o topo de sua cabeça dizendo palavras que o acalentassem.

As lágrimas finalmente vieram.

Nos braços dela, ele derramou todas as lágrimas que estava acumulando durante todos esses anos. Queria chorar, mas não podia.

Sabia que nada mais poderia ser feito, apenas se consolar ao lado dela, Elizabeta, a única com quem realmente teve uma grande amizade, mesmo com todas as intrigas no passado.

Após algum tempo ele levantou o rosto, sorria.

–Danke, eu precisava de conforto depois desses anos. - passou a mãos na bochecha dela limpando as lágrimas da moça - Tu és a única a quem posso confiar e chamar verdadeiramente de amiga, companheira, irmã, pau para toda a obra kesese~

Ela sorriu também, feliz com o desabafo dele, finalmente aquele peso e a dor de anos fora descarregada. Não precisavam de palavras para definir, mas ele o fez mesmo assim.

–Tu és mais que tudo isso, és o amor de minha vida, sempre foste, mesmo na época que tu eras casada com aquele músico idiota, eu nunca suportei ver-te ao lado dele, morando na mesma casa. - virou o rosto corado - Acho que falei demais.

–É falou e falou tudo o que eu queria ouvir. - pegou-lhe as mãos e o abraçou - Sei que não gostas de tocar naquele assunto, ainda tens saudade da época de tua ascensão, não o culpo, a vida é assim, grandes impérios um dia tombam, mas saiba que tu nunca serás esquecido, estás aqui, comigo, o amor de sua vida.

Novamente as malditas lágrimas atrapalhando a sua visão, desta vez eram lágrimas de felicidade.

–Saiba que tu tens em mãos o coração de quem um dia foi um grande Império, na verdade, tu sempre o tinhas. O coração de um incrível guerreiro. sorriu.

Os dedos finos dela entrelaçaram com os dele, o álbum fora deixado de lado. Ainda chovia, e eles não se importavam da roupa molhada de Gil, se este ficasse doente ela cuidaria de seu corpo; e agora descobrirá mais um hobbie: Ficar doente para só para ser mimado por ela.


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Notas finais do capítulo

Gostei tanto de escrever este que estou agendando outros capítulos históricos para postar



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