Elizabeta sorriu e sentou na poltrona, a mão pouso na testa a sentindo quente e retirando alguns fios de cabelos que lhe caíam pelos olhos. Estava completamente cansada de tanto trabalho e quase não sentia suas pernas e braços, eles latejavam. Havia tirado o dia para arrumar tudo em seu novo apartamento, gostava de tudo no lugar e brilhando de limpo. Tinha conseguido o apartamento junto com seu amigo de infância, Gilbert; fazia três meses que estavam fazendo as contas para morar juntos depois do segundo semestre de faculdade. Fechou os olhos e respirou ofegante, mal podia esperar para se jogar na cama e desmaiar até o dia seguinte, já que era domingo, poderia ficar em casa descansando. Ouviu um barulho de algo caindo que vinha do quarto, fechou o cenho, esse Gilbert já estava aprontando novamente. Antes mesmo de ela poder abrir a boca e reclamar sobre o que tinha sido aquilo, um jovem musculoso e de pele extremamente clara, os cabelos brancos e olhos vermelhos, um albino, apareceu. Acenou inocentemente alegando não ter sido nada demais, só sua guitarra que caiu.

–Apenas termine logo aí que eu vou fazer o jantar e tomar um banho. – ouviu um balbucio do outro e levou como um “sim”.

Após empilhar a última caixa de tranqueiras no quartinho pequeno ele fechou a porta e desenrolou a camisa da cintura e a jogou no ombro, correu ao quarto para pegar uma muda de roupa limpa e tomar banho; sentiu o cheiro de comida e seu estômago reclamou. Apressou-se ao banheiro e quase deu de cara com Elizabeta que saía enxugando os cabelos. Rapidamente ela andou para a cozinha, sorrindo ela via o peitoral dele; não percebeu a sua distração e acabou queimando a mão esquerda na panela quente. Fez bico querendo arremessar aquela merda na parede. Quinze minutos depois e Gilbert entrava sorrateiramente ali a vendo com a mão na torneira murmurando palavrões em húngaro; sorriu pervertido e a agarrou pela cintura. Pega de surpresa ela virou bruscamente.

–Mas o que é isso? – corou o fuzilando com os olhos.

–Nada, só estava te observando, por que não posso? – fez bico.

Derreteu seu olhar medonho e passou as mãos sobre as dele. Amava aquele idiota, mas nunca tinha lhe dito, pois tinha medo de acabar sendo rejeitada e a sua amizade de quinze anos serem levados por água abaixo. Era normal ele a abraçar do nada, ele sempre foi gentil com ela desde que o conheceu, mesmo com todas as brigas e xingamentos. Fechou a torneira pegando o pano de prato oferecido pelo jovem e envolvendo a mão.

–Vamos logo jantar, estou cansada e quero dormir. – ele sorriu e a abraçou carinhosamente – O que tu…

–Não durma logo, é nosso primeiro dia nesse apartamento novo e quero aproveitar o máximo contigo.

–Achei que fosses convidar seus amigos para vir.

–Não. Francis e Antônio iriam trazer bebidas, e eu não pretendo ingerir álcool hoje. – ela sorriu e com cuidado pegou a travessa com a lasanha.

[…]

O filme estava pela metade e mesmo sendo interessante ela mal podia ficar acordada, realmente estava cansada, mas por causa dele resolveu ficar para ver o DVD. Gilbert percebeu que ela estava sonolenta e a apoiou em sua lateral do corpo a abraçando, estava fazendo frio e puxou um cobertor que tinha trago, para até os ombros dela. Beijou-lhe a testa castamente e apertou-a pela cintura. Ela quase dormindo escorregou para seu colo o envolvendo pelo pescoço, sentiu os braços dele a puxando para ficar mais confortável. Prevendo um enorme trabalho para levantar-se e leva-la para o quarto, desligou a Tv e deitou-se no sofá para dormir também, mas antes deixou um leve selinho sobre os lábios gelados dela. Sorriu e cobriu-se melhor.

–Boa noite meu amor. – sussurrou.